Contra a Interpretação e Outros Ensaios
«Contra a interpretação» é um dos mais célebres ensaios de Susan Sontag e o que dá título à sua primeira coletânea de ensaios e recensões, publicada em 1966. Sobre estes escritos, Sontag observou que escrevia «com fervorosa parcialidade, acerca de problemas que […] suscitavam certas obras de arte, maioritariamente contemporâneas, de géneros diferentes: queria revelar e clarificar os pressupostos teóricos subjacentes a determinados juízos de valor e gostos». Entre eles, encontram-se «A morte da tragédia», «Notas sobre o camp», «Marat/Sade/Artaud» e «Sobre o estilo» (publicados na Partisan Review); «Os Cadernos de Camus» e «Ionesco» (New York Review of Books); «O artista como sofredor exemplar» (The Second Coming); «Uma cultura e a nova sensibilidade» (Mademoiselle); e «A imaginação da catástrofe» (Commentary), para nomear apenas alguns.
| Editora | Quetzal |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Quetzal |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Susan Sontag |
Susan Sontag nasceu em 1933, em Nova Iorque, cidade onde morreu, em 2004 – e foi uma das mais importantes intelectuais norte-americanas da segunda metade do século xx. Foi professora, ativista na defesa dos direitos das mulheres e dos direitos humanos em geral, ficcionista e ensaísta frequentemente premiada e amplamente traduzida. A sua escrita foi presença assídua em publicações como The New Yorker, The New York Review of Books, The New York Times, The Times Literary Supplement, entre muitas outras. Susan Sontag teve um filho, David Rieff – editor póstumo dos seus escritos –, e viveu os últimos anos da sua vida com a fotógrafa Annie Leibovitz.
-
RenascerEste é o primeiro de três volumes que constituem os diários e apontamentos de Susan Sontag e um surpreendente registo da formação de um grande intelecto.O livro começa com entradas diarísticas dos anos de faculdade e as primeiras experiências ficcionais; e acaba em 1963, quando Sontag já se tornara participante e observadora da vida intelectual e artística da cidade de Nova Iorque.Renascer é um auto-retrato caleidoscópico de uma das maiores escritoras e pensadoras norte-americanas, dona de uma curiosidade voraz e de uma enorme apentência pela vida. Nele, assistimos à complexitude da sua jovem consciência, partilhamos os encontros com escritores que ajudaram a formar o seu pensamento, e somos arrebatados para o profundo desafio que constitui a escrita em si. E tudo isto através do inimitável detalhe da circunstância do dia-a-dia. -
Ao Mesmo TempoEste volume junta dezasseis ensaios e conferências escritos por Sontag nos últimos anos de vida, período em que as homenagens à sua obra se sucediam por todo o mundo. Em AT THE SAME TIME escreve sobre a liberdade da literatura, sobre a coragem e a resistência, e analisa destemidamente os dilemas da América do pós 11 de Setembro da degradação da retórica política à horrível tortura dos prisioneiros de Abu Ghraib. No prefácio, David Rieff descreve a paixão que a impeliu toda a vida: Interessava-se por tudo. Na verdade, se apenas tivesse uma palavra para a evocar, essa palavra seria avidez. Queria experimentar tudo, provar tudo, ir a toda a parte, fazer tudo (...) Penso que, para ela, a alegria de viver e a alegria de saber eram uma e a mesma coisa. A inteligência incisiva de Susan Sontag, o brilho da sua expressividade, a profunda curiosidade pela arte e pela política e a sua responsabilidade de testemunhar enquanto autor, colocam-na entre os mais importantes pensadores e escritores do século XX. -
Olhando o Sofrimento dos OutrosSusan Sontag volta ao tema das representações visuais da guerra e da violência na nossa cultura. Este foi o último livro de Susan Sontag a ser publicado antes da sua morte, em 2004. Considerado por muitos uma continuação ou uma adenda ao livro Sobre Fotografia (também publicado pela Quetzal), apesar de os dois livros terem opiniões sobre fotografia radicalmente diferentes, este longo ensaio dedica-se sobretudo à fotografia de guerra. Enquanto desmonta uma série de lugares-comuns no que concerne às imagens de dor, horror e atrocidade, Olhando o Sofrimento dos Outros reafirma a importância das mesmas, mas mina a esperança de que estas consigam comunicar alguma coisa substancial. Se por um lado, a narrativa e o enquadramento conferem às imagens o grosso do seu significado; por outro, os que não passaram por essas experiências tremendas «não são capazes de compreender, não são capazes de imaginar» o que essas imagens representam. -
Ensaios Sobre FotografiaEnsaios sobre Fotografia é um conjunto de ensaios em que Sontag examina uma série de problemas - a um só tempo estéticos e morais - levantados pela presença e autoridade da imagem fotografada nas nossas vidas. Uma obra de referência na discussão sobre o papel da fotografia entre a experiência e a realidade, Ensaios sobre Fotografia valeu a Susan Sontag a atribuição do prestigiado prémio do National Book Critics Circle.«[estes textos tornaram-se] rapidamente clássicos dos estudos sobre a semiótica da fotografia. […] Como seria de esperar, Sontag excluiu uma análise estritamente técnica da prática fotográfica, que tendesse a desligá-la do quadro social. Abrangentes e reflexivas, as suas observações dialogam, de modo erudito e sedutor, com a filosofia, a sociologia, a história, a estética e a pintura, partindo sempre do princípio segundo o qual, atualmente, “tudo existe para terminar numa fotografia”.[…] uma obra que permanece como um inquietante alerta, mas também como um instrumento de prazer.»Rui Bebiano, Ler -
HistóriasÉ para os contos que nos devemos voltar se queremos conhecer Sontag mais intimamente. Ao longo de toda a sua vida de escritora, Susan Sontag dedicou-se intermitentemente à ficção curta. Este livro passa pela alegoria, pela parábola e pela autobiografia e mostra uma personalidade em confronto com problemas não assimiláveis pelo ensaio, a forma mais praticada por Sontag. Aqui ela apanha fragmentos da vida, em relance, dramatiza os seus desgostos e temores mais íntimos e deixa que as personagens se apoderem dela como e quando querem. O resultado é um conjunto de grande versatilidade e charme. E imbuído do brilhantismo que define toda a obra de Susan Sontag. «Casamento, perda, encontro com Thomas Mann. Estas histórias são ricas em conhecimento autobiográfico.»The Guardian«Agora, tantos anos depois da sua morte, toda a sua ficção breve foi reunida neste volume – e que repasto abundante que é.»The Herald«Sontag, a fantasticamente segura “dama sombria das letras americanas” é [aqui] guilhotinada pela Sontag punk, pela agitada Sontag diarística, pela Sontag perplexa.»The New Yorker«Susan Sontag, a crítica literária e social, está perfeitamente em casa na ficção […] e até por ela transfigurada.»The New York Times Magazine -
Illness As Metaphor and AIDS and Its MetaphorsSontag wrote "Illness as Metaphor" in 1978, while suffering from breast cancer herself. In her study, she reveals that the metaphors and myths surrounding certain illnesses, especially cancer, add greatly to the suffering of the patients and often inhibit them from seeking proper treatment. By demystifying the fantasies surrounding cancer, Sontag shows cancer for what it is - a disease; not a curse, not a punishment, certainly not an embarrassment, and highly curable, if good treatment is found early enough. Almost a decade later, with the outbreak of a new, stigmatized disease replete with mystifications and punitive metaphors, Sontag wrote "Aids and Its Metaphors", extending the argument of the earlier book to the AIDS pandemic. -
On PhotographySusan Sontag's groundbreaking critique of photography asks forceful questions about the moral and aesthetic issues surrounding this art form.Susan Sontag's On Photography is a seminal and groundbreaking work on the subject.Susan Sontag's groundbreaking critique of photography asks forceful questions about the moral and aesthetic issues surrounding this art form. Photographs are everywhere, and the 'insatiability of the photographing eye' has profoundly altered our relationship with the world. Photographs have the power to shock, idealize or seduce, they create a sense of nostalgia and act as a memorial, and they can be used as evidence against us or to identify us. In these six incisive essays, Sontag examines the ways in which we use these omnipresent images to manufacture a sense of reality and authority in our lives.'Sontag offers enough food for thought to satisfy the most intellectual of appetites' - The Times -
O Amante do VulcãoEsgotado há muito, o grande romance histórico de Susan Sontag é uma história sobre um triângulo amoroso, a condição das mulheres, a arte, a política – e Nápoles no século XVIII. O «amante do vulcão» referido no título é Sir William Hamilton, diplomata, arqueólogo, vulcanólogo e antiquário britânico – um temperamento erudito e curioso que é também recordado como o marido complacente de Emma Hamilton, amante do Almirante Nelson, famoso pelas suas intervenções nas Guerras Napoleónicas e depois vitorioso na batalha de Trafalgar. A história decorre em Nápoles, onde, de 1764 até 1800, Sir William, conhecido como Cavaliere, foi o embaixador britânico no reino das Duas Sicílias. O romance é uma espécie de tríptico, dividido entre Hamilton, a sua esposa e Lord Nelson. No amor que irrompe entre Emma e Lord Nelson, o Cavaliere encontra outro daqueles fenómenos naturais da vulcanologia que ele só pode observar, nunca experimentar – Emma, cheia de alegria e uma certa vulgaridade, egoísmo, amor à vida, e crueldade; Nelson, uma fonte de mistério, herói militar e também um homem contraditório e um tirano impiedoso. O resultado, na visão de Sontag, só pode ser prodigioso. Um romance inesquecível. «O Amante do Vulcão é um romance poderoso de ideias: alimentado pelo feminismo de Sontag, aplica uma lente moderna às preocupações morais, sociais e estéticas do Iluminismo. E é também um inventário terno do desejo.» The Guardian «Walter Scott certamente teria aprovado o livro; teria gostado imensamente dele.» John Banville, The New York Times «Há uma qualidade operática no livro, e uma grandiosidade, às vezes majestosa, na arte de contar. O estilo é confiante, vigoroso, espirituoso.» John Banville, The New York Times «Sontag acrescenta uma textura histórica à sua saga de intriga sexual e amorosa – e leva-nos a conhecer a vida sórdida, cheia de paixão e política.» Kirkus Review -
Renascer - Diários e Apontamentos 1947-1963Susan Sontag nasceu em 1933, em Nova Iorque, cidade onde morreu, em 2004 — e foi uma das mais importantes intelectuais norte-americanas da segunda metade do século xx. Foi professora, ativista na defesa dos direitos das mulheres e dos direitos humanos em geral, ficcionista e ensaísta frequentemente premiada e amplamente traduzida.A sua escrita foi presença assídua em publicações como The New Yorker, The New York Review of Books, The New York Times, The Times Literary Supplement, entre muitas outras. Susan Sontag teve um filho, David Rieff — editor dos seus diários inéditos —, e viveu os últimos anos da sua vida com a fotógrafa Annie Leibovitz. -
A Doença como MetáforaO medo da doença, o pavor das palavras. Em 1978, quando convalescia de cancro, Susan Sontag escreveu A Doença como Metáfora, um notável ensaio sobre a utilização alegórica e culpabilizante da doença na nossa cultura. Tornou-se num clássico que a revista Newsweek considerou «um dos livros mais libertadores do seu tempo».Neste livro, Susan Sontag defende que a maneira mais autêntica de enfrentar a doença – e a mais saudável de estar doente – é resistir a esse «pensamento metafórico» e alegórico. Ao desmistificar essas fantasias, Sontag mostra o que a doença não é: nem maldição, nem castigo, nem um sinal de culpa.Um ensaio que continua a ter uma enorme influência no pensamento dos profissionais médicos e, acima de tudo, na vida de muitos milhares de pacientes e cuidadores.Em 1989, em A Sida e as Suas Metáforas, Sontag retoma este tema e desenvolve-o no contexto da crise da sida, na altura, uma doença nova. «Um combate contra as metáforas letais do medo.» Michael Ignatieff, The New Republic«Um livro breve e libertador.» Kirkus Reviews
-
O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».