A Academia de Portugal em Roma ao Tempo de D. João V
Com este livro pretende-se apresentar, de forma crítica, o que já é conhecido sobre a academia nacional de Roma ao tempo de D. João V e procurar trazer novidades, sobretudo quanto aos seguintes aspectos: cronologia, espaço e funcionamento, identificando specificidades, eventuais semelhanças e dissemelhanças relativamente a outras academias nacionais estabelecidas na cidade pontifícia. Porque se nos afigura sempre relevante a publicação e o estudo de fontes, optámos por transcrever e apresentar na íntegra um Inventário que nos revela o palácio romano da via di Campo Marzio, onde durante pouco menos de uma década funcionara a Academia de Portugal, ainda que já esvaziado dos seus ocupantes e de parte do seu recheio. Conservado nos fundos da Biblioteca da Ajuda, o manuscrito, redigido em Maio de 1728, conduz-nos efectivamente por um edifício vazio (todos os portugueses não residentes em permanência na cidade pontifícia haviam recebido, no precedente mês de Março, ordem para abandoná-la, no seguimento da interrupção das relações diplomáticas) mas permite extrair ilações que, do nosso ponto de vista, contribuem para o melhor conhecimento da instituição fundada pela Coroa, a qual foi a primeira academia nacional a ser criada na Urbe após aquela Francesa, instituída em 1666 por vontade do Rei Sol.
| Editora | Scribe |
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| Editora | Scribe |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Teresa Leonor M. Vale |
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From Rome to Lisbon: an album for the Magnanimous KingO projeto de edição do Álbum Weale pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem como objetivo tornar acessível ao público interessado uma peça da maior relevância, do ponto de vista da história e da história da arte, proporcionando a apresentação não apenas do texto e de todos os desenhos constantes do Libro degli Abozzi de Disegni delle Commissioni che si fanno in Roma per Ordine della Corte que na cidade pontifícia se fez por zelo do último embaixador de D. João V em Roma, Manuel Pereira de Sampaio (1691-1750) mas também de um conjunto de ensaios de reputados especialistas na matéria. O volume, constituído por 160 folhas, contem 101 desenhos, a tinta e aguarelados, das obras de arte que na década de 40 do século XVIII se faziam em Roma, por encomenda do rei Magnânimo, designadamente para a Patriarcal e capela de S. João Baptista da igreja de S. Roque. As viagens que experienciou foram muitas: de Roma para Lisboa, de Lisboa para o Rio de Janeiro (acompanhando a família real em 1807), aportando mais tarde a Londres e finalmente a Paris, em cujas coleções da Biblioteca da École Nationale Supérieure des-Beaux-arts se encontra. A designação de Álbum Weale adveio-lhe da circunstância de no século XIX ter estado na posse e terem alguns dos seus desenhos sido publicados pelo editor inglês John Weale. Assim, sob a coordenação científica e editorial de Teresa Leonor Vale (Doutora em História da Arte, docente e investigadora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), propõe-se a SCML realizar uma edição (com um total de 328 pp. e 241 imagens) cuja apresentação do conteúdo do álbum se vê complementada e aprofundada com textos da coordenadora, de Jennifer Montagu (Warburg Institute, University of London), Marie-Thérèse Mandroux França, António Filipe Pimentel (Universidade de Coimbra e Museu Nacional de Arte Antiga) e das técnicas de restauro Coralie Barbe e Laurence Caylux (École Nationale Supérieure des Beaux-arts, Paris). Estes ensaios facultarão ao leitor a abordagem de problemáticas essenciais para a plena compreensão do álbum, desde logo a sua relevância científica e académica, o seu extraordinário percurso, o seu papel no contexto mais vasto das encomendas joaninas, a presença que no mesmo tem a capela de S. João Baptista e ainda a intervenção de conservação e restauro que possibilitou a sua edição. -
Ourivesaria Barroca Italiana em PortugalO presente livro ocupa-se, como o título e subtítulo o indicam, da presença e da influência da ourivesaria barroca italiana em Portugal, efetuando uma abordagem a esta problemática capaz de permitir uma identificação e análise do acervo, do contexto, dos agentes e dos processos de importação e difusão. Ao longo do texto - que se desenvolve em articulação com uma seleção de imagens e quadros-síntese e se alicerça na análise das obras e dos manuscritos (que, devidamente transcritos, se publicam no final do volume) - procura compreender-se o contexto de produção, identificar autores, estabelecer relações entre peças e artistas (não apenas ourives mas também escultores, tendo em conta a estreita colaboração verificada entre estas duas categorias profissionais para a concretização das obras) e ainda reconhecer tipologias, no âmbito das obras importadas para o nosso país durante o tempo do Barroco. Por outro lado, efetua-se também um reconhecimento da influência italiana na ourivesaria portuguesa, em particular naquela da segunda metade do século XVIII. Tal problemática, embora recorrentemente referida por múltiplos autores (de forma mais ou menos superficial e nunca justificada), numa se constituiu como tema de uma publicação. Cremos que os resultados deste estudo possuem voz própria, ou seja, cremos que se assume como evidente o modo como o texto e os respetivos anexos vêm colmatar a lacuna que tivemos ocasião de identificar no início da nossa investigação, deixando, porém, largo espaço a novos contributos. -
Um Português em Roma - Um Italiano em LisboaQuanto a João António Bellini, foi provavelmente o facto de não ser um escultor de primeira qualidade que o trouxe da sua Pádua natal até ao nosso país, onde procurou e encontrou boas oportunidades de trabalho. Acerca da sua obra, procurou-se essencialmente organizar e acertar os elementos já conhecidos e promover uma sistematização capaz de facultar uma visão da evolução do seu trabalho e, sobretudo, reconhecer características passíveis de funcionar como definidoras da sua maneira de esculpir. O que parece certo é que a sua obra e a mobilidade inerente à sua concretização no nosso país resultam essencialmente dos dois factores que ao longo do texto reconhecemos e procurámos clarificar: a parceria artística com o arquitecto João Frederico Ludovice e a relação com o grande encomendador que era a Companhia de Jesus, no Portugal da primeira metade da centúria de Setecentos. Da investigação desenvolvida acerca da actividade e produção dos dois escultores fica-nos porém a evidente convicção de que a obra apurada é apenas uma parte daquela efectivamente realizada. Finalmente, pensamos poder afirmar, apesar do muito que permanece por saber, que com a investigação realizada em torno destes dois artistas contribuímos para um melhor conhecimento da tão fértil produção artística que marcou o reinado do Magnânimo e parte do período subsequente, da sua riqueza e das suas contradições. -
Diário de um Embaixador Português em RomaDescoberto no fundo geral da secção de Reservados da Biblioteca Nacional de Lisboa, o códice intitulado Diário da jornada que fez o illustríssimo Senhor Bispo de Lamego Dom Luís de Souza Embaixador Extraordinário do Príncipe Dom Pedro, a Santidade do Pappa Clemente Decimo, na era de 1675 annos, revela-se agora de grande importância para a ampliação dos conhecimentos relativos à actividade diplomática do que pode considerar-se um segundo momento na estratégia portuguesa a seguir à Restauração, a 1640. A presente obra apresenta um manancial de informações relevantes e precisas (raras nos manuscritos da época) nas descrições do traje, dos meios de transporte, dos códigos sociais vigentes no âmbito do cerimonial e do protocolo barrocos, etc. Mas aqui encontramos sobretudo uma aproximação à vida quotidiana de um diplomata português na Roma do último quartel de seiscentos. -
Escultura Barroca Italiana em PortugalAs obras de escultura perduram no tempo, muito para além dos artistas que as realizaram, muito para além das personalidades que representam. A resistência da escultura pétrea às tantas formas de erosão que o tempo consigo transporta é de facto notável, porém, muitas são também as obras de cuja existência possuímos notícia mas que não chegaram até nós. Assim, quando nos dedicamos a abordar o tema da escultura barroca italiana existente em Portugal é de sobrevivências que falamos. Este livro tem a pretensão de cativar a atenção do leitor para a escultura em geral, ainda que trate unicamente de escultura barroca italiana, certamente aquela que do trio das artes ditas maiores recebe menor atenção e consequente menor número de estudos. Trata-se de um livro dominantemente caracterizado pela diversidade, porque feito de vários textos. Com efeito, nele se reúne um conjunto de textos escritos acerca de obras de escultura pétrea barroca italiana cuja relação entre si consiste essencialmente na época da sua realização - os séculos XVII e XVIII - e na sua origem geográfica - Itália. Factor de união neste contexto de diversidade é ainda o facto de todas as obras abordadas se encontrarem em Portugal e poderem, na sua maioria, ser apreciadas através de uma observação directa por parte do leitor mais interessado.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?