
Vozes do Sul no Mundo Global - África, Médio Oriente e outros lugares
Adelino Torres
Sujeito a confirmação pelo editor
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Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
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- Ano: 2018
- ISBN: 9789896897390
Sinopse
Neste livro, Adelino Torres mostra a sua inquietação pela persistência no uso de uma linguagem que seria “compreensível na fase inicial da luta pela independência contra o colonialismo, anterior ou posterior à Segunda Guerra Mundial”, mas que “mais de 50 anos depois das independências e com mutações substanciais no tecido social em muitas regiões africanas” lhe soa “algo insólita”. (…) O desenvolvimento continua a não passar de um anseio por parte das populações e de uma promessa repetida até à exaustão pelos políticos. Daí o surgimento de novos perigos, tanto para o Sul como para o Ocidente. Para o Sul, porque “a vitória do islamismo político bloqueará as perspetivas de democracia, de desenvolvimento e de progresso […] aprofundando uma tendência regressiva que consagrará por muito tempo a subalternização científica, económica e cultural dos países dessa região do mundo”. Para o Ocidente, uma vez que o jihadismo, na sua versão belicista, não conhece fronteiras e já identificou o modelo civilizacional ocidental como o alvo a abater através de atentados terroristas que quebram a confiança dos cidadãos nas instituições. Adelino Torres não poupa nas palavras quando critica o terrorismo. Por isso escreve que “o islamismo político radical representa um fundamentalismo que nega a hermenêutica, quer dizer a interpretação” para, de seguida, acrescentar que se trata de “um pensamento totalitário de recusa do outro, obscurantista na medida em que subordina a racionalidade e o próprio procedimento empírico ao arbitrário teológico”. [José Filipe Pinto, Professor Catedrático]
O terrorismo islamista é, pelas piores razões, uma forma de violência massificada que não tem paralelo na história, tanto mais que a probabilidade de utilização de armas de destruição massiva não depende doravante do cálculo racional ou da lógica política mas da simples capacidade técnica. O “islamismo político” – as suas variantes “moderada” e “violenta” são irmãs siamesas – constitui uma séria ameaça para o Ocidente. Porém, é essencial não esquecer que os intelectuais, políticos, cientistas, governantes e Estados do Oriente favoráveis à modernidade são igualmente alvos designados dos “loucos de Deus”. Demonstram-no as muitas dezenas de milhar de muçulmanos assassinados nos últimos anos pelos islamistas, da Argélia ao Irão.(…) A juventude do continente africano e a aparição de autênticos filósofos africanos, cujo crescimento é exponencial numa região que será, dentro de algumas décadas, a mais populosa e jovem do mundo (2 mil milhões de habitantes antes do fim de século XXI, mais numerosa do que a China ou a Índia), abrirá caminho a uma nova modernidade, que não poderá deixar de favorecer a própria universalidade dos valores e a eficácia dos princípios.
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