O Doente Imaginário
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Tal como acontece na religião, na medicina existem os "diretores de consciência" e os devotos que se entregam cegamente nas mãos de indivíduos que neles incutem e exploram aquela que será talvez a mais humana das fraquezas: o medo da morte. À pergunta de Argão "Vós não acreditais na medicina?", Beraldo responde: "Não, meu irmão, e não creio que seja preciso acreditar nela para salvar a alma".
Do Prefácio de Alexandra Moreira da Silva
Molière
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O MisantropoNa verdade, a misantropia do herói é exposta essencialmente em dois momentos da peça, ou seja, nos dois diálogos com Filinto (Ato I, cena 1 e Ato V, cena 1). Não será, pois, a misantropia nem mesmo a melancolia a dominar o seu comportamento ao longo do texto, mas muito mais a exigência excessiva de sinceridade e de justiça e o ciúme que o situa, no que ao amor diz respeito, num regime de exclusividade: “Um coração sitiado pede que só a si pertença o ser amado” (Ato I, cena 1).Estamos, assim, perante Alceste e o seu duplo: o homem sensível, emotivo, combativo e intolerante, que facilmente se pode tornar ridículo aos olhos do espectador, e o indivíduo cujo discurso crítico assume contornos de opção filosófica, que pensa o presente e transforma a sua visão profundamente cética do futuro numa metáfora: a misantropia ou, se preferirmos, o deserto. (Do prefácio de Alexandra Moreira da Silva). -
O AvarentoQue diabo, sempre dinheiro! Parece que não sabem dizer mais nada: Dinheiro, dinheiro, dinheiro. Ah!, é a única palavra que têm na boca: Dinheiro. Sempre a falar de dinheiro. É o ai-jesus deles, dinheiro! -
O Impromptu de VersalhesO Impromptu foi a primeira peça representada por Molière e sua trupe em Versalhes, perante Louis XIV. Corria o ano de 1663 e o jovem ator/dramaturgo/encenador acabava de entrar finalmente nas boas graças do rei. Aqui, sob a alta proteção do monarca, Molière arrisca inovar e adota para a ocasião, de maneira radical, o dispositivo da peça dentro da peça, representando-se a si mesmo e aos atores da sua companhia na situação de ter que ensaiar algo que ainda não existe e que, ver-se-á no final, jamais existirá. -
Dom JoãoEm Dom João, Molière retoma a célebre figura do aventureiro cínico, que não temia Deus nem os homens, que desafiava o Céu e o destino e não respeitava, sequer, a morte : convidou para jantar a figura daquele que assassinara.Mas o retrato que daí resulta , se não perde a face de aventureiro galante , ganha em profundidade psicológica , aparecendo-nos como um monstro de orgulho que põe a sua glória em espezinhar quantos cruzam o seu caminho. -
O AvarentoHarpagão - o avarento que impõe a todos a sua vontade e submete todos os que o rodeiam à dura lei da sua avareza. Cleanto - filho de Harpagão e apaixonado por Mariana . Terá dois problemas a resolver : arranjar dinheiro e vencer um rival que é o seu próprio pai. Elisa - jovem sensata, só o seu amor por Valério lhe dará força para se opôr à tirania do pai, Harpagão. Valério - apaixonado por Elisa, introduz-se em casa de Harpagão sob falsa identidade e utiliza a lisonja para tentar amansá-lo. Mariana - retrato típico da apaixonada , une-se a Elisa e revela ao público a dura condição das jovens do século XVII, completamente submissas às decisões dos pais. -
O Misantropo - por Hugo van der Ding e Martim Sousa TavaresÉ noite de estreia.- O Misantropo, de Molière, será representado pela primeira vez em Portugal, perante o rei e a Corte, mas o espetáculo está longe de estar pronto. Nos bastidores, uma trupe de atores que se juntaram pelas mais diversas razões encontra-se de nervos à flor da pele. Cada qual está disposto a muito – ou a tudo –, mesmo antes de se ouvirem as pancadas de Molière. Entre eles, há um homem avesso aos seres humanos, movido por um completo desprezo pela sociedade e pelos seus valores. Um misantropo, em suma.- Paira no ar o desejo fervoroso de subir na vida agradando a Suas Majestades, e a pergunta que se impõe é: «Que feliz acaso vos trouxe a este lugar?»
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Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
A Comédia da MarmitaO pobre Euclião encontra uma marmita cheia de ouro, esconde-a e aferra-se a ela; passa a desconfiar de tudo e de todos. Entretanto, não se apercebe que Fedra, a sua filha, está grávida de Licónides. Megadoro, vizinho rico, apaixonado, pede a mão de Fedra em casamento, e prontifica-se a pagar a boda, já que a moça não tem dote. Euclião aceita e prepara-se o casamento. Ora acontece que Megadouro é tio de Licónides. É assim que começa esta popular peça de Plauto, cheia de peripécias e de mal-entendidos, onde se destaca a personagem de Euclião com a sua desconfiança, e que prende o leitor até ao fim. «O dinheiro não dá felicidade mas uma marmita de ouro, ao canto da lareira, ajuda muito à festa» - poderá ser a espécie de moralidade desta comédia a Aulularia cujo modelo influenciou escritores famosos (Shakespeare e Molière, por exemplo) e que, a seguir ao Anfitrião, se situa entre as peças mais divulgadas de Plauto. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio -
Menina JúliaJúlia é uma jovem aristocrata que, por detrás de uma inocência aparente esconde um lado provocador. Numa noite de S. João, Júlia seduz e é seduzida por João, criado do senhor Conde e noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Desejo, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos que povoam aquela que será uma noite trágica. -
Os HeraclidasHéracles é o nome do deus grego que passou para a mitologia romana com o nome de Hércules; e Heraclidas é o nome que designa todos os seus descendentes.Este drama relata uma parte da história dos Heraclidas, que é também um episódio da Mitologia Clássica: com a morte de Héracles, perseguido pelo ódio de Euristeu, os Heraclidas refugiam-se junto de Teseu, rei de Atenas, o que representa para eles uma ajuda eficaz. Teseu aceita entrar em guerra contra Euristeu, que perece na guerra, junto com os seus filhos. -
A Comédia dos BurrosA “Asinaria” é, no conjunto, uma comédia de enganos equilibrada e com cenas particularmente divertidas, bem ao estilo de Plauto. A intriga - na qual encontramos alguns dos tipos e situações características do teatro plautino (o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos) - desenrola-se em dois tons - emoção e farsa - que, ao combinarem-se, comandam a intriga através de uma paródia crescente até ao triunfo decisivo do tom cómico.