O Anjo da História
Há um quadro de Klee intitulado Angelus Novus. Representa um anjo que parece preparar-se para se afastar de qualquer coisa que olha fixamente. Tem os olhos esbugalhados, a boca escancarada e as asas abertas.O anjo da história deve ter este aspecto. Voltou o rosto para o passado. A cadeia defactos que aparece diante dos nossos olhos é para ele uma catástrofe sem fim, que incessantemente acumula ruínas sobre ruínas e lhas lança aos pés.
Ele gostaria de parar para acordar os mortos e reconstituir, a partir dos seus fragmentos, aquilo que foi destruído. Mas do paraíso sopra um vendaval que se enrodilha nas suas asas, e que é tão forte queo anjo já as não consegue fechar. Este vendaval arrasta-o imparavelmente para o futuro, a que ele volta costas, enquanto o monte de ruínas à sua frente cresce até ao céu. Aquilo a que chamamos o progresso é este vendaval.»
| Editora | Assírio & Alvim |
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| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Walter Benjamin |
Walter Benjamin nasceu em Berlim em 1892, no seio de uma família judaica. Estudou Filosofia em Berlim, Munique e Freiburg e doutorou-se em Berna (Suíça) no ano de 1919, com a tese A Crítica de Arte no Romantismo Alemão. A ascensão de Hitler e do nazismo obrigaram-no a fugir de Berlim, em 1933. Residiu sobretudo em Paris, com passagens por Itália e por Espanha. O medo de ser entregue à Gestapo e as dificuldades em passar a fronteira entre França e Espanha conduziram-no ao suicídio em 1940. Como legado deixou-nos uma obra filosófica de uma impressionante atualidade, onde se cruzam os assuntos que tentava compreender e estudar: História, Modernidade, Arte, Tecnologia, literatura dos séculos XIX e XX e a ascensão da cultura de massas, assim como numerosas traduções e análises literárias a Baudelaire, Brecht, Hölderlin, Kafka e Proust.
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Origem do Drama Trágico Alemão“A presente edição vem preencher uma imensa lacuna na literatura filosófica em Portugal. De facto, não se pode dizer que Walter Benjamin, um autor cuja obra teve uma difusão e recepção muito alargadas, a partir de finais da década de sessenta, por toda a Europa, nos Estados Unidos e, mais tarde, também no Brasil, alguma vez tenha tido uma presença significativa em Portugal, pelo menos no que se refere à edição dos seus textos fundamentais. Uma rápida consulta à bibliografia organizada por Momme Brodersen (Walter Benjamin. Eine kommentierte Bibliographie. Morsum/ Sylt, Cicero Presse, 1995) é elucidativa da quase ausência de textos de Benjamin traduzidos do original e editados em livro antes da década de noventa. Se é certo que o primeiro texto de Benjamin traduzido por um português (mas não editado em Portugal, na medida em que aparece na revista Humboldt, na altura com redacção em Hamburgo e publicada em alemão, castelhano e português) é já de 1963 – trata-se de "A tarefa do tradutor", numa versão de Fernando Camacho que traz claras marcas das dificuldades que o tradutor teve em compreender e passar para português esse ensaio-chave da metafísica da tradução no século XX –, o facto é que Walter Benjamin só surge em edições autónomas, também elas muito problemáticas, na década de noventa (nomeadamente com os volumes, híbridos e desfigurados na tradução, Rua de Sentido Único e Infância em Berlim por volta de 1900 e Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política, ambos de 1992). De permeio, apenas alguns ensaios e pequenos textos soltos, raramente traduzidos do original. Uma situação editorial paupérrima e catastrófica, se exceptuarmos dois títulos que documentam a produção literária, mas não filosófica, de Walter Benjamin: as Histórias e Contos, com tradução de Telma Costa (1992) e os Sonetos, na versão de Vasco Graça Moura (1999).” João Barrento, no posfácio a esta edição. -
Imagens de Pensamento“Imagens de Pensamento é um conjunto de textos escritos em parte paralelamente a outros de Rua de Sentido Único, e no mesmo espírito deste livro, mas que não foram aí incluídos, ou foram escritos depois de 1928. Tal como aconteceu com a Infância Berlinense, Benjamin não editou em livro esta colectânea, cujos textos foram saindo (entre 1925 e 1934) em jornais e revistas alemães e suíços, sendo alguns, poucos, inéditos antes da inclusão na edição crítica alemã (GS IV/1, 305-438). O título, escolhido pelos organizadores desta edição, retoma o de um dos conjuntos de textos incluídos na obra. Adorno comenta e explica a origem e o sentido deste título, muito característico da forma de pensar o real nas suas dimensões empíricas, oníricas e de memória por Walter Benjamin, bem evidente na abertura de uma das peças do livro, San Gimignano: “Encontrar palavras para aquilo que temos diante dos olhos é qualquer coisa que pode ser muito difícil. Mas quando chegam, batem com pequenos martelos contra o real até arrancarem dele a imagem, como de uma chapa de cobre.” Segundo Adorno (em Über Walter Benjamin [Sobre W. Benjamin], Frankfurt/ Main, 1968, p. 55), o termo “imagem de pensamento” remonta a Stefan George, que o usou em 1907 no livro de poesia Der siebente Ring [O Sétimo Anel] com referência a Mallarmé, que “sangrou pela sua imagem de pensamento”. Adorno comenta ainda: “[na noção de Denkbild/ imagem de pensamento] intervém uma concepção de Platão oposta à dos neokantianos, segundo a qual a ideia não é uma mera representação, mas um ente em si que, ainda que releve puramente do espírito, possui uma realidade sensível”."João Barrento -
A Modernidade"Com muitos anos de atraso é finalmente editado em português um conjunto significativo de textos do pensador alemão Walter Benjamin."Nuno Crespo (Público) "... a sua recepção em vários países da Europa e nos Estados Unidos tinha uma longa história, ao longo da qual ganhou a dimensão de uma das grandes figuras intelectuais do século XX, porventura aquela que melhor soube perceber as convulsões políticas, sociais e culturais do século e tornar visível o rosto arcaico da época."António Guerreiro (Expresso)Foi atribuído a João Barrento, ex aequo, o Prémio de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa - União Latina/FCT, pela tradução de Origem do Drama Trágico Alemão, também de Walter Benjamin.A edição deste livro insere-se num plano editorial mais vasto, e inédito em Portugal, de traduzir toda a obra de Walter Benjamin. -
Sobre o Haxixe e Outras DrogasUm dos primeiros sinais de que o haxixe começou a actuar «é uma vaga sensação de premonição e angústia; qualquer coisa de estranho e de inevitável se aproxima Surgem imagens e séries de imagens, recordações há muito tempo soterradas, regressam cenas e situações que começam por suscitar interesse, às vezes prazer, e finalmente, quando não conseguimos libertar-nos delas, cansaço e dor. Somos surpreendidos e assaltados por tudo o que acontece, também por aquilo que dizemos e fazemos. O riso, tudo o que dizemos, atingem-nos como acontecimentos vindos de fora. Chegamos também a experiências próximas da inspiração, da iluminação O espaço pode dilatar-se, o chão inclinar- se, surgem sensações atmosféricas: névoa, opacidade, pesadez do ar; as cores tornam-se mais claras, mais luminosas, e os objectos mais belos, ou então mais toscos e ameaçadores Tudo isto não acontece de forma contínua; o mais comum é uma mudança ininterrupta entre estados oníricos e de vigília, um vaivém constante, e por fim esgotante, entre diversos estados de consciência; este afundamento e esse emergir podem dar-se no meio de uma frase De tudo isto o tomador de haxixe dá conta numa forma que a maior parte das vezes se afasta muito da norma. Devido ao corte frequente entre cada lembrança e a precedente, o nexo entre as coisas torna-se difícil de estabelecer, o pensamento não ganha forma de palavra, a situação pode tornar-se tão irresistivelmente hilariante que o consumidor de haxixe durante minutos não consegue fazer mais nada a não ser rir A lembrança do estado de êxtase é surpreendentemente nítida.» -
Linguagem, Tradução, LiteraturaWalter Benjamin move-se, nos ensaios e fragmentos que integram este volume, em territórios que serão os seus desde o início: a filosofia da linguagem, a teoria da tradução, a história e a crítica literárias. A par de textos conhecidos e quase clássicos o ensaio sobre «A linguagem em geral e a linguagem humana», «A tarefa do tradutor» ou «O contador de histórias» traduzem-se e apresentam-se aqui pela primeira vez importantes núcleos de fragmentos sobre filosofia da linguagem e epistemologia, sobre a tradução e sobre a crítica literária, estes últimos de uma flagrante atualidade. Este volume contém, ainda, uma desenvolvida secção de comentário e aparato crítico. Essa secção, tal como a tradução, esteve a cargo de João Barrento. -
Ensaios Sobre LiteraturaEste volume reúne os mais significativos ensaios de Walter Benjamin sobre obras e autores das literaturas de língua alemã e francesa, escritos ao longo de quase toda a vida literária do autor, entre 1914 e 1936. Aí iremos encontrar, para além de outros, os grandes ensaios sobre Kafka ou o Surrealismo, Proust ou o teatro épico de Brecht, a poesia de Hölderlin ou o grande romance de Goethe As Afinidades Electivas . O traço porventura mais marcante destes ensaios será certamente, ainda hoje, o da originalidade dos pontos de vista e do método de abordagem de alguns dos grandes nomes da literatura europeia. Esse método, como o próprio autor explicita na abertura do maior ensaio do livro (sobre As Afinidades Electivas ), é o da crítica filosófica, mais do que o do simples comentário. Por outras palavras, quem aqui escreve é mais um alquimista do que o simples comentador. -
Imagens de PensamentoOs três conjuntos de textos que compõem este volume nasceram todos, com intuitos diferentes, na década que medeia entre 1924 e 1934. Um traço comum os aproxima na sua diversidade, anunciando uma forma de escrita e pensamento que marcará a partir de agora grande parte da Obra do autor: a forma breve, do aforismo, do fragmento, da pequena crónica, diversamente vazada num «pensamento feito de imagens» e numa «linguagem imediata... capaz de responder activamente às solicitações do momento». Se Rua de Sentido Único é em grande parte uma leitura dos tempos, já a Infância Berlinense será, segundo Benjamin, uma «despedida» pessoal da Berlim da viragem do século, através de «imagens nas quais se evidencia a experiência da grande cidade por uma criança da classe burguesa». Por sua vez, as Imagens de Pensamento, que deram o título ao volume, são registos de um coleccionador de lugares e objectos, mas também de memórias e sonhos, com palavras que — diz Adorno — «quando chegam batem com pequenos martelos contra o real até arrancarem dele a imagem, como de uma chapa de cobre». -
As Passagens de ParisHá grandes livros que nunca chegaram a sê-lo propriamente, obras que vivem do inconcluso e do fragmentário, como o Livro do Desassossego ou O Homem sem Qualidades. As Passagens de Paris fazem parte dessa constelação do inacabamento, apesar de terem ocupado intensamente o seu autor durante treze anos, entre 1927 e 1940, e gerado alguns dos grandes ensaios de Walter Benjamin sobre Baudelaire, a arte e a fotografia.Trata-se de um projecto ambicioso, que propõe uma original leitura histórico-filosófica do século XIX, tomando como referências a evolução histórica e civilizacional de Paris e a obra de Baudelaire como grande paradigma poético desse processo. Em última análise, o projecto das Passagens de Paris acabaria por resultar num grande mar de reflexões e materiais fragmentários por onde navega já o que seria a proto-história do nosso próprio tempo. -
Work of Art in the Age of Mechanical ReproductionOne of the most important works of cultural theory ever written, Walter Benjamin's groundbreaking essay explores how the age of mass media means audiences can listen to or see a work of art repeatedly – and what the troubling social and political implications of this are.Throughout history, some books have changed the world. They have transformed the way we see ourselves – and each other. They have inspired debate, dissent, war and revolution. They have enlightened, outraged, provoked and comforted. They have enriched lives – and destroyed them. Now Penguin brings you the works of the great thinkers, pioneers, radicals and visionaries whose ideas shook civilization and helped make us who we are.
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A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
Caminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.
