Primeira Linha de Fogo - Da Guerra Civil de Espanha aos Campos de Extermínio Nazis
Este livro corresponde a encontros e reflexões sobre como é estar na primeira linha de fogo. São episódios e personagens reais de um mesmo romance antifascista em enquadramentos diversos. Nem será preciso dizer mais nada. Salvo que a tal palavra de esperança não lhe colherá qualquer significado prático, a menos que quem a pronuncie se erga da poltrona e faça qualquer coisa para estabelecer a mudança. Entrar na luta, por exemplo.
Não se trata aqui de uma mão-cheia de heróis, apesar de alguns estarem oficialmente declarados e condecorados como tal, mas de um universo de gente que, com oportunidade e eficiência, soube dar claros sinais de que é possível transformar e corrigir os chamados disparates das índias. Algumas destas pessoas ainda não terminaram os seus trabalhos, permanecendo exilados e/ou em luta. Um que outro cumpriu o seu ciclo biológico no tempo decorrido entre o nosso encontro e a publicação deste volume; um que outro está na expectativa de quanto acontece, tirando ilações, sopesando gestos, afirmações, movimentações, lendo nas entrelinhas dos jornais e nos olhos dos seus antigos camaradas. Às vezes, o verdadeiro sentido do que observam escapa-se-lhes, mas não importa. Sabem, pelo menos intuem, que foram exemplos, pelo que alguém há de aparecer e utilizar a preceito a herança de análise e atuação no projeto de vida que deixaram ao seu tempo, à própria posteridade.
| Editora | Bertrand |
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| Editora | Bertrand |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Viale Moutinho |
José Viale Moutinho, nascido no Funchal em 1945, é poeta, ficcionista e ensaísta. Possui uma vasta obra editada nas áreas do conto, ensaio, poesia, literatura infantil e na recolha de literatura tradicional portuguesa. Foi distinguido com o Grande Prémio de Conto de Camilo Castelo Branco/APE em 2000, com o Pedrón de Honra da Fundación Pedrón de Ouro, de Santiago de Compostela, em 1995, com o Prémio Rosalía de Castro do Pen Club da Galiza em 2012 e com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores em 2016.
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O Livro da LuizinhaEstas fábulas foram contadas pela primeira vez em latim por Fedro, há uns dois mil e cinquenta anos! Trindade Coelho (1861 1908), o grande contista de Os Meus Amores, achou que podia reescrevê-las para uma sua amiguinha. Assim, com bonecos da Fedra, cá está o Fedro em bom português para os nossos pequenos leitores! -
A Noite de RavensbrückO campo de concentração Ravensbrück como palco central da história de três deportadas prisioneiras Betty, Odette e Sara) num campo de morte nazi, em que o Holocausto e a segunda Guerra Mundial são o pano de fundo do ensaio dramático A noite de Ravensbrück. Composto em três quadros, a acção decorre na Primavera de 1945 e aborda a realidade das condições sobre humanas a que estas mulheres estão sujeitas diariamente. Do seu quotidiano diário fazem parte a fome, o frio, os trabalhos forçados, bem como os continuados fuzilamentos e incinerações nos fornos crematórios. A morte impera permanentemente neste quadro e nas suas vidas. -
Quatro Manhãs de Nevoeiro«Viale Moutinho não traz desta vez ao sebastianismo uma peça de teatro, se bem que o seu subtítulo seja uma concessão à cena, mas uma narrativa. Também neste género, que não é senão o teatro a tentar ganhar tempo, uma vasta genealogia de relatos lhe serve de antecedente. O que individualiza este trabalho em relação aos seus antepassados, alguns bem ilustres, é talvez o que posso chamar de interpelação quântica.» António Cândido Franco «Reacendendo eternas dúvidas acerca de D. Sebastião e daquela manhã enevoada de 4 de agosto de 1578, em Alcácer Quibir, José Viale Moutinho arma, em sua farsa, mundos possíveis ficcionais - mundos e submundos de personagens - devedores de um sistema semionarrativo insólito, levando o leitor a se perguntar por que são Quatro manhãs de nevoeiro.» Flávio García «Nesta obra, o narrador entrelaça num vertiginoso círculo as dúvidas quanto à sorte do monarca, as histórias dos falsos reis, o tempo que antecede a partida para África e comentários de um presente deslocado, sem tempo e sem lugar.» Maria de Fátima Marinho -
Destruição de um Jardim RomânticoEis a recuperação de um dos melhores livros de contos de José Viale Moutinho, em que o fantástico se alia ao compromisso social e irrompem personagens inesquecíveis nestas fábulas exasperantes.O amor fragmenta-se, assim como se esboroa o crime e o castigo, tal como se desmontam os pequenos mitos que assolam cada qual, é este livro o aflitivo estalar das aflições das pessoas com as quais pactuamos.Um imenso retábulo que se traduz numa escrita vibrante e muitas vezes perturbadora. -
Chamo-me... Amadeo de Souza-Cardoso"A nossa arte não deve recuar, como não deve recuar a nossa imaginação sem limites. A nossa arte caminha e deve caminhar sempre em frente, superando todos os obstáculos, sempre original, sempre virgem nas suas manifestações, pois só o virgem é belo!" -
Cenas da Vida de um MinotauroFiccionista, poeta, ensaísta, jornalista, José Viale Moutinho recebeu este ano, e com este livro, dois prémios: o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco da Associação Portuguesa de Escritores, e o Prémio Literário Orlando Gonçalves. "Cenas da Vida de um Minotauro" reúne oito contos, praticamente todos temporal e geograficamente situados no século XX português e na sua história e muitas histórias ( a revolta de 3 de Fevereiro de 1927, no Porto, a revolta da Madeira, a Guerra Civil de Espanha, as perseguições políticas do salazarismo, ou, mais recentemente, a emigração clandestina, etc.), escritos num estilo mordaz, irónico e apaixonado a que o autor nos habituou de há muito naquilo que escreve. -
Um Jantar de Escritores: selecção de textos e notas epicuristasQuem é que se atreve a fritar batatas com a garantia da qualidade das mãos do grande prosador Ramalho Ortigão? Quem prepara umas perdizes como o grande Fialho de Almeida ou Bulhão Pato e se atreve a dizer - e com razão - que as ameijoas à sua maneira, afinal, são da autoria de um grande cozinheiro chamado João da Matta? Quem era tão magrinho como Eça e falava tanto da paparoca como ele? Já Camilo punha altares ao caldo verde e às tripas, que Fernando Pessoa só as conhecia de longe! Júlio César Machado punha o seu barrete de cozinheiro para fazer uma caldeirada de truz... Wenceslau de Moraes trata do chá e Camilo serve o café. Estão a ver Garrett com um ananás na mão? O autor José Viale Moutinho cumpre aqui mais uma vez o seu talento inventivo de escritor e a sua competência de incorrigível gastrónomo. A original ilustração da capa é de Fedra Santos. -
Ó Meu Rico Santo António! - O Traumaturgo na Literatura PopularNas portas das casas, no nichos das entradas e nas fachadas dos prédios, painéis de azulejos marcam a presença de Santo António. Raras são as vilas ou cidades em que no labirinto das ruas o Santo António não esteja presente. A imagem que o representa é a de um Franciscano que traz pela mão o Menino Jesus saltitando para cima do breviário. A sua popularidade justifica o feliz título que o autor - José Viale Moutinho - deu a este livro - Ó Meu Rico Santo António!Para além de uma abordagem biográfica refere as tradições desde as cantigas, quadras, loas e responsos dirigidas a este Santo milagreiro. -
Literatura de Cordel - Uma AntologiaFechem os olhos, respirem fundo, abandonem este mundo, há um novo universo literário que vos espera!Verdadeiras narrativas de amor e de crime numa antologia que nos faz regressar ao tempo em que as histórias eram publicadas em vários capítulos, impressas em formato de caderno e suspensas de um cordel, para serem vendidas nas ruas, feiras e aldeias.Tomava-se conhecimento das singularidades do mundo, das verdades e das mentiras, dos criminosos, das execuções e dos milagres, dos fenómenos naturais e dos monstros sobrenaturais. Há por aqui vinganças, mas não escapa amisericórdia, a comiseração, a inteligência e a sabedoria popular, a esperteza, as fortunas tiradas das cartolas ou das carapuças de burel!São textos que fazem parte por vezes de uma literatura marginal, e outros que se inscrevem na literatura tradicional que estão na memória das histórias que eram contadas e recontadas, de que são exemplo: História do célebre navegador João de Calais; Maria! Não me mates que sou tua mãe!; Vida de José do Telhado; História do grande Roberto do Diabo ou ainda História verdadeira da princesa Magalona. Uma antologia imprescindível para conhecer a literatura de cordel, "uma literatura especial de grande importância étnica e histórica" (Teófilo Braga).
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?
