Pranto de Maria Parda
Bicho do Mato
2023
11,00 €
Envio previsto até
Pranto de Maria Parda parte do texto homónimo de Gil Vicente, escrito no rescaldo do ano devastador de 1521, e é levado à cena em 2021, no rescaldo de um outro ano devastador.
Quis Gil Vicente que Maria Parda simbolizasse o ano mau, que fosse mulher e que não tivesse lugar na cidade. A tradição foi insinuando que da designação «Maria Parda» se extraía a ideia de uma mulher negra, embora Gil Vicente não parecesse indicá-lo. Como se olha para este texto com quinhentos anos à luz das questões do racismo e do feminismo, que ele próprio convoca, e que são hoje prementes? Que caminho fizeram, até hoje, este texto, a cidade e Maria Parda?
| Editora | Bicho do Mato |
|---|---|
| Coleção | Textos de Teatro |
| Categorias | |
| Editora | Bicho do Mato |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Gil Vicente |
Gil Vicente
Gil Vicente é o mestre do teatro português (considerado o primeiro dramaturgo moderno), do século XVI, cujas obras são preenchidas por momentos de sarcasmo, ironia e critica social. A obra deste autor satiriza em particular os vícios das classes sociais mais abastadas, como a nobreza e o clero, principalmente por possuir a proteção dos reis D. Manuel e D. João III. Entre as suas críticas encontrava-se o parasitismo da aristocracia, o materialismo do clero e a corrupção da administração, assim como a desproteção da classe trabalhadora (mais pobre). Além de autor, este desempenhava também as funções de encenador e ator, tendo levado a cena cerca de 50 peças, entre 1502 e 1536.Existem muitas dúvidas quanto à biografia de Gil Vicente. Desconhecem-se a data e o local de nascimento, por exemplo. Com base em indicações documentais surgidas depois da sua morte, acredita-se que possa ter nascido em Guimarães ou em Barcelos no ano de 1465.
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Frágua de Amor/ Floresta de EnganosApresentam-se aqui duas peças de Gil Vicente: Frágua de Amor, uma tragicomédia representada durante a festa de casamento do rei D. João III com Dona Catarina (em 1525), e Floresta de Enganos, comédia levada à cena em 1536 para, mais uma vez, divertir o "muito alto e poderoso" rei. Escritas originalmente em castelhano, foram traduzidas para português por José Bento e representadas no Teatro da Cornucópia, no espectáculo Amor/Enganos, no ano de 2000. Esta é uma boa oportunidade para voltar a descobrir um dramaturgo intemporal, aproveitando a excelência da tradução de José Bento. -
Autos: Índia, Barca do Inferno, Inês PereiraA presente edição do Auto da Barca do Inferno uma "moralidade" , do Auto da Índia e do Auto de Inês Pereira todos pertencentes ao género "farsa" , segue rigorosos critérios filológicos de fixação textual. Ao mesmo tempo, a nova edição destas peças de Gil Vicente apresenta uma anotação que, respeitando a identidade linguística das lições mais autorizadas de cada uma das peças, torna os textos acessíveis ao leitor atual. Em conjunto, o tríptico integra as mais representativas obras de sátira social de teor moralizante do teatro vicentino. -
Pranto de Maria Parda e o Auto da Barca do InfernoEsta edição contém duas peças de Gil Vicente: Pranto de Maria Parda e Auto da Barca do Inferno. Deambulemos pelas ruas de Lisboa, sequiosos, nós e a Maria Parda, uma velha, porta-voz dos bêbados, protagonista da primeira peça. Acompanhemo-la e lamentemos a falta de vinho. Haverá quem nos venda fiado? É o Pranto de Maria Parda. Terminado o Pranto, (re)encontraremos almas na hora da morte. Um Fidalgo, um Onzeneiro, um Parvo, um Sapateiro, um Frade, uma Alcoviteira, um Corregedor, um Procurador, um Enforcado e quatro Cavaleiros chegam a um cais, quase todos carregados de pecados e vícios, e encontram um Anjo e um Diabo, figuras que os julgarão e os conduzirão ao seu destino final: o Paraíso ou o Inferno? Que argumentos usar para convencer o Anjo a entrar na barca da Glória? Como ludibriar o Diabo e escapar do «lago dos danados»? Eis o Auto da Barca do Inferno, o julgamento das almas humanas na hora da morte e a denúncia dos vícios da sociedade. Gil Vicente tinha um propósito: divertir o público. Sem esquecer a máxima ridendo castigat mores, a rir corrigem-se os costumes. Que mais podemos pedir? Que leia estes textos e se divirta! -
Auto da FeiraLeitura recomendada para o 10.º ano de escolaridade. Imagine-se a vida enquanto uma feira, um mercado livre, onde se compram e vendem vícios e virtudes, juntamente com tecidos, frutas e bugigangas de toda a variedade. Quem será atraído à tenda do Tempo para comprar as "mercadorias d’amor e rezão, justiça e verdade, a paz desejada"? E quem preferirá as "artes de enganar" que o Diabo tem para vender?… Esta é uma alegoria da vida construída por Gil Vicente, tão atual na sua intenção satírica, mesmo passados 500 anos… Este livro é também recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o Ensino Secundário. A Coleção Educação Literária reúne obras de referência da literatura portuguesa e universal indicadas pelas Metas Curriculares de Português e pelo Plano Nacional de Leitura. -
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Tragicomédia de Dom DuardosTragicomédia de Dom Duardos inaugura um novo género de teatro na obra de Gil Vicente: o das tragicomédias. Ao partir da novela de cavalaria Primaleón, redimensionando sequências e introduzindo muita música, Vicente faz de Dom Duardos um tratado de amor. Através de um jogo de espelhos entre três pares – o aristocrático (Duardos/Flérida), o seu reverso (Camilote/Maimonda) e o casal Julião/Constança Roiz – e três lugares (a corte, a horta e a viagem no mar), o estado amoroso é glosado nos seus excessos e paradoxos. O amor feminino ganha especial importância, manifestando-se em Flérida como luta interior de recusa e de entrega. O romance cantado no final conclui com a “sentença” que proclama o amor como valor em si próprio: “que contra morte e amor/ ninguém não tem mais valia.” Foi a peça escolhida por Ricardo Pais para a sua primeira encenação no Teatro Nacional São João. -
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Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
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Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
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