Preferia estar em Filadélfia
Dois romances e quatro livros de poesia depois, Raquel Serejo Martins dá à estampa a sua primeira obra dramática. O texto é o resultado feliz de um desafio lançado à autora pela Associação Cultural Ninho de Víboras (Almada), que levará a peça à cena. A estreia está marcada para fevereiro. Entre a infância e a idade adulta. Entre os subúrbios e a cidade. Entre a pobreza e a prosperidade. Entre a intimidade e a distância. Entre a opacidade e a transparência. Entre o amor e a indiferença. Entre a inveja e o desprezo. Entre a fuga e o regresso. Entre um suicídio e um reencontro de amigos. Entre derrotas e vitórias. Entre desabafos, acusações e confidências.
| Editora | Poética Edições |
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| Editora | Poética Edições |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Raquel Serejo Martins |
Raquel Serejo Martins (Trás-os-Montes, 1974), Economista, com pós-graduações em Direito Penal e em Direito Administrativo, vegetariana, dançava flamenco agora estuda violoncelo, tem três gatos, vive em Lisboa. Todos os dias ouve uma canção do Sinatra, do Sabina ou do Buarque. Todos os dias lê pelo menos um poema. Tem em papel dois romances: A Solidão dos Inconstantes (2009) e Pretérito Perfeito (2013), cinco livros de poesia: Aves de Incêndio (2016), Subúrbios de Veneza (2017), Os Invencíveis (2018), Plantas de Interior (2019) e Silêncio Sálico (2020), e uma peça de de teatro: Preferia estar em Filadélfia (2019). Jáescreveu duas canções.
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Os InvencíveisOnde? Diz-me, onde me queres? De quatro num quarto de hotel? Nos quartos de Hotel nâo parecíamos nós, de férias, audazes como peixes... -
Plantas de InteriorSim, envelhecer deve ser isto, uma absoluta falta de paciência para histórias repetidas, mesmo se já só canto canções antigas. -
A Iguana ViúvaRaquel Serejo Martins vence 3ª Edição do Prémio Miguel Rovisco, com o texto “A Iguana viúva” Raquel Serejo Martins é a vencedora da 3º Edição do Prémio Miguel Rovisco – Novos Textos Teatrais, com o texto "A Iguana viúva", uma história sobre o amor entre pessoas do mesmo sexo.Do encanto ao amor, ao ódio, à resignação, à indiferença, a elasticidade dos sentimentos entre duas pessoas, é retratada na "A Iguana viúva", a obra que valeu o prémio à economista Raquel Serejo Martins, na 3ª Edição do Prémio Miguel Rovisco - Novos Textos Teatrais. Assim como uma iguana, o amor também pode mudar de cor. Os contratempos do princípio, as dúvidas e medos pessoais, o preconceito familiar e social são contados na primeira pessoa do singular, numa história de amor entre duas mulheres das quais, no fim, ninguém sabe os nomes, mas pode ser qualquer pessoa.Cláudia Lucas Chéu, membro do júri desta edição e que será a responsável pela encenação da obra, defende que a escolha se deveu essencialmente à qualidade literária e dramatúrgica do texto, destacando-se a autora dos demais candidatos e candidatas. A autora aborda de forma poética e narrativamente sustentada a relação amorosa entre duas mulheres, focando-se na temática do amor e da perda, tratando "o amor entre pessoas do mesmo sexo de uma forma interessante, simples e comovente."Para além de economista, com pós-graduações em Direito Penal Económico e Europeu e em Estudos Jurídicos Avançados, e ainda Inspetora Tributária, Raquel Serejo Martins está fortemente ligada ao mundo da escrita, com os romances, “A Solidão dos Inconstantes” (2009) e “Pretérito Perfeito” (2013), cinco livros de poesia, “Aves de incêndio” (2016), “Subúrbios de Veneza” (2017), “Os invencíveis” (2018), “Plantas de interior” (2019), “Silêncio sálico” (2020) e ainda a peça de teatro “Preferia estar em Filadélfia” (2019). O prémio, atribuído anualmente, e que foi criado como incentivo à escrita de textos originais em língua portuguesa, na área do Teatro, contou com 74 textos, que foram apreciadas por um júri constituído por Diogo Infante, Cláudia Lucas Chéu, e Maria Carneiro.O Prémio Miguel Rovisco – Novos Textos Teatrais, atribuído a autores de textos inéditos, tem um valor pecuniário de 2.500.00€, pressupõe a edição em livro, e ainda a apresentação do espetáculo no Teatro da Trindade INATEL. -
Silêncio SálicoSe o coração pensasse, parava de bater-me. Um livro que é uma soma de silêncios. -
Subúrbios de VenezaUma definição? Sou coisa de difícil explicação. Um gosto e um desgosto? Talvez por ser trasmontana, possível porquê, gosto do Inverno, a lenha a crepitar na lareira, a água a apitar na chaleira, o chá a fumegar na chávena, o aconchego dos gatos, os cachecóis, os gorros. E não, não gosto do Inverno, o frio, a chuva, os ossos, apesar de, na minha balança pesam toneladas, em bicos de pés fingindo leveza, irreprimíveis, saudades da neve e das amendoeiras em flor. As saudades da neve afogo-as no mar e porque pesadas vão ao fundo num ápice, das amendoeiras levo-as a dançar com os jacarandás.Viste? Não, não vi. Pois é! Da música, o samba, o jazz, a ópera, o fado, a clássica, que o mesmo é dizer, a Elza, a Elis, a Holly Cole, a Callas, o Camané, o Bach, o Bomtempo, o Schubert, o Gershwin e sempre o meu Buarque e o meu Sabina.Dos pássaros, andorinhas, gaivotas e corvos. Da dança o flamenco e a Bausch. Da arquitetura o Siza, o Corbusier, o Niemeyer, o Mies. Da pintura a Rego, o Pomar, o Amadeo, o Manta, os impressionistas em que Caillebotte o preferido, e, no talento e no afeto, a Ana Cristina Dias.Da fotografia o Capa, o Castello-Lopes, a Cunningham, o Gageiro, o Korda, só na secção a preto e branco.Do cinema, os realizadores, os atores, tantos que vou dizer nome nenhum. Dos livros, percebo que com o tempo construí uma geografia óbvia, os latinos, os mediterrânicos, os sul americanos e a somar os russos. Um desgosto, mousse de chocolate, gostava muito, deixei de gostar. Um desgosto a sério, a morte do meu pai. -
Yoko MeshiCOM FOTOS DA AUTORA * (...) E sentada à mesa de café, como se estivesse sentada à secretária da escola, o dono do café, dono de um corpo com excesso de peso, talvez os bolos, talvez o álcool, talvez o acumular dos anos, tem idade para ser meu avô, a propósito da galaktoboureko e do seu avô turco, ensina-me um provérbio turco, contado em inglês com sotaque grego, que reza assim: When a clown moves into a palace, he doesn’t become a king. The palace becames a circus.O que me deixa a pensar que um palácio não é uma casa, é outra construção, é uma metáfora, e que se pudesse pedir, querer, queria um pátio, um pátio soalheiro, grego ou andaluz, com um limoeiro. E claro que não saí do café sem saber a história deste avô turco, não passou de uma história de amor, curta no contar porém longeva, sem mais peripécias do que as geográficas, como se o amor fosse coisa de somenos. (...) p.235 -
Requiem por IsabelTEXTO VENCEDOR DA 5ª EDIÇÃO DO PRÉMIO MIGUEL ROVISCO – NOVOS TEXTOS TEATRAIS Em cena no Teatro da Trindade a partir de 16 de novembro * Lucrécia foi a atriz mais famosa e requisitada do seu tempo. Este já não é o seu tempo. A debater-se com a decrepitude física e financeira, foi obrigada a mudar-se para um apartamento nos subúrbios da cidade. Isabel foi professora de português, reformada e viúva, mora desde sempre no prédio onde, há um ano, Lucrécia inaugurou residência. Esta é a história de um dia na vida destas mulheres sujeitas a conviver no presente, duas mulheres com passados nos antípodas uma da outra, duas mulheres aparentemente sem nada em comum. É a história de um dia quotidiano na velhice, ou a história de duas vidas, ou a história de uma amizade improvável.
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Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
A Comédia da MarmitaO pobre Euclião encontra uma marmita cheia de ouro, esconde-a e aferra-se a ela; passa a desconfiar de tudo e de todos. Entretanto, não se apercebe que Fedra, a sua filha, está grávida de Licónides. Megadoro, vizinho rico, apaixonado, pede a mão de Fedra em casamento, e prontifica-se a pagar a boda, já que a moça não tem dote. Euclião aceita e prepara-se o casamento. Ora acontece que Megadouro é tio de Licónides. É assim que começa esta popular peça de Plauto, cheia de peripécias e de mal-entendidos, onde se destaca a personagem de Euclião com a sua desconfiança, e que prende o leitor até ao fim. «O dinheiro não dá felicidade mas uma marmita de ouro, ao canto da lareira, ajuda muito à festa» - poderá ser a espécie de moralidade desta comédia a Aulularia cujo modelo influenciou escritores famosos (Shakespeare e Molière, por exemplo) e que, a seguir ao Anfitrião, se situa entre as peças mais divulgadas de Plauto. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio -
Menina JúliaJúlia é uma jovem aristocrata que, por detrás de uma inocência aparente esconde um lado provocador. Numa noite de S. João, Júlia seduz e é seduzida por João, criado do senhor Conde e noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Desejo, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos que povoam aquela que será uma noite trágica. -
Os HeraclidasHéracles é o nome do deus grego que passou para a mitologia romana com o nome de Hércules; e Heraclidas é o nome que designa todos os seus descendentes.Este drama relata uma parte da história dos Heraclidas, que é também um episódio da Mitologia Clássica: com a morte de Héracles, perseguido pelo ódio de Euristeu, os Heraclidas refugiam-se junto de Teseu, rei de Atenas, o que representa para eles uma ajuda eficaz. Teseu aceita entrar em guerra contra Euristeu, que perece na guerra, junto com os seus filhos. -
A Comédia dos BurrosA “Asinaria” é, no conjunto, uma comédia de enganos equilibrada e com cenas particularmente divertidas, bem ao estilo de Plauto. A intriga - na qual encontramos alguns dos tipos e situações características do teatro plautino (o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos) - desenrola-se em dois tons - emoção e farsa - que, ao combinarem-se, comandam a intriga através de uma paródia crescente até ao triunfo decisivo do tom cómico.