À Espera de Godinho
Três portugueses e um belga de origem portuguesa, nascidos nos anos 40 do século XX e cujos caminhos se cruzam em Bruxelas, reúnem-se em quatro jantares à espera de um quinto conviva que se faz rogado. Reencontram-se na terra de ninguém entre a memória e o esquecimento, os tempos e os espaços em que o futuro foi uma realidade: o Estado Novo e a guerra colonial que todos recusaram, escolhendo a experiência amarga e enriquecedora do exílio; a oposição à ditadura, vivida por cada um de diferentes modos e com diferentes expectativas; as miragens da revolução e da democracia e, encerrado o ciclo do império, o regresso de Portugal ao rectângulo europeu. Em torno da integração política na Europa e das turbulências do início do terceiro milénio reacendem-se os debates do passado revisitado. O diálogo aguça e lima arestas, contradições, interrogações. Chegou a hora de cada um se dedicar a cultivar o seu jardim? Será a Utopia ainda possível ou mais do que nunca nefasta? Quem vence a partida: o descobridor de novos mundos ou o Velho do Restelo? Quem é afinal o convidado que falha sucessivos encontros e recursos? O Godinho que parte para África é um Gonçalo Ramires, o fidalgote queirosiano que passa pelos trópicos sem tostar a pele, ou um senhor Oliveira da Figueira, o laborioso mercador de panos e contas de vidro dos álbuns de Tintim?
| Editora | Bizâncio |
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| Categorias | |
| Editora | Bizâncio |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jorge de Oliveira e Sousa, José Morais, Manuel Paiva, Amadeu Lopes Sabino |
Amadeu Lopes Sabino nasceu em Elvas em 1943. Licenciado em Direito, foi jornalista, advogado, funcionário da União Europeia. É ficcionista e ensaísta. Entre os últimos romances publicados destacam-se A lua de Bruxelas (Campo das Letras, Porto, 2009), A cidade do homem (Sextante, Lisboa, 2010), As Claras madrugadas (Editorial Bizâncio, Lisboa, 2015) e O todo ou o seu nada (Editorial Bizâncio, Lisboa, 2019). Em 2014, publicou na Editorial Bizâncio a recolha de ensaios Entre dois séculos – Viagem ao passado próximo.
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O Todo ou o Seu NadaEm O Todo ou o seu Nada, o autor recria, com as liberdades próprias do ficcionista, a vida atribulada e aventurosa de João Falcato, homem de sete fôlegos e personagem multifacetada do século XX português: marinheiro e náufrago, viajante, escritor, professor, jornalista, vinicultor. Contador de histórias, viveu uma existência ora trágica, ora mediana. Criador de ilusões, possuía a sabedoria para, entre a tristeza e a alegria escolher a alegria, e entre o nada e a tristeza escolher a tristeza. -
Como Respiram os AstronautasComo Respiram os Astronautas é um convite para passear nos bastidores da aventura que é a investigação cientifica, na companhia do autor e dos exploradores dos tempos modernos que são os astronautas. A aventura passa-se no meio interdisciplinar da Física Biomédica que está hoje a revolucionar a Medicina. O autor tenta demonstrar que a riqueza de um país está na matéria cinzenta da nova geração, que só pode ser valorizada pela dedicação e competência dos professores que a instruem, apoiada por uma população cientificamente culta. -
A Cidade do HomemRomance, ficção documentada, relato das errâncias de um narrador europeu do século XXI através do universo mental do iluminismo, A Cidade do Homem é a biografia imaginada de António Dinis da Cruz e Silva (1731-1799), magistrado e poeta árcade que viveu, trabalhou e poetou em Portugal e no Brasil. Participante ativo nas polémicas que, durante o consulado de Pombal, agitaram o Reino e a Europa, foi juiz militar em Elvas e autor de O Hissope, sátira à querela protocolar entre o bispo e o deão da Sé da cidade alentejana. Presente desde o início no imaginário do protagonista, o Brasil torna-se o cenário da narrativa com a transferência de Cruz e Silva para a Relação do Rio de Janeiro em 1776. A partir desse ano, servidor da Justiça e de Apolo, julgou e poetou nas capitanias do Sul, sobretudo em comarcas do Rio e de Minas, privando com os juristas e árcades locais. Em 1792, seria membro do tribunal que julgou e condenou na capital do Brasil os inconfidentes mineiros, entre eles os seus companheiros mais próximos nas lides judiciais e na poesía. Numa digressão através da História e das ideias em busca da polis racional, A Cidade do Homem centra-se-se na condenação dos conspiradores à morte ou ao degredo, evocando uma época que, na Europa, em Portugal e no Brasil nas vésperas da independência, prenunciou os antagonismos e as hecatombes do nosso tempo. -
Alfabetizar em DemocraciaJosé Morais , professor jubilado da Universidade Livre de Bruxelas e investigador em Psicologia Cognitiva, é um dos maiores especialistas mundiais na aprendizagem da leitura. Para além de um magnífico resumo do que é alfabetizar, o autor vai mais além: ligando a democracia e alfabetização, discute o estado actual da democracia no mundo, revelando as razões da sua enorme insatisfação. -
Tempo de FugaPara Jorge Mathias, a espionagem é um divertimento. Melómano por vocação e alto funcionário do ministério da Economia do salazarismo por indiferença, vende aos serviços secretos do exército espanhol pequenos segredos que faz passar por grandes. Através do Partido Comunista, em que milita com pouca convicção, muda de vida e parte para a República Democrática Alemã, redator na Radio Berlin International. Curioso e hedonista, acabará por se envolver numa conspiração contra o regime da Alemanha de Leste, implicando opositores e homens do aparelho, agentes secretos da Alemanha Ocidental e sabe-se lá de onde mais.Tempo de Fuga, a confissão de Jorge Mathias, é um relato de eventos extraordinários, ora irónicos, ora hilariantes, ora audazes, sempre impensáveis. -
Entre Dois Séculos«Como na época de Camões, o nosso mundo toma constantemente novas qualidades. Os textos reunidos neste livro falam dos dois séculos tumultuosos em que me tem sido dado viver... Os protagonistas são o século XX — o Breve Século de que fala Hobsbawm — e os anos iniciais da nova centúria e do novo milénio. De um e outros tenho sido testemunha, às vezes um modesto participante. Recusando as artimanhas de Cassandra, interrogo as marcas do humano nos sucessos da história e os signos do absoluto na literatura. Posso assim fazer minhas as sábias palavras de Alberto Caeiro: ‘Como uma criança antes de a ensinarem a ser grande, fui verdadeiro e leal ao que vi e ouvi.’» Amadeu Lopes Sabino A muitos de nós é dado o privilégio único de cruzar dois séculos, mas poucos saberão relatar a fascinante riqueza dessa experiência de vida como o autor. -
As Claras MadrugadasMichel Lidzkiéum homem em fuga, como milhões de outros no século XX. Judeu, foge de tudo, atédo judaísmo.Nos anos 60 e 70 do século passado, Michel Lidzki convive com o filho da companheira belga: Baudouin Dunesme, activista estudantil, operário, militante maoista e antissionista que adere de alma e corpoàguerrilha dos inimigos de Israel.Biografia ficcionada, crónica, narrativa histórica,«As Claras Madrugadas»trata da oposição-atração entre Michel e Baudouin, um capítulo da pequena história e da História com maiúscula do século XX. -
Felix Mikailovitch“No decorrer da nossa conversa privada, Anne-Marie tinha-me dito que, aos sábados de manhã, ia ao mercado da place Flagey comprar frutas e legumes frescos. Seria acaso da conversa ou código de reencontro? Era vegetariana às vezes, disse rindo, outras vezes carnívora, outras tudo, outras nada. No sábado seguinte ao jantar oferecido ao príncipe, saí cedo de casa, armado de gabardina e guarda- chuva, e às oito e meia estava sentado a uma mesa chegada à vitrina do café Flagey, na esquina da chaussée d’Ixelles, lugar ideal para observar o movimento na praça. Uma hora mais tarde já tinha lido duas vezes as gordas do Le Soir, fumado um maço de cigarros e bebido três supostos cafés de filtro, mais precisamente três chávenas de água com cheiro a café. Chuviscava e fazia frio no exterior. Apesar dos vidros embaciados da vitrina, não perdi uma imagem do que se passava no mercado, mas não vi rastos de Anne-Marie. Levantei-me e, aproveitando uma aberta, dei uma volta à praça. Preparava-me para, à beira do desânimo, continuar a esperar no mesmo café, quando a vi descer, sob uma sombrinha minúscula, a rue des Cygnes. Todas as minhas dúvidas desapareceram. Não valia a pena encontrar pretextos. Rendi-me.” -
A Lua de Bruxelas"Em A Lua de Bruxelas, publicada por ocasião do segundo centenário do nascimento de Almeida Garrett, ficcionei a passagem atribulada do poeta pela Bélgica da primeira metade do século XIX." [Do Prefácio de Amadeu Lopes Sabino]“A um sinal da vidente, a bola de cristal, idêntica no tamanho e na transparência à que a criada flamenga oferecera a Luísa no dia da chegada a Bruxelas, iluminou-se como uma lâmpada. A vidente apagou a vela e, na obscuridade da quadra miserável, recitou uma lengalenga num dialeto inidentificável. A bola brilhava mais e mais, refulgia agora, astro fasto ou nefasto, e os olhos da mulher refletiam essa luz mágica.— A Lua! — exclamava. — O prazer e a culpa numa mesma e única identidade. Não é vulgar, um destino assim. O melhor e o pior numa total confusão. Oh, meu Deus! Não é possível!— Não é possível?! — perguntava ele, entre a curiosidade e o receio. Governada pela dúvida, a vidente era agora uma Lady Macbeth. João Baptista via-se transportado à Idade Média e esforçava-se por reter os pormenores da cena, para mais tarde a integrar numa novela histórica.— A Lua, a maldita, a enganadora Lua de Bruxelas. Tudo pode acontecer quando ela aparece. O melhor e o pior. Acontece sempre o melhor e o pior. Mas eu prefiro não entrar em pormenores. Não quero ver, não quero ver…” -
Memórias de Um CientistaManuel Paiva é natural do Porto, mas fixou-se em Bruxelas em 1964. Licenciou-se e doutorou-se em física na Universidade Livre de Bruxelas, foi professor de física na mesma Universidade e diretor do respetivo Laboratório de Física Biomédica. Participou em dez missões espaciais e foi presidente da Comissão Ciências da Vida da Agência Espacial Europeia e dos Fundos Educativos associados à Estação Espacial Internacional. Uma grande parte da sua investigação científica foi realizada com Ludwig Engel. Quando o autor nasceu, ele vivia com a mãe num sótão de uma casa de agricultores polacos, onde permaneceu escondido até aos últimos meses da guerra. Quase três anos sem ver a luz do dia. Ludwig tinha duas características raras: uma curiosidade apaixonada, como dizia Einstein, e uma grande tolerância. A vida de Manuel Paiva foi enriquecida de encontros improváveis como quando recebeu, em sua casa, Menia Martinez e Stella Volkenstein, as intérpretes de Fidel Castro e de Nikita Khrouchtchev que exerceram as suas funções durante a crise dos misseis, corria o ano de 1962. Não é por acaso que decidiu começar este livro com uma introdução à física nuclear. Quando deixou Portugal foi realizar um estágio no Centro Nuclear de Saluggia, perto de Turim. Foi lá que estudou a difusão dos neutrões numa pilha atómica e que conheceu a realidade da investigação científica. Uma grande parte da sua investigação diz respeito ao estudo do sistema respiratório e a utilização de um teste que permite avaliar o funcionamento dos pulmões tanto dos astronautas como dos pacientes infetados com a Covid-19. Este livro descreve a vida de um cientista comum, que soube aproveitar as oportunidades que se lhe depararam ao longo da sua carreira.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»