História e Ideologia: uma polémica novecentista
Maria de Fátima Bonifácio, uma das historiadoras contemporâneas mais conceituadas, aborda neste livro o liberalismo português tal como ele se apresentava na sua génese, na primeira metade do século XIX. Em particular, estuda a oposição protecionismo versus livre-cambismo, o papel central das relações luso britânicas na política económica externa de Portugal, as contradições entre Porto e Lisboa neste contexto, etc. Baseando-se na investigação mais profunda de sempre sobre o tema e detentora de um estilo fluido e acessível, a autora traz nova e definitiva luz ao contexto socioeconómico português num dos séculos mais conturbados e marcantes da nossa história. À época em que foi publicado pela primeira vez, este livro afrontou deliberadamente a ortodoxia marxista que dominava este campo temático.
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O Primeiro Duque de Palmela«A estadia de Palmela em Londres, que durou até 1820, não serviu apenas para o consagrar como um actor no palco europeu. Foi então que fez verdadeiramente a sua educação política, profundamente influenciada pelo modelo inglês, que Palmela tanto gostaria de ver implantado em Portugal, embora tivesse a noção de que um abismo separava as duas sociedades. No entanto, conservou sempre uma predilecção por aquele mundo político que se coadunada com a sua inclinação instintiva para o consenso, a conciliação, o gradualismo e o meio-termo.» -
António Barreto - Política e Pensamento«António Barreto é frequentemente apresentado como um «senador do regime». Ao longo de anos e décadas, foi acumulando uma extraordinária experiência e uma invulgar sabedoria, continuando a impor-se no palco nacional por mérito próprio - pela sua independência tranquila, a respeitabilidade da sua pessoa, a autoridade das suas palavras esclarecedoras, o seu juízo sólido, maduro, equilibrado, quase sempre dissonante do mainstream ou das «ideias recebidas»; quase sempre crítico do poder. Retirou-se muito cedo da vida política activa (1991), com 49 anos. Chegou talvez alto demais cedo demais: aos 34 anos já era ministro (e antes disso já fora secretário de Estado). Esta precocidade, porém, não desfaz o paradoxo que tanta gente de há muito estranha. António Barreto tinha tudo para ser tudo o que há para ser em Portugal. E não foi. Porquê? Este livro pretende fornecer uma explicação satisfatória para um fenómeno que permanece singular, misterioso, intrigante.» -
Fora da Circunstância: ensaios polémicos sobre grandes questões da actualidade«Reúno neste livro alguns ensaios inéditos bem como uma série de textos que escrevi desde 1990 até ao presente. São hoje textos fora da circunstância em que na altura os escrevi, ou porque pretendia intervir sobre a actualidade, ou porque me surgiram num dado momento da minha evolução intelectual. Creio, porém, que todos eles abrem ou reabrem polémicas que estão longe de ter sido encerradas – se é que alguma vez o serão.»Maria de Fátima Bonifácio in "Introdução"Ensaios sobre o populismo, o federalismo europeu, a Direita em Portugal, o futuro do capitalismo, as relações Portugal-Angola, e outros temas fracturantes. -
A Monarquia Constitucional - 1807 - 1910Com o pronunciamento militar de 1820, legitimado pelas novas teorias políticas que afirmavam residir no povo (ou na nação) a fonte única da soberania; que concebiam o poder como um contrato entre governantes e governados; e que viam naqueles uma espécie de delegados destes, a revolução inaugurou-se em Portugal: entrou em cena o mais vigoroso agente da história do século XIX português. Ela será portanto o assunto central deste livro -
D. Maria IID. Maria II nasceu no Rio de Janeiro, em 1819, e morreu em Lisboa, em 1853. Do seu casamento com D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha resultaram onze filhos, dos quais sete sobreviveram, tendo o parto do último ocasionado a morte da rainha. Subiu ao trono em Setembro de 1834, no final da guerra civil entre liberais e absolutistas. Tinha apenas quinze anos, e do mundo apenas conhecia os palácios dos reis e dos príncipes. Sem nenhuma experiência política, viu-se de imediato a braços com a luta entre facções divididas por antagonismos ideológicos e ambições rivais. Herdou um reino minado pela revolução, e confiou resolutamente no homem que lhe prometeu vencê-la e mantê-la vencida. No dia em que morreu, D. Fernando, devastado pelo desgosto, recordou-a como «a melhor das mães e o modelo das esposas». -
Um Homem Singular ? Biografia política de Rodrigo da Fonseca MagalhãesRodrigo da Fonseca Magalhães foi um dos mais importantes políticos liberais portugueses e primeira figura do movimento da Regeneração. Embora seja praticamente desconhecido, ele é um dos maiores nomes deste período, tendo sido reconhecido pelos seus contemporâneos como um político de referência com uma obra quase tão importante como a de Fontes Pereira de Melo. Este livro é o resultado de uma investigação de vários anos de Maria de Fátima Bonifácio e apresenta o retrato completo da figura e da obra de Rodrigo da Fonseca Magalhães, espelhando bem como ele foi Um Homem Singular.Ver por dentro: -
O Primeiro Duque de PalmelaBiografia do grande político e diplomata português do século XIX.«A estadia de Palmela em Londres, que durou até 1820, não serviu apenas para o consagrar como um actor no palco europeu. Foi então que fez verdadeiramente a sua educação política, profundamente influenciada pelo modelo inglês, que Palmela tanto gostaria de ver implantado em Portugal, embora tivesse a noção de que um abismo separava as duas sociedades. No entanto, conservou sempre uma predilecção por aquele mundo político que se coadunada com a sua inclinação instintiva para o consenso, a conciliação, o gradualismo e o meio-termo.»Maria de Fátima Bonifácio é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1977) e doutorada com agregação, também em História, pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa. Tem colaborado em diversos diversos órgãos de comunicação social, como por exemplo os jornais Público e Observador e a revista Atlântico. É autora de várias obras, entre as quais A Monarquia Constitucional (1808-1910) e Um Homem Singular e transcreveu, prefaciou e editou as Memórias do Duque de Palmela, que mereceram uma Menção Honrosa do Júri do Prémio Grémio Literário 2011.Ver por dentro: -
António Barreto - Política e Pensamento«António Barreto é frequentemente apresentado como um «senador do regime». Ao longo de anos e décadas, foi acumulando uma extraordinária experiência e uma invulgar sabedoria, continuando a impor-se no palco nacional por mérito próprio - pela sua independência tranquila, a respeitabilidade da sua pessoa, a autoridade das suas palavras esclarecedoras, o seu juízo sólido, maduro, equilibrado, quase sempre dissonante do mainstream ou das «ideias recebidas»; quase sempre crítico do poder.Retirou-se muito cedo da vida política activa (1991), com 49 anos. Chegou talvez alto demais cedo demais: aos 34 anos já era ministro (e antes disso já fora secretário de Estado). Esta precocidade, porém, não desfaz o paradoxo que tanta gente de há muito estranha. António Barreto tinha tudo para ser tudo o que há para ser em Portugal. E não foi. Porquê ? Este livro pretende fornecer uma explicação satisfatória para um fenómeno que permanece singular, misterioso, intrigante.»Ver por dentro: -
Um Homem SingularRodrigo da Fonseca Magalhães foi um dos mais importantes políticos liberais portugueses e primeira figura do movimento da Regeneração. Embora seja praticamente desconhecido, ele é um dos maiores nomes deste período, tendo sido reconhecido pelos seus contemporâneos como um político de referência com uma obra quase tão importante como a de Fontes Pereira de Melo. Este livro é o resultado de uma investigação de vários anos de Maria de Fátima Bonifácio e apresenta o retrato completo da figura e da obra de Rodrigo da Fonseca Magalhães, espelhando bem como ele foi Um Homem Singular. -
A Republicanização da Monarquia - Perceber o século XIX Português - 1807-1880Num século tão conturbado como foi o século XIX, a evolução política de Portugal foi marcada por um conflito insanável entre o radicalismo e o liberalismo, conflito esse que o demo-liberalismo europeu do século XX parcialmente resolveu sem, no entanto, erradicar por completo a tensão que ainda hoje em dia vem ao de cima nas nossas democracias liberais, onde se degladiam as forças à esquerda adeptas do estatismo, e as que ao centro pugnando por um Estado menos invasivo, reivindicando a liberdade individual, e portanto os direitos da iniciativa privada com o seu respectivo corolário, a meritocracia. O mundo conservador, aristocrático e rural, foi silenciado, só reaparecendo na política oficial e constitucional em Portugal na primeira metade do século XX. Nas últimas décadas do século XIX, o radicalismo revelou o seu fundo abertamente republicano, desentranhando-se do caldeirão liberal em que, por fraqueza, existira confundido com o liberalismo, sem porém abdicar do seu credo próprio, antimonárquico e antiaristocrático. O programa do radicalismo consistiu em republicanizar a monarquia: liquidar o privilégio aristocrático, eliminar a Câmara dos Pares, transformar o rei numa figura meramente decorativa, e, não menos importante revogar o artigo 6.º da Carta que determinava que o catolicismo fosse a religião oficial do Estado.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?