Populismo
Toda a gente aceita que é o povo que legitima o poder político. Mas quando se pergunta o que fazer com ele, a democracia tem várias respostas e os vários populismos só têm uma. A democracia baseia-se na diversidade de opiniões. Os populismos consideram que o povo tem uma opinião uniforme, cuja vontade pura representam. A democracia tem a dinâmica de intenções ideológicas. O populismo adota o imobilismo das práticas doutrinais. Ao encarar-se como eixo identitário da nação, o populismo assume posturas distintas: o de direita pensa que a xenofobia resguarda a identidade nacional e o de esquerda defende que os valores identitários do passado é que norteiam o futuro. O combate aos populismos é cultural e ideológico. Este livro revela atitudes populistas, em Portugal e no estrangeiro, realizadas por personalidades políticas desprezíveis, como Donald Trump, e por outras que cultivam respeitável cidadania, como Marcelo Rebelo de Sousa. O povo é mais tocado pelos aspetos emocionais do que pelos racionais; as emoções são de afeto ou repulsa; as calamidades, como os incêndios de 2017, suscitam emoções que levam o populismo a reativar lamentos em vez de ativar ações que evitem sofrimentos. A questão não é simples, nem isenta de polémicas. O populismo é condenado e é defendido. Este livro procura alertar para a existência do populismo camuflado nas diferentes circunstâncias que podem desestabilizar a democracia.
| Editora | Âncora Editora |
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| Editora | Âncora Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Manuel Pedroso Marques |
Manuel Pedroso Marques nasceu em Lisboa, participou como capitão numa ação civil e militar contra a ditadura, em 1961, em Beja. Julgado à revelia, condenado, esteve no exílio até ao 25 de Abril. Foi gestor, redator, editor e escreveu em jornais (Jornal do Brasil, Semana Portuguesa e outros) sobre temas sociais e políticos. Era membro da Ação Socialista Portuguesa, que deu origem ao atual Partido Socialista.
Em Portugal, foi presidente da RTP, administrador de empresas de comunicação e publicidade (Diário de Notícias, Capital, Bertrand, Difel e outras). Esteve colocado por duas vezes no gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército e foi instrutor de vários cursos de promoção a capitão de Administração Militar, das aulas de Estratégia e Teoria de Administração. Foi assessor militar do Primeiro-Ministro Mário Soares. Por último, presidiu à Agência Lusa durante quase nove anos.
Escreve em jornais e revistas (Jornal de Letras, O Referencial, blog Mover a Montanha e outros. Publicou: Liberdade é também vontade, em coautoria, Relações de Poder na Empresa, O Jogo estratégico na gestão, Tempos Difíceis, Decisões Urgentes. Os Exilados não esquecem nada mas falam pouco, Populismo – Todo o poder vem do povo! Mas para onde vai?.
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Diálogos Improváveis - O Populista, A Democracia, O Radical e a Opinião PúblicaOs Diálogos – entre o populista, a democracia, o radical e a opinião pública – dão força às palavras ditas, clarificam “conceitos em forma de personagens” que dialogam sobre mudanças, mitos, crises e divisões sociais. Todas as personagens, consoante os temas, revelam opiniões de esquerda, direita ou sem nenhum enquadramento político. Falam da crise da democracia, do passado e do futuro, na voz e nas vontades que solicitam o leitor a identificar e a identificar-se sob o ponto de vista político. Falam da globalização (suas dificuldades e perspetivas), do Brexit e dos referendos como modo democrático de consulta ou forma populista de decidir; falam da questão social – uma discussão em aberto, sem fim, como as desigualdades, o poder do laicismo, o entendimento democrático ou não do nacionalismo, e as pressões dos supra e dos subnacionalismos. A conversa, no campo internacional, aborda a situação no Médio Oriente, o terrorismo, as intenções e as dissensões, a guerra e os seus efeitos mais graves – as migrações e as manifestações de ciberguerra. Comenta práticas da teoria da conspiração, da pandemia da Covid-19 vista por leigos e, enfim, “da liberdade – o tudo ou o nada na sociedade”. Nestes diálogos não há teses esmagadoras de todas as objeções. A reflexão enriquece-se com contrapontos externos a ela mesma: as personagens afinaram ou até corrigiram alguns pontos de vista. Os Diálogos Improváveis aqui ensaiados estimulam também o leitor a criar certezas ou dúvidas, afetos ou rejeições, mas sem excluir a diferença do humano. -
O Futuro em Aberto - Pensar PortugalO futuro é incerto, mas só o futuro nos traz novas oportunidades. Forma de conciliar as reflexões sobre as dificuldades atuais do nosso país e sobre a procura das capacidades de as ultrapassar. Referem-se alguns “males portugueses”. Denunciam-se vícios, erros, deficiências culturais, indecisões ridículas, ausências de planeamento e outras máculas coletivas, responsáveis pelo atraso do nosso país, relativamente a outros. A nossa comunidade condicionará o seu futuro pela ideia que fizer dele. Pensar o futuro de Portugal constitui uma obrigatoriedade estratégica. E o estratégico consiste em definir objetivos que se considerem essenciais, em função das capacidades existentes e a adquirir, tendo em vista a estratégia dos Outros, aliados e concorrentes, com a prospetiva sobre as oportunidades que o futuro nos facilita ou dificulta. É o que este livro ensaia.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»