Obras Completas - Tempo e Poesia, Vol. III
O livro Tempo e Poesia, de Eduardo Lourenço foi publicado em 1974 e representa um marco no ensaísmo português, constituindo-se como obra de referência para a leitura da Poesia.
O presente conjunto de textos, publicados no âmbito do plano das Obras Completas de Eduardo Lourenço, da Fundação Calouste Gulbenkian, representa, em meu entender, a mais importante obra sobre a poesia alguma vez editada em Portugal.
| Editora | Fundação Calouste Gulbenkian |
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| Editora | Fundação Calouste Gulbenkian |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Eduardo Lourenço |
EDUARDO LOURENÇO (DE FARIA) nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida, distrito da Guarda. Era o filho mais velho (de sete) de Abílio de Faria, oficial do Exército, e de Maria de Jesus Lourenço. Frequenta a Escola Primária na sua terra natal. Depois ingressa no Liceu da Guarda e termina os seus estudos secundários no Colégio Militar em Lisboa. Frequenta o Curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra onde conclui a Licenciatura no dia 23 de Julho de 1946, com uma Dissertação com o título "O Sentido da Dialéctica no Idealismo Absoluto. Primeira parte". Assume as funções de Professor Assistente nessa Universidade, cargo que desempenha até 1953. Desde então e até 1958 exerce as funções de Leitor de Língua e Cultura Portuguesa nas Universidades de Hamburgo, Heidelberg e Montpellier. Nos anos de 1958 e 1959, rege, na qualidade de Professor Convidado, a disciplina de Filosofia na Universidade Federal da Baía (Brasil). Ocupa depois o lugar de Leitor a cargo do Governo francês nas Universidades de Grenoble e de Nice. Nesta última Universidade irá desempenhar posteriormente as funções de Maître-Assistant, cargo que manterá até à sua jubilação no ano lectivo de 1988-1989. Publica, em edição de autor, o seu primeiro livro Heterodoxia I em Novembro de 1949. Casa com Annie Salomon em 1954. Em 1966, nasce o seu filho adoptivo, Gil. Ao seu livro Pessoa Revisitado - Leitura Estruturante do Drama em Gente é atribuído o Prémio Casa da Imprensa (1974). Em 10 de Junho de 1981, é condecorado com a Ordem de Sant’Iago d’Espada. Pelo seu livro Poesia e Metafísica recebe, no ano de 1984, o Prémio de Ensaio Jacinto Prado Coelho. Dois anos mais tarde, é distinguido com o Prémio Nacional da Crítica graças a Fernando, Rei da nossa Baviera. Por ocasião da publicação da sua obra Nós e a Europa – ou as duas razões, é galardoado com o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, que distingue o conjunto da sua obra. Dirige, a partir do Inverno de 1988, a revista Finisterra - Revista de Reflexão e Crítica. É nomeado Adido Cultural junto da Embaixada de Portugal em Roma. É condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique (Grande Oficial). Recebe, no dia 1 de Julho de 1992, o Prémio António Sérgio. Participa no Parlamento Internacional de Escritores que decorre entre 28 e 30 de Setembro de 1994 em Lisboa. Pela sua obra O Canto do Signo recebeu em 1995 o Prémio D. Dinis de Ensaio. Doutor Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro (1995), Universidade de Coimbra (1996), Universidade Nova de Lisboa (1998) e Universidade de Bolonha (2006). Exercia desde 2002 as funções de administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi galardoado com o Prémio Pessoa 2011 e ainda com o Prémio Vida e Obra (Sociedade Portuguesa de Autores) a que se sucederam, entre outros, o Prémio Universidade de Lisboa (2012), o Prémio Jacinto do Prado Coelho (2013) e o Prémio Vasco Graça Moura (2016).
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Finisterra n.º 73 - Revista de Reflexão e Crítica - A Crise do Euro e o Futuro do Modelo Social Europeu"Quo Vadis" - Eduardo Lourenço Uma NOva Social-Democracia Moderna - Guilherme d'Oliveira Martins As Regras de Oiro da Senhora Merkel - Fernando Pereira Marques Crise do Euro e Modelo Social Europeu - Glória Rebelo O Estado Social em causa: Instituições Sociais, Políticas Sociais e Movimentos Sociolaborais no Contexto Europeu - Elísio Estanque Como a Reconstrução Ideológica É Indispensável ao Projecto Social Europeu - José Nuno Lacerda da Fonseca Rousseau, Trezentos Anos Depois - Joaquim Jorge Veiguinha Alfredo Margarido, Um Pensador Livre e Crítico - Fernando Pereira Marques Eduardo Lourenço - Prémio Pessoa: O interrogador de Labirintos - Guilherme d'Oliveira Eduardo Lourenço e João Martins Pereira: Conversa com Abril em Fundo - Manuela Cruzeiro O Impulso Documental e Expressão Literária em Alves Redol - David Santos A Mentira que Causa Deleite - João Soares Santos Para Uma Ética Republicana - Fernando Pereira Marques Catroga, Fernando - Ensaio Respublicano, FFMS, Lisboa, 2011 - Joaquim Jorge Veiguinha -
Obras Completas - Tempo Brasileiro: fascínio e miragem, Vol. IVO livro Tempo Brasileiro: Fascínio e Miragem de Eduardo Lourenço foi organizado em grande parte com base em reproduções da documentação original do Dossier Tempo Brasileiro que se encontra no Acervo de Eduardo Lourenço, depositado na Biblioteca Nacional em Lisboa. -
Portugal como Destino seguido de Mitologia da SaudadeA história chega tarde para dar sentido à vida de um povo. Só o pode recapitular. Antes da plena consciência de um destino particular - aquela que a memória, como crónica ou história propriamente dita, revisita -, um povo é já um futuro e vive do futuro que imagina para existir. A imagem de si mesmo precede-o como as tábuas da lei aos Hebreus no deserto. São projectos, sonhos, injunções, lembrança de si mesmo naquela época fundadora que, uma vez surgida, é já destino e condiciona todo o seu destino. Em suma, mitos. -
O Labirinto da SaudadeSomos, enfim, quem sempre quisemos ser. E todavia, não estando já na África, nem na Europa, onde nunca seremos o que sonhámos, emigrámos todos, colectivamente, para Timor.É lá que brilha, segundo a nova ideologia nacional veiculada noite e dia pela nossa televisão, o último raio do império que durante séculos nos deu a ilusão de estarmos no centro do mundo. E, se calhar, é verdade. -
Esquerda Na Encruzilhada Ou Fora da História?Não se pode ganhar uma partida de xadrez sem o adversário cometa erros. Esta máxima não é apenas verdadeira para o mais subtil e cruel dos jogos que os homens inventaram. Se neste momento a esquerda europeia está,ou parece estar,numa situação particularmente melindrosa,é talvez apenas por ter imaginado que os erros ou pecados políticos,sociais e económicos só podiam ser cometidos pela Direita,ou,talvez melhor,que a Direita é a expressão,nessa ordem,da História como pecado. -
Tempo da Música, Música do TempoTrata-se de um conjunto de textos inéditos, colhidos em fontes dispersas e pessoais do autor e seleccionados pela historiadora da arte e musicóloga Barbara Aniello. Dentro da produção de Eduardo Lourenço, este livro sobre a música é sui generis: surge como colecção de apontamentos escritos num arco temporal vastíssimo, a partir de estímulos musicais emoldurados numa época e num espaço que nos fogem, mas que são fotogramas da biografia do seu autor. Por se tratar de material fragmentário e ocasional, tornou-se necessário fornecer elementos que melhorassem o seu entendimento, para facilitar ao leitor esse enquadramento e para poder a crítica formular hipóteses. Por isso, respondendo à exigência de uma abordagem o mais exaustiva possível ao tema, foi feita uma versão completa com comentários musicológicos, notas de rodapé e anexos, a publicar na série das Obras Completas de Eduardo Lourenço, editadas pela Fundação Calouste Gulbenkian, com a colaboração científica da Universidade de Évora. -
Os Militares e o Poder Seguido de o Fim de Todas as Guerras e a Guerra sem fimEduardo Lourenço não cessa de nos surpreender com a sua clarividência - quase vidência - e argúcia. Neste livro, com textos dos anos 70 (à excepção do último, escrito propositadamente para esta colectânea), revelam-se com extrema clareza as características do povo português que o fazem viver ciclicamente momentos de angústia e dificuldade. Implacável e certeiro na análise, Eduardo Lourenço mostra-nos a uma luz crua o que somos e, consequentemente, o que nos espera. -
Crónicas Quase MarcianasA colecção «Obras de Eduardo Lourenço», da Gradiva, é enriquecida com um novo título de Eduardo Lourenço, um dos principais pensadores contemporâneos. Em causa está uma colectânea de crónicas (que foram sendo originalmente publicadas na Visão) de enorme actualidade em que o autor reflecte sobre o Portugal e o mundo dos últimos anos, com a ironia e o humor que lhe são habituais. Apresentando uma análise acutilante, esta nova obra dirige-se a um público vasto, com um registo ao mesmo tempo interessante e acessível. «A América que está ou tem tendência - mormente sob o ponto de vista tecnológico a estar em toda a parte e a intervir cada vez mais abertamente no destino do planeta como um todo, não só presume das suas forças como não pode levar a cabo a sua missão providencial sem o consentimento implícito e o apoio da Europa, por mais subalternizada que esteja ou pareça. Vendo bem, esta América tão fora dela e tão dominadora do mundo não está certa de um futuro tão americano, como agora o imagina e nós europeus temos tendência a crer, hipnotizados pelo exemplo dos exemplos, o do Império Romano.»
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira

