O Nascimento de uma Nação (Nas origens da literatura americana)
Como o subtítulo de O Nascimento de uma Nação indica, este livro centra-se nas origens da literatura americana.
Apesar de ter atingido a independência política a 4 de Julho de 1776, e de só ter conhecido a sua independência cultural em meados do século seguinte, ainda durante o período colonial a América foi um espaço de encontro de múltiplas e, não raro, contraditórias identidades étnicas e culturais, portadoras de outras tantas tradições, estéticas (nomeadamente literárias) e visões do mundo.
Naquele espaço e naquele tempo de diversidade estética cimenta-se a heterogénea realidade literária americana contemporânea. É por isso forçoso recuar a esses espaços e a esse tempo e observar a diversidade que ali imperou. E essa diversidade começa com os autóctones: quando os primeiros colonos alcançaram o Novo Mundo foram confrontados com culturas ancestrais, portadoras de tradições narrativas orais que, mais tarde, seriam fixadas através da escrita.
Por seu turno, esses colonos tinham, também eles, origens distintas - católicos portugueses, espanhóis e franceses, protestantes anglo-saxónicos com sensibilidades próprias, etc. -, e transpuseram para a escrita, em múltiplos registos - narrativas de viagens ou historiográficas, epístolas, poemas, panfletos, autobiografias, e outros -, as suas percepções. Com a chegada dos escravos negros a expressão literária do tecido colonial ampliar-se-á definitivamente.
É esta diversidade que O Nascimento de uma Nação aborda. Através da exposição destas origens da literatura americana pretende-se iluminar a multifacetada identidade estética e literária da América que hoje conhecemos.
| Editora | Edições Cosmos |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Edições Cosmos |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Mário Avelar |
-
Poesia e Artes Visuais - Confessionalismo e Écfrase«Poesia e Artes Visuais — Confessionalismo e Écfrase apresenta uma reflexão em torno do confessionalismo, na qual se defende que este não se confina à representação de topoi psicológicos, mas que se densifica, fazendo do texto esse espaço e instante fluidos de inbetweenness, do qual emerge a reflexão ontológica, a reflexão sobre o tempo, sobre as circunstâncias históricas das quais somos, ainda que invisíveis, atores, sobre as tradições estéticas e as memórias que nos interpelam; enfim, o testemunho. Uma reflexão suscitada pelos objetos que, no espaço público do Museu ou na Galeria, atentando no detalhe ou no encontro com o sagrado, nas motivações teóricas ou no mistério do(s) retrato(s), levam o poeta a meditar esteticamente sobre esse entretanto que será a vida; um entretanto que, para alguns, será um entre-Tanto. E tudo isto devido a um encontro estético entre a palavra e a imagem.» -
Coreografando Melodias no Rumor das ImagensLivro dentro de outros livros, Coreografando Melodias No Rumor Das Imagens revela, de forma intimista e contemplativa, a nostalgia de momentos diversos advindos de encontros escorados nas diferentes linguagens artísticas ou de meros quotidianos a que o poeta imprime memórias e significados que os transmutam. Coreografando Melodias No Rumor Das Imagens reúne o conjunto da produção poética de Mário Avelar. -
Pentâmetros JâmbicosEste livro retrata a trajetória de uma vida. Lendo, somos levados, de mãos dadas com a autora, pelas páginas avulsas do seu próprio diário. Esta viagem tem 50 anos e os textos são os originais, sem retoques. Nasce nos anos 60, supondo-se adulta num corpo pequeno demais. O sofrimento é físico, é presente a cada dia. Não sabe porque o sente, apenas sabe que o sente. na castração da timidez, a sua voz é a escrita. Palavras clandestinas, que esconde de todos. Este é o diário de uma guerreira que, ao lamber as feridas das batalhas, se transformou numa mulher capaz de ser feliz. -
O Essencial sobre William ShakespeareWilliam Shakespeare o autor maior das letras universais, criador de personagens como Hamlet, Lear, Ricardo III ou Lady Macbeth, que transcenderam o seu tempo, William Shakespeare continua a ser um mistério para nós. Quem foi este homem? Quais foram os seus gostos, paixões, convicções religiosas ou políticas? Poucos escritores terão sido objecto de tanta especulação acerca da sua vida, dos seus gostos, das suas paixões, da sua vida afectiva, da sua orientação sexual, das suas opções políticas, da sua sensibilidade religiosa, e da sua própria... existência, como William Shakespeare. Ocasionalmente surgem novos (?) olhares, eventualmente devedores das idiossincrasias dos tempos que se vivem, como por exemplo um Shakespeare anónimo, em cuja concepção ecoa a teoria da conspiração.Ver por dentro: -
O Essencial sobre Walt WhitmanFolhas de Erva é um dos pontos altos do chamado Renascimento que, em meados do século XIX, mudou o perfil literário da nova nação americana. Sobre o seu autor, Walt Whitman, declarou Harold Bloom ser o poeta da nova religião americana. Religião, ou não, a Whitman deve-se, mais do que a reinvenção da epopeia que o Novo Mundo exigia, a consagração de uma identidade literária em tudo distinta daquela que o velho continente europeu lhe legara. Com Folhas de Erva, o poeta responde, afinal, ao apelo de Emerson, para quem a América necessitava, urgentemente, de uma Declaração de Independência cultural. Neste livro (re)escrito ao longo de toda uma vida, é não só um diálogo com o presente mítico que o poeta desvenda, mas toda uma convocação do futuro que se exige. Álvaro de Campos, com a sua Saudação a Walt Whitman, atesta-o. -
Ekphrasis - O Poeta no AtelierEkphrasis - O Poeta no Atelier do Artista desvenda a hospitalidade do poema face a discursos e/ou estratégias de representação próprios de outras artes, tendo como objecto a poesia anglo-americana, e o seu impacto num poeta maior da língua portuguesa, Jorge de Sena, e os seus antecedentes clássicos. -
O Essencial sobre Philip RothPhilip Roth e as personagens por ele concebidas numa cena histórica contemporânea surgem radicalmente ancoradas num espaço, Newark. Ali se reconhece a especificidade de tecidos ociais e étnicos — com óbvia incidência no microcosmo judaico — que, ao longo do tempo, foram (re)configurando o perfil daquele espaço. E, todavia, a sua obra transcende essas fronteiras geográficas, afirmando-se como uma alegoria crítica da sociedade americana do pós-guerra. -
O Essencial Sobre William ShakespeareAutor maior das letras universais, criador de personagens como Hamlet, Lear, Ricardo III ou Lady Macbeth, que transcenderam o seu tempo, William Shakespeare continua a ser um mistério para nós. Quem foi este homem? Quais foram os seus gostos, paixões, convicções religiosas ou políticas?É à descoberta desta misteriosa personagem que vamos agora partir. Para isso peço-vos, para já, que me acompanhem até Henley Street, em Stratford-upon-Avon, uma quarta-feira...
-
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
O Infinito num JuncoA Invenção do livro na antiguidade e o nascer da sede dos livros.Este é um livro sobre a história dos livros. Uma narrativa desse artefacto fascinante que inventámos para que as palavras pudessem viajar no tempo e no espaço. É o relato do seu nascimento, da sua evolução e das suas muitas formas ao longo de mais de 30 séculos: livros de fumo, de pedra, de argila, de papiro, de seda, de pele, de árvore, de plástico e, agora, de plástico e luz.É também um livro de viagens, com escalas nos campos de batalha de Alexandre, o Grande, na Villa dos Papiros horas antes da erupção do Vesúvio, nos palácios de Cleópatra, na cena do homicídio de Hipátia, nas primeiras livrarias conhecidas, nas celas dos escribas, nas fogueiras onde arderam os livros proibidos, nos gulag, na biblioteca de Sarajevo e num labirinto subterrâneo em Oxford no ano 2000.Este livro é também uma história íntima entrelaçada com evocações literárias, experiências pessoais e histórias antigas que nunca perdem a relevância: Heródoto e os factos alternativos, Aristófanes e os processos judiciais contra humoristas, Tito Lívio e o fenómeno dos fãs, Sulpícia e a voz literária de mulheres.Mas acima de tudo, é uma entusiasmante aventura coletiva, protagonizada por milhares de personagens que, ao longo do tempo, tornaram o livro possível e o ajudaram a transformar-se e evoluir – contadores de histórias, escribas, ilustradores e iluminadores, tradutores, alfarrabistas, professores, sábios, espiões, freiras e monjes, rebeldes, escravos e aventureiros.É com fluência, curiosidade e um permanente sentido de assombro que Irene Vallejo relata as peripécias deste objeto inverosímil que mantém vivas as nossas ideias, descobertas e sonhos. E, ao fazê-lo, conta também a nossa história de leitores ávidos, de todo o mundo, que mantemos o livro vivo.Um dos melhores livros do ano segundo os jornais El Mundo,La Vanguardia e The New York Times(Espanha). -
O Anticrítico«O Anticrítico» é uma compilação dos ensaios de Diogo Vaz Pinto — textos de crítica literária, e não só —, escritos entre 2014 e 2023, incluindo alguns inéditos. «Não tenho conta para as vezes todas em que, para ir com a rábula insultuosa que me tecem, pegando uns onde outros deixaram, numa cooperativa de imbecis que, sinceramente, me comove, já me quiseram tirar a condição que vem de tudo o que faço. Mais difícil seria desmontar alguma coisa. Resta que, ou ignoram muito vermelhuscos, ou a ideia é revogar-me a carta, licença, prostrar-me na indigência de eu ser uma qualquer abominação, «Bicho», monstro que ligam com tudo o que é baixo, e mesmo assim paira sobre eles sem explicação. Um Chernobyl encarnado. Crítico não sou. Ou só pseudo. Videirinho e jornaleiro, pilha-galinhas e o mais que eu coso bem ao meu estuporado currículo. Pois seja, eu fico então gordo disso tudo. E viro-me do avesso. Sou o anticrítico, então! Roubando esta de Augusto de Campos sem pudor. Há muito que não me retiram do sentido a ideia de que o principal é cortar com a impostura disto tudo. A gloríola da mediocridade, o sentido gregário, essa ratada ficção ligando os «egozinhos de porta-aberta» do nosso meio literato.» -
Terra QueimadaEnsaio profético e demolidor, TERRA QUEIMADA (2022) expõe a forma como o complexo internético se tornou «motor implacável de vício, solidão, falsas esperanças, crueldade, psicose, endividamento, vida desbaratada, corrosão da memória e desintegração social». Nele, Jonathan Crary faz uma crítica radical da digitalização do mundo e denuncia realidades inegáveis: a incompatibilidade entre um planeta habitável e a economia consumista e técnica, a atomização provocada pelas redes sociais, a era digital como fase terminal do capitalismo planetário. «Se é possível um futuro habitável e comum no nosso planeta», conclui, «esse futuro será offline, dissociado dos sistemas e da actividade do capitalismo 24/7, que destroem o mundo». -
Mário Cesariny e Antonio Tabucchi - Cartas e outros TextosFernando Cabral Martins: «O surrealismo português já tinha atingido no final dos anos sessenta uma definição que tornava possível, de um ponto de vista exterior, descomprometido, fazer uma avaliação de conjunto.» Antonio Tabucchi veio a Portugal no rasto de um poeta: Fernando Pessoa, ou melhor Álvaro de Campos, de quem lera por acaso o poema «Tabacaria». Quis aprender a língua do autor do poema e para isso inscreveu-se na cadeira de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Pisa, que então frequentava. O seu mestre foi uma professora especial, bela, inteligente e culta, Luciana Stegagno Picchio. Antonio quis conhecer o país onde se falava aquela língua e ao qual pertencia aquele poeta e, na Primavera de 1965, com o seu Fiat 500, chegou a Portugal. Aí conheceu uma portuguesa com quem falou de Pessoa, e com quem continuou a trocar correspondência até ao ano seguinte, quando se tornaram namorados, vindo depois a casar (1970). Mas até lá, veio amiúde a Portugal […] e começou a interessar-se pelo Surrealismo português, sobre o qual havia muito pouco material crítico, praticamente nada, em vista da sua futura tese de licenciatura. Conheceu então (1967) dois membros ilustres daquele movimento, dois grandes poetas, Alexandre O’Neill e Mário Cesariny de Vasconcelos, com quem passou muitas horas, primeiro para os entrevistar e depois, com sempre maior intimidade, já com laços de amizade, só pelo prazer de estarem juntos. [Maria José de Lancastre] Esta é a história de um desencontro. Cesariny, como o surrealismo, considerava a universidade um inimigo, e Tabucchi, para todos os efeitos, era em 1971 um universitário. Mesmo se, no caso dele, havia por parte do poeta o agrado de ver como a sua poesia e o seu lugar no surrealismo português eram reconhecidos — pela primeira vez — por um leitor com a distância crítica e a óbvia inteligência de Antonio Tabucchi. Aqui, nos textos que documentam o contacto directo entre ambos do final dos anos 60, pode ver-se uma ilustração do modo como a história do surrealismo foi sendo feita, com que ritmo e a partir de que posições. E que implica a consciência, por parte do poeta, da importância do sentido que a crítica atribui à História, capaz (ou não) de tornar o passado digno do presente, ou vice- -versa. E manifesta, por parte do jovem crítico italiano, a intuição da grandeza de um movimento que evoluía na sombra, num carceral jardim à beira-mar. [Fernando Cabral Martins]
