1974 Cessar-Fogo em África
A já vasta bibliografia disponível sobre o fim do Império Colonial Português tem secundarizado - ou mesmo omitido - o período de transição que percorre o derradeira ano da guerra e se prolonga pelos primeiros quatro meses do pós- 25 de Abril até ao estabelecimento da paz. Neste seu novo livro, David Martelo analise - com o rigor documental e dúvidas, estabelecendo a «ponte» indispensável entre a guerra e a descolonização. Através de uma expressiva e elegante narrativa, o autor transporte os leitores para o cenário de um dos momentos mais decisivos da história de Portugal: o de se saber se era a Democracia que proporcionaria a descolonização, ou se pelo contrário, era a descolonização que possibilitaria a Democracia.
Na parte fina da obra. David Martelo recorda o longo processo que conduziu ao cessar-fogo na Argélia, em 1962, numa comparação que considera recomendável anteceder qualquer adjectivação da descolonização portuguesa.
| Editora | Publicações Europa-América |
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| Coleção | Estudos e Documentos |
| Categorias | |
| Editora | Publicações Europa-América |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | David Martelo |
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A Imprevidência Estratégica de Salazar: Timor (1941) - Angola (1961)Timor 1941: Invasão de Timor por tropas Australianas e Holandesas Angola 1961: início da insurgência Os casos de Timor-1941 e de Angola-1961, que aqui se recordam, têm em comum as seguintes circunstâncias: - Respeitam a parcelas do que foi o Império Colonial português. - Foram apresentados pelo governo de Lisboa como acções de força, inesperadas e desleais. - Em ambos os casos, houve perda de milhares de vidas e de avultados bens materiais. - A documentação disponível esclarece, sem margem para dúvidas, que ambas as situações não só nada tiveram de surpreendentes como eram absolutamente expectáveis. - Não havia falta de meios, tanto assim que, após as agressões, os meios foram disponibilizados. - Na época dos acontecimentos, foram muito bem-sucedidas as medidas tendentes ao encobrimento de responsabilidades. Inexistindo liberdade de imprensa e oposição política organizada, não tiveram condições para provocar os estrondosos escândalos que ambos os casos amplamente justificariam. - Por fim, as duas dramáticas situações lograram, ainda, subtrair-se a um mais severo juízo da História, graças a condições específicas que, em cada caso, desviaram as atenções dos historiadores do início para as consequências - que, em ambos os casos, se estenderam por vários anos -, ou para outros acontecimentos contemporâneos de maior relevo. -
25 de Abril – Do Golpe Militar à Revolução na Forma TentadaO derrube do regime do Estado Novo, em abril de 1974, a democratização que então se iniciou e a tentativa revolucionária subsequente, marcaram uma viragem relevante na História de Portugal.Escasseia bibliografia que incida sobre o período que vai do início da conspiração até ao 25 de novembro de 1975 sem estar referida, direta ou indiretamente, a um determinado protagonista. É esse período que este livro relata, fornecendo uma visão global e cronologicamente bem definida dos acontecimentos, condição necessária para o seu adequado entendimento, privilegiando a descrição da dinâmica revolucionária e o cenário político-militar, frequentemente arrebatado, em que tiveram lugar. -
A Dinastia de Avis e a Construção da União IbéricaApoiando-se num vasto conjunto de documentos e obras, portuguesas e espanholas, o autor procura refutar a ideia generalizada de que a união de Portugal à monarquia hispânica, a partir de 1580, se tratou, tão-só, de um desafortunado acidente dinástico. Conduzindo a sua argumentação pelos caminhos da geopolítica e da estratégia, David Martelo explica-nos, com meridiana clareza, que o mar não foi a forma encontrada para Portugal se esquivar de Castela, mas sim a solução ideal para com ela ombrear; que os reis da dinastia de Avis que pugnaram pela aproximação a Castela não estavam a trair os princípios em que assentara a fundação da dinastia – estavam a reagir a uma nova realidade geopolítica decorrente da união de Castela e Aragão; que o estabelecimento de uma Aliança, em pé de igualdade, com o reino vizinho, era, por fim, condição indispensável de estabilidade e segurança estratégica para levar por diante o sonho de D. João II – alcançar a Índia por mar e dar novos mundos ao mundo. -
As Mágoas do ImpérioMais de duas décadas passadas sobre o fim do império colonial português e no início de uma nova e decisiva etapa no processo de integração de Portugal no espaço europeu, urge reflectir sobre esse passado histórico de colonização iniciado com a chegada de Vasco da Gama à India e encerrado, cinco séculos depois, com a Revolução de Abril de 74.Ensaio de reflexão sobre as condições, objectivos e resultados da expansão portuguesa, esta obra reabre um debate necessário sobre o fim do Império, permitindo, encarar com maior transparência e objectividade o relacionamento estratégico de Portugal com os PALOP e constituindo, também, um importante e polémico contributo para pensar Portugal.David Martelo é oficial do Exército (Coronel) na reserva. Nascido em 1946, em Viseu, tem os cursos de Infantaria da Academia Militar, de "Infantry Officer Advanced Course", de Fort Benning (EUA) e de Estado-Maior. Participou em duas comissões de serviço em Angola e desempenhou funções de comando na Brigada de Forças Especiais. Em 1990, foi colocado no comando das Forças Terrestres Aliadas do Sul da Europa e, entre 1993 e 1995, foi chefe do Estado-Maior do Comando da Região Militar do Norte. É condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e com a Medalha de Mérito Militar de 2ª Classe. É autor de O Exército Português na Fronteira do Futuro (P.E.A., 1997).
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes.