Finisterra n.º 73 - Revista de Reflexão e Crítica - A Crise do Euro e o Futuro do Modelo Social Europeu
"Quo Vadis" - Eduardo Lourenço
Uma NOva Social-Democracia Moderna - Guilherme d'Oliveira Martins
As Regras de Oiro da Senhora Merkel - Fernando Pereira Marques
Crise do Euro e Modelo Social Europeu - Glória Rebelo
O Estado Social em causa: Instituições Sociais, Políticas Sociais e Movimentos Sociolaborais no Contexto Europeu - Elísio Estanque
Como a Reconstrução Ideológica
É Indispensável ao Projecto Social Europeu - José Nuno Lacerda da Fonseca
Rousseau, Trezentos Anos Depois - Joaquim Jorge Veiguinha
Alfredo Margarido, Um Pensador Livre e Crítico - Fernando Pereira Marques
Eduardo Lourenço - Prémio Pessoa: O interrogador de Labirintos - Guilherme d'Oliveira
Eduardo Lourenço e João Martins Pereira: Conversa com Abril em Fundo - Manuela Cruzeiro
O Impulso Documental e Expressão Literária em Alves Redol - David Santos
A Mentira que Causa Deleite - João Soares Santos
Para Uma Ética Republicana - Fernando Pereira Marques
Catroga, Fernando - Ensaio Respublicano, FFMS, Lisboa, 2011 - Joaquim Jorge Veiguinha
EDUARDO LOURENÇO (DE FARIA) nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida, distrito da Guarda. Era o filho mais velho (de sete) de Abílio de Faria, oficial do Exército, e de Maria de Jesus Lourenço. Frequenta a Escola Primária na sua terra natal. Depois ingressa no Liceu da Guarda e termina os seus estudos secundários no Colégio Militar em Lisboa. Frequenta o Curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra onde conclui a Licenciatura no dia 23 de Julho de 1946, com uma Dissertação com o título "O Sentido da Dialéctica no Idealismo Absoluto. Primeira parte". Assume as funções de Professor Assistente nessa Universidade, cargo que desempenha até 1953. Desde então e até 1958 exerce as funções de Leitor de Língua e Cultura Portuguesa nas Universidades de Hamburgo, Heidelberg e Montpellier. Nos anos de 1958 e 1959, rege, na qualidade de Professor Convidado, a disciplina de Filosofia na Universidade Federal da Baía (Brasil). Ocupa depois o lugar de Leitor a cargo do Governo francês nas Universidades de Grenoble e de Nice. Nesta última Universidade irá desempenhar posteriormente as funções de Maître-Assistant, cargo que manterá até à sua jubilação no ano lectivo de 1988-1989. Publica, em edição de autor, o seu primeiro livro Heterodoxia I em Novembro de 1949. Casa com Annie Salomon em 1954. Em 1966, nasce o seu filho adoptivo, Gil. Ao seu livro Pessoa Revisitado - Leitura Estruturante do Drama em Gente é atribuído o Prémio Casa da Imprensa (1974). Em 10 de Junho de 1981, é condecorado com a Ordem de Sant’Iago d’Espada. Pelo seu livro Poesia e Metafísica recebe, no ano de 1984, o Prémio de Ensaio Jacinto Prado Coelho. Dois anos mais tarde, é distinguido com o Prémio Nacional da Crítica graças a Fernando, Rei da nossa Baviera. Por ocasião da publicação da sua obra Nós e a Europa – ou as duas razões, é galardoado com o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, que distingue o conjunto da sua obra. Dirige, a partir do Inverno de 1988, a revista Finisterra - Revista de Reflexão e Crítica. É nomeado Adido Cultural junto da Embaixada de Portugal em Roma. É condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique (Grande Oficial). Recebe, no dia 1 de Julho de 1992, o Prémio António Sérgio. Participa no Parlamento Internacional de Escritores que decorre entre 28 e 30 de Setembro de 1994 em Lisboa. Pela sua obra O Canto do Signo recebeu em 1995 o Prémio D. Dinis de Ensaio. Doutor Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro (1995), Universidade de Coimbra (1996), Universidade Nova de Lisboa (1998) e Universidade de Bolonha (2006). Exercia desde 2002 as funções de administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi galardoado com o Prémio Pessoa 2011 e ainda com o Prémio Vida e Obra (Sociedade Portuguesa de Autores) a que se sucederam, entre outros, o Prémio Universidade de Lisboa (2012), o Prémio Jacinto do Prado Coelho (2013) e o Prémio Vasco Graça Moura (2016).
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Obras Completas - Tempo e Poesia, Vol. IIIO livro Tempo e Poesia, de Eduardo Lourenço foi publicado em 1974 e representa um marco no ensaísmo português, constituindo-se como obra de referência para a leitura da Poesia. O presente conjunto de textos, publicados no âmbito do plano das Obras Completas de Eduardo Lourenço, da Fundação Calouste Gulbenkian, representa, em meu entender, a mais importante obra sobre a poesia alguma vez editada em Portugal. -
Obras Completas - Tempo Brasileiro: fascínio e miragem, Vol. IVO livro Tempo Brasileiro: Fascínio e Miragem de Eduardo Lourenço foi organizado em grande parte com base em reproduções da documentação original do Dossier Tempo Brasileiro que se encontra no Acervo de Eduardo Lourenço, depositado na Biblioteca Nacional em Lisboa. -
Portugal como Destino seguido de Mitologia da SaudadeA história chega tarde para dar sentido à vida de um povo. Só o pode recapitular. Antes da plena consciência de um destino particular - aquela que a memória, como crónica ou história propriamente dita, revisita -, um povo é já um futuro e vive do futuro que imagina para existir. A imagem de si mesmo precede-o como as tábuas da lei aos Hebreus no deserto. São projectos, sonhos, injunções, lembrança de si mesmo naquela época fundadora que, uma vez surgida, é já destino e condiciona todo o seu destino. Em suma, mitos. -
O Labirinto da SaudadeSomos, enfim, quem sempre quisemos ser. E todavia, não estando já na África, nem na Europa, onde nunca seremos o que sonhámos, emigrámos todos, colectivamente, para Timor.É lá que brilha, segundo a nova ideologia nacional veiculada noite e dia pela nossa televisão, o último raio do império que durante séculos nos deu a ilusão de estarmos no centro do mundo. E, se calhar, é verdade. -
Esquerda Na Encruzilhada Ou Fora da História?Não se pode ganhar uma partida de xadrez sem o adversário cometa erros. Esta máxima não é apenas verdadeira para o mais subtil e cruel dos jogos que os homens inventaram. Se neste momento a esquerda europeia está,ou parece estar,numa situação particularmente melindrosa,é talvez apenas por ter imaginado que os erros ou pecados políticos,sociais e económicos só podiam ser cometidos pela Direita,ou,talvez melhor,que a Direita é a expressão,nessa ordem,da História como pecado. -
Tempo da Música, Música do TempoTrata-se de um conjunto de textos inéditos, colhidos em fontes dispersas e pessoais do autor e seleccionados pela historiadora da arte e musicóloga Barbara Aniello. Dentro da produção de Eduardo Lourenço, este livro sobre a música é sui generis: surge como colecção de apontamentos escritos num arco temporal vastíssimo, a partir de estímulos musicais emoldurados numa época e num espaço que nos fogem, mas que são fotogramas da biografia do seu autor. Por se tratar de material fragmentário e ocasional, tornou-se necessário fornecer elementos que melhorassem o seu entendimento, para facilitar ao leitor esse enquadramento e para poder a crítica formular hipóteses. Por isso, respondendo à exigência de uma abordagem o mais exaustiva possível ao tema, foi feita uma versão completa com comentários musicológicos, notas de rodapé e anexos, a publicar na série das Obras Completas de Eduardo Lourenço, editadas pela Fundação Calouste Gulbenkian, com a colaboração científica da Universidade de Évora. -
Os Militares e o Poder Seguido de o Fim de Todas as Guerras e a Guerra sem fimEduardo Lourenço não cessa de nos surpreender com a sua clarividência - quase vidência - e argúcia. Neste livro, com textos dos anos 70 (à excepção do último, escrito propositadamente para esta colectânea), revelam-se com extrema clareza as características do povo português que o fazem viver ciclicamente momentos de angústia e dificuldade. Implacável e certeiro na análise, Eduardo Lourenço mostra-nos a uma luz crua o que somos e, consequentemente, o que nos espera. -
Crónicas Quase MarcianasA colecção «Obras de Eduardo Lourenço», da Gradiva, é enriquecida com um novo título de Eduardo Lourenço, um dos principais pensadores contemporâneos. Em causa está uma colectânea de crónicas (que foram sendo originalmente publicadas na Visão) de enorme actualidade em que o autor reflecte sobre o Portugal e o mundo dos últimos anos, com a ironia e o humor que lhe são habituais. Apresentando uma análise acutilante, esta nova obra dirige-se a um público vasto, com um registo ao mesmo tempo interessante e acessível. «A América que está ou tem tendência - mormente sob o ponto de vista tecnológico a estar em toda a parte e a intervir cada vez mais abertamente no destino do planeta como um todo, não só presume das suas forças como não pode levar a cabo a sua missão providencial sem o consentimento implícito e o apoio da Europa, por mais subalternizada que esteja ou pareça. Vendo bem, esta América tão fora dela e tão dominadora do mundo não está certa de um futuro tão americano, como agora o imagina e nós europeus temos tendência a crer, hipnotizados pelo exemplo dos exemplos, o do Império Romano.»
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»

