Deuses e Demónios da Medicina
É notável, voltar a ler o livro Deuses e Demónios da Medicina à luz das perplexidades que a chamada «medicina da precisão» introduz em todos os aspectos da arte/profissão médica. Quer se queira quer não, o actual exercício da Medicina moderna afasta‑nos do ser humano enquanto sujeito da vida relacional e da saúde, por mais informação e tecnologia que estejam à nossa disposição
Manuel Sobrinho Simões
Esta obra retrata, de uma forma romanceada, 23 dos mais relevantes médicos:
Hipócrates; Galeno; Avicena; Paracelso; Vesálio; Ambroise; Paré; Harvey; Sydenham; Ribeiro Sanches; John Hunter; Mesmer; Jenner; Laennec; Claude Bernard; Virchow; Lister; Koch; Pavlov; Ramón y Cajal; Freud; Oswaldo Cruz; Alexandre Fleming
| Editora | Editorial Caminho |
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| Categorias | |
| Editora | Editorial Caminho |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Fernando Namora |
Fernando Namora nasceu em Condeixa (15 de abril de 1919) e licenciou-se em Medicina na Universidade de Coimbra.
É no ambiente coimbrão, sobretudo no meio estudantil, que as suas primeiras obras radicam.
Fernando Namora é um dos mais destacados criadores do neorrealismo, a que deu uma feição peculiar, sobretudo quando a sua arte absorve, renova, a mais genuína tradição picaresca peninsular ou as experiências da modernidade.
Fernando Namora foi galardoado com prémios tão relevantes como o José Lins do Rego, o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia de Ciências de Lisboa, os SOPEM e D. Dinis, entre vários. Foi agraciado com o Grande Oficialato da Ordem de Santiago e com a Grã Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique em 1988. Fernando Namora morreu em 31 de janeiro de 1989.
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Retalhos da Vida de Um MédicoRetalhos da Vida de Um Médico é um conjunto de crónicas fundamentalmente acerca da vivência de Fernando Namora na sua atividade profissional enquanto médico de província. Retalhos da Vida de Um Médico foi adaptado ao cinema por Artur Ramos. -
O Rio Triste«Talvez O Rio Triste seja o mais polifonicamente ambicioso e [...] o mais arrebatadoramente conseguido de quantos romances Fernando Namora [...] escreveu.» David Mourão-Ferreira «Um romance que nos fala de tudo, desde o amor, a morte, os problemas políticos da guerra colonial, da emigração, da resistência, até aos mais íntimos meandros da criação literária, ultrapassando, no entanto, os temas para nos falar deles de todas as maneiras, indo da rede épica mais clássica - o enigma policial - à pura poesia, como nas cartas de Marta e nas páginas do diário de Cecília.» -
Domingo à TardeA personagem central de Domingo à Tarde é, pois, como seria de prever, um médico; desde logo, trata-se de uma personalidade desagradável, irascível, cínica, imbuída de si mesma, o que é agravado pelo facto de pertencer ao serviço mais indesejado do seu hospital, o das doenças malignas […] Os pacientes de Jorge, ao termo desta experiência, não serão mais mortos-vivos, incuráveis, mas vivos condenados à morte, como, afinal, todos nos deveremos sentir.Esta história exemplar de amor e de morte poderia parecer extrema, mas não o é; o próprio jogo do ambiente, das rivalidades, das ambições, das rotinas, atua sobre o comportamento de Jorge. A seu lado, move-se uma jovem médica, Lúcia, que o ama, que adivinhou o que esse jogo esconde, e que, com espontaneidade, seguindo a voz do coração, sabe como se deve lidar com os doentes e com os doentes em potência que nós somos. Do prefácio (André Bay) -
Minas de San FranciscoAs terras eram férteis, mas o tempo era de escassez e de sangramento da esperança. O tempo que nos é contado é o do pós- Segunda Guerra Mundial, num país ainda mergulhado em pobreza e parcos sonhos. É a narrativa de um lugar que aos nossos olhos parece remoto, mas que reflete exemplarmente o que era um país feito da soma de lugares remotos, sedentos de esperança e de dignidade. Este é o lugar para onde nos transporta Fernando Namora. Deste Minas de San Francisco, um dos mais imprescindíveis dos seus livros, levamos um murro no estômago e saímos com um banho de humanidade. In Prefácio de Mariza Matias -
Fogo na Noite Escura«E nessas tradições e circunstancias que se insere Fogo na Noite Escura, sujeito as restrições a que obrigam um espaço e um tempo romanescos coerentes — sem esquecer os cuidados, artifícios e disfarces que a existência da Censura impunha, para evitar a apreensão do livro, reduzindo muitos acontecimentos e analises a simples alusões. Mesmo assim, Fogo na Noite Escura foi ameaçado de proibição, ameaça essa concretizada, alias, muitos anos depois, embora transitoriamente. A localização do romance na Coimbra dos últimos anos da década de 30, no meio estudantil e a sua margem, dá‑lhe as fronteiras da antiga Alta, arrasada pouco depois pelo camartelo salazarista.» «Fogo na Noite Escura conserva uma atualidade histórica flagrante [...] e uma dimensão existencial muito mais profunda do que aquela que se lhe poderia supor no momento em que surge (1943). É esta a prova a que só resistem as obras amalgamadas com verdade humana e arte: as sucessivas leituras através dos tempos e, principalmente, através da perspetiva dada pelas obras posteriores do seu autor.» NELLY NOVAES COELHO -
Retalhos da Vida de Um MédicoRetalhos da Vida de Um Medico e um conjunto de cronicas fundamentalmente acerca da vivencia de Fernando Namora na sua atividade profissional enquanto medico de provincia. Retalhos da Vida de Um Medico foi adaptado ao cinema por Artur Ramos.Ver por dentro: -
O Rio Triste«Talvez O Rio Triste seja o mais polifonicamente ambicioso e [...] o mais arrebatadoramente conseguido de quantos romances Fernando Namora [...] escreveu.»David Mourão-Ferreira «Um romance que nos fala de tudo, desde o amor, a morte, os problemas políticos da guerra colonial, da emigração, da resistência, até aos mais íntimos meandros da criação literária, ultrapassando, no entanto, os temas para nos falar deles de todas as maneiras, indo da rede épica mais clássica ? o enigma policial ? à pura poesia, como nas cartas de Marta e nas páginas do diário de Cecília.»Roxana EminescuVer por dentro: -
Domingo à TardeA personagem central de Domingo à Tarde é, pois, como seria de prever, um médico; desde logo, trata‑se de uma personalidade desagradável, irascível, cínica, imbuída de si mesma, o que é agravado pelo facto de pertencer ao serviço mais indesejado do seu hospital, o das doenças malignas [...] Os pacientes de Jorge, ao termo desta experiência, não serão mais mortos‑vivos, incuráveis, mas vivos condenados à morte, como, afinal, todos nos deveremos sentir.Esta história exemplar de amor e de morte poderia parecer extrema, mas não o é; o próprio jogo do ambiente, das rivalidades, das ambições, das rotinas, atua sobre o comportamento de Jorge.A seu lado, move‑se uma jovem médica, Lúcia, que o ama, que adivinhou o que esse jogo esconde, e que, com espontaneidade, seguindo a voz do coração, sabe como se deve lidar com os doentes e com os doentes em potencia que nos somos.Do prefácio (André Bay) -
Cidade SolitáriaCidade Solitária propõe-nos, entre outras coisas, uma vasta teia de solidões, silêncios cheios de coisas não ditas, personagens que «rosnam apenas», figuras que se parecem com «hóspedes longínquos», «pedaços de frases suspeitas», gente que pensa que «as palavras (são) um risco», «as pessoas [...] um deserto», personagens que se aproximam «em bicos dos pés», «mãos vazias», «atividade(s) [que são] um logro», segredos que ocultam «a falta de limpidez, de espontaneidade nas relações com os demais», percursos, vidas que concluem: «não confies», destinos envolvidos num «frio medular», enfim, colhendo quase ao acaso, aqui «um homem que, friorento [...] ocupava mais espaço do que os outros lhe haviam destinado», ali um outro que «comia cercado de sombras do passado»... Um inventário de lapsos, de falhas, de silêncios, de desconfianças, de segredos, de conjuras. Do PrefácioEugénio Lisboa -
Cidade SolitáriaCidade Solitária propõe-nos, entre outras coisas, uma vasta teia de solidões, silêncios cheios de coisas não ditas, personagens que «rosnam apenas», figuras que se parecem com «hóspedes longínquos», «pedaços de frases suspeitas», gente que pensa que «as palavras (são) um risco», «as pessoas [...] um deserto», personagens que se aproximam «em bicos dos pés», «mãos vazias», «atividade(s) [que são] um logro», segredos que ocultam «a falta de limpidez, de espontaneidade nas relações com os demais», percursos, vidas que concluem: «não confies», destinos envolvidos num «frio medular», enfim, colhendo quase ao acaso, aqui «um homem que, friorento [...] ocupava mais espaço do que os outros lhe haviam destinado», ali um outro que «comia cercado de sombras do passado»... Um inventário de lapsos, de falhas, de silêncios, de desconfianças, de segredos, de conjuras. Do PrefácioEugénio Lisboa
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.