Close to the Ground
24,99 €
Envio previsto até
“A exposição chama-se junto ao chão e, como explica o poeta Manuel de Freitas «num silêncio cada vez maior» oferece-nos «um chão perdoável». Acho que é exactamente isso, qualquer que seja a chave com que o interpretamos.” — José Tolentino Mendonça
| Editora | Edição de Autor |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Edição de Autor |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Manuel de Freitas, Carlos Nogueira |
Manuel de Freitas
Carlos Nogueira
Diretor científico da cátedra José Saramago da Universidade de Vigo. O seu trabalho docente e de investigação tem-se centrado especialmente nas relações entre a literatura, a filosofia, a política e o direito. Tem publicado livros de ensaio em editoras como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Imprensa Nacional — Casa da Moeda, a Porto Editora, as Edições Europa-América, as Edições Lusitânia e a Livraria Lello. Recebeu o Prémio de Ensaio Jacinto do Prado Coelho, o Prémio de Internacionalização da Produção Científica da FCSH — Universidade Nova de Lisboa e o Prémio Montepio de Ensaio.
Livros dos mesmos Autores
Ver Todos
-
[sic]“Mas agora é tarde. Tudo fechou para nós, para sempre. O amor, o desejo, até o onamismo da destruição. Antes de procurares a esmola do último táxi, fica esta imagem parada, a desvanecer-se no frio mais frio da memória:não dois corpos sentados a trocarem medo, cigarros e palavras póstumas, mas duas vezes nada, ninguém, o silêncio da noite destronado as cadeiras onde por razão nenhuma nos sentámos. Os anos, amiga, passaram.” -
Büchlein für Johann Sebastian Bach“Uma mesma cosmovisão — a ameaça do tempo sobre a vida — unifica distintamente muitos dos momentos da criação deste poeta maior. Mas junto a esta permanência, intui-se na sua obra uma evolução, uma busca que aponta sobretudo ao trabalho formal, visível, sobremaneira, na clareza sintática com que em cada livro muda de registo, conservando sempre uma arguta intensidade no modo como 'investiga’ a vida e o seu cortejo de ilusões e perdas. Na sua brevidade e secura, as variações musicais que são os poemas de Büchlein für Johann Sebastian Bach, não deixando de ser um veemente protesto contra a morte, alcançam, porventura, um maior apaziguamento magoado, uma mais densa interiorização e esconjuro da violência do mundo.(…) Numa obra onde se procura escutar a influência da música no lugar da morte, podemos ler que "o horror da situação tornava a beleza da vida tanto mais desgarrada quanto mais preciosa."(…) Para Manuel de Freitas, sabiamente, o poeta é o oposto do virtuoso, do cortesão, empreendendo mesmo contra estas figuras um combate que afasta a sua escrita de quaisquer ornatos, e do estrito carácter de jogo ou de divertimento. Igualmente, distancia-se dos que vivem obcecados pelo poder da elipse e da metáfora; os que congelam o verbo e propõem uma metafísica do som puro, de um som apenas capaz de tentar dizer o indizível”, escreveu Jorge Gomes Miranda sobre Büchlein für Johann Sebastian Bach de Manuel de Freitas, no número 100 da publicação A Phala. -
LevadasHá um pai que não encontraa bota, o primeiro indíciodo desespero (outros, tantosmais, virão) enquanto as levadascorrem, correm para a paisagemsubitamente extinta e um pé,descalço, repousa nos rochedos.Tinhas três anos, na Calheta.Começava, só para ti, o fim do mundo. -
O Coração de Sábado à Noite"JERSEY GIRL[com o Visconde, no Mezcal]O amor costuma responderpor acordes simples um estertor de pássaro caído.Depois, na minha vida, ficou só uma cicatriz discreta e um ououtro pesadelo com a tua marca de electrodomésticos preferida.Coisas de que nem fica bem falar.Mas ao quarto whisky, entrerostos que não conheço,sinto-me feliz. E percebo, arduamente, que nunca precisei de ti.Quem se mataria por tão pouco?" -
Me, Myself and I - Autobiografia e Imobilidade na Poesia de Al Berto“Que importa? Os anos passam,encostado ao sudário dos lamentos,sem vagar nem nome próprio.Amaste (e muito mal) esses corposque de noite voltas a não terno pânico inútil da memória.Desertos, outros desertos, mais,vão poluindo o mentido eco das canções.Ergues-te. Ensinas a Lázaroa gramática letal das passadeirase a melancolia de uma cidade sem futuro.Já não há manhã. Um sol demasiado comumpersegue passos sem porquê, sorrisoslaborais, a criança de vidro amordaçada.Arrumas os cinzeiros, o álcool da véspera, a lâmina que quase repousou sobrea veia mais azul. E é tudo.Quase tudo. O silêncioque alguém grita na fotografia,sob o fedor acrílico de deus. “Eras novoainda.” Não voltarás a sê-lo. Foges,continuas, parado como um cancro— enquanto um copo te escondeprovisoriamente das sílabas do rosto.Aprendes a morrer. É isso(que louro canivete desenhoua tua infância na parede?).Dizem que não apanharás o último barcopara a “jaula de néon” onde te não esperam.Sim, é demasiado tarde, eu sei.” -
A Última PortaA Última Porta é o título escolhido para esta antologia poética deManuel de Freitas, com selecção e posfácio a cargo de José Miguel Silva, que nos diz, sobre o autor e a sua obra: «Não é uma poesia, esta, que se alimente de literatura, uma poesia nascida da circunstância de outros homens terem escrito; não é uma poesia apontada ao favor dos altos funcionários culturais ou concebida para fornecer grão à debulhadora universitária; não é uma poesia que adule o remansado mé-mé do rebanho letrado, que procure o aplauso dos amantes de engenhocas literárias.É uma poesia incómoda, desagradável, feita de tudo o que a nossa tão humana cobardia tem por hábito recusar; uma poesia em que um homem se revela, com impúdica audácia, a outros homens, muy tarde ya en la noche, como diria Biedma; uma poesia criada a partir de escórias sem prestígio, de resíduos turvos, pobres e sem graça, de esmagamentos que não nos servem e que por isso tendemos a sufocar.Mas a melhor literatura é assim: não serve senão para nos devastar, como a vida. Que Manuel de Freitas nos faça descer à terra, ou mais abaixo ainda, em cada linha que escreve, só pode sermotivo de gratidão. Espero que estemeu excesso de palavras tenha pelo menos conseguido transmitir esse sentimento.» -
Marilyn MooreFruto da colaboração entre Manuel de Freitas e Adriana Molder surge-nos este Marilyn Moore, em tiragem exclusiva de 400 exemplares, numerados e assinados pelos autores. -
O Grande ChefeO Grande Chefe é a história de um líder que governa através do medo, do terror e da mentira. Mas um dia um rapaz descobre que o chefe da aldeia é, afinal, um fraco e um cobarde, e torna-se ele próprio no novo chefe desse pequeno povo que nada conhecia para lá da montanha detrás da qual se escondia. -
Mocho Comi"Esta é a história de um lobo que chega a ter um mocho na boca para o comer; mas que acaba por deixá-lo fugir, já que o mocho, a princípio inocente e crédulo, foi capaz de ultrapassar as suas limitações e vencer o lobo. No final, em tom irónico e humorístico, o mocho pôde dizer: “– Comeste mocho, compadre? Outro sim, mas não a mim”.A importância deste conto está também no facto de nos dizer que a literatura oral é muitas vezes injusta para com o lobo; mas tem sido assim para se poder salientar as virtudes e a força dos mais fracos. Este mocho é descuidado, ingénuo, mas rapidamente aprende a ser astuto e irónico. Em tempo de agressões de toda a espécie à natureza e ao ambiente, este Mocho Comi vem provar que os contos de animais podem contribuir para uma maior consciência ecológica. " -
Os Dois Irmãos e a BruxaA narrativa Os Dois Irmãos e a Bruxa, de Carlos Nogueira, é uma versão de um conto tradicional português que lembra o célebre conto dos Irmãos Grimm Hänsel und Gretel, sem que se possa afirmar que há uma dependência directa e inequívoca do conto português em relação ao texto recolhido e reescrito pelos autores dos Kinder- und Hausmärchen (Contos da Infância e do Lar, 2 vols. 1812, 1815). Em Portugal e na Europa (e não só), são numerosas as versões desta narrativa em que entram dois irmãos e uma velha que é, afinal, uma bruxa que os quer comer, e por isso, pelo menos até ao momento, ninguém pode garantir que se trata da nacionalização ou naturalização de um dos contos dos Grimm. Começa assim a versão de Carlos Nogueira, que nos diz, na Nota do autor”, que ouvia este conto na sua infância, durante a década de 1970, e que, para agora ser fiel ao modelo tradicional, recorreu à versão registada por Consiglieri Pedroso no livro Contos Populares Portugueses (1910), sob o título “Os Dois Pequenos e a Bruxa”. “Era uma vez uma mulher que tinha um filho e uma filha. Um dia, mandou o filho buscar cinco reis de tremoços, e depois disse aos dois: – Vou para a floresta apanhar lenha. Se eu não voltar, sigam as cascas de tremoços que vou deitando pelo caminho, e andem até me encontrar”. Mas “A mãe não voltou e os irmãos lá foram seguindo as casquinhas de tremoços que ela deitara para o chão”. Em vez da mãe, as duas crianças encontram uma velha que as quer assar no forno. Com o auxílio de uma fada, os dois irmãos conseguem vencer a bruxa. O bem vence o mal, a coragem vence o medo. O diálogo que se estabelece entre as palavras e as ilustrações de Patrícia Figueiredo faz deste livro um objecto sedutor e comunicativo, como de resto é já característico das obras editadas pela editora Tcharan.
Top Vendas da categoria
Ver Todos
-
Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Esgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.

