Romance
Presença
2015
11,90 €
Envio previsto até
Romance
, título deste longo poema, é a narrativa de uma peregrinação iniciática entre as sombras
do sonho nos corpos do desejo, entrecruzando memórias, mitos, despojos de guerra no exílio
da vida, ecos bucólicos de Bernardim Ribeiro, autoestradas nos subúrbios das cidades
sitiadas e amores tão antigos como o tempo do mundo.Helder Macedo, uma das vozes mais
marcantes da literatura de língua portuguesa contemporânea, apresenta-nos no seu novo
livro
Romance
, escrito no ano em que completa oito décadas, uma obra inovadora que não deixará de
surpreender, uma vez mais, os leitores.
Helder Macedo
Autor de uma vasta obra ensaística e cronista, Helder Macedo é também romancista e poeta, com obra traduzida para várias línguas. Foi secretário de Estado da Cultura, no governo de Maria de Lourdes Pintasilgo, e é membro efectivo da Academia das Ciências de Lisboa.
Em Londres, onde reside, foi titular da Cátedra Camões e é professor emérito de Português no King's College. Professor visitante em várias universidades, entre as quais Harvard, Universidade Federal do Rio de Janeiro, École des Hautes Études en Sciences Sociales e Universidade de Santiago de Compostela, o autor é também honorary research fellow na Universidade de Oxford.
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NatáliaO novo romance de Helder Macedo apresenta-se sob a forma de um diário, escrito na primeira pessoa, Natália, durante três períodos críticos da sua vida. Este relato, inicialmente respondendo ao irónico desafio de um autor que ela entrevista na televisão, depressa passa a ser uma forma de reunir pistas que lhe permitam responder à pergunta: «Quem sou eu?». Órfã de pai e mãe, assassinados estes na Argélia pouco antes de 1974 pela polícia secreta portuguesa, Natália construiu as suas memórias em torno do que lhe contou e, obliquamente, sugeriu a figura tutelar do avô materno. Quando este morre, ela encontra numa pasta os documentos relacionados com o seu nascimento e três misteriosas fotografias de uma jovem que pensa ser a mãe. Mais tarde a introdução de uma nova personagem feminina confere outra dinâmica ao questionamento de Natália. Através da intensa relação que as une, Fátima, introduzindo a possibilidade de uma outra leitura dos acontecimentos, vai levar Natália a desconstruir o mito que em grande parte o avô contribuiu para criar. -
Poemas Novos e VelhosHelder Macedo é um dos mais prestigiosos autores da língua portuguesa, como ficcionista, crítico literário, ensaísta e, menos frequentemente, poeta. Publica-se, agora, esta coletânea da sua poesia, até à data dispersa em livros distintos, oferecendo ao leitor a possibilidade de conhecer o essencial da sua produção poética, que ilumina o todo da sua obra. Poemas Novos e Velhos organiza-se segundo ordem inversa da publicação dos sucessivos títulos de poesia que tem vindo a escrever desde 1956 até ao presente, incluindo uma sequência de poemas inéditos, «Colagens» (2010-11), a abrir este esplêndido volume. -
Tão Longo Amor, Tão Curta a VidaNeste novo romance de Helder Macedo, um thriller psicológico, o narrador é um escritor português que vive em Londres. Uma noite recebe uma inesperada visita de um amigo diplomata seu compatriota que tinha ido participar numa conferência sobre o Médio Oriente e que lhe pede abrigo, alegando encontrar-se em perigo porque tinha fugido depois de ter sido sequestrado por uma mulher e um homem mais velho. A sua história é tão inverosímil que o escritor decide, em vez do novo romance que tinha iniciado, criar uma versão ficcional do que poderia ocultar-se por detrás do que o amigou lhe contara. Quando o diplomata volta a Londres, o escritor confronta-o com a sua reconstrução da história. As consequências são dramáticas e imprevisíveis. -
Camões e Outros ContemporâneosCamões e Outros Contemporâneos manifesta a abordagem literária de Helder Macedo sob a premissa «contemporâneos são todos aqueles com quem vivemos». Com Luís de Camões em permanente recorrência, este livro propõe uma leitura simultaneamente rigorosa e inovadora de alguns dos nomes maiores da nossa literatura, das Cantigas de Amigo a Mário Cesariny de Vasconcelos, de Bernardim Ribeiro a Herberto Helder, de Francisco de Sá de Miranda a M. Teixeira-Gomes ou José Saramago, Sophia de Mello Breyner, José Cardoso Pires e o «grupo do Café Gelo». Os vinte e quatro ensaios que constituem o corpo do livro são complementados por uma visão crítica global dos oito séculos de literatura portuguesa no seu contexto histórico e cultural, onde o leitor poderá conhecer as fundamentais convergências e divergências entre os autores abordados em cada capítulo. -
Camões e a Viagem IniciáticaOs mais atentos leitores e estudiosos de Luís de Camões conhecem bem o arrojo e a ousadia destes ensaios sobre a épica e a lírica do poeta, que tiveram primeira edição em 1980, na Moraes, e desde então constam em qualquer bibliografia sobre o tema… são agora postos à disposição entre nós para que melhor se aperceba o quanto de vanguarda transporta o clássico dos clássicos. -
Oitocentos Anos de LiteraturaNotável síntese histórica da literatura portuguesa, publicada originalmente no Reino Unido, com os seus nomes fundamentais, temáticas estruturantes e nomes principais, mas com atenção a outras correntes, mais profundas ou fracturantes. De D. Dinis a José Saramago, o percurso faz-se com enorme gozo e subtil erudição, sugerindo detalhes e propondo reflexões, para acabar traçando uma paisagem que nos surge, a um tempo, como nova e confortavelmente próxima. Uma leitura que logo se desmultiplica em outras, para confirmação ou descoberta -
Cada um com o seu Contrário num Só SujeitoMais um belo ensaio, inédito em Portugal, de uma longa linhagem produzida pelo autor, e que o confirma como um dos leitores mais desafiantes do poeta maior. Através de uma escrita sedutora, viajamos ao coração da originalidade das propostas literárias e filosóficas de Camões (nunca esquecendo a personagem). -
Partes de ÁfricaO título Partes de África introduz desde logo uma primeira ambiguidade na leitura desta magnífica ficção, ao remeter-nos ora para a matéria temática que tem a ver com certas partes de África ora para a estrutura do texto que é feita de partes, integradas em duas grandes partes, como dois registos que constantemente se cruzam. Mas é sobretudo através desta dualidade de registos que podemos falar de uma obra singular que começa por perturbar a estabilidade dos códigos de leitura. E essa é também a sua sedução, ao envolver-nos nessa rede de leituras, impelindo-nos numa permanente curiosidade, para a decifração de uma escrita do virtuose, cheia de espelhos e cintilações. Oscilamos assim entre um registo que se propõe como «verdadeiro», quase crónica evenemencial, até com nomes que nos são familiares, e um outro que é o espelho irónico do primeiro, espécie de paráfrase jocosa ou consciência lúdica, assumindo como discurso fictício, artificioso, mas tão consistente como o primeiro registo, fazendo com ele o corpo inteiro da obra. É o estatuto da própria factualidade ou da sua ficção que é posto em crise, para logo ser resolvido numa ficção maior, numa obra literária que fala da nossa contemporaneidade, destas últimas décadas em que as partes de África eram também o nosso quotidiano. Um livro surpreendente, inesperado, no nosso panorama ficcional. -
Vícios e VirtudesDurante uma visita a Lisboa, o escritor, fingindo-se de si próprio, encontra-se com um amigo também escritor, que lhe fala sobre o bizarro caso que tem vindo a manter com uma aparentemente promíscua e abastada mulher. Nas entrelinhas do que o amigo lhe conta, o narrador apercebe-se do jogo perverso que ela faz com Francisco e, reconhecendo na sua suposta autobiografia reminiscências do milenário culto sebastianista, o narrador começa a escrever um romance, inicialmente em torno da figura histórica da mãe de D. Sebastião - jogo exploratório que persegue possibilidades, ensaia verosimilhanças, pressupõe realidades, mundos oníricos, fundas latências, perigosas ambiguidades. Porque inevitavelmente os caminhos se cruzam, e a outra Joana se furta ao papel de personagem histórica bem-comportada, ela acaba por perder-se na fluidez de um subtilíssimo movimento determinado pelo obscuro objecto do desejo. Quem é Joana O que vê nela cada um dos escritores Talvez vícios e virtudes...«Vícios e Virtudes» é um livro atravessado por múltiplas ambiguidades, que pela sua complexidade e riqueza represen-tam um verdadeiro desafio e um risco para o leitor.Este novo romance de Helder Macedo, o autor de «Partes de África» e «Pedro e Paula», pode ser lido como uma belíssima e pungente história de amor ou entendido como metáfora de uma das temáticas recorrentes na obra do autor, a projecção no devir histórico daquilo a que se costuma chamar “identidade nacional” e o questionamento de que coisa será, no Portugal de hoje. -
Sem NomeHelder Macedo encontrou sempre modos subtis de nos surpreender. Ele que nunca resistiu a estar presente nos seus romances também como personagem, excluiu-se agora do seu mundo ficcional. Uma narrativa em voz off apresenta-nos, a abrir, José Viana, advogado de sucessos vários, que vive em Londres desde o início dos anos 70. Só que o seu modo de viver vai ser desarrumado por uma jovem jornalista. Mas também ela, na insegura expectativa da mulher que ainda não aprendeu a ser, vai sofrer metamorfoses inesperadas. As suas vidas, ao cruzarem-se, vão deixá-los suspensos um do outro como quem se olha num espelho, como quem se visse sem se reconhecer, quase como num sonho. Sentimos o fio condutor que o liga aos romances anteriores, Partes de África, Pedro e Paula, Vícios e Virtudes, num dos temas caros ao autor e que tem que ver com o modo português de viver a sua própria história. É aí que talvez ele mais nos surpreenda, na coincidência entre o contexto histórico deste livro e a realidade que vivemos no momento em que o livro é lançado. Como o próprio autor sugeriu num artigo recente: «Comecei a escrevê-lo há mais de um ano, mas de repente percebi que estava a acontecer em Julho de 2004. É a coisa mais zangadamente política que alguma vez escrevi. [...] Oxalá que entretanto se torne num romance histórico.»
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira