Palco de Textos I
Palco de Textos (I) reúne três peças teatrais de Álamo Oliveira: A Solidão da Casa do Regalo; Almeida Garrett – Ninguém; Quatro Prisões Debaixo de Armas.
Em A Solidão da Casa do Regalo, a acção decorre no Monte Brasil (Angra do Heroísmo). Voltada para a baía, a casa é um regalo para os olhos. Menos para D. Afonso – o VI –, exilado e espoliado da esposa e do reino. Partilha os dias e as noites com a solidão e com o seu pajem. Coxo, doente, envelhecido, D. Afonso é a máscara de todas as desolações. Álamo Oliveira constrói um teatro dentro do teatro, com uma singular relação entre o rei e o seu pajem…
No II Centenário do nascimento de Almeida Garrett, o grupo de teatro Alpendre propôs a produção de um texto que fosse, dentro do possível, uma síntese bio-bibliográfica do autor de Frei Luís de Sousa. Essa proposta deu origem a este Almeida Garrett – Ninguém.
Quatro Prisões Debaixo de Armas é a adaptação do célebre conto de Vitorino Nemésio, com o mesmo nome, tendo como figura central o truculento Matesinho.
| Editora | Companhia das Ilhas |
|---|---|
| Coleção | Obras de Álamo Oliveira |
| Categorias | |
| Editora | Companhia das Ilhas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Álamo Oliveira |
Álamo Oliveira nasceu na Freguesia do Raminho (Terceira, Açores), em Maio de 1945.
Fez o Curso de Filosofia no Seminário de Angra e o serviço militar na Guiné-Bissau (1967-69). Foi catalogador na Biblioteca Pública e Arquivo de Angra (1970-71). Funcionário Administrativo no Departamento Regional de Estudos e Planeamento. Em 1982, foi transferido para a Direcção Regional da Cultura e, após a aposentação, foi convidado a colaborar, até 2010, na Direcção Regional das Comunidades.
É sócio-fundador do Alpendre-Grupo de Teatro (1976), onde foi director artístico e encenador.
Tem cerca de 40 livros com poesia, romance, conto, teatro e ensaio. Está representado em mais de uma dezena de antologias de poesia e de ficção narrativa.
O seu romance Até Hoje. Memórias de Cão, em 3.ª edição, recebeu, em 1985, o prémio Maré Viva, da Câmara Municipal do Seixal. Em 1999, recebeu o prémio Almeida Garrett/Teatro, com a peça A Solidão da Casa do Regalo.
Tem poesia e prosa traduzidas para inglês, francês, espanhol, italiano, esloveno e croata. O seu romance Já Não Gosto de Chocolates está traduzido e publicado em inglês e em japonês.
Em Abril de 2002, o Portuguese Studies Program, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, convidou-o, na qualidade de «escritor do semestre», para leccionar a sua própria obra aos estudantes de Língua Portuguesa, sendo o primeiro português a receber tal distinção.
Com algumas incursões na área das artes plásticas (exposições individuais e colectivas em Angra, Ponta Delgada, Lisboa, Porto e Guiné-Bissau, nas décadas de 60 a 80), criou mais de uma centena de capas para livros.
Em 2010, foram-lhe conferidas as seguintes distinções: Insígnia Autonómica de Reconhecimento do Governo Regional dos Açores e Grau de Comendador da Ordem de Mérito da Presidência da República.
A Companhia das Ilhas iniciou em 2017 a publicação da sua Obra completa (ficção, teatro, poesia e ensaio
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Contos Contados«Alguns destes Contos (ou todos mesmo) são de antologia na nossa Literatura. Nossa porque escrita aqui, Nossa porque, se muito longe daqui, o açoriano que a escrevesse e sentisse por dentro as ilhas – embora à distância – assim a escreveria. E poderemos dizer, com orgulho, nossa Literatura, se for produzida em qualidade.»João Dias Afonso«Álamo de há muito que diz não às interdições, à moral, à hipocrisia. O escritor resiste, ainda e sempre, às censuras da sociedade. Porque sabe que é preciso que aconteça qualquer coisa de extraordinário numa vida (e numa ilha) onde, em geral, não acontece nada, ele sabe que é preciso substituir ao chato quotidiano um mundo no qual reinem a ousadia do amor, o arrojo da aventura, a liberdade total do sonho.»Victor Rui Dores" -
Poemas VadiosQuase a completar 75 anos de idade, um dos maiores escritores açorianos dá-nos mais uma prova da sua criatividade em novo livro de poemas, “vadios”: «sentado à porta da morte um dia / — quem sabe? — ainda vai tomar juízo.» -
Marta de Jesus (A Verdadeira)Marta de Jesus (A Verdadeira) é um romance que se constitui sobre a narrativa bíblica do Novo Testamento. A epígrafe extraída do evangelho de Lucas assinala o comportamento e o perfil antitéticos das irmãs de Lázaro, Maria e Marta. Transpondo para o universo desta Marta o núcleo duro de seguidores do Emanuel bíblico (a mãe Maria Nazaré, Maria Madalena, o grupo dos discípulos), recontextualizando-os temporalmente a partir de meados do século XX (mas prolongando-os até à década de 90) e situando-os no espaço mais ocidental da Europa, a ilha das Flores, Álamo Oliveira constrói um romance cuja leitura obriga a um vaivém recorrente entre o explícito, contemporâneo, do primeiro plano e o implícito, remoto, do segundo plano (isto é, o subtexto evangélico), desafiando o leitor e jogando com as expectativas decorrentes do seu maior ou menor conhecimento bíblico.O leitor terá, pois, ocasião de atestar a convocação de episódios bíblicos no interior deste romance, de verificar em que medida ela se realiza enquanto repetição e diferença (como é próprio de procedimentos narrativos e textuais do género) e como essas diferenças podem constituir, finalmente, um factor de frustração das expectativas do mesmo leitor. Na realidade, transpondo para a segunda metade do século XX açoriano e português alguns episódios bíblicos, entre eles o projecto messiânico de salvação política do país, o autor condena-os desde logo ao fracasso: porque esta não é uma narrativa tocada pela visão e pela perspectiva do milagre e porque a verdade histórica se opõe a uma libertação situada nesse período de tempo. -
Contos D` AméricaContos d’América são uma espécie de vida americana sem sotaque. Isto é: quem não é de lá sonha em fazer casa sua por aquelas bandas e vai-se deixando amarrar por pessoas, propriedades, objectos. Nem sempre se tem o que é preciso porque se dá lugar ao impreciso. Tudo se transforma, embora, muitas vezes, se tenha perdido quase tudo. As figuras destes contos escondem-se atrás do seu próprio carácter. Nem sempre é possível não falar de pobreza (social, económica e cultural), mesmo vivendo na América. De qualquer forma, são contos, meu senhor! Não são rosas! -
Telas & CoresA mostra que aqui se deixa vai de António Dacosta a Rui Melo, passando por outros nomes açorianos ou não, todos eles diferentes na sua relação com as telas e as cores e todos desenvolvendo um discurso plástico que fascina e conduz ao entendimento do Belo com a simplicidade das leituras simples. Na verdade, é o uso diferenciado de uma gramática policromática, que se distinguirá Rui Melo, em contenção continuada das cores, de Manuel Policarpo (Vasco Pereira da Costa), este pela sua exuberante expressão formal. Como também difere o quase hiper-realismo de Deodato Sousa do incansável domador da matéria (suportes de madeira, tela, pele, etc., aos conseguimentos magmáticos de inspiração vulcânica) José Nuno da Câmara Pereira. -
O Sábio da MiragaiaQuando chegares à minha idade, vais sentir qualquer coisa semelhante ao que estou a sentir agora. Se apenas te pareço uma pessoa com muitos anos e com uma casca ainda aceitável, devo dizer-te que, nesta altura da vida, o que parece não é. Ou é?! Como vês já não tenho tantas certezas como as que dou a entender que tenho. Devia ficar por aqui, mas quero aproveitar a tua atenção para dar à língua e dizer-te algumas coisas que, por enquanto, não sabes. A não ser que sejas mais um sábio da Miragaia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Homessa! (...) e perguntas-me quem é o Sábio da Miragaia? Lê o livro até ao fim!O Sábio da Miragaia é o mais recente romance de Álamo Oliveira. É o 12.º volume da sua Obra Completa (ficção, teatro, poesia e ensaio), cuja publicação a Companhia das Ilhas iniciou em 2017. -
Caderno das LetrasQuando a sorte bafeja atrevimentos e os joeira sobre grupos de pessoas que se entregam a movimentos de partilha e de diálogo sobre determinados assuntos, sinto-me favorecido pelas oportunidades surgidas e proveitosamente vividas. Os textos aqui reunidos, todos eles versando as áreas da cultura e das letras, resultaram das tais oportunidades de convivialidade e de partilha de saberes que me foram dando ao longo dos anos. Tive ainda a possibilidade de poder falar para públicos diversos e de tratar temas como literatura açoriana, vida sócio-cultural local e, em sentido mais restrito, as artes plásticas. Foram muitos os espaços de apresentação: Açores, Madeira, Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Bruxelas, mais os principais países da nossa diáspora (Brasil, América, Canadá e Bermuda).Álamo Oliveira -
Palco de Textos (II)Integrado na edição das Obras Completas de Álamo Oliveira, este segundo volume de textos para o palco inclui as peças Manuel, Seis Vezes Pensei em Ti, Missa Terra Lavrada, O Quadrado, Morte ou Vida do Poeta e 1 Quixote. Esta última, foi recebida assim pelo jornalista João Dias Afonso, aquando da realização do espectáculo com esse texto: “Talvez valha a pena transmitir antes de mais nada a quem assistiu ao espectáculo que 1 Quixote foi obtido colectivamente, isto é: estudou-se em conjunto (e desde o início) uma ideia tão informe quanto difusa na sua antevisão. Indo e prosseguindo, chegou-se ao ponto do que ESpetrus apresentou em nível de sucesso; e de sucesso capaz de satisfazera a várias e por vezes urgentes questões e de a todos habilitar com respostas senão afinadamente certas em extensão pelo menos capazes de uma boa aceitação repassada de louvor, sublinhada de admiração e provocando a entrega justificada de aplausos, por razões acumuladas, a quem os grangeava.” -
Palco de Textos (III)Integrado na edição das Obras Completas de Álamo Oliveira, este terceiro volume de textos para o palco inclui as peças Os Sonhos do Infante; Sabeis quem É este João?; Uma Hortênsia para Brianda; Bocas de Mulheres e Enquanto a Roupa Seca. Sobre a peça Os Sonhos do Infante, escreveu o poeta Emanuel Félix: «Por tudo isto e, certamente, por tantas outras coisas que ficam por dizer (e a cada um pertence aprender a seu modo), esta peça concebida e encenada por Álamo Oliveira constitui, a meu ver, o seu melhor texto dramático. Não obstante outros igualmente importantes da sua autoria, este terá ficado, particularmente, a ganhar. Não só pelo aliciante desafio da sua proposição, mas por haver sido escrito por um dramaturgo que é, acima de tudo, um altíssimo Poeta. Porque é verdade que nesta peça demandamos o Infante que nos falta. Predestinado com o dom da inquietude. Com o dom de descobrir as terras descobertas. E porque é, sem dúvida, de esperança que se faz a Poesia.» -
Versos de Todas as Luas - Poesia reunida 1967-2020POESIA REUNIDA DE ÁLAMO OLIVEIRA (1967-2020) «Na poesia, no teatro, na ficção narrativa e até mesmo no ensaio, o nosso poeta apresenta-nos um mundo onde a Humanidade poderá revestir-se de dignidade e justiça. Cada texto é composto por um lirismo que eleva o espírito humano. Em cada um dos seus textos existe um grito profundo que penetra os labirintos mais recônditos da nossa existência. Entre a miríade de temas que o autor tem explorado, a emigração e as marcas profundas na sociedade e na idiossincrasia açorianas têm tido relevo especial. É que Álamo Oliveira continua a ser um escritor do seu povo e do seu lugar e, por isso, um escritor de todos os povos e de todos os lugares.» Diniz Borges
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Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
A Comédia da MarmitaO pobre Euclião encontra uma marmita cheia de ouro, esconde-a e aferra-se a ela; passa a desconfiar de tudo e de todos. Entretanto, não se apercebe que Fedra, a sua filha, está grávida de Licónides. Megadoro, vizinho rico, apaixonado, pede a mão de Fedra em casamento, e prontifica-se a pagar a boda, já que a moça não tem dote. Euclião aceita e prepara-se o casamento. Ora acontece que Megadouro é tio de Licónides. É assim que começa esta popular peça de Plauto, cheia de peripécias e de mal-entendidos, onde se destaca a personagem de Euclião com a sua desconfiança, e que prende o leitor até ao fim. «O dinheiro não dá felicidade mas uma marmita de ouro, ao canto da lareira, ajuda muito à festa» - poderá ser a espécie de moralidade desta comédia a Aulularia cujo modelo influenciou escritores famosos (Shakespeare e Molière, por exemplo) e que, a seguir ao Anfitrião, se situa entre as peças mais divulgadas de Plauto. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio -
Menina JúliaJúlia é uma jovem aristocrata que, por detrás de uma inocência aparente esconde um lado provocador. Numa noite de S. João, Júlia seduz e é seduzida por João, criado do senhor Conde e noivo de Cristina, a cozinheira da casa. Desejo, conflitos de poder, o choque violento das classes sociais e dos sexos que povoam aquela que será uma noite trágica. -
Os HeraclidasHéracles é o nome do deus grego que passou para a mitologia romana com o nome de Hércules; e Heraclidas é o nome que designa todos os seus descendentes.Este drama relata uma parte da história dos Heraclidas, que é também um episódio da Mitologia Clássica: com a morte de Héracles, perseguido pelo ódio de Euristeu, os Heraclidas refugiam-se junto de Teseu, rei de Atenas, o que representa para eles uma ajuda eficaz. Teseu aceita entrar em guerra contra Euristeu, que perece na guerra, junto com os seus filhos. -
A Comédia dos BurrosA “Asinaria” é, no conjunto, uma comédia de enganos equilibrada e com cenas particularmente divertidas, bem ao estilo de Plauto. A intriga - na qual encontramos alguns dos tipos e situações características do teatro plautino (o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos) - desenrola-se em dois tons - emoção e farsa - que, ao combinarem-se, comandam a intriga através de uma paródia crescente até ao triunfo decisivo do tom cómico.