Trinta Leituras
Helder Macedo seleccionou para esta edição textos seus dispersamente publicados, que no entanto encerram temas e perspectivas susceptíveis de, no seu conjunto, constituírem uma obra autónoma. Este livro, de metodologia rigorosa e transparente, tece múltiplas articulações, que o autor explora, entre movimentos literários e nomes centrados no período moderno: Garrett, Camilo, Eça de Queirós, Machado de Assis, Cesário Verde, Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Sena, além de integrar ainda textos sobre grandes nomes da nossa cultura entre os quais se destacam vultos que dominam as artes plásticas, que para Helder Macedo constituem outra forma de ler o mundo.
| Editora | Presença |
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| Coleção | Universidade Hoje |
| Categorias | |
| Editora | Presença |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Helder Macedo |
Autor de uma vasta obra ensaística e cronista, Helder Macedo é também romancista e poeta, com obra traduzida para várias línguas. Foi secretário de Estado da Cultura, no governo de Maria de Lourdes Pintasilgo, e é membro efectivo da Academia das Ciências de Lisboa.
Em Londres, onde reside, foi titular da Cátedra Camões e é professor emérito de Português no King's College. Professor visitante em várias universidades, entre as quais Harvard, Universidade Federal do Rio de Janeiro, École des Hautes Études en Sciences Sociales e Universidade de Santiago de Compostela, o autor é também honorary research fellow na Universidade de Oxford.
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NatáliaO novo romance de Helder Macedo apresenta-se sob a forma de um diário, escrito na primeira pessoa, Natália, durante três períodos críticos da sua vida. Este relato, inicialmente respondendo ao irónico desafio de um autor que ela entrevista na televisão, depressa passa a ser uma forma de reunir pistas que lhe permitam responder à pergunta: «Quem sou eu?». Órfã de pai e mãe, assassinados estes na Argélia pouco antes de 1974 pela polícia secreta portuguesa, Natália construiu as suas memórias em torno do que lhe contou e, obliquamente, sugeriu a figura tutelar do avô materno. Quando este morre, ela encontra numa pasta os documentos relacionados com o seu nascimento e três misteriosas fotografias de uma jovem que pensa ser a mãe. Mais tarde a introdução de uma nova personagem feminina confere outra dinâmica ao questionamento de Natália. Através da intensa relação que as une, Fátima, introduzindo a possibilidade de uma outra leitura dos acontecimentos, vai levar Natália a desconstruir o mito que em grande parte o avô contribuiu para criar. -
Poemas Novos e VelhosHelder Macedo é um dos mais prestigiosos autores da língua portuguesa, como ficcionista, crítico literário, ensaísta e, menos frequentemente, poeta. Publica-se, agora, esta coletânea da sua poesia, até à data dispersa em livros distintos, oferecendo ao leitor a possibilidade de conhecer o essencial da sua produção poética, que ilumina o todo da sua obra. Poemas Novos e Velhos organiza-se segundo ordem inversa da publicação dos sucessivos títulos de poesia que tem vindo a escrever desde 1956 até ao presente, incluindo uma sequência de poemas inéditos, «Colagens» (2010-11), a abrir este esplêndido volume. -
Tão Longo Amor, Tão Curta a VidaNeste novo romance de Helder Macedo, um thriller psicológico, o narrador é um escritor português que vive em Londres. Uma noite recebe uma inesperada visita de um amigo diplomata seu compatriota que tinha ido participar numa conferência sobre o Médio Oriente e que lhe pede abrigo, alegando encontrar-se em perigo porque tinha fugido depois de ter sido sequestrado por uma mulher e um homem mais velho. A sua história é tão inverosímil que o escritor decide, em vez do novo romance que tinha iniciado, criar uma versão ficcional do que poderia ocultar-se por detrás do que o amigou lhe contara. Quando o diplomata volta a Londres, o escritor confronta-o com a sua reconstrução da história. As consequências são dramáticas e imprevisíveis. -
RomanceRomance , título deste longo poema, é a narrativa de uma peregrinação iniciática entre as sombras do sonho nos corpos do desejo, entrecruzando memórias, mitos, despojos de guerra no exílio da vida, ecos bucólicos de Bernardim Ribeiro, autoestradas nos subúrbios das cidades sitiadas e amores tão antigos como o tempo do mundo.Helder Macedo, uma das vozes mais marcantes da literatura de língua portuguesa contemporânea, apresenta-nos no seu novo livro Romance , escrito no ano em que completa oito décadas, uma obra inovadora que não deixará de surpreender, uma vez mais, os leitores. -
Camões e Outros ContemporâneosCamões e Outros Contemporâneos manifesta a abordagem literária de Helder Macedo sob a premissa «contemporâneos são todos aqueles com quem vivemos». Com Luís de Camões em permanente recorrência, este livro propõe uma leitura simultaneamente rigorosa e inovadora de alguns dos nomes maiores da nossa literatura, das Cantigas de Amigo a Mário Cesariny de Vasconcelos, de Bernardim Ribeiro a Herberto Helder, de Francisco de Sá de Miranda a M. Teixeira-Gomes ou José Saramago, Sophia de Mello Breyner, José Cardoso Pires e o «grupo do Café Gelo». Os vinte e quatro ensaios que constituem o corpo do livro são complementados por uma visão crítica global dos oito séculos de literatura portuguesa no seu contexto histórico e cultural, onde o leitor poderá conhecer as fundamentais convergências e divergências entre os autores abordados em cada capítulo. -
Camões e a Viagem IniciáticaOs mais atentos leitores e estudiosos de Luís de Camões conhecem bem o arrojo e a ousadia destes ensaios sobre a épica e a lírica do poeta, que tiveram primeira edição em 1980, na Moraes, e desde então constam em qualquer bibliografia sobre o tema… são agora postos à disposição entre nós para que melhor se aperceba o quanto de vanguarda transporta o clássico dos clássicos. -
Oitocentos Anos de LiteraturaNotável síntese histórica da literatura portuguesa, publicada originalmente no Reino Unido, com os seus nomes fundamentais, temáticas estruturantes e nomes principais, mas com atenção a outras correntes, mais profundas ou fracturantes. De D. Dinis a José Saramago, o percurso faz-se com enorme gozo e subtil erudição, sugerindo detalhes e propondo reflexões, para acabar traçando uma paisagem que nos surge, a um tempo, como nova e confortavelmente próxima. Uma leitura que logo se desmultiplica em outras, para confirmação ou descoberta -
Cada um com o seu Contrário num Só SujeitoMais um belo ensaio, inédito em Portugal, de uma longa linhagem produzida pelo autor, e que o confirma como um dos leitores mais desafiantes do poeta maior. Através de uma escrita sedutora, viajamos ao coração da originalidade das propostas literárias e filosóficas de Camões (nunca esquecendo a personagem). -
Partes de ÁfricaO título Partes de África introduz desde logo uma primeira ambiguidade na leitura desta magnífica ficção, ao remeter-nos ora para a matéria temática que tem a ver com certas partes de África ora para a estrutura do texto que é feita de partes, integradas em duas grandes partes, como dois registos que constantemente se cruzam. Mas é sobretudo através desta dualidade de registos que podemos falar de uma obra singular que começa por perturbar a estabilidade dos códigos de leitura. E essa é também a sua sedução, ao envolver-nos nessa rede de leituras, impelindo-nos numa permanente curiosidade, para a decifração de uma escrita do virtuose, cheia de espelhos e cintilações. Oscilamos assim entre um registo que se propõe como «verdadeiro», quase crónica evenemencial, até com nomes que nos são familiares, e um outro que é o espelho irónico do primeiro, espécie de paráfrase jocosa ou consciência lúdica, assumindo como discurso fictício, artificioso, mas tão consistente como o primeiro registo, fazendo com ele o corpo inteiro da obra. É o estatuto da própria factualidade ou da sua ficção que é posto em crise, para logo ser resolvido numa ficção maior, numa obra literária que fala da nossa contemporaneidade, destas últimas décadas em que as partes de África eram também o nosso quotidiano. Um livro surpreendente, inesperado, no nosso panorama ficcional. -
Vícios e VirtudesDurante uma visita a Lisboa, o escritor, fingindo-se de si próprio, encontra-se com um amigo também escritor, que lhe fala sobre o bizarro caso que tem vindo a manter com uma aparentemente promíscua e abastada mulher. Nas entrelinhas do que o amigo lhe conta, o narrador apercebe-se do jogo perverso que ela faz com Francisco e, reconhecendo na sua suposta autobiografia reminiscências do milenário culto sebastianista, o narrador começa a escrever um romance, inicialmente em torno da figura histórica da mãe de D. Sebastião - jogo exploratório que persegue possibilidades, ensaia verosimilhanças, pressupõe realidades, mundos oníricos, fundas latências, perigosas ambiguidades. Porque inevitavelmente os caminhos se cruzam, e a outra Joana se furta ao papel de personagem histórica bem-comportada, ela acaba por perder-se na fluidez de um subtilíssimo movimento determinado pelo obscuro objecto do desejo. Quem é Joana O que vê nela cada um dos escritores Talvez vícios e virtudes...«Vícios e Virtudes» é um livro atravessado por múltiplas ambiguidades, que pela sua complexidade e riqueza represen-tam um verdadeiro desafio e um risco para o leitor.Este novo romance de Helder Macedo, o autor de «Partes de África» e «Pedro e Paula», pode ser lido como uma belíssima e pungente história de amor ou entendido como metáfora de uma das temáticas recorrentes na obra do autor, a projecção no devir histórico daquilo a que se costuma chamar “identidade nacional” e o questionamento de que coisa será, no Portugal de hoje.
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Pragmática LinguísticaUma visão comum sobre o que é uma língua diz-nos, simplificadamente, que ela é um conjunto de termos - um léxico - e um conjunto de regras para a formação de outros termos e de frases - uma gramática. Contudo, léxico e gramática são apenas as pedras e a estrutura de um edifício que fica inerte se não for usado. Uma língua só é viva na medida em que os falantes a usam. O Essencial sobre Pragmática Linguística debruça-se precisamente sobre o uso da língua, sobre as práticas linguísticas dos falantes e sobre a comunicação. O que está em observação são as actividades humanas em que entram as línguas. Muitas das acções humanas pressupõem o uso de uma língua. Ao perguntarmos, prometermos, pedirmos, afirmarmos, descrevermos, etc., usamos uma língua. O uso da linguagem está também presente nos actos de compra e venda, nos veredictos judiciais, na feitura das leis, no ensino, na publicidade e em todos os episódios da vida social. Mesmo o acto de votar é um acto linguístico: é dizer "sim" ou "não" a determinado partido ou questão política. Mas a observação dos actos linguísticos não esgota a pragmática linguística, pois esta ocupa-se ainda de outros grandes temas, como a diferença entre dizer e implicitar, a prática da delicadeza no uso da linguagem, a estrutura da conversação e a relação do acto linguístico com o seu contexto. -
Classificações Bibliográficas - Percurso de uma TeoriaNo mundo da globalização da informação, que se quer plural e imparcial, urge estudar as classificações bibliográficas como meios privilegiados de a organizar e veicular. Esta obra aborda as classificações bibliográficas como modelos dinâmicos de organização do conhecimento. Pretende avaliar as vantagens e as fragilidades deste tipo de linguagem, no que respeita à representação e à recuperação do conhecimento, criando novos pontos de referência, bem como na contextualização teórica e dinâmica estrutural. Este estudo apresenta dois eixos estruturantes: uma reflexão crítica sobre algumas questões teóricas que constituem este tipo de classificações e um estudo analítico-sintético de alguns sistemas de classificação mais utilizados em bibliotecas nacionais e internacionais. -
Sistema da ModaA moda é uma realidade já largamente analisada sob uma perspectiva jornalística, estética, sociológica e psicológica. Faltava, porém, uma análise semântica do vestuário feminino, coisa que o autor nos proporciona com este livro. Partindo da descrição e da classificação da moda escrita, tal como se apresenta nas revistas da especialidade, Barthes elabora uma análise estrutural do vestuário feminino. Analisa o contributo do discurso verbal para o sistema da moda, o qual motiva as pessoas a consumi-la. Por outro lado, debruça-se também sobre a estrutura e o “jogo” de significados desse próprio discurso. O livro, redigido entre 1957 e 1963, constitui hoje um clássico da semiologia aplicada. -
Dicionário de Verbos ConjugadosCONSIDERAÇÕES PRELIMIMARES: Relevância do verbo na estrutura da frase · Caracterização dos verbos FLEXÃO VERBAL: Modos e tempos · As pessoas e os números · Aspecto · Voz ESTRUTURA DA FORMA VERBAL: RADICAL e tema, característica e desinência · Formas rizotónicas e formas arrizotónicas · Conjugação · Formação dos tempos simples VERBOS AUXILIARES: Conjugação perifrásica · Voz activa · Voz passiva IRREGULARIDADE VERBAL CONJUGAÇÃO PRONOMINAL VERBOS CONJUGADOS (MODELOS) OS VERBOS PORTUGUESES PARTICÍPIOS DUPLOS -
Assim Nasceu Uma LínguaFernando Venâncio conta-nos a história da língua portuguesa com paixão, elegância e um fino humor. Com rigor e precisão de paleontólogo, Fernando Venâncio começa no primeiro gemido da nossa língua, que remonta há séculos, tão distantes que Portugal ainda nem existia, passando pelos primeiros escritos, até à fala contemporânea que ainda hoje conserva registos, em estado fóssil, dessa movimentação primordial. Máquina do tempo que nos permite recuar à época em que o idioma se formou, Assim Nasceu Uma Língua faz-nos peregrinos numa caminhada que toca a língua galega ou o português brasileiro, evidenciando as profundas derivas que deram forma ao nosso idioma, a que Fernando Venâncio chama «um idioma em circuito aberto».