Reflexões sobre as Causas da Liberdade e da Opressão Social
| Editora | A Bela e o Monstro |
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| Coleção | Utopia e Conhecimento II |
| Categorias | |
| Editora | A Bela e o Monstro |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Simone Weil |
Simone Weil (1909-1943) viveu muito em pouco tempo. Nasceu em Paris, no seio de uma família judia agnóstica. Quando, com 22 anos, ensina filosofia no liceu de uma cidade mineira francesa, decide viver com os cinco francos por dia dos desempregados, entregando o seu ordenado à caixa dos mineiros. Em Paris, onde trabalha como operária anónima, é testemunha da servidão imposta pela técnica, da coisificação do homem e da aniquilação do pensamento na produção de mercadorias. Filósofa, mística, pacifista, anarquista, activista da resistência francesa, Weil foi uma das mentes mais brilhantes do século XX, «o único grande espírito do nosso tempo» (Camus) com «um coração capaz de bater por meio do universo inteiro» (Beauvoir). Morreu aos 34 anos, debilitada e mal alimentada, em solidariedade com os compatriotas submetidos ao racionamento.
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Reflexões Sobre As Causas da Liberdade e da Opressão SocialConsiderado pela autora como um dos seus textos mais importantes, Reflexões sobre as Causas da Liberdade e da Opressão Social (1934) parte de uma profunda análise da natureza da nossa liberdade individual para explicar como, nos sistemas políticos ou agrupamentos sociais em que vivemos, e nos moldes em que os concebemos, a liberdade é um paradoxo e a opressão uma fatalidade. Weil vai da teoria às implicações práticas de tal concepção, revelando as múltiplas formas de opressão e dissecando os seus mecanismos, deitando por terra as esperanças numa resposta revolucionária – refém dos mesmos mecanismos, inerentes à condição humana. Nesta feroz crítica do poder, das elites e da burocracia que germinam em qualquer regime – do capitalismo ao estalinismo –, vislumbra-se porém uma profética luz ao fundo do túnel. Weil escreveu estas Reflexões em 1934; mas, se acreditarmos na sua ideia de que «o futuro é feito da mesma matéria que o presente», temos boas razões para nunca a deixar de ler. -
Nota sobre a Supressão Geral dos Partidos Políticos«Um pouco por todo o lado, a operação de tomar partido, de tomar posição pró ou contra, substituiu a operação do pensamento. Estamos perante uma lepra que teve origem nos meios políticos e que se estendeu à quase totalidade do pensamento. É duvidoso que se consiga remediar essa lepra se não começarmos pela supressão dos partidos.» Nesta brevíssima Nota sobre a Supressão Geral dos Partidos Políticos (escrita entre 1942 e 1943), Simone Weil vai bem além da mera provocação. Expondo as dinâmicas de poder e hierarquia que nascem no chamado «espírito de partido», e assistindo ao triunfo generalizado da opinião sobre a verdade e às consequências do seguidismo e da propaganda em várias áreas da vida pública - do jornalismo à educação, das artes à religião -, Weil proclama que a verdadeira política, aquela que persegue o bem comum, só poderá existir quando os partidos saírem do caminho. Esta noção de que «um partido é uma pequena igreja profana armada com a ameaça de excomunhão», oficialmente constituído para «matar nas almas o sentido da verdade e da justiça», arrasa as fundações em que assenta o nosso sistema político. Mas ressoa ainda hoje nos escombros das ilusões por ele fabricadas ? abrindo brechas de pensamento individual, livre, a salvo de «paixões colectivas». -
A Gravidade e a Graça«Não se trata aqui de filosofia, mas da vida», escreveu Gustave Thibon, em 1948, ao apresentar esta recolha de pensamentos retirados de manuscritos que Simone Weil (1909-1943) lhe confiara. Desde a sua aparição esta obra provocou um «efeito» que ainda hoje perdura. Para muitos dos seus leitores faz parte dos encontros primordiais, é um dos raros livros que nos pode acompanhar ao longo da vida, na medida em que reflecte uma experiência interior de uma exigência e interioridade pouco comuns. «Entre os grandes espíritos femininos de todo o mundo, o de Weil impressiona-nos por ser aquele que é mais evidentemente filosófico, aquele que está mais familiarizado com a luz da montanha (como diria Nietzsche) da abstracção especulativa.» George Steiner em Simone Weils Philiosophy of Culture, T.L.S., Junho de 1993. -
O Enraizamento«Enraizamento» é um ensaio escrito em 1943 e que permaneceu inacabado devido à morte da autora. -
A Pessoa e o Sagrado - A Pessoa Humana é Sagrada?Pouco antes da sua morte, em 1943, Simone Weil escreveu este A Pessoa e o Sagrado, cujos termos foram motivo de debate para a geração da revista O Tempo e o Modo, por ser um contraponto ao personalismo de Emmanuel Mounier, que marcou os católicos progressistas portugueses, como João Bénard da Costa, Manuel Lucena, Alçada Baptista, Manuel S. Lourenço ou Alberto Vaz da Silva. Partindo das suas mais essenciais assunções filosóficas – a beleza, a justiça e o mal –, Simone Weil convoca também o direito e a democracia a este debate sobre a pessoa, isolando-a de qualquer colectividade, partido ou instituição, para se centrar no que é sagrado. Da leitura deste livro, saímos com uma noção de «pessoa» muito diferente da que estamos habituados a usar. Tal qual somos levados a procurar um princípio que esteja acima das noções de «direito» e «liberdades». E esse princípio é o conceito de «sagrado», que lhes confere um novo e verdadeiro sentido. -
A Amizade / Carta a Um ReligiosoTRADUÇÃO: RICARDO RIBEIROIMAGENS: AVELINO SÁ -
Experiência da Vida de Fábrica, Condição Primordial de um trabalho não servilSimone Weil (1909-1943) viveu muito em pouco tempo. Nasceu em Paris, no seio de uma família judia agnóstica. Quando, com 22 anos, ensina filosofia no liceu de uma cidade mineira francesa, decide viver com os cinco francos por dia dos desempregados, entregando o seu ordenado à caixa dos mineiros. Em Paris, onde trabalha como operária anónima, é testemunha da servidão imposta pela técnica, da coisificação do homem e da aniquilação do pensamento na produção de mercadorias. Filósofa, mística, pacifista, anarquista, activista da resistência francesa, Weil foi uma das mentes mais brilhantes do século XX, «o único grande espírito do nosso tempo» (Camus) com «um coração capaz de bater por meio do universo inteiro» (Beauvoir). Morreu aos 34 anos, debilitada e mal alimentada, em solidariedade com os compatriotas submetidos ao racionamento.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
As Lições dos MestresO encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca.