Na Periferia de uma Coleção
Esta obra, com coordenação de Teresa Leonor M. Vale e textos de Maria João Neto, Clara Moura Soares e Teresa Leonor M. Vale, contém uma seleção do acervo de objetos de arte sacra - alfaias litúrgicas (ourivesaria) e escultura - adquiridos por Anastácio Gonçalves. Revela o quanto o belo foi motor das suas aquisições, ainda que excêntricas ao seu pensamento político e espiritual (republicano e laico, sem um espírito que o animasse aquisição destas obras por motivos religiosos) o colecionador soube encantar-se com as suas razões artísticas e emocionar-se com os aspetos formais, técnicos, narrativos e simbólicos - numa palavra, estéticos - que envolveram a criação destas obras de arte sacra. Esta edição é o catálogo de uma exposição com o mesmo nome, com a curadoria da investigadora e docente Teresa Leonor M. Vale, patente na Casa -Museu Dr. Anastácio Gonçalves.
É Professora Auxiliar e investigadora integrada do ARTIS - Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, desenvolvendo atividade particularmente no grupo de investigação Patrimonium - Ciências do Património e Mercados da Arte. Neste âmbito tem integrado equipas de vários projetos, sendo investigadora responsável do Eneias - A coleção de pintura da Biblioteca Nacional de Portugal: do resgate do património artístico conventual na implantação do Liberalismo ao estudo integrado de conservação e divulgação (PTDC/HIS-HEC/113226/2009), resultante de uma parceria com o Instituto Politécnico de Tomar. Tem desenvolvido investigação e orientado teses de mestrado e doutoramento em diversos domínios das ciências do património, nomeadamente da sua gestão, do inventário e da história e teoria do restauro, bem como do turismo cultural, com livros e artigos publicados. Focando-se particularmente no século XIX, a sua dissertação de doutoramento em História da Arte foi consagrada ao estudo dos restauros oitocentistas do Mosteiro de Santa Maria de Belém.
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Artis - Revista de História da Arte e Ciências do Património: Renascimento(s), n.º 5, 2018O presente número, tem como tema o longo tempo do Renascimento, analisado sob o signo do estimulante debate paragonal em torno do binómio Renascimento/Renascimentos, e no momento em que se completam quinhentos anos sobre dois eventos significativos da cultura artística nacional: o do nascimento do tratadista, arquitecto e pintor Francisco de Holanda (1517-1584) e o ano da chegada a Lisboa do escultor francês Nicolau de Chanterenne (c. 1470-1551), considerado o introdutor do Renascimento no nosso vocabulário artístico. -
Vencer nos Exames - 10 PassosOs exames estão a chegar, é hora de te preparares! Será que sabes o que fazer para teres a melhor nota possível? Sabias que:- Três horas de estudo diárias devem ser suficientes?- A rapidez de raciocínio pode melhorar com a alimentação?- A postura contribui para o rendimento do estudo?- A música ideal pode ajudar-te a concentrar?- O divertimento deve fazer parte do plano de estudo?- Há bom e mau stress na época de exames? EM 10 ETAPAS, constrói o plano de estudo que mais se adequa ao teu perfil… e vence nos exames! -
O Mosteiro dos Jerónimos - Arte, Memória e IdentidadeO Mosteiro dos Jerónimos é um dos monumentos portugueses mais emblemáticos que, ao grande valor artístico, soma uma dimensão simbólica de identidade colectiva, quer nacional, quer intercontinental, como espelho de um dos momentos mais marcantes da história da humanidade. A abertura de novos mundos ao mundo, selada pela aventura da expansão marítima, à qual os portugueses emprestaram a sua iniciativa, talento e coragem, exprime-se de forma magistral no engenho e na perícia dos artistas que ergueram o imponente edifício. No momento em que se assinalam 30 anos da classificação do Mosteiro dos Jerónimos como Património Mundial, o estudo agora publicado faz uma leitura integrada da obra de arte, colocando em evidência as circunstâncias que condicionaram, quer a sua construção, quer o seu significado, assim como as diversas vivências que conheceu ao longo dos séculos. Porque nenhum outro monumento acompanhou tão de perto a nossa História, enquanto palco privilegiado de iniciativas, acontecimentos e consagrações. -
Monserrate: A Casa Romântica de Uma Família InglesaA história e os valores artísticos da quinta de Monserrate, projetada por De Visme, habitada por William Beckford e nomeada por Lord Byron, são uma referência no quadro internacional do Romantismo e fazem parte da herança cultural de Sintra, classificada como Paisagem Cultural e Património da Humanidade pela UNESCO. A vida mundana de Beckford, o seu espírito inquieto e, naturalmente, a sua fortuna, permitem fixá-lo a muitos lugares e residências. Mas julgamos que nenhuma delas recebeu uma evocação póstuma tão digna, criativa e eloquente como aquela que Sir Francis Cook teve o mérito de conceber e patrocinar, na segunda metade do século XIX, fazendo de Monserrate um dos mais belos lugares de Portugal. -
A Igreja de São Pedro de RatesA igreja românica de São Pedro de Rates tem vindo a merecer a atenção de grandes historiadores nacionais e estrangeiros ao longo da última centúria, pelas suas peculiaridades arquitetónicas e riqueza decorativa. Protagonizou, já no século XX, uma arrojada intervenção de restauro e é hoje uma referência de considerável importância para a História da Arte Europeia. Em traços gerais, o presente estudo trata da consagração da figura de S. Pedro de Rates enquanto primeiro bispo de Braga; analisa os grandes contributos da historiografia sobre o monumento; o restauro praticado pela Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, no tempo do Estado Novo; e os desafios atuais, de acordo com uma moderna política de Gestão Integrada do Património Artístico. -
The Church of São Pedro de RatesThe Romanesque church of São Pedro de Rates has been deserving of attention from great national and foreign historians throughout the previous century, for its architectural peculiarities and decorative richness. In the 20th century, the monument underwent a daring restoration project and is, nowadays, a reference of considerable importance for the History of European Art.In broad terms, the present study deals with the enshrinement of the figure of S. Pedro de Rates as the first bishop of Braga; analyzes the great contributions of the historiography regarding the monument; the restoration carried out by the GeneralDirectorate of the National Buildings and Monuments (DGEMN) during Estado Novo; and the current challenges, according to a modern policy of Integrated Management of Artistic Heritage. -
Monserrate Revisitado - A coleção Cook em PortugalA exposição comemorativa dos 200 anos do nascimento de Sir Francis Cook a que se refere o presente catálogo assinala não só esta efeméride, como também o início de uma nova fase para o Palácio de Monserrate. Pretende-se que esta exposição constitua um primeiro passo para a sua musealização. Após as obras de restauro mais importantes no palácio, que permitiram reaver as salas de aparato no seu esplendor original, tornou-se claro que o edifício ficaria mais valorizado se alguns objetos do seu acervo original pontuassem os espaços vazios. Só deste modo seria possível transmitir aos visitantes a cultura doméstica romântica de influência inglesa, de que Monserrate foi o exemplo mais perfeito em Sintra. Para esta exposição conseguiu-se sobretudo o empréstimo de objetos de coleções públicas, que após o seu encerramento retornarão aos seus locais habituais. Mas a exposição será também um motor de divulgação e de dinamização na identificação e possível aquisição de objetos em coleções privadas, que venham a integrar o espaço museológico que o Palácio de Monserrate passará a representar. -
Manuel de Arriaga e a Construção da Imagem da RepúblicaNo conturbado período da Primeira República, Manuel de Arriaga afirmou ser propósito do seu mandato presidencial, e cito, a «simpática missão de chamar à conciliação, à paz, à ordem, à harmonia social a família portuguesa, em nome da Liberdade, em nome da República, em nome da nossa libérrima Constituição».Quase se poderia afirmar que, decorridos cem anos, ontem como hoje, estas palavras sábias condensam o essencial do mandato do Presidente da República: contribuir para a coesão nacional, fomentar os consensos e a conciliação dos Portugueses em torno dos grandes desígnios do País, trazer esperança e incutir ânimo no espírito dos cidadãos, com realismo e sentido de missão, uma missão que Manuel de Arriaga, note-se, definiu como «simpática». -
Arquitetura Medieval Portuguesa - O olhar da americana Georgiana G. King em 1935Georgiana Goddard King (1871-1939), prestigiada professora de História da Arte e pioneira nos Estados Unidos no estudo da arquitetura medieval espanhola, decidiu, já numa fase avançada da sua vida, viajar até Portugal para estudar a nossa arte da Idade Média ao início dos Descobrimentos. A doença, da qual foi acometida quando percorria o país, em 1935, impediu-a de realizar na íntegra a sua pesquisa. De regresso à América, no ano seguinte, e apesar de muito debilitada, ainda decide iniciar a produção de uma publicação sobre a arte portuguesa que não viria a concluir. São os seus apontamentos e notas sobre Portugal, até agora inéditos, a razão de ser do presente livro. -
Sidónio Pais - O retrato do País no tempo da Grande GuerraNo ano em que se assinalam 100 anos da morte de Sidónio Pais, 4.º Presidente da República, este livro procura dar a conhecer aspetos relevantes da vida e obra deste carismático professor, militar e político, tomando ainda como cenário o Portugal de então, aquando do exercício da sua presidência, numa altura apocalíptica de guerra, fome, epidemias e grandes convulsões sociais e políticas, à escala mundial.
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Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Esgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.

