Poemas Eróticos Sobre Frades, Freiras e Padres
Uma antologia única de poemas eróticos sobre frades, freiras e padres, escritos por mais de cinquenta autores portugueses clássicos, da Idade Média ao início do século XX.
São poemas de amor e de explícito desejo sexual de frades e padres pelas freiras, e delas por eles, mas também de amor e de explícito desejo sexual que homens leigos nutriram pelas religiosas. Da autoria de poetas portugueses, uns são narrados na primeira pessoa, por protagonistas reais ou imaginários; outros na terceira pessoa, evocando amores e desejos alheios. Alguns poetas apoiam os que se envolvem ou desejam a sexualidade freirática, outros fazem dessa sexualidade uma fantasia literária, e outros, ainda, convertem-na em sátira.
No final da antologia, o leitor encontra um conjunto de poemas inéditos do século XVIII, cujos manuscritos estão no arquivo nacional da Torre do Tombo: são da autoria de um frade, Frei João de Deus, e foram endereçados a diversas freiras. Têm agora, pela primeira vez, publicação em Portugal.
Poemas Eróticos Sobre Frades, Freiras e Padres, nos Clássicos da Literatura Portuguesa oferece aos leitores uma faceta pouco conhecida da nossa literatura: um testemunho histórico de uma realidade que sempre existiu ao longo dos séculos, de uma forma disfarçada ou tolerada. Uma preciosidade para a história do erotismo em Portugal.
| Editora | Guerra & Paz |
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| Editora | Guerra & Paz |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Victor Correia |
Victor Correia frequentou a Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma (formação em Filosofia). Frequentou também o curso de piano, durante alguns anos. Concluiu a licenciatura em Filosofia, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é pós-graduado em Formação Educacional, na mesma Faculdade, e tem o Mestrado em Estética e Filosofia da Arte, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (formações obtidas antes do Processo de Bolonha). É doutorado em Filosofia Política e Jurídica, na Universidade da Sorbonne, em Paris. É pós-doutorado em Ética e Filosofia Política, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem exercido funções de docência na sua área de formação, e tem organizado e apresentado palestras em várias conferências. É membro de algumas associações científicas e culturais. Tem publicado diversos artigos em jornais, e em revistas nacionais e internacionais. Tem também alguns livros publicados.
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A Censura e o Vandalismo na ArteVictor Correia, autor de uma muito diversificada obra de divulgação nas áreas da filosofia e da arte, questiona neste livro várias manifestações de censura e de vandalismo na arte, no passado e na actualidade, procurando as razões que os sustentam e colocando a defesa da liberdade de expressão como um bem fundamental para a criação artística. -
Homossexualidade e Homoerotismo em Fernando Pessoa“Existe na nossa civilização um preconceito e um juízo comum, de que a homossexualidade é imoral, e de que, portanto, deve ser combatida e extirpada.Proponho-me demonstrar que esse preconceito é injusto, que a homossexualidade não é imoral, e que, portanto, não há mister que se combata, ou que se promova a sua extirpação.Demonstrarei, por fim, qual a origem deste preconceito falso.(…) Demonstraremos, primeiro, que a homossexualidade não é contra a Natureza. Isto é, demonstraremos que é natural no estádio evolutivo em relação ao qual a consideramos, isto é, no estádio evolutivo presente da humanidade. Não nos referimos a estádio evolutivo social só; reportamo-nos às sociedades civilizadas em geral, e não a umas em particular, espécie esta de género.Proponho-me demonstrar que a homossexualidade não é imoral à luz de nenhum conceito que cientificamente se possa fazer da moralidade. Demonstrando isso, quedará demonstrado que, guardadas certas reservas que adiante se especificarão, a expressão literária e artística da homossexualidade também não é imoral.E o corolário natural é que nada há que moralizar, onde nada há de imoral.”Fernando Pessoa, espólio da Biblioteca Nacional, 55 D – 21, 32, 3) Este livro reúne os muitos textos em poesia e em prosa, nos quais Fernando Pessoa exprime sentimentos homoeróticos, ou nos quais aborda o tema da homossexualidade, de forma explícita ou implícita, que se encontram dispersos ao longo da vasta obra de Fernando Pessoa, e que foram publicados até hoje. Encontram-se reunidos neste livro por vários tipos de texto, e por diferentes temas. Este livro inclui também o tema da dualidade da identidade de género, que é exprimida em alguns dos textos de Fernando Pessoa, que este associa também por vezes à homossexualidade, e inclui ainda os textos onde Fernando Pessoa exprime o seu desdém pelas mulheres, sob o ponto de vista afetivo. Grande parte destes textos são pouco conhecidos, e muitos têm determinados pormenores que passam geralmente despercebidos, para os quais chamamos a atenção em notas de rodapé. Este livro contém também alguns textos inéditos. -
Fernando Pessoa - Textos Ateístas, Antirreligiosos e AnticatólicosEste livro reúne muitos dos textos ateístas, agnósticos, céticos, antirreligiosos, anticristãos, anticatólicos, e anticlericais, que foram escritos por Fernando Pessoa, ao longo de toda a sua vida, e que foram publicados até hoje. São textos de poesia e de prosa, uns literários e outros não literários, aqui anotados e organizados por diversos capítulos. Estes textos aparecem em Fernando Pessoa ortónimo, mas também em praticamente todos os seus heterónimos, o que revela portanto que a sua descrença em Deus e a sua crítica às religiões, encontra-se ao longo da sua vasta obra. Apesar da aspiração de Fernando Pessoa ao Ilimitado, e à Perfeição, e da sua busca de um significado para a Vida, isso não é a mesma coisa que acreditar em Deus, conforme se pode confirmar nestes textos. Este livro mostra que o ateísmo, a antirreligião, e o anticatolicismo, presentes nos vários textos de Fernando Pessoa, são algo pensado e defendido enquanto escritor e ensaísta, e também algo sentido e assumido enquanto indivíduo. -
Quem Tem Medo dos Filósofos? Citações Filosóficas PolémicasEste é o primeiro livro de citações filosóficas publicado em Portugal. Trata-se de citações pouco ou nada conhecidas, por vezes mesmo ocultadas, para não depreciar a imagem dos seus autores, devido ao seu carácter polémico e, por vezes, chocante. A polémica das citações apresentadas neste livro não se deve apenas ao facto de virem de filósofos, contrastando com a boa imagem que deles se tem geralmente, mas também, e sobretudo, devido ao seu próprio conteúdo, que contrasta com a imagem idealizada, esclarecida e sábia que se tem da Filosofia. Neste livro, encontraremos afirmações de vários filósofos contra os negros, os judeus, as mulheres, os animais, o trabalho, a educação, o Estado, a Pátria, a Democracia, os Direitos do Homem, a Igreja, as relações humanas, a ciência e a técnica, e a defesa da pena de morte, da escravatura, das riquezas materiais, da mentira, entre outras. -
Homossexualidade no Livro do Desassossego de Fernando PessoaO Livro do Desassossego é uma das produções literárias mais famosas de Fernando Pessoa, é uma das suas reflexões mais importantes, e é considerado o seu melhor trabalho enquanto escritor. Esses textos metem o seu coração a nu, constituem o que há de mais profundo e sentido no seu autor, a sua “autobiografia sem factos”, e são considerados como aquilo que melhor retrata a profundidade psicológica de Fernando Pessoa, que muito se identificava com o seu heterónimo Bernardo Soares.Entre os vários temas do Livro do Desassossego, encontra-se também o da homossexualidade, que era uma das razões do desassossego de Fernando Pessoa. Alguns dos textos aqui selecionados são uma referência direta à homossexualidade, outros são uma referência indireta, e outros são o resultado de uma interpretação nossa. Junto da seleção e da organização dos textos por subtemas, encontram-se aqui explicações de modo a tornar mais acessível cada um desses textos, que são por vezes de difícil compreensão, devido ao seu carater enigmático, aos seus subentendidos, às suas máscaras.Além dessas explicações, este estudo estabelece relações entre o Livro do Desassossego e a generalidade da obra literária de Fernando Pessoa, mostrando pontos de confluência e de complementaridade recíprocos: por um lado encarando-se o Livro do Desassossego como um complemento dos seus textos homoeróticos, e por outro lado encarando-se os seus textos homoeróticos como um complemento do Livro do Desassossego. -
Os Mistérios do Livro SagradoUma análise literal e minuciosa dos textos sagrados, assente numa investigação inédita e surpreendente *****A Bíblia Sagrada é o livro mais vendido em todo o mundo, mas poucas pessoas o leram e o conhecem a fundo Considerado a Palavra de Deus, o livro está, no entanto, marcado por algumas contradições e versões divergentes, erros históricos e científicos e ainda vários absurdos e exageros.Baseado nos textos sagrados, o autor analisa temas fundamentais para todos os seres humanos Desde a criação do Homem até ao fim do mundo, do nascimento à ressurreição de Jesus, são analisados mais de 100 assuntos sensíveis que ajudam a explicar a visão do mundo cristão ao longo de dois milénios.Esta obra é o resultado de uma investigação que expõe algumas das questões mais polémicas da Bíblia, permitindo um outro olhar sobre o livro mais importante para os católicos de todo o mundo. -
O que é o Radicalismo?O radicalismo é uma ideologia, uma crença, ou uma classificação dessa ideologia e dessa crença? Numa linguagem acessível à generalidade do público, relaciona o conceito de radicalismo com outros conceitos semelhantes, analisando os pontos de convergência e de divergência, e mostra a sua ambiguidade e subjectividade. Na sociedade de hoje, predominantemente progressista, mais aberta e tolerante a novos valores, o radicalismo assume novos contornos. -
Deus e o CoronavírusEste livro contém uma análise inédita e polémica no mercado editorial português sobre a pandemia provocada pelo novo coronavírus: a pandemia tendo como fio condutor a questão de Deus e a questão de Deus tendo como fio condutor a pandemia.Trata-se de uma investigação que também mostra como as religiões encararam a pandemia, assim como as grandes polémicas por ela levantadas: a recusa do encerramento dos templos, a tese de que a pandemia foi um castigo de Deus, a rejeição religiosa das vacinas, o charlatanismo religioso e as superstições, a ineficácia das orações contra o coronavírus, a relação dos medos e das teorias da conspiração sobre o coronavírus com a atitude religiosa.Por outro lado, este livro apresenta os seguintes problemas: Deus é considerado um Ser perfeito, todo-poderoso, bondoso e preocupado com a Humanidade. Sendo assim, porquê o Seu silêncio, tendo permitido que esta tragédia acontecesse? Afinal onde está Deus? Deus existe realmente? -
Poemas Eróticos da Antiguidade ClássicaA poesia atravessa, fulgurante, a nossa mente e o nosso coração. Desde a Antiguidade Clássica, na Grécia e em Roma, a poesia erótica foi um licor divino, talvez o mais íntimo, mas também mais popular dos tópicos. Esta antologia de poesia erótica reúne precisamente os textos mais sensuais dos grandes autores da Grécia e Roma antigas. O erotismo está presente em poetas como os gregos Arquíloco, Anacreonte, Safo, Homero, Píndaro, Sófocles ou Eurípedes, bem como nos romanos Lucrécio, Marcial, Juvenal, Catulo, Horácio, Virgílio ou o grande Ovídio, e em muitos outros, numa selecção de mais de 40 autores e perto de 200 poemas. -
O Mundo Problemático das Redes SociaisAs redes sociais estão muito marcadas por esta ambivalência: por um lado permitem que as pessoas sejam mais elas mesmas, devido ao anonimato e ao facto de não se estarem frente a frente umas com as outras, permitindo-lhes por isso dizerem o que sentem e o que pensam (por exemplo através dos comentários ofensivos ou dos discursos de ódio). Por outro lado, as redes sociais permitem que as pessoas se escondam e construam sobre si, perante as outras pessoas, uma imagem fictícia, fazendo-se passar por quem não são, dizendo o que na verdade não pensam, de modo a cativarem melhor os outros (por exemplo nos amores virtuais), ou a cultivarem o “politicamente correto”.Nunca as pessoas comunicaram tanto umas com as outras como nas redes sociais, mas por outro lado nunca se sentiram tão sós, por passarem tantas horas seguidas dependentes e alienadas num mundo virtual. Nunca houve tanta informação como nas redes sociais, mas por outro lado nunca houve tanta desinformação e tanta poluição informativa. Os utilizadores das redes sociais são apanhados por muitas armadilhas da comunicação e da informação, pois nem tudo o que se quer comunicar é comunicação, nem tudo o que se quer informar é informação, a comunicação é por vezes anti comunicação, e a informação é por vezes contra informação, e as amizades não passam de amizades virtuais, de pessoas que nunca se conheceram, não se conhecem, nem nunca se conhecerão.***As redes sociais são algo novo no mundo de hoje, muitas coisas passam pelas redes sociais, muitas coisas passam apenas através delas, e trouxeram vários benefícios e vantagens aos seus utilizadores. No entanto, as redes sociais também trouxeram e trazem muitos problemas e muitas desvantagens, sobretudo devido ao seu mau uso, aumentado e proporci- onados pela forma de comunicação das redes sociais. Há diversos mundos nas redes sociais, incluindo os mundos problemáticos, alguns deles originados e outros especialmente incentivados pelas redes sociais. Este livro tem como objetivo mostrar em que consistem esses problemas e esse mau uso, mostrar a sua especificidade, e fazer uma reflexão sobre as suas causas e as suas consequências.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira