Geração Africana
Este trabalho parte da noção de que a arquitectura e o urbanismo de raiz portuguesa, afirmados ao longo do século XX – e que têm merecido amplo estudo na área europeia e ibérica, nos anos mais recentes – só serão completa e coerentemente entendidos se for estudada a sua presença e paralela afirmação nas áreas ultramarinas. Escolhendo os territórios de Angola e de Moçambique – os mais significativos no tempo considerado, entre as várias áreas ex-coloniais –, o presente ensaio pretende constituir um primeiro contributo para aquele estudo, que se deseja venha a ser cada vez mais global. É também importante referir que se entende e interpreta aqui o “Século XX” como tendo, no contexto português, o seu verdadeiro ou efectivo início após a I Guerra Mundial, aproximadamente no dealbar do segundo quartel de novecentos. Por outro lado, este estudo incide sobretudo na fase histórica até 1975 – ou seja, até ao tempo das independências dos espaços africanos considerados – pois obviamente se trata aqui de analisar a temática urbano-arquitectónica de raiz, influência e contexto cultural português, aspecto que se transforma totalmente depois dessa data.
Desta forma, falar do tema arquitectura-urbanismo na “África Portuguesa” é sobretudo falar do meio século situado entre 1925 e 1975. Na presente obra faz-se a articulação da informação histórica, publicada ou inédita, com dados mais recentes, e com uma recolha oral e audiovisual fruto de testemunhos directos procurando organizar uma reflexão e uma primeira síntese sobre essa documentação e esses testemunhos. É ainda necessário referir e justificar que o entendimento do presente estudo é o de articular a experiência urbana e urbanística com a obra e a prática arquitectónicas – tanto mais que muitos dos profissionais envolvidos e aqui referidos trabalharam nos dois campos em simultâneo – pois entendemos aqueles dois campos de criação e de conhecimento como complementares, indissociáveis e, num certo sentido, interactivos.
| Editora | Livros Horizonte |
|---|---|
| Coleção | Obras de Arte |
| Categorias | |
| Editora | Livros Horizonte |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Manuel Fernandes |
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Arquitectura Modernista em Portugal«É intenção desta publicação divulgar os aspectos gerais da arquitectura chamada 'modernista' em Portugal. Termo ambíguo ou, pelo menos, vago, vemo-lo aplicado, por exemplo, em Espanha à produção arquitectónica dos princípios de Novecentos, que entre nós se confundiria com a ligada à 'arte nova' ou à de 'princípio de século'; vemo-lo também aplicado em Portugal, nos campos das outras artes visuais, às obras de um Amadeo ou de um Almada (e mesmo, na literatura, às intervenções de Sá Carneiro ou de Pessoa); porque, se houve um movimento cultural 'modernista' nas nossas artes e letras dos anos 10 e 20, a arquitectura terá, no essencial, permanecido arredada dessa gesta, desfasamento que só foi superado a partir dos anos 30.»José Manuel Fernandes -
Igrejas do Século XX: Arquitecturas na Região de LisboaA presente obra, centrada naturalmente num olhar arquitectónico e na dimensão estética e histórica das peças analisadas, não deixou de ter em conta os aspectos de articulação, como os da componente funcional religiosa, os das obras de arte complementares, ou ainda os da relação com os contextos urbanos e com as outras funções dos espaços arquitectónicos. -
Luso AfricanaSaudamos este verdadeiro florescimento, por muitos autores e estudiosos, arquitectos sobretudo, da divulgação documentada e actualizada sobre as obras arquitectónicas, as povoações, vilas e cidades erigidas, e os arquitectos que nelas construíram ou planearam, nos territórios que constituíam a chamada África Colonial Portuguesa, até 1975. Olhando na perspectiva de hoje - como poderia ser de outro modo? - efectivamente, estes espaços, totalizando milhões de quilómetros quadrados, entre ilhas e costas, rios e montanhas, planaltos e lagos, foram a parte substancial de muita da vida colectiva da comunidade portuguesa, em todos os seus estratos sociais e profissionais, ao longo de séculos... com um especial protagonismo nos últimos 150 anos, quando urbes e obras concretas foram levadas a cabo, com marcado sucesso... -
Liberdade e InformaçãoA liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são valores que, mesmo consagrados formalmente como direitos universais do Homem, continuam a ser objecto de vivas controvérsias. Entre a tradição de não intervenção das autoridades públicas iniciada com a aprovação da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos e a defesa da necessidade do olho vigilante de entidades reguladoras, são também duas escolas de pensamento que se confrontam. Num tempo em que as empresas de media tradicionais enfrentam enormes dificuldades e desafios, importa defender o jornalismo profissional e independente, até porque este desempenha um papel central no equilíbrio dos sistemas de pesos e contrapesos e de governo limitado que caracterizam as democracias modernas. -
Liberdade e Informação (Cartonado)A liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são valores que, mesmo consagrados formalmente como direitos universais do Homem, continuam a ser objecto de vivas controvérsias. Entre a tradição de não intervenção das autoridades públicas iniciada com a aprovação da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos e a defesa da necessidade do olho vigilante de entidades reguladoras, são também duas escolas de pensamento que se confrontam. Num tempo em que as empresas de media tradicionais enfrentam enormes dificuldades e desafios, importa defender o jornalismo profissional e independente, até porque este desempenha um papel central no equilíbrio dos sistemas de pesos e contrapesos e de governo limitado que caracterizam as democracias modernas. -
7 Anos de LisboaNa continuidade das duas colectâneas anteriores (“Lisboa, Arquitectura e Património” e “Lisboa em Obra(s)”, editadas por Livros Horizonte), José Manuel Fernandes organiza uma “memória” recente dos temas relacionados com a Arquitectura, o Património e o Urbanismo em Lisboa, entre 1997 e 2005. Este livro é constituído, sobretudo, por uma compilação de textos escritos pelo autor para o jornal “Expresso”, textos esses com origem muitas vezes em polémicas ocorridas, quer por ameaça de destruição de edifícios (com valor histórico e arquitectónico) quer pelo aparecimento de espaços qualificados, arquitectónicos ou urbanos, em Lisboa. Numa visão geral destes sete anos que a leitura dos textos permite, realçam-se temas urbanísticos como a Expo 98, as questões da Baixa e do Chiado (e da degradação/recuperação do centro de Lisboa) e a evolução de alguns bairros da capital, do Bairro Azul a Campo de Ourique. Destacam-se também assuntos de âmbito arquitectónico, como a ameaça ou o real desaparecimento dos edifícios dos últimos cinemas (São Jorge, Olímpia, Odeon, Europa…). Há, contudo, espaço ainda para os aspectos positivos como a recuperação de edifícios “vulgares”, no quadro do prémio RECRIA, ou de arquitecturas mais luxuosas, como a do palacete Valle Flor. -
Cidades e ArquitecturasDécada e meia de viagens de estudo, trabalho ou simples passeio levaram o autor aos mais diversos locais do mundo, entre mares, ilhas e continentes; através dessas viagens pôde conhecer e comparar inúmeras cidades e as suas arquitecturas, antigas ou modernas, construídas anonimamente ou por arquitectos consagrados. Descrever e analisar o espaço urbano e as obras nele construídas, comparar as cidades e as suas arquitecturas, constitui desde sempre um exercício empolgante, pois deste modo podem-se compreender aspectos das culturas envolvidas, as suas características profundas, até mesmo os contrastes civilizacionais que elas enfrentam, num tempo de desenvolvimento tão extraordinário como contraditório. -
Lisboa em ObrasEste livro apresenta uma colectânea de textos publicados na sua maioria em jornais e publicações diversas. Os temas fundamentais desta abordagem são os do urbanismo, da arquitectura e do património construído, centrados na cidade de Lisboa. São assim referidos e analisados temas concretos, conceitos e questões gerais ou acontecimentos "jornalísticos", que pela actualidade ou pertinência de que continuam revestidos, surgem como apelativos, numa edição conjunta e agora ordenada em livro. Os temas da obra apresentam-se agrupados em sete capítulos principais: A Cidade - Visões; História(s); O Velho Centro; As Novas Periferias; Lisboa Oriental; Arquitectos e Obras; Ecologia e Património. -
Três Modernistas"Três Modernistas — Arquitetura do Modernismo em Portugal: Uma Síntese e Alguns Autores", de José Manuel Fernandes, apresenta uma análise da arquitetura modernista em Portugal reconhecendo a importância do legado dos seus principais autores, não só para o Modernismo como «no significado histórico do seu papel na arquitetura portuguesa, quer no ensino, quer na divulgação da arquitetura do seu tempo.»Pela amplitude e impacto da obra produzida no panorama arquitetónico português do século XX, o presente estudo destaca e compara: Luís Cristino da Silva, Carlos Chambers Ramos e Jorge de Almeida Segurado, não deixando de abordar Pardal Monteiro e Cassiano Branco.O presente estudo é acompanhado, página a página, por um registo iconográfico de excelência — sobres-saindo a produção fotográfica de Ana Janeiro — contribuindo para a divulgação e estudo do trabalho e empenho daqueles que colocaram a sua arte ao serviço da cultura e da história nacional. -
Angra do HeroísmoAngra é uma cidade atlântica, que se ergue em suave declive sobre o oceano na costa sul da ilha Terceira. Nesta monografia, o autor descreve a sua lenta estruturação e a forma como, organicamente, foi crescendo ao longo dos séculos, recorrendo à comparação com outras cidades portuguesas e ultramarinas para melhor discernir o que em Angra é único. O autor leva-nos a visitar sítios históricos e antigos como o monumento à Memória, no sítio do Outeiro, onde outrora existiu um Castelo, ou os fortes que defenderam as ilhas de invasores vários (o de São Sebastião, o de S. João Baptista), e também igrejas e conventos de fachadas imponentes (como a Sé, o vasto conjunto do colégio jesuíta, a Igreja da Misericórdia) ou edifícios civis mais recentes como os Correios e o Banco Português do Atlântico, e conduz-nos por ruas e praças a descobrir elegantes palacetes e casas solarengas ou saboreando a singela comunicabilidade das casas populares tradicionais e dos "impérios", essas pequenas e características ermidas dedicadas ao culto do Espírito Santo. Mas a riqueza arquitectónica e cultural de Angra do Heroísmo excede sempre tudo aquilo que se possa dizer dela.
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Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Esgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.

