Alguns Livros da Minha Biblioteca e Outras Histórias Vol. VI
Olhando para o fundo da história, percebemos que Steiner tinha razão: "A escrita constitui um arquipélago na imensidade oceânica da oralidade humana." Sabemos pouco da génese e infância da escrita. São muitas as opacidades.
Seja como seja, constatámos que a palavra oral se volatiza. Por meio de símbolos grácos, descobrimos a possibilidade de escrever palavras e dessa forma ampliámos até ao innito a nossa capacidade de comunicação. Ditas ou colocadas na ordem certa as palavras criam e mudam a realidade, que ferem, mas também curam, e assim experimentámos a força operativa das palavras, o seu singular poder de sedução e encantamento.
Depois ou em simultâneo, percebemos que os textos dos livros rompem as fronteiras do tempo e do espaço, puxam o passado para o presente, dão vida ao que partiu, transcendem e sobrevivem aos seus autores, que também imortalizam personagens e as tornam contemporâneas dos vindouros. Os livros não apenas nos multiplicam a vida, fazem com que vivamos muitas vidas.
De certo modo, todo o universo é um livro imenso. Não será casual o facto de o Livro da Vida se encontrar, segundo o Apocalipse, no centro do Paraíso identificado com a Árvore da Vida.
Objeto singular, motivo de afeição e veneração, capaz de despertar laboriosas procuras, furiosas paixões e mesmo crimes, o livro é uma aventura coletiva: autores, paginadores, revisores, designers, ilustradores, impressores, encadernadores, editores, livreiros, químicos, arquivistas, alfarrabistas, etc. Em torno dele se convoca, portanto, um Universo imenso. Há quem os escreva, quem os produza, quem os traque, quem os leia e quem fale deles sem nunca os ter lido…
Os livros falam sempre de outros livros. E, contrariando certas lógicas, quanto mais antigos, mais preciosos. O volume que temos em mãos é disso prova eloquente. Deve entrar-se nele com demora e solenidade para se ouvir a voz desse espírito que não envelhece, trazido até nós por um bibliófilo singular: Francisco Marques.
Diante de Alguns livros da minha biblioteca e outras histórias sinto-me comovido e mudo, como apenas diante de coisas belas e preciosas. Forma sensível do que é supra-sensível, o livro é criatura frágil, vulnerável. É, pois, de extraordinários sobreviventes que cuidam estes volumes.
Não se trata de livros antigos - impressos até 1900, segundo catalogação de Francisco Marques - mas de livros muito antigos, antiquíssimos, impressos até 1500, nascidos in cuna, no remoto berço da imprensa, daí o chamar-se-lhes incunábulos.
Este 4.º volume gira em torno de vinte e dois mais um desses extraordinários sobreviventes - sendo os primeiros, "sem excepção, impressos no estrangeiro" e aquele outro "impresso em Lisboa, no ano 1500 do parto da Virgem, no mês de fevereiro, no dia 21". Também aqui, num vórtice de signos intertextuais, ecos, ressonâncias e vozes que se complementam, o autor continua a fazer-nos partícipes dum diálogo vivo. Aqui e ali, em relances fugidios, vislumbram-se ações e engenhos de detetive ou caçador.
Não é exibicionismo de colecionador erudito, mas generosa partilha de uma viagem pela substância do tempo.
Colecionar é do âmbito da arte, carece de conhecimento e critério, de tenacidade e paciência. Não se pense em paixão, paixão é fogo de fósforo; é de amor que se trata porque o amor é tenaz, é fogo de estrafogueiro capaz de aquecer o lento correr das longas noites de inverno.
Francisco Marques fala a língua dos livros, conhece a direção dos ventos, os caminhos e os atalhos, os tempos de espera e o decisivo instante da decisão; sabe cavar o silêncio e ler sinais para explicar a luz. Conhece os segredos das escolhas e o dinamismo dos equívocos. Também por isso a sua linguagem é precisa e rigorosa, sem sombra de ambiguidades. Também por tudo isso, sem exageros de retórica ou palavra de circunstância, estamos diante de uma obra magnifica.
Prof. Doutor Henrique Manuel Pereira [Escola das Artes, UCP] na apresentação de Alguns Livros da Minha Biblioteca e Outras Histórias - IV
| Editora | Modo de Ler |
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| Categorias | |
| Editora | Modo de Ler |
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| Autores | Francisco Marques |
O Dr. Francisco Marques é um bibliófilo muito distinto e escrupuloso. Interessa-se, especialmente, por livros sobre a história e a cultura portuguesas. Mas vai longe no tempo! Na sua coleção, estão numerosos incunábulos e muitas edições raras dos séculos XVI e XVII, sempre escolhidas com o maior critério e erudição. Sabe bem o que compra e persegue com pertinácia o que entende faltar-lhe para conferir maior representatividade ou coerência à coleção. Vai desencantar os livros onde o azar das circunstâncias os levaram, mas depois estuda-os, fazendo verbetes competentes para os caracterizar.
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Alguns Livros da Minha Biblioteca e Outras Histórias IIIA propósito dos volumes 1 e 2 desta obra singular na bibliografa portuguesa contemporânea escreveu o Prof. Engenheiro Luís Valente de Oliveira: O Dr. Francisco Marques é um biblióflo muito distinto e escrupuloso. Interessa-se, especialmente, por livros sobre a história e a cultura portuguesas. Mas vai longe no tempo! Na sua colecção, estão numerosos incunábulos e muitas edições raras dos séculos XVI e XVII, sempre escolhidas com o maior critério e erudição. Sabe bem o que compra e persegue com pertinácia o que entende faltar-lhe para conferir maior representatividade ou coerência à colecção. Vai desencantar os livros onde o azar das circunstâncias os levaram, mas depois estuda-os, fazendo verbetes competentes para os caracterizar. Já reuniu em dois volumes muitas dessas notas cuja leitura nos deixa pairar num misto de admiração e de reconhecimento. “Os Livros da Minha Biblioteca” representam um instrumento de cultura inestimável. Para nos animar, está prometido que eles terão sequência!... Nós fcamos à espera... ÍNDICE:PROÉMIOANTÓNIO DA GAMAÁLVARO VAZ ou VELASCOPEDRO BARBOSA (Aranha)FRANCISCO DE CALDAS PEREYRA & CASTROTOMÁS RODRIGUES DA VEIGABARTOLOMEU FILIPEMARTÍN DE AZPILCUETA NAVARROPEDRO NUNESNICOLAU COELHO AMARALORÔNCIO FINÉEGNATIO DANTIS. THOMAS MOREESTRABÃOCLÁUDIO P TOLEMEUSÃO PASCÁSIOLEÃO HEBREULOURENÇO VALLAÂNGELO POLICIANOGIOVANNI PICO DELLA MIRANDOLAJOHANN REUCHLINGIROLAMO SAVONAROLA DA FERRARAFREI HEITOR PINTO -
Quatro Cardeais Portugueses em Roma & Outras Histórias da minha BibliotecaCom prefácio do Dr. Luís Neiva Santos. ÍNDICE DA OBRA:A MÃE DE EÇA DE QUEIRÓSO NOSSO AVÔ VIRIATOANTÓNIO RODRIGUES SAMPAIOQUATRO CARDEAIS PORTUGUESES EM ROMAESPOSENDE E A SEGUNDA INVASÃO FRANCESAFREY SERAFIM DE FREITAS VERSUS HUGO GRÓCIOOFIRRIO CÁVADONO II CENTENÁRIO DA MORTE DE OS CUSTÓDIO GOMES DE VILLAS BOASSANTO IVO — PATRONO DOS ADVOGADOSJORGE ÁLVARES — A CHINA E S. FRANCISCO XAVIER1421 — O ANO EM QUE A CHINA DESCOBRIU O MUNDOFOI NA CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS NEVES -
Alguns Livros da Minha Bliblioteca e Outras Histórias V«Os livros falam sempre de outros livros. E, contrariando certas lógicas, quanto mais antigos, mais preciosos. O volume que temos em mãos é disso prova eloquente. Deve entrar-se nele com demora e solenidade para se ouvir a voz desse espírito que não envelhece, trazido até nós por um bibliófilo singular: Francisco Marques. Diante de Alguns livros da minha biblioteca e outras histórias sinto-me comovido e mudo, como apenas diante de coisas belas e preciosas. Forma sensível do que é supra-sensível, o livro é criatura frágil, vulnerável. É, pois, de extraordinários sobreviventes que cuidam estes volumes. Não se trata de livros antigos - impressos até 1900, segundo catalogação de Francisco Marques - mas de livros muito antigos, antiquíssimos, impressos até 1500, nascidos in cuna, no remoto berço da imprensa, daí o chamar-se-lhes incunábulos. Não é exibicionismo de colecionador erudito, mas generosa partilha de uma viagem pela substância do tempo. Colecionar é do âmbito da arte, carece de conhecimento e critério, de tenacidade e paciência. Não se pense em paixão, paixão é fogo de fósforo; é de amor que se trata porque o amor é tenaz, é fogo de estrafogueiro capaz de aquecer o lento correr das longas noites de inverno. Francisco Marques fala a língua dos livros, conhece a direção dos ventos, os caminhos e os atalhos, os tempos de espera e o decisivo instante da decisão; sabe cavar o silêncio e ler sinais para explicar a luz. Conhece os segredos das escolhas e o dinamismo dos equívocos. Também por isso a sua linguagem é precisa e rigorosa, sem sombra de ambiguidades. Também por tudo isso, sem exageros de retórica ou palavra de circunstância, estamos diante de uma obra magnífica.» Prof. Doutor Henrique Manuel Pereira [Escola das Artes, UCP] Excerto da apresentação de Alguns Livros da Minha Biblioteca e Outras Histórias - IV -
Fernão Magalhães - Cidadão do PortoSe puder, não deixe passar os olhos por esta obra. Talvez nunca tenha ouvido falar do mundo fascinante e insuspeitado que vai encontrar. E também de alguns dos maiores portugueses de sempre. Nestas páginas andarão, pode crer, a lição e o exemplo de Camilo e de Vasco Graça Moura no culto pela "velhice dadivosa e agradecida" dos livros antigos. Será uma das poucas, raríssimas vezes em que terá um motivo para dizer bem dum editor. -
Alguns Livros da minha Biblioteca - Vol. VIIIOlhando para o fundo da história, percebemos que Steiner tinha razão: "A escrita constitui um arquipélago na imensidade oceânica da oralidade humana." Sabemos pouco da génese e infância da escrita. São muitas as opacidades.Seja como seja, constatámos que a palavra oral se volatiza. Por meio de símbolos grácos, descobrimos a possibilidade de escrever palavras e dessa forma ampliámos até ao innito a nossa capacidade de comunicação. Ditas ou colocadas na ordem certa as palavras criam e mudam a realidade, que ferem, mas também curam, e assim experimentámos a força operativa das palavras, o seu singular poder de sedução e encantamento. Depois ou em simultâneo, percebemos que os textos dos livros rompem as fronteiras do tempo e do espaço, puxam o passado para o presente, dão vida ao que partiu, transcendem e sobrevivem aos seus autores, que também imortalizam personagens e as tornam contemporâneas dos vindouros. Os livros não apenas nos multiplicam a vida, fazem com que vivamos muitas vidas. De certo modo, todo o universo é um livro imenso. Não será casual o facto de o Livro da Vida se encontrar, segundo o Apocalipse, no centro do Paraíso identificado com a Árvore da Vida. Objeto singular, motivo de afeição e veneração, capaz de despertar laboriosas procuras, furiosas paixões e mesmo crimes, o livro é uma aventura coletiva: autores, paginadores, revisores, designers, ilustradores, impressores, encadernadores, editores, livreiros, químicos, arquivistas, alfarrabistas, etc. Em torno dele se convoca, portanto, um Universo imenso. Há quem os escreva, quem os produza, quem os traque, quem os leia e quem fale deles sem nunca os ter lido…Os livros falam sempre de outros livros. E, contrariando certas lógicas, quanto mais antigos, mais preciosos. O volume que temos em mãos é disso prova eloquente. Deve entrar-se nele com demora e solenidade para se ouvir a voz desse espírito que não envelhece, trazido até nós por um bibliófilo singular: Francisco Marques.Diante de Alguns livros da minha biblioteca e outras histórias sinto-me comovido e mudo, como apenas diante de coisas belas e preciosas. Forma sensível do que é supra-sensível, o livro é criatura frágil, vulnerável. É, pois, de extraordinários sobreviventes que cuidam estes volumes. Não se trata de livros antigos - impressos até 1900, segundo catalogação de Francisco Marques - mas de livros muito antigos, antiquíssimos, impressos até 1500, nascidos in cuna, no remoto berço da imprensa, daí o chamar-se-lhes incunábulos. Este 4.º volume gira em torno de vinte e dois mais um desses extraordinários sobreviventes - sendo os primeiros, "sem excepção, impressos no estrangeiro" e aquele outro "impresso em Lisboa, no ano 1500 do parto da Virgem, no mês de fevereiro, no dia 21". Também aqui, num vórtice de signos intertextuais, ecos, ressonâncias e vozes que se complementam, o autor continua a fazer-nos partícipes dum diálogo vivo. Aqui e ali, em relances fugidios, vislumbram-se ações e engenhos de detetive ou caçador. Não é exibicionismo de colecionador erudito, mas generosa partilha de uma viagem pela substância do tempo. Colecionar é do âmbito da arte, carece de conhecimento e critério, de tenacidade e paciência. Não se pense em paixão, paixão é fogo de fósforo; é de amor que se trata porque o amor é tenaz, é fogo de estrafogueiro capaz de aquecer o lento correr das longas noites de inverno. Francisco Marques fala a língua dos livros, conhece a direção dos ventos, os caminhos e os atalhos, os tempos de espera e o decisivo instante da decisão; sabe cavar o silêncio e ler sinais para explicar a luz. Conhece os segredos das escolhas e o dinamismo dos equívocos. Também por isso a sua linguagem é precisa e rigorosa, sem sombra de ambiguidades. Também por tudo isso, sem exageros de retórica ou palavra de circunstância, estamos diante de uma obra magfiníca. Prof. Doutor Henrique Manuel Pereira [Escola das Artes, UCP] na apresentação de Alguns Livros da Minha Biblioteca e Outras Histórias - IV
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?