O Socialismo e o PS em Portugal
(coord.)
Apesar da incipiente industrialização, as ideias socialistas chegaram ao nosso país nos anos 50 do século XIX quando ainda se viviam as sequelas da Patuleia, guerra civil que contribuiu para abalar os alicerces da monarquia. Viriam a surgir, assim, as primeiras associações visando “os melhoramentos das classes laboriosas”, os primeiros periódicos e textos doutrinários. Em 1875, mesmo antes de que isso acontecesse noutros países mais desenvolvidos, foi fundado o Partido Socialista. Figuras como Antero de Quental e José Fontana fariam com que o socialismo entre nós tivesse, desde logo, características muito especiais no que concerne à sua componente libertária e ética. Isto não impediria que também aqui se repercutissem as divisões programáticas em curso no resto da Europa o que, no contexto da sociedade portuguesa, ajudaria à hegemonia das ideias republicanas e do anarco- sindicalismo no movimento operário. Durante a I República os socialistas tiveram expressão modesta a nível sindical e parlamentar, apesar de chegarem a estar presentes em governos e terem contribuído para reformas significativas. Não admira, pois, que durante o Estado Novo o socialismo se tivesse amalgamado com a oposição democrática republicana, apesar de sempre existirem tentativas no sentido de afirmar a sua identidade. Até que, em 1964, Mário Soares, Tito de Morais, Ramos da Costa, entre outros, criaram a Acção Socialista Portuguesa, embrião do actual Partido Socialista fundado em 1973. Este, após o derrube da ditadura a 25 de Abril de 1974, tornar-se-ia a força decisiva para a construção do Portugal democrático dos dias de hoje e continua a desempenhar o papel fulcral que é conhecido. Recorrendo a vários autores de diversas formações académicas, pretende-se com este livro recordar o passado do socialismo português, para melhor analisar o seu presente e perspectivar o futuro.
| Editora | Âncora Editora |
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| Editora | Âncora Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Fernando Pereira Marques |
Diplomado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris e Doutor de Estado em Sociologia (Histórica e Política) pela Universidade de Picardie (Amiens-França). Professor Catedrático Convidado na ULHT de Lisboa em Ciência Política e História, e investigador integrado no IHC da Universidade Nova de Lisboa. Foi dirigente nacional do PS, Deputado à Assembleia da República em várias legislaturas e membro das Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da UEO.
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A Praia Sob a CalçadaEm "A Praia sob a Calçada" o autor, então refugiado e estudante em Paris, evoca a sua participação e a de outros portugueses nos acontecimentos de Maio de 68, relembra alguns dos episódios mais significativos desses dias que abalaram a França e procede ao balanço das ideias, das expectativas, das revoltas e dos movimentos juvenis que nos anos 60 puseram em causa o statu quo em muitos países europeus e até noutros continentes. Revoltas e movimentos que, contendo uma recusa do acomodamento e do adormecimento, exprimiam a vontade de mudar a vida e de mudar o mundo, o que os torna, porventura, mais do que nunca, actuais e exemplares. Este livro é um testemunho, o retrato de uma época e um convite à reflexão e ao debate. -
Introdução ao Estudo dos Partidos Políticos e Sistemas EleitoraisEste livro é uma introdução destinada a estudantes ou a quem quer principiar a estudar os partidos políticos e os sistemas eleitorais de uma forma sistemática e nos seus aspectos fundamentais, de modo a ultrapassar as superficialidades do senso comum e do “ruído” mediático sobre temas tão relevantes para a nossa vida colectiva. Fruto da experiência lectiva do autor durante bastantes anos e, obviamente, da reflexão e da actividade enquanto investigador, também assenta nalgumas obras de referência citadas e das quais, infelizmente, não há tradução disponível em Portugal (nalguns casos as edições existentes, e nem sempre fáceis de encontrar, são brasileiras). Com efeito, o estudo da Ciência Política, enquanto saber autónomo na Universidade, é recente entre nós e se já começa a haver uma importante bibliografia de produção nacional, esta, normalmente, fruto de teses (de mestrado ou de doutoramento) ou de investigações sobre temas bem delimitados, não é acessível a quem dá os primeiros passos nesse estudo. Em especial no que concerne aos partidos e aos sistemas eleitorais. -
A República Possível (1910-1926)A situação em Portugal entre 1910 e 1926 não foi muito diferente da generalidade de situações coetâneas noutras sociedades europeias, do ponto de vista da radicalização da conflitualidade social e da instabilidade política. É, pois, redutor atribuir a queda da I República a «erros», a «faltas», a «desvios» – segundo as versões benignas de tipo historicista –, ou à perversidade «jacobina», «anticlerical», ou até «autoritária» dos políticos republicanos, segundo as versões de outros historiadores.Em termos mais simples, não foi a balbúrdia de que falam alguns textos referindo-se a esse período, o caos ou a catástrofe que a propaganda salazarista descrevia ou que ainda vários sustentam, nem foi uma «Cousa Santa» traída por militares e por um ditador perverso. Foi a «República possível» no contexto da sociedade portuguesa com as suas características e problemáticas específicas, um processo complexo, mas modernizador que a ditadura militar e o salazarismo travaram eficazmente. -
Uma Nova Concepção de Luta«Poucas pessoas podiam contribuir tanto para a história da LUAR e para a preservação da sua memória como Fernando Pereira Marques. Militante da LUAR, participou na tentativa de tomada da cidade da Covilhã, em Agosto de 1968, chefiada por Hermínio da Palma Inácio, na sequência da qual foi preso pela PIDE. Foi também director do jornal da LUAR, Fronteira. Neste livro ele combina o seu testemunho pessoal e os depoimentos de muitos dos seus companheiros da LUAR com uma abundante documentação e com a sua experiência enquanto historiador.» José Pacheco Pereira, Prefácio Reunindo muito material inédito sobre as organizações que contribuíram para a queda do regime, com particular ênfase na LUAR (Liga de Unidade e Acção Revolucionária), este livro apresenta um conjunto de documentos, passaportes, fotografias, e panfletos, todos provindos do espólio do Arquivo Ephemera. Aqui ficamos a conhecer a história da organização LUAR, dos seus protagonistas, da luta armada e de que forma contribuíram para derrubar definitivamente o regime salazarista. -
Sobre as Causas do Atraso NacionalEsta colecção visa reunir obras de autores nacionais e estrangeiros que constroem o pensamento da nossa contemporaneidade ou que ajudam a melhor compreender essa mesma contemporaneidade. Neste 1º número, o autor retoma a questão, que se poderá dizer recorrente, das "causas do atraso nacional", sobre a qual discorreram desde os chamados estrangeirados, dos séculos XVII e XVIII, à Geração de 70 e mais pensadores das gerações seguintes. Recorrendo a uma metodologia no âmbito da sociologia histórico-política e da história das ideias, nesta obra, na I Parte, revisita-se o tema da "identidade nacional", não só na perspectiva de autores como Teixeira de Pascoaes, mas também a partir da forma como os "Outros", os estrangeiros, nos olham, pelo menos desde Clenardo, procurando confrontar-se essa ideia de identidade com a realidade do país e esse olhar. Assim, nas duas partes seguintes, através de vários capítulos, procede-se à caracterização, numa perspectiva histórica e sociológica, das causas do que em certos momentos se designou por "decadência", analisando constantes e factores estruturais detectáveis, no que diz respeito à cultura e mentalidades, à educação e ao ensino, à religião ( o impacte da Inquisição sobre a sociedade portuguesa), à economia. Finalmente, dedica-se a quarta e quinta partes, a uma espécie de síntese das anteriores, centrando a reflexão sobre os fenómenos da mudança e da modernização e analisando, neste quadro, os reflexos na realidade social dos dias de hoje das constantes e factores detectados e estudados. -
De que Falamos Quando Falamos de Cultura«De Que Falamos quando Falamos de Cutura», hoje, na sociedade em que vivemos e no País que somos, onde nem a relativa euforia do anos 1994, quando Lisboa procurou ser a Capital Europeia da Cultura, permite iludir os problemas estruturais que continuamos a enfrentar neste domínio. Considerada predominantemente na sua dimensão política, é frequente tema de controvérsia e constitui matéria cada vez mais associada às opções profundas que marcam o nosso quotidiano. Todavia, num mundo complexo como o actual, a cultura não escapa a esta complexidade na sua multiplicidade de componentes. Complexidade com que se deparam os poderes públicos, os criadores, os profissionais e os cidadãos em geral. Este livro pretende ser um contributo útil para a reflexão necessária. -
A Partilha das Bananas«E como era agradável ver e apreciar a forma delicada como aqueles dois macacos desfrutavam da Natureza sem a prejudicar, sem a poluir... Tudo transpirava respeito... Tudo era natural e verdadeiro. Em momento algum durante a brincadeira, eles partiam, estragavam fosse o que fosse, ou faziam lixo. Cada uma das suas diversões sabia muito bem aproveitar a disponibilidade das árvores, dos ramos, das folhas, do sol, do vento... E a Natureza, ali ao lado, sorria feliz.»Este livro é, sem dúvida, um belo hino à Natureza, com música e tudo. Enquanto dois amigos macacos animadamente se divertem, procurando ignorar a chegada da fome, podemos sentir a forma carinhosa como a Natureza os abraça e abraça a todos os que a sabem apreciar e respeitar. Até porque, como diz a sua canção "O bem que lhe fizermos, para nós ele voltará, pois todos também somos natureza".E como é possível cantar a Natureza com toda a alegria, este livro inclui a pauta musical da canção A Mãe Natureza, com letra e música da autoria de Fernando Marques Pereira.Com a animação e encanto das brincadeiras infantis, toda a história é pontuada por sábios provérbios, também muito do gosto das crianças, que lhes dão importantes momentos de sabedoria e aprendizagem.A maneira como é resolvida a divisão de duas bananas entre dois amigos desavindos e esfomeados é uma grande lição sobre importantes valores como a justiça, igualdade, partilha e a amizade. -
«Quem Manda?...» Nacional-Salazarismo e Estado Novo - Volume 1Nos anos áureos do Estado Novo este grito ecoou pelas ruas e praças do país sintetizando a doutrina que então se impusera, designada pelo autor de nacional-salazarismo, e que foi o cimento de um regime que duraria dezenas de anos. Detestando as encenações do poder que envolvessem multidões, orador cerebral e estilista apurado que nada tinha de um tribuno, Salazar foi o chefe que marcou e personalizaou toda uma época. Qual o seu projecto de sociedade? Que sistema político construiu para garantir tal inusitada concentração de poder? Qual foi o papel das Forças Armadas e da Igreja? Como conseguiu Salazar sobreviver a alterações drásticas da situação internacional e às mais diversas crises internas? Este livro, nos seus dois volumes, contribui para responder a estas e a outras questões que não só motivam o trabalho de investigadores como interpelam os portugueses. -
«Quem Manda?...» Nacional-Salazarismo e Estado Novo - Volume 2«QUEM VIVE? PORTUGAL, PORTUGAL, PORTUGALQUEM MANDA? SALAZAR, SALAZAR, SALAZAR»Se este grito ecoou no país nos tempos áureos, sintetizando a doutrina que o autor designa de nacional-salazarismo, não é menos verdade que o passar dos anos terá diminuído o entusiasmo e abriu a porta a outros ecos, mas Salazar continuou firme no comando. O país, esse, desde o início da década de sessenta, sobrevivia a custo ao peso de uma guerra nas colónias que tirava vidas e prestígio internacional, aumentava o défice e as dúvidas, e mudava o rumo das ideias junto de alguns grupos. Perdia o país o seu império, perdia o Chefe o fôlego, sem nunca abandonar o seu estilo manipulador. Qual foi o papel da Igreja e das Forças Armadas durante o Estado Novo? Este segundo volume explora a importância do pilar teocrático e do pilar castrense no âmbito do regime de Salazar, um governante que marcou uma época da nossa história recente. Que projecto tinha para Portugal? -
Ainda Há Praia Sob a Calçada?Não cultivo uma serôdia nostalgia das ilusões que me animavam há cinquenta anos atrás, mas também não me penitencio por esse inconformismo juvenil. Antes pelo contrário, é graças a ele e à memória viva desses tempos que, reflectindo sobre o actual estado das coisas, se por um lado me recuso a ignorar o que nele é susceptível de nos tornar realisticamente pessimistas, por outro insisto em manter um indispensável optimismo da vontade que abra perspectivas de futuro. Numa determinada fase da evolução das sociedades ocidentais, quando os modelos tecno-económicos sofriam os efeitos da industrialização, compreende-se que se tenha pensado, com o optimismo herdado das Luzes, que a superação das desigualdades e das injustiças que nelas existiam se conseguiria resolvendo as antinomias capital vs. trabalho, burguesia vs. proletariado e substituindo o “modo de produção” capitalista pelo “modo de produção socialista”. O século XX, o afrontamento entre extremos que o ensanguentaram e os autoritarismos e totalitarismos que se implantaram vieram demonstrar que o funcionamento das sociedades e as pessoas na sua humanidade tornam tudo mais complexo. Por isso, a recusa do conformismo e da aceitação passiva do statu quo deve ter, sempre em primeiro lugar, o ser humano como medida de todas as coisas, pois nada justifica a opressão de gente de carne e osso; nem a defesa de Wall Street, nem a promessa de um paraíso terreno ou etéreo.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»