Edwige, a Inseparável
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Eis uma história de um amor que se rememora. O livro abre-se numa ode ao quotidiano, às
pequenas coisas, aos pequenos gestos, aos rituais que formam um casal e uma vida. Tudo se
torna sublime neste amor sem fim em estado nascente, tudo se transcende através do amor
mútuo: o café da manhã, a rega das flores, a música no carro, o mercado. Sem cessar, os
dois enamorados escrevem pequenas palavras um ao outro, oferecem-se pequenos desenhos que
o livro nos mostra. Edgar Morin pinta-nos o retrato da sua amada: uma mulher fascinante,
marcada por dolo?rosas experiências, uma mulher ainda criança que vive no seu mundo
imaginário construído para suportar a realidade, uma mulher intuitiva, e por vezes
telepata, recusando que um psicólogo surja na sua vida para lhe violar os segredos do seu
ser. O retrato de um ser complexo a ser amado até à exaustão, e é assim que Edgar Morin a
ama. Esta história de amor não foi simples, no início: muitos atrasos, encontros falhados,
porém cruzam-se inúmeras vezes no caminho que fazem. No entanto, ao fim de dezassete anos,
de várias falsas partidas, de outras relações e uniões de ambos, reencontram-se porque
esse era o seu destino. Anos e anos de felicidade absoluta, por fim a doença e a morte e,
para Morin, o luto impossível daquela que irrigava a sua vida, ainda simultaneamente
presente e ausente. É este luto que o autor nos conta, dia a dia, durante um ano,
dando-nos a possibilidade de sentir esses momentos lancinantes em que a mínima coisa se
torna emocional, gera o caos.Um livro marcante, escrito de forma soberba, fascinante,
cheia de amor. Uma magnífica descoberta do que é o verdadeiro amor que se sente, vive e
cultiva até nas idades mais avançadas. Uma obra que é um verdadeiro prazer de leitura,
mesmo quando as lágrimas de emoção nos toldam os olhos.
| Editora | Instituto Piaget |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Instituto Piaget |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Edgar Morin |
Edgar Morin
Nascido em Julho de 1921, vive em Paris, resistiu ao nazismo e depois ao estalinismo, ator político independente, é sociólogo do contemporâneo, iniciador do pensamento complexo, é hoje diretor emérito de Investigação no CNRS, onde preside ao Comité Científico Ciências e Cidadãos. É presidente da Agência Europeia para a Cultura (UNESCO), presidente da Associação para o Pensamento Complexo, membro fundador da Academia da Latinidade, co-diretor da revista Communications. É investigador e membro honorário do Instituto Piaget, que lhe outorgou, em Abril de 2002, o Prémio Poética do Pensar. As Edições Piaget já publicaram, da sua autoria: «Introdução ao Pensamento Complexo».
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Amor, Poesia, Sabedoria«Nesta época de liberalismo exacerbado, morosidade social e futuro incerto este trabalho de Edgar Morin surge a propósito. Não que o autor pretenda desenhar os contornos de uma sociedade idealizada, onde cada um, como que por encanto, encontra uma alegria de viver, mas porque a ideia de que a vida se possa resumir à prudência, à organização excessiva das coisas e à certeza, dá ao autor o inesperado desejo de discutir com os paladinos da racionalidade. Amor, Poesia, Sabedoria é uma síntese simplificada de uma certa concepção do caminho do homem. Se não existir sentido é necessário procurar as razões num amor incerto e numa poesia que teima em não se exprimir.» Le Monde Diplomatique «Enquanto, por todo o lado, não cessa a enumeração de crimes, Edgar Morin surge pensando em flores e em palavras doces, sonha com a criança que se vincula à mãe, comove-se com os seus periquitos, que, na sua gaiola, se beijocam como os namorados de Brassens nos seus queridos bancos públicos. Perante o «desfraldar da hiperprosa» que é a uniformização da dor, não estará Edgar Morin a demonstrar um enorme interesse em reanimar um ramo de flores que se julgava murcho? Amor, Poesia e Sabedoria , segundo o autor, precedem de um mesmo fundo da vida sentimental, desse terreno obscuro, vizinho do nosso espírito que pensa. A razão contra a paixão? A sabedoria mais que loucura? É loucura ser demasiado razoável. Morin nesta obra demonstra como tudo se troca e se comunica numa dialógica permanente e que a palavra transporte, outrora tinha um significado muito melhor, pois significava a respiração amorosa, isto, claro, antes de a civilização moderna lhe atribuir exclusivamente as emanações de hodrocarbonetos. Após a leitura destas belíssimas e tocantes meditações tiraremos por lição que viver é sentir a vida.» Nouvel Observateur -
O Meu CaminhoEsta obra apresenta o caminho de um Homem: Edgar Morin. Neste caminho encontramos o pensamento que se formou e que produziu a sua obra. Um caminho feito pela curiosidade, pelo questionamento permanente, por uma inseparável ligação entre a vida e a obra, pela gestação lenta do pensamento complexo. No entanto, um caminho percorrido de forma descontínua com recomeços e renascimentos a todos os dez anos. Uma obra apaixonante onde Edgar Morin nos revela, sem dissimular emoções e paixões, o seu caminho, a sua experiência de vida, amor, poesia, velhice e morte. Nascido, em 1921, de uma família de nacionalidade italiana, com ascendência judeo-espanhola, a adolescência de Edgar Morin foi marcada pela escalada do nazismo, os processos estalinistas de Moscovo, a marcha contra a guerra. Aos vinte anos, sob a Ocupação, entra para o Partido Comunista e para a Resistência gaullista. Após a guerra, o seu caminho continuará a ser o da resistência ao estalinismo, à guerra da Argélia, contra todas as barbáries que assolam o mundo da sua existência. -
O Ano I da Era Ecológica«Foi na Califórnia, em 1969-1970, que alguns amigos cientistas na Universidade de Berkeley me despertaram para a consciência ecológica. Três décadas mais tarde, depois do mar Aral ter secado, da poluição do lago Baikal, as chuvas ácidas, a catástrofe de Chernobyl, a contaminação das placas freáticas, o buraco do ozono na Antártica, o furacão Katrina em Nova Orleães, a urgência é maior que nunca». EDGAR MORIN «Os cientistas, como os poetas, demostram que as trajetórias da natureza e da humanidade são indissociáveis, que a nossa comunidade de origem é idêntica à nossa comunidade de destino [ ] Saint-Exupéry escreveu: não existem soluções, mas forças. Criemos as forças e as soluções surgirão. Possuímos utensílios extraordinários para erradicar a fome e salvar a Terra. O que nos falta é uma vontade comum». NICOLAS HULOT -
Introdução ao Pensamento Complexo«Adquirimos conhecimentos extraordinários sobre o mundo [...] e, no entanto, por todo o lado, erro, ignorância, cegueira progridem simultaneamente com os nossos conhecimentos». Assim começa a Introdução ao Pensamento Complexo, esta pequena «grande» obra de Edgar Morin.Mas onde Adorno e Heidegger concluíam que a «Razão é Totalitária» e balanceavam num «pessimismo descontrolado» face à razão, Morin oferece a ideia exactamente contrária, «uma tomada de consciência radical é-nos necessária» porque «estes erros, ignorâncias, cegueiras e perigos têm uma característica comum que resulta de um modo de organização do conhecimento mutilante, incapaz de reconhecer e aprender a complexidade do real».É a esta «tomada de consciencia radical», a esta nova «organização do conhecimento», que permite apreender o mundo e a «complexidade do real», que Edgar Morin se dedica há mais de 40 anos, conforme o comprovam as suas inúmeras obras.Mas Edgar Morin é um dos raros autores que atacou frontalmente as questões do método que permitem repensar o mundo de hoje com os instrumentos intelectuais do presente. E é neste enquadramento que é necessário colocar a presente reedição desta Introdução ao Pensamento Complexo.Esta obra, imprescindível, permite lembrar três pontos importantes. Primeiro, que uma teoria do conhecimento é sempre uma teoria da sociedade, que uma das questões centrais das ciências continua a ser a do «problema da organização do conhecimento». Segundo, que o pensamento complexo, mesmo inacabado - sobretudo porque não é acabado - é um elemento fundamental na actual refelxão sobre os nossos sistemas de pensamento. Por fim, apesar da dificuldade deste trabalho de reflexão sobre o mundo, somos capazes de o fazer bem. Como diz Edgar Morin, de forma bela, «estamos condenados ao pensamento incerto, a um pensamento crivado de buracos, a um pensamento que não tem fundamento algum de certeza. Mas todos somos capazes de pensar nestas condições dramáticas». -
La Fraternité. Pourquoi ?"Liberté, égalité, fraternité" ces trois termes sont complémentaires, mais ils ne s'intègrent pas automatiquement les uns aux autres : la liberté, surtout économique, tend à détruire l'égalité , imposer l'égalité est une atteinte à la liberté. Donc le problème est de savoir les combiner. On peut édicter des lois qui assurent la liberté ou qui imposent l'égalité, mais on ne peut imposer la fraternité par la loi. Elle doit venir de nous. Il nous faut associer et combiner liberté et égalité, quitte à faire des compromis entre ces deux termes, et susciter, éveiller ou réveiller la fraternité. La reconnaissance de notre humanité commune et le respect de ses différences sont les bases sur lesquelles pourrait se développer la fraternité entre tous les humains face à notre destin commun dans une aventure commune. Ce sont dans des oasis, lieux d'une économie solidaire, de dépollution et de détoxification des vies, lieux de vie meilleure que nous pourrons imaginer des lieux de solidarité. Nous devons créer des îlots de vie autre, nous devons les multiplier. Si la régression se poursuit, ils seront des lieux de résistance fraternelle. Et si apparaissent les lueurs d'une aurore, ils seront les points de départ d'une fraternité plus généralisée dans une civilisation réformée. -
Os Meus DemóniosTodos os seres humanos têm os seus demónios. São entidades espirituais ao mesmo tempo interiores e superiores a nós, a quem obedecemos sem saber. Donde vêm? Por têm tanto poder sobre nós? Que fazem de nós e que fazemos nós deles? Poderão modificar-se e até transformar - se através da experiência de vida? Quis reconhecer os demónios que ocuparam e animaram o meu espírito e que me diferenciaram sem que tenha procurado singularizar-me. Quis em todos os casos remontar à sua origem, ver como se formaram, como se transformaram e me transformaram. No final deste livro, tento reconhecer os erros a que eles me conduziram, as verdades a que permaneço fiel e, doravante capaz de dialogar com eles, assumo-os de forma consciente. Simultaneamente confissão e credo, Os Meus Demónios é inclassificável. É o livro de um escritor, de um historiador, de um pensador, um livro que se esforça por tratar do seu próprio autor, das suas experiências na sua época, do pensamento complexo a que deu origem. Nele encontramos a visão do sociólogo preocupado com os acontecimentos presentes, do antropólogo atento ao mito e ao imaginário, e do autor de O Método, para quem a complexidade se tornou o desafio que deve ser enfrentado pelo espírito humano. -
Um Ano Sísifo: Diário de um Fim de SéculoUm ano sísifo na história de um planeta cujas esperanças se voltam a perder e onde tudo parece dever recomeçar do zero. Um ano sísifo na vida de um homem em que todas as resoluções para reformar a sua vida se desmoronam e em que deve retomá-las do zero.Os acontecimentos e problemas do ano surgem não somente dos ecrãs de televisão e das páginas impressas mas também através das vivas discussões entre amigos, como nos encontros e colóquios internacionais onde Edgar Morin aborda por vezes a história. Impelido pela sua curiosidade, ele nota mil detalhes da vida quotidiana e arrola informações de todos os horizontes, passando dos seus passatempos ou do prazer de uma refeição aos grandes problemas planetários, da dor de uma morte próxima ao divertimento com as pequenas futilidades.Este diário em caleidoscópio é também, e ao mesmo tempo,o espelho dos acontecimentos do mundo e daquele que os interpreta. -
Sociologia - A Sociologia do Microssocial ao MacroplanetárioA sociologia deve assumir simultaneamente uma vocação científica e uma vocação ensaística. O sociólogo deve assumir as duas culturas nas quais participa: a cultura científica e a cultura humanista (filosófica e literária) e deve revelar o desafio da separação e do antagonismo entre as duas culturas. Por aí mesmo poderia desempenhar um papel-chave na tão necessária comunicação interfecundação entre essas duas culturas.»Edgar Morin propõe-nos, nesta sua obra, revista e aumentada, um pensamento sociológico que restaure uma organização, ressuscite a reflexão sobre os grandes problemas antropossociais e que, ao mesmo tempo, confronte a realidade do presente, a vida dos acontecimentos, a complexidade dos fenómenos, a Humanidade do quotidiano. Esta «soma sociológica» ilustra e defende uma concepção complexificada da sociologia. -
Repensar a Reforma Reformar o Pensamento - A cabeça bem Feitaqui é preconizado reformar o pensamento para reformar o ensino e reformar o ensino para reformar o pensamento. No sentido da reforma do pensamento, Edgar Morin propõe os princípios que permitiriam seguir a indicação dada por Pascal: «tenho por impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, bem como conhecer o todo sem conhecer as partes...». Estes princípios conduzem muito para além de um conhecimento fragmentado, o qual, tornando invisíveis as interações entre um todo e as suas partes, quebra o complexo e oculta os problemas essenciais; conduzem igualmente para além de um conhecimento que, apenas vendo globalidades, perde o contacto com o particular, o singular e o concreto. Estes princípios conduzem ao remediar da funesta desunião existente entre o pensamento científico, que desassocia os conhecimentos e não reflete sobre o destino humano, e o pensamento humanista, que ignora as aquisições das ciências que podem alimentar as suas interrogações sobre o mundo e a vida. Daí a necessidade de uma reforma do pensamento, que, no que diz respeito à nossa aptidão para organizar o conhecimento, permitiria a união de duas culturas divorciadas. Logo, poderiam reaparecer as grandes finalidades do ensino que deveriam ser inseparáveis: suscitar uma cabeça bem feita, mais do que bem cheia, ensinar a condição humana, iniciar a viver, enfrentar a incerteza, aprender a tornar-se cidadão. -
A Via - Para o Futuro da HumanidadeNesta obra Edgar Morin responde à seguinte questão: será que estamos a caminhar para uma cadeia de desastres? Para respondê-la, dividiu o livro em quatro análises: a regeneração das relações sociais; as bases da democracia cognitiva, da reforma da educação, da formação de intelectuais; os problemas quotidianos; e as reformas morais necessárias. É marcante a melancolia do investigador que tendo analisado, durante toda a sua vida, a caminhada da humanidade na direção de um provável abismo, não estará vivo para assistir ao desastre. É também marcante, em toda a obra, a existência de uma esperança onde vai buscar a sua força, esperança essa que se nutre de desesperança. E, assim, Edgar Morin continua enriquecendo a sua teoria de uma "antropolítica". O que poderia parecer a ingenuidade do óbvio transforma-se no assunto principal, obsessivo e imensamente complexo. Ao longo do livro, Morin empreende uma análise do possível e uma indicação de caminhos próximos da utopia. Conflitos étnicos, religiosos, políticos. Instabilidade económica. Degradação da biosfera. Derrocada das sociedades tradicionais e, ao mesmo tempo, da modernidade. Para Morin, é este o cenário atual. Uma época de inúmeras e infinitas crises, cujos responsáveis diretos são a mundialização, a ocidentalização e o desenvolvimento. Ao longo do livro, o pensador procura traçar A Via para a reestruturação de práticas e pensamentos coletivos na sociedade, algo possível apenas quando se assume a metamorfose como meta prioritária, utopia realizável, sonho possível
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
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