Ainda Há Praia Sob a Calçada?
Não cultivo uma serôdia nostalgia das ilusões que me animavam há cinquenta anos atrás, mas também não me penitencio por esse inconformismo juvenil. Antes pelo contrário, é graças a ele e à memória viva desses tempos que, reflectindo sobre o actual estado das coisas, se por um lado me recuso a ignorar o que nele é susceptível de nos tornar realisticamente pessimistas, por outro insisto em manter um indispensável optimismo da vontade que abra perspectivas de futuro.
Numa determinada fase da evolução das sociedades ocidentais, quando os modelos tecno-económicos sofriam os efeitos da industrialização, compreende-se que se tenha pensado, com o optimismo herdado das Luzes, que a superação das desigualdades e das injustiças que nelas existiam se conseguiria resolvendo as antinomias capital vs. trabalho, burguesia vs. proletariado e substituindo o “modo de produção” capitalista pelo “modo de produção socialista”. O século XX, o afrontamento entre extremos que o ensanguentaram e os autoritarismos e totalitarismos que se implantaram vieram demonstrar que o funcionamento das sociedades e as pessoas na sua humanidade tornam tudo mais complexo.
Por isso, a recusa do conformismo e da aceitação passiva do statu quo deve ter, sempre em primeiro lugar, o ser humano como medida de todas as coisas, pois nada justifica a opressão de gente de carne e osso; nem a defesa de Wall Street, nem a promessa de um paraíso terreno ou etéreo.
| Editora | Âncora Editora |
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| Editora | Âncora Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Fernando Pereira Marques |
Diplomado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris e Doutor de Estado em Sociologia (Histórica e Política) pela Universidade de Picardie (Amiens-França). Professor Catedrático Convidado na ULHT de Lisboa em Ciência Política e História, e investigador integrado no IHC da Universidade Nova de Lisboa. Foi dirigente nacional do PS, Deputado à Assembleia da República em várias legislaturas e membro das Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da UEO.
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A Praia Sob a CalçadaEm "A Praia sob a Calçada" o autor, então refugiado e estudante em Paris, evoca a sua participação e a de outros portugueses nos acontecimentos de Maio de 68, relembra alguns dos episódios mais significativos desses dias que abalaram a França e procede ao balanço das ideias, das expectativas, das revoltas e dos movimentos juvenis que nos anos 60 puseram em causa o statu quo em muitos países europeus e até noutros continentes. Revoltas e movimentos que, contendo uma recusa do acomodamento e do adormecimento, exprimiam a vontade de mudar a vida e de mudar o mundo, o que os torna, porventura, mais do que nunca, actuais e exemplares. Este livro é um testemunho, o retrato de uma época e um convite à reflexão e ao debate. -
Introdução ao Estudo dos Partidos Políticos e Sistemas EleitoraisEste livro é uma introdução destinada a estudantes ou a quem quer principiar a estudar os partidos políticos e os sistemas eleitorais de uma forma sistemática e nos seus aspectos fundamentais, de modo a ultrapassar as superficialidades do senso comum e do “ruído” mediático sobre temas tão relevantes para a nossa vida colectiva. Fruto da experiência lectiva do autor durante bastantes anos e, obviamente, da reflexão e da actividade enquanto investigador, também assenta nalgumas obras de referência citadas e das quais, infelizmente, não há tradução disponível em Portugal (nalguns casos as edições existentes, e nem sempre fáceis de encontrar, são brasileiras). Com efeito, o estudo da Ciência Política, enquanto saber autónomo na Universidade, é recente entre nós e se já começa a haver uma importante bibliografia de produção nacional, esta, normalmente, fruto de teses (de mestrado ou de doutoramento) ou de investigações sobre temas bem delimitados, não é acessível a quem dá os primeiros passos nesse estudo. Em especial no que concerne aos partidos e aos sistemas eleitorais. -
O Socialismo e o PS em PortugalApesar da incipiente industrialização, as ideias socialistas chegaram ao nosso país nos anos 50 do século XIX quando ainda se viviam as sequelas da Patuleia, guerra civil que contribuiu para abalar os alicerces da monarquia. Viriam a surgir, assim, as primeiras associações visando “os melhoramentos das classes laboriosas”, os primeiros periódicos e textos doutrinários. Em 1875, mesmo antes de que isso acontecesse noutros países mais desenvolvidos, foi fundado o Partido Socialista. Figuras como Antero de Quental e José Fontana fariam com que o socialismo entre nós tivesse, desde logo, características muito especiais no que concerne à sua componente libertária e ética. Isto não impediria que também aqui se repercutissem as divisões programáticas em curso no resto da Europa o que, no contexto da sociedade portuguesa, ajudaria à hegemonia das ideias republicanas e do anarco- sindicalismo no movimento operário. Durante a I República os socialistas tiveram expressão modesta a nível sindical e parlamentar, apesar de chegarem a estar presentes em governos e terem contribuído para reformas significativas. Não admira, pois, que durante o Estado Novo o socialismo se tivesse amalgamado com a oposição democrática republicana, apesar de sempre existirem tentativas no sentido de afirmar a sua identidade. Até que, em 1964, Mário Soares, Tito de Morais, Ramos da Costa, entre outros, criaram a Acção Socialista Portuguesa, embrião do actual Partido Socialista fundado em 1973. Este, após o derrube da ditadura a 25 de Abril de 1974, tornar-se-ia a força decisiva para a construção do Portugal democrático dos dias de hoje e continua a desempenhar o papel fulcral que é conhecido. Recorrendo a vários autores de diversas formações académicas, pretende-se com este livro recordar o passado do socialismo português, para melhor analisar o seu presente e perspectivar o futuro. -
A República Possível (1910-1926)A situação em Portugal entre 1910 e 1926 não foi muito diferente da generalidade de situações coetâneas noutras sociedades europeias, do ponto de vista da radicalização da conflitualidade social e da instabilidade política. É, pois, redutor atribuir a queda da I República a «erros», a «faltas», a «desvios» – segundo as versões benignas de tipo historicista –, ou à perversidade «jacobina», «anticlerical», ou até «autoritária» dos políticos republicanos, segundo as versões de outros historiadores.Em termos mais simples, não foi a balbúrdia de que falam alguns textos referindo-se a esse período, o caos ou a catástrofe que a propaganda salazarista descrevia ou que ainda vários sustentam, nem foi uma «Cousa Santa» traída por militares e por um ditador perverso. Foi a «República possível» no contexto da sociedade portuguesa com as suas características e problemáticas específicas, um processo complexo, mas modernizador que a ditadura militar e o salazarismo travaram eficazmente. -
Uma Nova Concepção de Luta«Poucas pessoas podiam contribuir tanto para a história da LUAR e para a preservação da sua memória como Fernando Pereira Marques. Militante da LUAR, participou na tentativa de tomada da cidade da Covilhã, em Agosto de 1968, chefiada por Hermínio da Palma Inácio, na sequência da qual foi preso pela PIDE. Foi também director do jornal da LUAR, Fronteira. Neste livro ele combina o seu testemunho pessoal e os depoimentos de muitos dos seus companheiros da LUAR com uma abundante documentação e com a sua experiência enquanto historiador.» José Pacheco Pereira, Prefácio Reunindo muito material inédito sobre as organizações que contribuíram para a queda do regime, com particular ênfase na LUAR (Liga de Unidade e Acção Revolucionária), este livro apresenta um conjunto de documentos, passaportes, fotografias, e panfletos, todos provindos do espólio do Arquivo Ephemera. Aqui ficamos a conhecer a história da organização LUAR, dos seus protagonistas, da luta armada e de que forma contribuíram para derrubar definitivamente o regime salazarista. -
Sobre as Causas do Atraso NacionalEsta colecção visa reunir obras de autores nacionais e estrangeiros que constroem o pensamento da nossa contemporaneidade ou que ajudam a melhor compreender essa mesma contemporaneidade. Neste 1º número, o autor retoma a questão, que se poderá dizer recorrente, das "causas do atraso nacional", sobre a qual discorreram desde os chamados estrangeirados, dos séculos XVII e XVIII, à Geração de 70 e mais pensadores das gerações seguintes. Recorrendo a uma metodologia no âmbito da sociologia histórico-política e da história das ideias, nesta obra, na I Parte, revisita-se o tema da "identidade nacional", não só na perspectiva de autores como Teixeira de Pascoaes, mas também a partir da forma como os "Outros", os estrangeiros, nos olham, pelo menos desde Clenardo, procurando confrontar-se essa ideia de identidade com a realidade do país e esse olhar. Assim, nas duas partes seguintes, através de vários capítulos, procede-se à caracterização, numa perspectiva histórica e sociológica, das causas do que em certos momentos se designou por "decadência", analisando constantes e factores estruturais detectáveis, no que diz respeito à cultura e mentalidades, à educação e ao ensino, à religião ( o impacte da Inquisição sobre a sociedade portuguesa), à economia. Finalmente, dedica-se a quarta e quinta partes, a uma espécie de síntese das anteriores, centrando a reflexão sobre os fenómenos da mudança e da modernização e analisando, neste quadro, os reflexos na realidade social dos dias de hoje das constantes e factores detectados e estudados. -
De que Falamos Quando Falamos de Cultura«De Que Falamos quando Falamos de Cutura», hoje, na sociedade em que vivemos e no País que somos, onde nem a relativa euforia do anos 1994, quando Lisboa procurou ser a Capital Europeia da Cultura, permite iludir os problemas estruturais que continuamos a enfrentar neste domínio. Considerada predominantemente na sua dimensão política, é frequente tema de controvérsia e constitui matéria cada vez mais associada às opções profundas que marcam o nosso quotidiano. Todavia, num mundo complexo como o actual, a cultura não escapa a esta complexidade na sua multiplicidade de componentes. Complexidade com que se deparam os poderes públicos, os criadores, os profissionais e os cidadãos em geral. Este livro pretende ser um contributo útil para a reflexão necessária. -
A Partilha das Bananas«E como era agradável ver e apreciar a forma delicada como aqueles dois macacos desfrutavam da Natureza sem a prejudicar, sem a poluir... Tudo transpirava respeito... Tudo era natural e verdadeiro. Em momento algum durante a brincadeira, eles partiam, estragavam fosse o que fosse, ou faziam lixo. Cada uma das suas diversões sabia muito bem aproveitar a disponibilidade das árvores, dos ramos, das folhas, do sol, do vento... E a Natureza, ali ao lado, sorria feliz.»Este livro é, sem dúvida, um belo hino à Natureza, com música e tudo. Enquanto dois amigos macacos animadamente se divertem, procurando ignorar a chegada da fome, podemos sentir a forma carinhosa como a Natureza os abraça e abraça a todos os que a sabem apreciar e respeitar. Até porque, como diz a sua canção "O bem que lhe fizermos, para nós ele voltará, pois todos também somos natureza".E como é possível cantar a Natureza com toda a alegria, este livro inclui a pauta musical da canção A Mãe Natureza, com letra e música da autoria de Fernando Marques Pereira.Com a animação e encanto das brincadeiras infantis, toda a história é pontuada por sábios provérbios, também muito do gosto das crianças, que lhes dão importantes momentos de sabedoria e aprendizagem.A maneira como é resolvida a divisão de duas bananas entre dois amigos desavindos e esfomeados é uma grande lição sobre importantes valores como a justiça, igualdade, partilha e a amizade. -
«Quem Manda?...» Nacional-Salazarismo e Estado Novo - Volume 1Nos anos áureos do Estado Novo este grito ecoou pelas ruas e praças do país sintetizando a doutrina que então se impusera, designada pelo autor de nacional-salazarismo, e que foi o cimento de um regime que duraria dezenas de anos. Detestando as encenações do poder que envolvessem multidões, orador cerebral e estilista apurado que nada tinha de um tribuno, Salazar foi o chefe que marcou e personalizaou toda uma época. Qual o seu projecto de sociedade? Que sistema político construiu para garantir tal inusitada concentração de poder? Qual foi o papel das Forças Armadas e da Igreja? Como conseguiu Salazar sobreviver a alterações drásticas da situação internacional e às mais diversas crises internas? Este livro, nos seus dois volumes, contribui para responder a estas e a outras questões que não só motivam o trabalho de investigadores como interpelam os portugueses. -
«Quem Manda?...» Nacional-Salazarismo e Estado Novo - Volume 2«QUEM VIVE? PORTUGAL, PORTUGAL, PORTUGALQUEM MANDA? SALAZAR, SALAZAR, SALAZAR»Se este grito ecoou no país nos tempos áureos, sintetizando a doutrina que o autor designa de nacional-salazarismo, não é menos verdade que o passar dos anos terá diminuído o entusiasmo e abriu a porta a outros ecos, mas Salazar continuou firme no comando. O país, esse, desde o início da década de sessenta, sobrevivia a custo ao peso de uma guerra nas colónias que tirava vidas e prestígio internacional, aumentava o défice e as dúvidas, e mudava o rumo das ideias junto de alguns grupos. Perdia o país o seu império, perdia o Chefe o fôlego, sem nunca abandonar o seu estilo manipulador. Qual foi o papel da Igreja e das Forças Armadas durante o Estado Novo? Este segundo volume explora a importância do pilar teocrático e do pilar castrense no âmbito do regime de Salazar, um governante que marcou uma época da nossa história recente. Que projecto tinha para Portugal?
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As Lições dos MestresO encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham. -
Novo Iluminismo RadicalNovo Iluminismo Radical propõe um olhar crítico e uma atitude combativa face à credulidade do nosso tempo. Perante os discursos catastrofistas e solucionistas que dominam as narrativas e uniformizam as linguagens, Marina Garcés interpela-nos: «E se nos atrevêssemos a pensar, novamente, na relação entre saber e emancipação?» Ao defender a capacidade de nos auto‑educarmos, relança a confiança na natureza humana para afirmar a sua liberdade e construir, em conjunto, um mundo mais habitável e mais justo. Uma aposta crítica na emancipação, que precisa de ser novamente explorada. -
Um Dedo Borrado de Tinta - Histórias de Quem Não Pôde Aprender a LerCasteleiro, no distrito da Guarda, é uma das freguesias nacionais com maior taxa de analfabetismo. Este livro retrata a vida e o quotidiano de habitantes desta aldeia que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever. É o caso de Horácio: sabe como se chama cada uma das letras do alfabeto, até é capaz de as escrever uma a uma, mas, na sua cabeça, elas estão como que desligadas; quando recebe uma carta tem de «ir à Beatriz», funcionária do posto dos correios e juntadora de letras. Na sua ronda, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem «assinar» com o indicador direito. Em Portugal, onde, em 2021, persistiam 3,1% de analfabetos, estas histórias são quase arqueologia social, testemunhos de um mundo prestes a desaparecer. -
Sobre a Ganância, o Amor e Outros Materiais de ConstruçãoTextos de Francisco Keil do Amaral sobre o problema da habitação 1945-1973. Francisco Keil do Amaral (1910-1975), arquitecto português, com obra construída em Portugal e no estrangeiro, destacou-se com os grandes projectos para a cidade de Lisboa de parques e equipamentos públicos, dos quais se destacam o Parque de Monsanto e o Parque Eduardo VII. Foi também autor de diversos artigos que escreveu para a imprensa, obras de divulgação sobre a Arquitectura e o Urbanismo - "A arquitectura e a vida" (1942), "A moderna arquitectura holandesa" (1943) ou "Lisboa, uma cidade em transformação" (1969) - e livros de opinião e memórias - "Histórias à margem de um século de história" (1970) e "Quero entender o mundo" (1974). Apesar da obra pública projectada e construída durante o Estado Novo, Keil do Amaral foi um crítico do regime. Alguns dos textos mais críticos que escreveu e proferiu em público foram dedicados ao Problema da Habitação, título do opúsculo publicado em 1945 que reproduz o texto de uma palestra dada em 1943, e que surge novamente no título da comunicação que faz no 3º Congresso da Oposição Democrática em 1973. São dois dos textos reproduzidos nesta pequena publicação que reúne textos (e uma entrevista) de diferentes períodos da vida de Keil do Amaral. Apesar da distância que medeia os vários textos e aquela que os separa do presente, o problema da habitação de que fala Keil do Amaral parece ser constante, e visível não apenas em Lisboa, seu principal objecto de estudo, como noutras zonas do país e globalmente. -
Problemas de GéneroVinte e sete anos após a sua publicação original, Gender Trouble está finalmente disponível em Portugal. Trata-se de um dos textos mais importantes da teoria feminista, dos estudos de género e da teoria queer. Ao definir o conceito de género como performatividade – isto é, como algo que se constrói e que é, em última análise uma performance – Problemas de Género repensou conceitos do feminismo e lançou os alicerces para a teoria queer, revolucionando a linguagem dos activismos. -
Redes Sociais - Ilusão, Obsessão e ManipulaçãoAs redes sociais tornaram-se salas de convívio global. A amizade subjugou-se a relações algorítmicas e a vida em sociedade passou a ser mediada pela tecnologia. O corpo mercantilizou-se. O Instagram é uma montra de corpos perfeitos e esculpidos, sem espaço para rugas ou estrias. Os influencers tornaram-se arautos da propagação do consumo e da felicidade. Nas redes sociais, não há espaço para a tristeza. Os bancos do jardim, outrora espaços privilegiados para as relações amorosas, foram substituídos pelo Tinder. Os sites de encontros são o expoente de uma banalização e superficialidade de valores essenciais às relações humanas. As nudes são um sinal da promoção do corpo e da vulgarização do espaço privado. Este livro convida o leitor para uma viagem pelas transformações nas relações de sociabilidade provocadas pela penetração das redes sociais nas nossas vidas. O autor analisa e foca-se nos novos padrões de comportamento que daí emergem: a ilusão da felicidade, a obsessão por estar ligado e a ligeireza como somos manipulados pelos gigantes tecnológicos. Nas páginas do livro que tem nas mãos é-lhe apresentada uma visão crítica sobre a ilusão, obsessão e manipulação que ocorre no mundo das redes sociais. -
Manual de Investigação em Ciências SociaisApós quase trinta anos de sucesso, muitas traduções e centenas de milhares de utilizadores em todo o mundo, a presente edição foi profundamente reformulada e complementada para responder ainda melhor às necessidades dos estudantes e professores de hoje.• Como começar uma investigação em ciências sociais de forma eficiente e formular o seu projecto? • Como proceder durante o trabalho exploratório para se pôr no bom caminho?• Quais os princípios metodológicos essenciais que deve respeitar?• Que métodos de investigação escolher para recolher e analisar as informações úteis e como aplicá-las?• Como progredir passo a passo sem se perder pelo caminho?• Por fim, como concluir uma investigação e apresentar os contributos para o conhecimento que esta originou?Estas são perguntas feitas por todos os estudantes de ciências sociais, ciências políticas, comunicação e serviço social que se iniciam na metodologia da investigação e que nela têm de se lançar sozinhos.Esta edição ampliada responde ainda melhor às actuais necessidades académicas: • Os exemplos e as aplicações concretas incidem sobre questões relacionadas com os problemas da actualidade.• A recolha e a análise das informações abrangem tanto os métodos quantitativos como os métodos qualitativos.• São expostos procedimentos indutivos e dedutivos. -
Gramsci - A Cultura, os Subalternos e a EducaçãoGramsci, já universalmente considerado como um autor clássico, foi um homem e um pensador livre. Livre e lúcido, conduzido por uma racionalidade fria e implacável, por um rigor e uma disciplina intelectual verdadeiramente extraordinários. Toda a história da sua vida, a sua prisão nos cárceres fascistas, onde ficou por mais de dez anos, as terríveis provações físicas e morais que suportou até à morte, os confrontos duríssimos com os companheiros de partido, na Itália e na Rússia, o cruel afastamento da mulher e dos filhos, tudo isso é um testemunho da sua extraordinária personalidade e, ao mesmo tempo, da agitada e dramática página da história italiana, que vai do primeiro pós-guerra até à consolidação do fascismo de Mussolini. Gramsci foi libertado em 1937, após um calvário de prisões e graves doenças, que o levaram a morrer em Roma, no dia seguinte ao da sua libertação. Só anos mais tarde, no fim da segunda guerra e com o regresso da Itália à democracia, a sua obra começou a ser trabalhada e publicada.