Suécia
Verão de 1976. Aproximam-se as eleições que ditaram o fim do consulado social-democrata na Suécia. Numa ilha de Estocolmo prepara-se o casamento de Monika, filha de Egerman, um intelectual desencantado com o modelo sueco. Dois regressos inesperados vão desencadear questões latentes sobre as ilusões do passado. Intrigado por “uma certa ideia” da Suécia como paraíso (perdido?), Pedro Mexia joga com a mitologia que dela nos chegou do cinema, do teatro ou da música. Peça de câmara, com os seus solos e duetos, Suécia convoca um elenco paralelo de autores que a assombram, com destaque para Bergman. É conduzida por uma leveza de comédia screwball, onde se insinua a gravidade de ecos de Strindberg, Ibsen e Tchékhov. A família, a felicidade, a ligação entre o pessoal e o político são ideias em circulação num pingue-pongue verbal que materializa a ideia de jogo que a move. “E a felicidade é isso? – Isso o quê? O peixe ou o isco? – Não querer nada. Ou querer pouco.
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Menos Por MenosEm Menos por Menos - Poemas Escolhidos, uma antologia pessoal, Pedro Mexia oferece-nos uma selecção de poemas retirados dos seus seis livros de poesia escritos entre 1999 e 2007. 100 poemas que traduzem o que de melhor existe na obra de um dos mais conceituados autores da nova geração da poesia portuguesa contemporânea. -
Senhor FantasmaDividido em cinco partes, autónomas e temáticas, Senhor Fantasma procura um ajuste de contas com a memória, sabendo que o texto transforma definitivamente as coisas vividas em (boa ou má) literatura. Ou seja, em fantasma. -
As Vidas dos OutrosPela primeira vez, Pedro Mexia dedica as suas crónicas à biografia dos outros. Os textos - eruditos, pessoais, poéticos - revelam a vida exemplar, nem sempre no melhor dos sentidos, de artistas, escritores, músicos, cineastas, actores, intelectuais. E é através desta lente, deste olhar sobre os outros, que vamos conhecendo o próprio autor. -
O Mundo dos VivosDepois de As Vidas dos Outros, em que Pedro Mexia dedica as suas crónicas à biografia de artistas, escritores, músicos, cineastas, actores e intelectuais que já morreram, O Mundo dos Vivos reúne as melhores crónicas sobre personalidades vivas! -
CinematecaEnquanto cinéfilo, Pedro Mexia tem escrito amplamente sobre os seus filmes, os seus realizadores, as suas actrizes e os seus actores.Textos que nos fazem rever os filmes através de um outro ângulo, tão íntimo quanto universal, no sentido em que Mexia, ao escrever sobre o seu cinema, escreve também sobre a condição do homem. -
BibliotecaQue livros compõem a biblioteca de Pedro Mexia? Através de uma selecção dos seus melhores textos sobre livros portugueses e estrangeiros, antigos e contemporâneos de Aristóteles a Pessoa, de Dostoiévski a Houellebecq , ficamos a conhecer a perspectiva única de um dos grandes intelectuais portugueses sobre nomes maiores da literatura, dos mais consagrados até aos imerecidamente obscuros. -
Uma Vez Que Tudo Se PerdeuA primeira colectânea de poemas originais de Pedro Mexia desde 2007. -
Malparado: diários 2012-2015«Uma das grandes personalidades da cultura portuguesa contemporânea, Pedro Mexia, cronista, poeta, crítico literário, tradutor e editor, cultiva um género literário que desafia, em simultâneo, convenções e convicções: o falso diário. Os falsos diários de Mexia são uma das mais estimulantes escritas da nossa literatura actua.»Osvaldo Manuel SilvestreDecorrendo do blogue homónimo, «Malparado» é um novo capítulo sobre essa persona literária, esse alter ego que Pedro Mexia nos vem apresentando desde «Prova de Vida» (2007), e que prosseguiu em «Estado Civil» (2009) e em «Lei Seca» (2014).«Pessoas que fizeram parte da nossa vida durante décadas desaparecem e na verdade não lhes sentimos a falta, reparamos nisso quando reparamos que nunca reparámos nisso, é um pouco indecente confessá-lo mas é assim, as coisas são o que são. E outras pessoas, raras, duas por década se tanto, pessoas que mal conhecíamos, com quem nos cruzámos ou com quem convivemos por uns dias apenas, essas fazem-nos uma falta tremenda, uma falta como a de uma substância química a que o organismo se habituou, às vezes nem é tanto o que elas são ou foram, que mal soubemos ou adivinhámos, mas pequenos gestos, ambiguidades desastradas ou cuidadosas, gargalhadas inconvenientes e fantásticas, certa forma de nos chamarem quando nos afastamos, um jeito de se afastarem quando chegamos demasiado perto, clichês encantadores, bocados contrabandeados de biografia para não parecer que são biografia, entusiasmos de outros tempos, zangas que passam logo, branduras quase irreais, e uma impossibilidade última de existirem na nossa vida senão fazendo-nos falta, mulheres que mal tocámos e que afinal faziam parte do nosso corpo, e que agora talvez pensem de quando em vez nesse nosso corpo amputado e triste e grato por nos termos conhecido, e talvez pensem o mesmo de nós, ou talvez se tenham esquecido, ou talvez se esqueçam em breve.»Pedro Mexia. -
Lá Fora«LÁ FORA»: AS CRÓNICAS ONDE PEDRO MEXIA EXPLICA PORQUE GOSTA POUCO DE SAIR DE CASAPrefácio de António Mega Ferreira Lá Fora não é um livro sobre viagens demoradas a lugares exóticos, sobre passeios venturosos a altas montanhas ou selvas escuras, ou sequer sobre grandes temporadas em metrópoles sofisticadas do mundo ocidental: aqui, Pedro Mexia, uma das grandes personalidades da cultura portuguesa contemporânea, revela, mais do que lugares físicos onde tenha estado, lugares mentais acerca dos quais pensou. Há os teatros e as livrarias de Londres, mas também a Paris, Texas, de Wim Wenders. Há a Lisboa das Avenidas Novas e do Chiado, mas também as viagens de liteira de Camilo Castelo Branco. Há os verões da infância na Figueira da Foz, mas também a ilha grega de Leonard Cohen. Deambulando por geografias de espécie diferente, Pedro Mexia — cronista, poeta, crítico literário, tradutor e editor — revela neste livro algumas das suas ideias mais interessantes sobre cinema, música, literatura, filosofia, política e religião, ao mesmo tempo que descreve lugares por onde passou e que, de alguma forma, não esqueceu. «Quem está cansado de Londres está cansado da vida, disse o Dr. Johnson. Percebi o significado exacto dessa frase quando fui a Londres pela primeira vez, há dez anos. Estava cansado da vida, a vida às vezes cansa, mas em Londres descobri uma vida nova, uma espécie de epifania sóbria, contida, à inglesa. Por isso digo que foi a minha primeira vez em Londres, embora já lá tivesse ido antes: foi quando descobri que Londres me reconciliava com o facto de estar vivo. […] Em vários momentos da minha vida a ideia de “ir para Londres” ou simplesmente “ir a Londres” representou um projecto, um refúgio, um bálsamo, uma possibilidade. Foi sempre a vida que eu quis quando quis Londres. E lembro-me de um dia ter tido uma daquelas fantasias juvenis ou aventurosas que costumam aparecer em paragens mais exóticas: “viro aquela esquina e começo de novo, nunca mais sabem de mim”. Outras pessoas preferem climas amenos e espaços desafogados e diversões esfuziantes. Mas a minha cidade estrangeira favorita é chuvosa, desagradável à noite, e goza-se melhor portas adentro, educada e tranquilamente, com fleuma quase infalível e aquecimento central.» —Pedro Mexia -
Poemas EscolhidosNOVA COLECTÂNEA POÉTICA DE PEDRO MEXIA: Poemas Escolhidos é uma selecção pessoalíssima do autor, a partir dos seus sete livros de poesia publicados ao longo de 20 anos AS GAVETAS - Não deves abrir as gavetas fechadas: por alguma razão as trancaram, e teres descoberto agora a chave é um acaso que podes ignorar. Dentro das gavetas sabes o que encontras: mentiras. Muitas mentiras de papel, fotografias, objectos. Dentro das gavetas está a imperfeição do mundo, a inalterável imperfeição, a mágoa com que repetidamente te desiludes. As gavetas foram sendo preenchidas por gente tão fraca como tu e foram fechadas por alguém mais sábio que tu. Há um mês ou um século, não importa.
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Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
A Comédia da MarmitaO pobre Euclião encontra uma marmita cheia de ouro, esconde-a e aferra-se a ela; passa a desconfiar de tudo e de todos. Entretanto, não se apercebe que Fedra, a sua filha, está grávida de Licónides. Megadoro, vizinho rico, apaixonado, pede a mão de Fedra em casamento, e prontifica-se a pagar a boda, já que a moça não tem dote. Euclião aceita e prepara-se o casamento. Ora acontece que Megadouro é tio de Licónides. É assim que começa esta popular peça de Plauto, cheia de peripécias e de mal-entendidos, onde se destaca a personagem de Euclião com a sua desconfiança, e que prende o leitor até ao fim. «O dinheiro não dá felicidade mas uma marmita de ouro, ao canto da lareira, ajuda muito à festa» - poderá ser a espécie de moralidade desta comédia a Aulularia cujo modelo influenciou escritores famosos (Shakespeare e Molière, por exemplo) e que, a seguir ao Anfitrião, se situa entre as peças mais divulgadas de Plauto. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio -
Menina JúliaJúlia é uma jovem aristocrata que, por detrás de uma inocência aparente esconde um lado provocador. Numa noite de S. João, Júlia seduz e é seduzida por João, criado do senhor Conde e noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Desejo, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos que povoam aquela que será uma noite trágica. -
Os HeraclidasHéracles é o nome do deus grego que passou para a mitologia romana com o nome de Hércules; e Heraclidas é o nome que designa todos os seus descendentes.Este drama relata uma parte da história dos Heraclidas, que é também um episódio da Mitologia Clássica: com a morte de Héracles, perseguido pelo ódio de Euristeu, os Heraclidas refugiam-se junto de Teseu, rei de Atenas, o que representa para eles uma ajuda eficaz. Teseu aceita entrar em guerra contra Euristeu, que perece na guerra, junto com os seus filhos. -
A Comédia dos BurrosA “Asinaria” é, no conjunto, uma comédia de enganos equilibrada e com cenas particularmente divertidas, bem ao estilo de Plauto. A intriga - na qual encontramos alguns dos tipos e situações características do teatro plautino (o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos) - desenrola-se em dois tons - emoção e farsa - que, ao combinarem-se, comandam a intriga através de uma paródia crescente até ao triunfo decisivo do tom cómico.