Jesus, Um Fio de Sedução
Arnaldo de Pinho, recentemente retirado dos trabalhos académicos, é um dos mais destacados teólogos portugueses do pós-Concílio, sobretudo na área da cristologia. A sua longa experiência pedagógica, acompanhada da investigação e do testemunho numa área tão sensível como a teologia da cultura, permite-lhe agora escrever um texto simples e rigoroso. É um trabalho de maturidade que nos leva ao encontro dessa figura viva e apaixonante para os cristãos e incontornável para o pensamento, as artes e a literatura: Jesus Cristo. Em certo momento da sua reflexão, afirma o autor: A pretensão de Jesus ser o horizonte último de todas as referências de se sentar na cadeira de Moisés com autoridade, lá onde, como hoje, sempre se sentam e sentarão pequenos aprendizes, ridículos profetas e palavrosos ególatras, é demasiado frequente nos Evangelhos, para não lhe darmos importância. Jesus sentado na cadeira de Moisés, fazendo a confluência entre as promessas do Antigo Testamento e a sua própria pessoa, torna-se o último horizonte, onde se consumam todos os horizontes, e onde se extingue a soberba de todas as formas, mais ou menos veladas, de fundamentalismo.
| Editora | Letras & Coisas |
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| Editora | Letras & Coisas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Arnaldo de Pinho |
Nasceu em Arouca em 1942. Depois de completar os estudos teológicos no seminário do Porto, matriculou-se na Universidade de Estrasburgo (entre 1971 e 1976) onde frequentou cursos na área da filosofia e da teologia, do alemão e da cultura francesa, tendo-se doutorado em Ciências Religiosas com uma tese sobre a questão da interpretação da Bíblia e do dogma. Mais tarde doutorou-se também em teologia católica na Universidade Pontifícia de Salamanca com uma tese sobre o pensamento de D. António Ferreira Gomes. Foi professor catedrático na Faculdade de Teologia da UCP – Porto, tendo-se jubilado em 2012. Nesta mesma Universidade foi o 1º director do Centro de Estudos do Pensamento Português, cargo que ocupou até à jubilação.
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Cultura da Modernidade e Evangelização - Vol. 3O que liga os textos deste volume 3 das «Obras Escolhidas» de Arnaldo de Pinho é a evangelização dentro da cultura poliédrica da Modernidade. A situação cultural dos tempos em que vivemos, marcada por coordenadas históricas que podem resumir-se no conceito de globalização, é olhada pelo autor a partir duma leitura «moderna» da teologia. A boa teologia é aquela que procura compreender o tempo da sua própria reflexão, sem que isso signifique um afastamento das fontes da revelação, incluindo a tradição e o chamado magistério da Igreja.Citando o cardeal Martini, o autor afirma no prólogo deste volume que cada tempo novo exige uma evangelização nova. E explica em que consiste essa novidade: «nova, não pelos seus métodos, nem pela sua tensão espiritual ou pelas suas características, que são as de sempre, mas porque é novo o contexto histórico e mental.Trata-se, portanto, de conseguir uma nova capacidade evangelizadora num contexto que mudou, e dentro do qual devemos cordialmente situar-nos». É essa cordialidade inteligente que ressoa neste volume, da primeira à última página. -
Leonardo Coimbra ou o Caminho do Absoluto - Vol. 4No volume 4 das suas Obras Escolhidas, Arnaldo de Pinho dialoga com o pensamento de Leonardo Coimbra a partir duma base teológica. O leitmotiv desse diálogo é a procura do Absoluto. Já na parte conclusiva do texto, Arnaldo de Pinho, utilizando uma metáfora de Péguy, diz que ‘aquele que encontrou a foicinha foi também encarregado de colher o trigo’.Leonardo Coimbra, ao longo do seu percurso de pensamento, encontrou os instrumentos necessários para instaurar a sua reflexão dentro do caminho que vai da memória ao sentido, das formas à vida e do contingente ao transcendente. E, com esses instrumentos, foi capaz de colher da reflexão uma solução para as questões da natureza pela afirmação da centralidade e superioridade da graça e do humanismo.Este caminho foi percorrido num grande esforço de limpidez e coerência e em diálogo com os pensadores do seu tempo, os de cá e os de fora. Estabeleceu como primeiro momento da sua filosofia a realidade da pessoa e a continuidade da vida e da consciência como base mínima e incontestável.Sempre em processo de dialética em espiral, e evitando a coisificação intelectual e moral, Leonardo procura alcançar o Bem o Belo e o Amor como formas de transcendência que a dor, a alegria e a graça comunicam na experiência do homem comum. -
Dispersos - Volume 5Este é o volume V, e último, da Obras Escolhidas, de Arnaldo de Pinho. Nestes 5 volumes foi reunido o mais importante da produção teológica dum dos poucos pensadores portugueses na área da teologia com vasta obra publicada.Sem nunca perder a noção do seu lugar institucional, Arnaldo de Pinho deu sempre mostras dum espírito sagaz e sereno, e por isso crítico, e foi durante o seu magistério académico uma voz respeitada dentro e fora da esfera da teologia, porventura até mais fora da esfera da teologia.Neste volume são reunidos escritos dispersos por vários lugares científicos e académicos, mas também evocações de personalidades tão diversas e importantes como Sophia, José Augusto Seabra, D. António Francisco dos Santos, Paul Ricoeur, etc.Em comum em todos os textos (e na sua obra) o diálogo da teologia com a cultura e a modernidade.
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A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
Caminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
Cartas a um Jovem AteuNo livro Cartas a um Jovem Ateu, Nuno Tovar de Lemos, sj estabelece um diálogo fascinante entre um jovem biólogo e ele próprio, explorando questões de fé e amor. Uma obra cativante, editada pela Frente e Verso, que nos leva a refletir sobre as complexidades da vida e da fé. Ateus ou não, todos temos perguntas sobre Deus, a Igreja, a vida: ser ateu ou agnóstico? Que fazer quando Deus nos desilude? Haverá algo depois da morte? Que se ganha em ter fé? Estas e muitas outras perguntas preenchem as páginas deste livro, dando vida e corpo às cartas que o compõem, num diálogo constante entre o autor e o seu correspondente imaginário. Mais do que simples respostas, estas cartas constituem uma profunda reflexão sobre a vida, o amor, as relações, Deus e cada um de nós. Com o bónus de se lerem como um romance, cheio de revelações sobre os protagonistas. Imperdível!