Segurança e Defesa N.º 46
Entrevista: “Portugal não só não é periférico como, neste momento, centralizou-se”
NUNO LEMOS PIRES
Entrevista: “Ser Militar e a Missão Portugal”
MIGUEL GUIMARÃES
Breve Análise dos Conflitos na Ucrânia e Palestina
AGOSTINHO COSTA
ALMOÇO-TERTÚLIA OSCOT/SEGURANÇA E DEFESA
Chefe do Estado Maior da Força Aérea
DDR não é a garantia da paz, mas um meio para o seu alcance.
ADRIANO NUVUNGA
Riscos e regulação baseada em risco. Alguns apontamentos
MANUEL PEDROSA DE BARROS
Avaliação e Segurança de equipamentos
5G em Portugal
GUILHERME AZEVEDO
D. JOÃO II, Um plano político
e a grande estratégia para o despertar de um Império. Mito ou realidade
ANTÓNIO FREITAS
A Lei de Programação Militar
e a Economia de Defesa
LUÍS VALENÇA PINTO
COVID-19, Graal policial
PEDRO CLEMENTE
Ciberterrorismo: A Ameaça do Século XXI e a Necessidade de Segurança Digital
PEDRO LÊDO
| Editora | Diário de Bordo |
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| Categorias | |
| Editora | Diário de Bordo |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Nuno Lemos Pires |
Nasceu em Lisboa, Portugal, terminou a Academia Militar (AM) em 1988, e é, atualmente, Brigadeiro-general do Exército/Operações Especiais.
Participou em várias missões internacionais, destacando-se, Moçambique (1995-1996 e 2021-2022), Angola (2000 e 2001), Espanha (2002-2005), Paquistão (2005) e Afeganistão (2009-2010).
No âmbito nacional, e de entre as inúmeras funções que desempenhou, destacam-se as de: instrução e comando na Escola Prática de Infantaria; Professor de Estratégia e História Militar no Instituto de Altos Estudos Militares; Chefe de Gabinete do Almirante Comandante na NATO Joint Command Lisbon;
Comandante do 2.º Batalhão de Infantaria Mecanizada, na Brigada Mecanizada em Santa Margarida; Professor de História Militar e Relações Internacionais na AM; Diretor de Formação na Escola das Armas, em Mafra; de Comandante do Corpo de Alunos e do Quartel da Amadora na AM.
Desempenhou, igualmente, as funções de Subdiretor-geral de Política de Defesa Nacional e Coordenador do Centro do Atlântico, e, novamente em contexto internacional, foi Comandante da Força da Missão de Treino da União Europeia em Moçambique (EUTM – Moz), de setembro de 2021 a setembro de 2022 (período onde escreveu o livro que é agora levado à estampa), Atualmente é 2.º Comandante e Diretor de Ensino na AM.
O autor é doutorado em História, Defesa e Relações Internacionais pelo ISCTE-IUL (com AM), tem 11 livros publicados e mais de 120 capítulos ou artigos em livros e publicações variadas, sobre temas relacionados com História Militar, Relações Internacionais, Segurança e Defesa, Estratégia e Terrorismo, e colabora frequentemente com diversas Universidades e Institutos, militares e civis, nacionais e internacionais, como palestrante e conferencista.
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Cartas de CabulEscrever é sempre expor-se [ ] O que se é, o que se vive, o que se sente, o que se pensa e para este desnudar há, muitas vezes, acanhamento (que vai das omissões à inibição de escrever). Felizmente, para nós, este não foi o caso do autor das Cartas de Cabul. A vontade de contactar, de dar a conhecer, de partilhar; a aptidão didáctica que está sempre presente nos seus escritos; o desejo de dizer o que fazemos e o que fazemos bem levou-o a contar-nos (com as restrições que as operações e o senso exigem) o que ali viveu. Fá-lo com naturalidade, com simplicidade, diz-nos da sua admiração, compara experiências, olha para nós de lá, mostra a sua maneira de sentir, as suas dúvidas, a sua esperança. -
Resposta ao Jiadismo RadicalO grande mérito do livro de Nuno Lemos Pires é que nos aponta para o bom caminho no combate ao terrorismo. Primeiro, entender o fenómeno, na sua raiz histórica e desenvolvimentos recentes, acompanhando o percurso secular da sua evolução no mundo islâmico. Segundo, entender que o terrorismo não passa de uma manifestação pervertida e radical da mesma crise de grande envergadura que abarca igualmente o Ocidente, o que é comprovado pelo facto de alguns atos terroristas, como os ocorridos na Noruega há anos, terem uma origem geográfica europeia. Terceiro, entender que a solução tem de ser lenta e progressiva, não havendo respostas instantâneas. Quarto, entender que a solução não passa necessariamente pelo apoio aos líderes e sistemas tradicionais, porque o terrorismo muitas vezes resulta justamente da crise profunda do sistema tradicional, da forma como as populações se afastam dele. Quinto, entender que o combate ao terrorismo pode passar pelo apoio a líderes que têm modelos de governação diferentes dos europeus e dos ocidentais, mas adaptados à sua realidade concreta. Sexto, entender que, embora o terrorismo exija uma solução de curto prazo em termos da mudança dos sistemas de defesa e segurança, esta não pode pôr em causa os princípios básicos das sociedades europeias, a sua matriz democrática. Sétimo, realçar que a resposta tem de ser global e abrangente, o que passa efetivamente pelo desenvolvimento de uma verdadeira estratégia europeia e não da colagem de banalidades que normalmente recebe esse nome. -
Civilização Quântica - Um caminho possível para tempos incertosUma civilização quântica é uma sociedade resiliente, que só se consegue com a inclusão, em simultâneo, de tecnologia que o permita e de pessoas que o entendam. Necessita de um sistema computacional que, juntando inteligência artificial e Big-Data, permita obter uma rede de informações sobre o que temos, o que nos está a falhar, o que não pode falhar e as interconexões entre todos os sistemas que alimentam uma sociedade, da energia aos alimentos e da medicina ao bem-estar social. Precisamos de contar com o melhor da tecnologia, mas, também se se pretender que funcione efetivamente, com a presença, em permanência, de uma consiciência humana que enforme os dados recolhidos e os alertas emitidos. Além dos 0 e 1 (ou a combinação simultânea de ambos na computação quântica), precisamos de atitude, consciência e, acima de tudo, de sentido. Somos nós, seres humanos, que estabelecemos metas e sentido para o que queremos da vida, e, por mais que algumas máquinas nos ajudem a pensar, serão os nossos sonhos e cogitos que nos darão os mapas da nossa evolução quântica. -
Cartas do ÍndicoAs Cartas do Índico são um testemunho pessoal, um relato do comandante da primeira missão da União Europeia em Moçambique. Além de espelharem a paixão do autor pelas terras moçambicanas, são também uma profunda, e em vários momentos inusitada, reflexão para combater o terrorismo, aliada a uma narrativa clara de esperança e de profundo respeito pelo(s) povo(s) sofredor(es) da região de Cabo Delgado. É um livro escrito para todos os que se preocupam com a condição humana, e é, também, um ensaio para todos aqueles, desde académicos e investigadores a curiosos, que se interessam por assuntos africanos.Um livro que narra, frequentemente na primeira pessoa, o “dia/semana a dia/semana” de uma missão que contou com a participação de militares e civis provenientes de 12 países da União Europeia (EU), ainda que na sua maioria fossem portugueses, e que, pelo caráter inovador e colaborativo como foi desenvolvida, permitiu que civis e militares, da UE, e de outros países aliados de Moçambique, tenham conseguido construir um projeto de paz e de esperança, que junta desenvolvimento e segurança, destinado a edificar um melhor futuro para o povo de Moçambique. -
Os ResistentesUm livro profundamente humanista e surpreendente, escrito por um militar com larga experiência no terreno e conhecedor dos conflitos que grassam pelo mundo.Testemunha direta do sofrimento causado pela guerra, mas também da capacidade de abnegação do ser humano em situações-limite, o major-general Nuno Lemos Pires recorre a vários exemplos ao longo da História – desde as guerras púnicas aos conflitos mundiais do século XX, passando pelas invasões napoleónicas e por casos bem recentes de resistência, como os de Timor e da Ucrânia – para realçar as principais caraterísticas dos combatentes mais inconformados e estabelecer pontos em comum entre os homens e as mulheres que, ontem como hoje, se rebelaram contra o avanço dos invasores.Uma reflexão envolvente sobre o poder galvanizador das ideias de nação, de comunidade e de família, enquanto valores defendidos pelos resistentes até às últimas consequências e, em simultâneo, um manifesto contra a indiferença generalizada pelos dramas vividos em guerras distantes.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»