Versos de Todas as Luas - Poesia reunida 1967-2020
POESIA REUNIDA DE ÁLAMO OLIVEIRA (1967-2020)
«Na poesia, no teatro, na ficção narrativa e até mesmo no ensaio, o nosso poeta apresenta-nos um mundo onde a Humanidade poderá revestir-se de dignidade e justiça. Cada texto é composto por um lirismo que eleva o espírito humano. Em cada um dos seus textos existe um grito profundo que penetra os labirintos mais recônditos da nossa existência. Entre a miríade de temas que o autor tem explorado, a emigração e as marcas profundas na sociedade e na idiossincrasia açorianas têm tido relevo especial. É que Álamo Oliveira continua a ser um escritor do seu povo e do seu lugar e, por isso, um escritor de todos os povos e de todos os lugares.»
Diniz Borges
| Editora | Companhia das Ilhas |
|---|---|
| Coleção | transeatlântico |
| Categorias | |
| Editora | Companhia das Ilhas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Álamo Oliveira |
Álamo Oliveira nasceu na Freguesia do Raminho (Terceira, Açores), em Maio de 1945.
Fez o Curso de Filosofia no Seminário de Angra e o serviço militar na Guiné-Bissau (1967-69). Foi catalogador na Biblioteca Pública e Arquivo de Angra (1970-71). Funcionário Administrativo no Departamento Regional de Estudos e Planeamento. Em 1982, foi transferido para a Direcção Regional da Cultura e, após a aposentação, foi convidado a colaborar, até 2010, na Direcção Regional das Comunidades.
É sócio-fundador do Alpendre-Grupo de Teatro (1976), onde foi director artístico e encenador.
Tem cerca de 40 livros com poesia, romance, conto, teatro e ensaio. Está representado em mais de uma dezena de antologias de poesia e de ficção narrativa.
O seu romance Até Hoje. Memórias de Cão, em 3.ª edição, recebeu, em 1985, o prémio Maré Viva, da Câmara Municipal do Seixal. Em 1999, recebeu o prémio Almeida Garrett/Teatro, com a peça A Solidão da Casa do Regalo.
Tem poesia e prosa traduzidas para inglês, francês, espanhol, italiano, esloveno e croata. O seu romance Já Não Gosto de Chocolates está traduzido e publicado em inglês e em japonês.
Em Abril de 2002, o Portuguese Studies Program, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, convidou-o, na qualidade de «escritor do semestre», para leccionar a sua própria obra aos estudantes de Língua Portuguesa, sendo o primeiro português a receber tal distinção.
Com algumas incursões na área das artes plásticas (exposições individuais e colectivas em Angra, Ponta Delgada, Lisboa, Porto e Guiné-Bissau, nas décadas de 60 a 80), criou mais de uma centena de capas para livros.
Em 2010, foram-lhe conferidas as seguintes distinções: Insígnia Autonómica de Reconhecimento do Governo Regional dos Açores e Grau de Comendador da Ordem de Mérito da Presidência da República.
A Companhia das Ilhas iniciou em 2017 a publicação da sua Obra completa (ficção, teatro, poesia e ensaio
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Contos Contados«Alguns destes Contos (ou todos mesmo) são de antologia na nossa Literatura. Nossa porque escrita aqui, Nossa porque, se muito longe daqui, o açoriano que a escrevesse e sentisse por dentro as ilhas – embora à distância – assim a escreveria. E poderemos dizer, com orgulho, nossa Literatura, se for produzida em qualidade.»João Dias Afonso«Álamo de há muito que diz não às interdições, à moral, à hipocrisia. O escritor resiste, ainda e sempre, às censuras da sociedade. Porque sabe que é preciso que aconteça qualquer coisa de extraordinário numa vida (e numa ilha) onde, em geral, não acontece nada, ele sabe que é preciso substituir ao chato quotidiano um mundo no qual reinem a ousadia do amor, o arrojo da aventura, a liberdade total do sonho.»Victor Rui Dores" -
Poemas VadiosQuase a completar 75 anos de idade, um dos maiores escritores açorianos dá-nos mais uma prova da sua criatividade em novo livro de poemas, “vadios”: «sentado à porta da morte um dia / — quem sabe? — ainda vai tomar juízo.» -
Marta de Jesus (A Verdadeira)Marta de Jesus (A Verdadeira) é um romance que se constitui sobre a narrativa bíblica do Novo Testamento. A epígrafe extraída do evangelho de Lucas assinala o comportamento e o perfil antitéticos das irmãs de Lázaro, Maria e Marta. Transpondo para o universo desta Marta o núcleo duro de seguidores do Emanuel bíblico (a mãe Maria Nazaré, Maria Madalena, o grupo dos discípulos), recontextualizando-os temporalmente a partir de meados do século XX (mas prolongando-os até à década de 90) e situando-os no espaço mais ocidental da Europa, a ilha das Flores, Álamo Oliveira constrói um romance cuja leitura obriga a um vaivém recorrente entre o explícito, contemporâneo, do primeiro plano e o implícito, remoto, do segundo plano (isto é, o subtexto evangélico), desafiando o leitor e jogando com as expectativas decorrentes do seu maior ou menor conhecimento bíblico.O leitor terá, pois, ocasião de atestar a convocação de episódios bíblicos no interior deste romance, de verificar em que medida ela se realiza enquanto repetição e diferença (como é próprio de procedimentos narrativos e textuais do género) e como essas diferenças podem constituir, finalmente, um factor de frustração das expectativas do mesmo leitor. Na realidade, transpondo para a segunda metade do século XX açoriano e português alguns episódios bíblicos, entre eles o projecto messiânico de salvação política do país, o autor condena-os desde logo ao fracasso: porque esta não é uma narrativa tocada pela visão e pela perspectiva do milagre e porque a verdade histórica se opõe a uma libertação situada nesse período de tempo. -
Palco de Textos IPalco de Textos (I) reúne três peças teatrais de Álamo Oliveira: A Solidão da Casa do Regalo; Almeida Garrett – Ninguém; Quatro Prisões Debaixo de Armas.Em A Solidão da Casa do Regalo, a acção decorre no Monte Brasil (Angra do Heroísmo). Voltada para a baía, a casa é um regalo para os olhos. Menos para D. Afonso – o VI –, exilado e espoliado da esposa e do reino. Partilha os dias e as noites com a solidão e com o seu pajem. Coxo, doente, envelhecido, D. Afonso é a máscara de todas as desolações. Álamo Oliveira constrói um teatro dentro do teatro, com uma singular relação entre o rei e o seu pajem…No II Centenário do nascimento de Almeida Garrett, o grupo de teatro Alpendre propôs a produção de um texto que fosse, dentro do possível, uma síntese bio-bibliográfica do autor de Frei Luís de Sousa. Essa proposta deu origem a este Almeida Garrett – Ninguém.Quatro Prisões Debaixo de Armas é a adaptação do célebre conto de Vitorino Nemésio, com o mesmo nome, tendo como figura central o truculento Matesinho. -
Contos D` AméricaContos d’América são uma espécie de vida americana sem sotaque. Isto é: quem não é de lá sonha em fazer casa sua por aquelas bandas e vai-se deixando amarrar por pessoas, propriedades, objectos. Nem sempre se tem o que é preciso porque se dá lugar ao impreciso. Tudo se transforma, embora, muitas vezes, se tenha perdido quase tudo. As figuras destes contos escondem-se atrás do seu próprio carácter. Nem sempre é possível não falar de pobreza (social, económica e cultural), mesmo vivendo na América. De qualquer forma, são contos, meu senhor! Não são rosas! -
Telas & CoresA mostra que aqui se deixa vai de António Dacosta a Rui Melo, passando por outros nomes açorianos ou não, todos eles diferentes na sua relação com as telas e as cores e todos desenvolvendo um discurso plástico que fascina e conduz ao entendimento do Belo com a simplicidade das leituras simples. Na verdade, é o uso diferenciado de uma gramática policromática, que se distinguirá Rui Melo, em contenção continuada das cores, de Manuel Policarpo (Vasco Pereira da Costa), este pela sua exuberante expressão formal. Como também difere o quase hiper-realismo de Deodato Sousa do incansável domador da matéria (suportes de madeira, tela, pele, etc., aos conseguimentos magmáticos de inspiração vulcânica) José Nuno da Câmara Pereira. -
O Sábio da MiragaiaQuando chegares à minha idade, vais sentir qualquer coisa semelhante ao que estou a sentir agora. Se apenas te pareço uma pessoa com muitos anos e com uma casca ainda aceitável, devo dizer-te que, nesta altura da vida, o que parece não é. Ou é?! Como vês já não tenho tantas certezas como as que dou a entender que tenho. Devia ficar por aqui, mas quero aproveitar a tua atenção para dar à língua e dizer-te algumas coisas que, por enquanto, não sabes. A não ser que sejas mais um sábio da Miragaia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Homessa! (...) e perguntas-me quem é o Sábio da Miragaia? Lê o livro até ao fim!O Sábio da Miragaia é o mais recente romance de Álamo Oliveira. É o 12.º volume da sua Obra Completa (ficção, teatro, poesia e ensaio), cuja publicação a Companhia das Ilhas iniciou em 2017. -
Caderno das LetrasQuando a sorte bafeja atrevimentos e os joeira sobre grupos de pessoas que se entregam a movimentos de partilha e de diálogo sobre determinados assuntos, sinto-me favorecido pelas oportunidades surgidas e proveitosamente vividas. Os textos aqui reunidos, todos eles versando as áreas da cultura e das letras, resultaram das tais oportunidades de convivialidade e de partilha de saberes que me foram dando ao longo dos anos. Tive ainda a possibilidade de poder falar para públicos diversos e de tratar temas como literatura açoriana, vida sócio-cultural local e, em sentido mais restrito, as artes plásticas. Foram muitos os espaços de apresentação: Açores, Madeira, Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Bruxelas, mais os principais países da nossa diáspora (Brasil, América, Canadá e Bermuda).Álamo Oliveira -
Palco de Textos (II)Integrado na edição das Obras Completas de Álamo Oliveira, este segundo volume de textos para o palco inclui as peças Manuel, Seis Vezes Pensei em Ti, Missa Terra Lavrada, O Quadrado, Morte ou Vida do Poeta e 1 Quixote. Esta última, foi recebida assim pelo jornalista João Dias Afonso, aquando da realização do espectáculo com esse texto: “Talvez valha a pena transmitir antes de mais nada a quem assistiu ao espectáculo que 1 Quixote foi obtido colectivamente, isto é: estudou-se em conjunto (e desde o início) uma ideia tão informe quanto difusa na sua antevisão. Indo e prosseguindo, chegou-se ao ponto do que ESpetrus apresentou em nível de sucesso; e de sucesso capaz de satisfazera a várias e por vezes urgentes questões e de a todos habilitar com respostas senão afinadamente certas em extensão pelo menos capazes de uma boa aceitação repassada de louvor, sublinhada de admiração e provocando a entrega justificada de aplausos, por razões acumuladas, a quem os grangeava.” -
Palco de Textos (III)Integrado na edição das Obras Completas de Álamo Oliveira, este terceiro volume de textos para o palco inclui as peças Os Sonhos do Infante; Sabeis quem É este João?; Uma Hortênsia para Brianda; Bocas de Mulheres e Enquanto a Roupa Seca. Sobre a peça Os Sonhos do Infante, escreveu o poeta Emanuel Félix: «Por tudo isto e, certamente, por tantas outras coisas que ficam por dizer (e a cada um pertence aprender a seu modo), esta peça concebida e encenada por Álamo Oliveira constitui, a meu ver, o seu melhor texto dramático. Não obstante outros igualmente importantes da sua autoria, este terá ficado, particularmente, a ganhar. Não só pelo aliciante desafio da sua proposição, mas por haver sido escrito por um dramaturgo que é, acima de tudo, um altíssimo Poeta. Porque é verdade que nesta peça demandamos o Infante que nos falta. Predestinado com o dom da inquietude. Com o dom de descobrir as terras descobertas. E porque é, sem dúvida, de esperança que se faz a Poesia.»
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira