O Pomar das Cerejeiras
Desde que foi estreada, em Janeiro de 1904, pelo novo Teatro de Arte de Moscovo (com Olga Knipper, a mulher do dramaturgo, no papel da Senhora Ranevsky e Stanislav no de Gaiev), que a última peça de Anton Pavlovich Tchekov (nascido em 1860 e que viria a falecer seis meses depois da estreia) tem sido considerada uma das maiores experiências teatrais de sempre. Com uma acção e um diálogo simples, O Pomar das Cerejas, retrata o fim de uma época, a da velha ordem semi-feudal russa, sendo este fim simbolizado pela venda de um pomar de cerejas.
A peça funciona como uma espécie de montra para as acutilantes observações de Tchekov sobre as fraquezas das suas personagens e para as suas reflexões sobre a iminente dissolução do mundo da aristocracia russa e da vida, tal como ela era vivida, nas enormes propriedades rurais. Embora tanto o tema como as personagens sejam, de certa forma, intemporais, a técnica dramática da peça foi uma inovação de Tchekov. Nesta, bem como noutras peças, ele desenvolveu o conceito de "acção indirecta", em que a acção dramática se desenrola fora do palco, e o significado da peça gira à volta das reacções das personagens a acontecimentos que não presenciados pelos espectadores.
Esta obra é um convite a todos os amantes do teatro e da grande literatura a penetrarem num mundo de personagens memoráveis cujos receios, esperanças, amores e características humanas são retratados de uma forma brilhante num inesquecível marco do mundo do teatro.
| Editora | Publicações Europa-América |
|---|---|
| Coleção | Grandes Clássicos do Teatro |
| Categorias | |
| Editora | Publicações Europa-América |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Anton Tchékhov |
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Três IrmãsTrês Irmãs, drama em quatro actos, é um dos melhores exemplos do chamado teatro moderno, preconizado por autores como Ibsen, Strindberg e Tchékhov. Em Três Irmãs, o diálogo comum da peça teatral assume novas formas. Ele deixa de ser apenas um modo de comunicação entre personagens, passando a exprimir o que de mais profundo elas pensam e sentem. Na verdade, o diálogo não une as personagens, pelo contrário, ele serve para mostrar o quão distantes estão umas das outras, visto que não há reacções, não há conversações com um encadeamento lógico, apenas fragmentos de conversas e de sonhos, como se fosse o inconsciente a dialogar (“monologar”). Ao longe, avistamos o sonho de voltar para Moscovo, a cidade grande onde a vida poderia voltar a ser interessante. Mas as três irmãs acabarão por permanecer no sítio que as angustia e aborrece, a própria casa, local onde foram contagiadas pela apatia das memórias distantes e dos sonhos falhados. -
Contos de Tchékhov - Volume VIIPlano Nacional de Leitura Livro recomendado para o 3º ciclo, destinado a leitura autónoma. «Tais pessoas eram capazes de sonhar, mas incapazes de governar. Destruíam as suas vidas e as dos outros. Eram tolas, fracas, fúteis, histéricas; mas, por trás de tudo isto, ouve-se a voz de Tchékhov: abençoado o país que soube gerar este tipo humano. Eles deixavam escapar as ocasiões, evitavam agir, não dormiam à noite inventando mundos que não sabiam construir; mas a própria existência destas pessoas, cheias de uma abnegação apaixonada e fervorosa, de pureza espiritual, de elevação moral, o simples facto de estas pessoas terem vivido e talvez ainda viverem hoje, algures, na implacável e reles Rússia actual é uma promessa de futuro melhor, para todo o mundo, porque, de todas as leis da natureza, a mais maravilhosa é talvez a da sobrevivência dos mais fracos.» Vladimir Nabokov -
ContosEste volume reúne alguns dos melhores contos de Tchékhov (1860-1904). Um autor que, segundo Nabokov: «Escrevia livros tristes para pessoas alegres; quero dizer com isto que só um leitor com sentido de humor será capaz de sentir a fundo a tristeza deles. Há escritores que emitem um som intermédio entre o riso abafado e o bocejo muitos deles, a propósito, são humoristas profissionais. (...) O humor de Tchékhov é alheio a isso tudo; é um humor puramente tchekhoviano. O mundo, para ele, é cómico e triste ao mesmo tempo, e sem repararmos na sua comicidade não compreenderemos a sua tristeza, porque são inseparáveis.» -
O Duelo«Tchékhov coloca em confronto, numa pequena cidade do Cáucaso, um funcionário e a sua jovem mulher, um médico militar, um zoólogo de ideias radicais e um diácono dado ao riso. ( ) É nesse ambiente que o ódio crescente entre o zoólogo e o funcionário culmina num duelo.» -
A Ilha de SacalinaQuando Tchékhov, então um jovem médico, partiu para a ilha de Sacalina em Abril de 1890, ninguém compreendeu as suas motivações. Ele próprio, incapaz de se explicar, falou de mania sachalina. Nabokov fez-se eco dessa perplexidade: «Normalmente, os críticos que escrevem sobre Tchékhov repetem que acham de todo incompreensível o facto de, em 1890, o escritor ter empreendido uma viagem perigosa e fatigante à ilha de Sacalina para estudar a vida dos condenados aos trabalhos forçados.» Trata-se, de qualquer modo, do episódio mais estranho da vida de Tchékhov. Tendo decidido investigar aquele lugar maldito, pôs-se a caminho, em condições mais do que precárias. Decidira não se apresentar como jornalista e não possuía qualquer carta de recomendação ou documento oficial. Após dois meses e meio de viagem extenuante, o mais provável era ser obrigado a regressar. Enfrentou o frio, a chuva, as inundações, e os incêndios, e finalmente lá estava, ao largo da Sibéria, a ilha de Sacalina: «Em redor o mar, no meio o inferno.» -
Contos de Tchekhov Vol. IX«Tomando a forma de médico, de estudante, de mestre¬-escola e de gente de muitos outros ofícios, é este o ser humano que atravessa todos os contos de Tchékhov.» Vladimir Nabokov -
Contos de Tchekhov Vol. VIIIEste volume VIII reúne 28 contos de Tchékhov, de «Flores Tardias» a «O Sangue Frio». Como disse Nabokov, nas personagens de Tchékhov «não existe uma mensagem social ou ética directa». São pessoas «capazes de sonhar, mas incapazes de governar», «tolas, fracas, fúteis, histéricas». -
Contos de Tchékhov - Vol. X«Ivan Ivánitch torceu o bigode, tossiu, estalou os lábios e, acomodando-se mais perto das meninas, começou: — O meu conto começa do mesmo modo que, em geral, todas as melhores histórias russas: eu estava com os copos, confesso… Festejei a passagem do ano em casa de um velho amigo e emborrachei-me como um sapateiro. Para me justificar, direi que não foi por alegria que bebi.» -
Peças em Um ActoEste livro reúne as peças: Na Estrada Real, O Canto do Cisne, O Urso, O Pedido de Casamento, O Trágico à força, A Boda, O Aniversário do Banco, Os Malefícios do Tabaco. -
As Três IrmãsAs personagens do teatro de Tchékhov são criaturas sonhadoras, distraídas. Elas são inteligentes e vemos todo o tipo de pensamento e de emoções assaltarem-nas, e abandonarem-nas depois. São pessoas da província que reflectiram durante anos. Asfixiam lentamente. Esmagadas pela sua vida actual, profetizam dias melhores para as gerações que virão a seguir. Evocam o amanhã com um lirismo comovente. Mas o pessimismo prevalece. Se a vida não tem sentido, ela não passa “de uma farsa de colegiais” (As Três Irmãs). Na mesma peça, Tuzenbakh ironiza: “O sentido?… Reparai, olhai a neve a cair, que sentido tem isso?”
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Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
A Comédia da MarmitaO pobre Euclião encontra uma marmita cheia de ouro, esconde-a e aferra-se a ela; passa a desconfiar de tudo e de todos. Entretanto, não se apercebe que Fedra, a sua filha, está grávida de Licónides. Megadoro, vizinho rico, apaixonado, pede a mão de Fedra em casamento, e prontifica-se a pagar a boda, já que a moça não tem dote. Euclião aceita e prepara-se o casamento. Ora acontece que Megadouro é tio de Licónides. É assim que começa esta popular peça de Plauto, cheia de peripécias e de mal-entendidos, onde se destaca a personagem de Euclião com a sua desconfiança, e que prende o leitor até ao fim. «O dinheiro não dá felicidade mas uma marmita de ouro, ao canto da lareira, ajuda muito à festa» - poderá ser a espécie de moralidade desta comédia a Aulularia cujo modelo influenciou escritores famosos (Shakespeare e Molière, por exemplo) e que, a seguir ao Anfitrião, se situa entre as peças mais divulgadas de Plauto. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio -
Menina JúliaJúlia é uma jovem aristocrata que, por detrás de uma inocência aparente esconde um lado provocador. Numa noite de S. João, Júlia seduz e é seduzida por João, criado do senhor Conde e noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Desejo, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos que povoam aquela que será uma noite trágica. -
Os HeraclidasHéracles é o nome do deus grego que passou para a mitologia romana com o nome de Hércules; e Heraclidas é o nome que designa todos os seus descendentes.Este drama relata uma parte da história dos Heraclidas, que é também um episódio da Mitologia Clássica: com a morte de Héracles, perseguido pelo ódio de Euristeu, os Heraclidas refugiam-se junto de Teseu, rei de Atenas, o que representa para eles uma ajuda eficaz. Teseu aceita entrar em guerra contra Euristeu, que perece na guerra, junto com os seus filhos. -
A Comédia dos BurrosA “Asinaria” é, no conjunto, uma comédia de enganos equilibrada e com cenas particularmente divertidas, bem ao estilo de Plauto. A intriga - na qual encontramos alguns dos tipos e situações características do teatro plautino (o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos) - desenrola-se em dois tons - emoção e farsa - que, ao combinarem-se, comandam a intriga através de uma paródia crescente até ao triunfo decisivo do tom cómico.