Últimas Crónicas e Outros Textos (2018-2022)
Desde a publicação do último livro desta série, em 2017, o mundo girou imenso, e nem sempre na melhor direcção. A economia de crescimento acelerado mas muito desigual desenvolveu-se ainda mais no sentido que já trazia, acentuando os problemas ambientais gerais. A transição energética com efeitos climáticos é ainda uma miragem, ou pouco mais, mas já inscrita na ordem do dia.
Com ou sem os devidos cuidados e temperos, a transição tecnológica em direcção ao digital avança maciçamente, alicerçada numa poderosa concentração empresarial-capitalista e nas atitudes sociais de talvez já mais de metade da população do globo, sobretudo dos urbanizados e dos mais jovens.
Com este novo e último livro desta série de quatro iniciada em 2012, o autor partilha mais uma vez com o leitor os seus comentários, as suas reflexões e sugestões, assim como o seu olhar crítico e interrogador sobre o mundo em que vivemos.
| Editora | Manufactura |
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| Editora | Manufactura |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | João Freire |
João Freire nasceu em 1942. Sociólogo, universitário, cidadão de Lisboa e do mundo. Como académico, estudou em Paris e leccionou durante 30 anos no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, que lhe veio a atribuir o título de Professor Emérito. Tem perto de 30 livros publicados. Foi oficial da Armada e desertor em 1968. Regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974. Hoje distante de qualquer militantismo, mantém uma visão sobre a sociedade e a política ainda marcada por valores libertários. Interessado sobretudo em procurar melhor compreendê-las, aposta no exemplo e em posturas éticas perante os seus contemporâneos.
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Elementos de Cultura MilitarEsta obra destina-se fundamentalmente a auxiliar os actuais investigadores em ciências sociais, e também os estudantes dos ciclos iniciais do ensino superior das mesmas áreas, a enfrentar a terminologia, conceitos e hábitos culturais próprios do universo castrense. Mas também será útil aos alunos das escolas superiores militares, facilitando a sua compreensão dos processos de socialização acelerada de que estão a ser alvo no interior dessas instituições. -
Jornal da Marinha: chefias, mudanças, permanências e desempenhos nos últimos 180Esta é, assim, também uma história de retrocessos e resistências. No caso português, a marinha das naus e das fragatas, que ainda era capaz de colaborar utilmente com forças aliadas no Mediterrâneo no século XVIII, perdeu-se com a independência do Brasil. A gestão do império ultramarino oitocentista, com uma força naval empenhada na sua consolidação, perdeu-se com a República. A marinha atlântica, forjada contra ameaças totalitárias no século XX, enfraqueceu-se com o esforço da última guerra colonial, cuja renovada marinha se perdeu por sua vez com a revolução democrática do 25 de Abril. Sempre ancorada a ocidente, a Marinha actual tenta cumprir as suas novas tarefas, dentro da permanente missão de assegurar uma presença de Portugal no mar. Da Introdução -
Um Projecto Libertário, Sereno e RacionalDe facto, a filosofia política que no mundo moderno ocidental mais consistente e ousadamente procurou formular o referido desideratum em favor da liberdade, de maneira radical e definitiva, foi provavelmente o anarquismo, na forma como o pensaram vários doutrinadores do século XIX e praticaram certas minorias das sociedades industriais então em formação, sobretudo operários e artesãos acossados pelo domínio económico do capitalismo, mas também alguns intelectuais e artistas que, em antecipação ao que viria, apostaram nessa luta solidária para com a emancipação social e cultural dos mais desfavorecidos e explorados.Trata-se aqui de uma proposta de renovação da ideologia anarquista adaptada ao século XXI – quase um Manifesto –, consistente numa reavaliação da noção de Estado-nação, na qual que se defende, a par de outras, uma estratégia de intervenção política no quadro democrático; e, por outro lado, se sustenta que a economia de mercado, devidamente regulada, é a menos má alternativa para o processo de mundialização a que chegou a Humanidade. -
A Sociologia do TrabalhoFazendo sequência a Sociologia do Trabalho: uma introdução, esta nova obra usa uma pedagogia especialmente adequada ao ensino universitário avançado, de pós-graduação, mestrado ou Doutoramento. Para além dos programas de estudo de Sociologia, está igualmente indicada para formações em economia, psicologia, serviço social, direito, antropologia das sociedades complexas, história contemporânea e mesmo para inspectores do trabalho, gestores de recursos humanos, sindicalistas, engenheiros, especialistas de segurança e saúde, e em medicina do trabalho. -
Quatro Itinerários Anarquistas - Botelho, Quintal, Santana e Aquino«Entre os militantes anarquistas portugueses que conheceram a República parlamentar, lutaram contra a ditadura do Estado Novo e puderam viver ainda alguns anos na Democracia pós-abrilista, há quatro cujos itinerários, cruzamentos e ligames interindividuais apresentam características interessantes de ser analisadas, quer na comparação entre eles, quer nas relações que teceram com outras figuras cimeiras do movimento libertário, quer ainda face a circunstâncias políticas e pessoas difíceis, algumas das quais particularmente dramáticas.Neste ensaio, tentaremos descrever e analisar os quatro perfis diferenciados que as suas biografias revelam, nos estatutos sociais de origem, inserção familiar, temperamento e opiniões políticas por vezes contrastantes, mas sempre todos eles fazendo referência às ideias anarquistas a que aderiram desde a juventude e ao movimento libertário que serviram e, em certa medida, também lideraram em tão diferentes conjunturas.»Da «Abertura», por João Freire -
Contributo sobre os Antecedentes da Sociologia em PortugalNeste livro, a Sociologia, ou, mais precisamente, as formulações iniciantes a que à mesma vão dar corpo substantivo, é um dos objectos centrais dos questionamentos aqui tentados, mostrando a sua evolução e também a questão incerta e problemática dos limites fronteiriços com outras disciplinas existentes no campo das ciências sociais e humanas. Focando-se no período precedente a 1974, os quatro ensaios que compõem o livro recorrem a distintas orientações metodológicas. Dois deles são mais interpretativos e abordam «a centralidade do factor social no ensaísmo crítico de António Sérgio» e «o despontar da sociologia na institucionalização do Serviço Social». Os outros dois assentam em pesquisas empíricas e documentais: «a ampla bibliografia produzida de pendor social», e «a recepção da sociologia no ensino superior militar». Trata-se de uma obra que, pelas suas características, dá mais um contributo para a compreensão do modo como a Sociologia, ou a reflexão grafada que para ela remete, faz o seu caminho no arco temporal indicado.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»