Fabricar a Inovação: o processo criativo em questão nas ciências, nas letras e nas artes
A grande questão que atravessa o mundo das ciências, das letras e das artes sempre foi esta: como se faz acontecer a inovação? Como é possível inovar em áreas tão diferentes como o design, a engenharia, a arquitectura, a publicidade, o jornalismo, a medicina, a literatura, a história...
Para responder a esta questão de hoje e de sempre foram convocados diversíssimos especialistas de áreas muito diferentes do saber teórico e do conhecimento aplicado. A sua visão da criatividade nos respectivos domínios constitui ao mesmo tempo, neste livro, uma homenagem a um grande criador: o escultor e arquitecto Charters de Almeida.
O leitor fica detentor, com este livro, de uma reflexão riquíssima que abre perspectivas epistemológicas e no âmbito das ciências aplicadas para se repensar os mecanismos e processos que conduzem à inovação, afirmando-se que esta é fundamental para o progresso e até para a sobrevivência da humanidade. A inovação é, no fundo, a centelha divina que confere à acção humana um traço de transcendência.
Autor(es)
Alexandre Honrado
Alfredo G. Oliveira
Amadeu Lacerda
Annabela Rita
António Manuel de Andrade Moniz
Barbara Jur?ic
Daniela Marcheschi
Dionísio Vila Maior
Eduardo Paz Barroso
Elsa Simões Lucas Freitas
Ernesto Rodrigues
Fernando Cristóvão
Henrique Manuel Pereira
Isabel Nery
Isabel Soveral
João Brás
Joaquim Patrício
José Eduardo Franco
José Saldanha Matos
Julieta Almeida Rodrigues
Luísa Antunes Paolinelli
Maria Antónia Jardim
Maria Isabel Morán Cabanas
Martim de Albuquerque
Miguel Real
Paulo Maria Bastos da Silva Dias
Paulo Vila Maior
Pedro Gomes Barbosa
Sandra Gonçalves Tuna
Susana Carvalho
Teolinda Gersão
Doutorada e com Agregação e pós-doutoramentos em Literatura, é professora e Diretora de Licenciatura na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Presidente / Academia Lusófona Luís de Camões | Instituto Fernando Pessoa | Assembleia Geral da CompaRes, Coordenadora / CLEPUL, Diretora / Associação Portuguesa de Escritores - Observatório da Língua Portuguesa. Membro de instituições científicas e culturais nacionais (Academia Portuguesa da História, Grémio Literário, Sociedade de Geografia de Lisboa, etc.) e estrangeiras (CREPAL – Centre de Recherche sur les Pays Lusophones/Sorbonne e outros), integrando diversos Conselhos Científicos de revistas e de projectos.
Distinções: Diploma de Mérito Cultural (2007) pela Academia Brasileira de Filologia e pela Faculdade CCAA (Rio de Janeiro); Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro (2010) pela Câmara Municipal de Oeiras; Medalha de Mérito Cultural do CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (2012); Embaixadora da Meeting Industry e da Economia do Conhecimento (2013) e Membro do Clube de Embaixadores de Cascais e da Costa do Estoril (2013); Certificado de Mérito da World Communication Association (2015-2017); Membro Honorário do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora (2016); “Homenagem e agradecimento” (2017) no Colóquio Internacional Professor Manuel Sérgio; “Mérito Cultural” (2017) e “Autoridade Cultural” (2017) pelas Rede Mídia de Comunicação & Editora Sem Fronteiras; Distinção cultural e agradecimento (20.º aniversário do Centro de Estudos Regianos, 2017); Membro Correspondente do Instituto Balear de la Historia (2017); Medalha das XIV Jornadas Histórico-Culturais/Junta de Freguesia do Lumiar (2017); “Reconocimiento a la Promoción de la Cultura Ibérica” (2018) da Universidad Libre de Infantes Santo Tomás de Villanueva; Prémio Pró-Autor 2019 da Sociedade Portuguesa de Autores pelo seu relevante trabalho “em prol dos Autores e da Cultura” (2019). Académica Honorária da Academia Portuguesa de História (2020); Conselheira efetiva do Conselho Supremo da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (2020).
Obras principais: Eça de Queirós Cronista (1998; 2017); Labirinto Sensível (2003-2004); No Fundo dos Espelhos (2003-2007); Emergências Estéticas (2006); Itinerário (2009); Cartografias Literárias (2010; 2012); Paisagem & Figuras (2011); Focais Literárias (2012); Luz e Sombras no Cânone (2014); Do que não existe. Repensando o Cânone Literário (2018); Novas Breves & Longas no País das Maravilhas (2018); Última vontade régia incumprida (2018); No Fundo dos Espelhos. Em Visita (2018); Perfis & Molduras no Cânone Literário (2019); Sfumato. Figurações in hoc signo. Na senda da identidade nacional (2019); Teolinda Gersão: encenações (2020).
Últimas obras coordenadas: Do Ultimato à(s) República(s) (2012); Entre Molduras. A Metamorfose nas Artes, nas Letras e nas Ciências (2016); Fabricar a Inovação. O Processo Criativo em questão nas Ciências, nas Artes e nas Letras (2017); Perigoso é… (2018); Literatura & Sociedade (2018); Perigoso é… Volume II(2020).
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Condicionantes Culturais da Literatura de Viagens - Estudos e BibliografiasÍndice geral Porquê e como, por Fernando Cristóvão Fernando Cristóvão Introdução. Para uma teoria da Literatura de Viagens José Nunes Carreira Jerusalém Sara Augusto Peregrinações: Roma e Santiago de Compostela Maria Adelino Amorim Viagem e mirabilia: monstros, espantos e prodígios Fernando Cristóvão A Literatura de Viagens e a História Natural João Paulo Aparício e Paula Pelúcia O animal e a Literatura de Viagens. Bestiários Manuel João Ramos O destino etíope do Preste João. A Etiópia nas representações cosmográficas europeias José da Silva Horta O Africano: produção textual e representações (séculos xv-xvII) Ana Maria de Azevedo O Índio brasileiro (o «olhar» quinhentista e seiscentista) Rui Manuel Loureiro Visões da Ásia (séculos XVI e xvII) Horácio Peixoto de Araújo Expansão missionária no Oriente Maria Benedita Araújo Os relatos de naufrágios Sobre os autores Índice onomástico --/-- Nas narrativas de viagens (sobretudo dos tempos de expansão marítima) confluem outras narrativas que as condicionam, com histórias, mitos, mirabilia, milagres, descrições de monstros, plantas e gente estranha. Numa atmosfera de encantamento, a Literatura de Viagens transporta, como no bojo das caravelas, temas, motivos e tópicos clássicos, orientais, árabes e medievais traços distintivos de outras civilizações. Doze investigadores analisam essas condicionantes, identificando e propondo ao leitor e à comunidade científica bibliografias selectivas e actualizadas. Livro muito interessante que reúne colaboração de doze investigadores em perspectiva interdisciplinar, numa linha de rumo cm que cada autor se ocupa de aspectos específicos, condicionantes de uma reflexão séria sobre Literatura de Viagens. [...] Rica informação bibliográfica. | JUSTINO MENDES DE ALMEIDA Obra recomendada pelo grande especialista Peter Mason em artigo publicado na revista Viator. Medieval and Renaissance Studies, volume 31, 2000. -
O Olhar do Viajante - Dos Navegadores aos ExploradoresSérie Literatura de Viagens - 2 Num seminário promovido pelo CLEPUL vários especialistas de Literatura, História, Filosofia, Antropologia, Arte e Cartografia procuraram ler nos olhos dos viajantes as suas intenções ocultas. Bem acentuada se revelou a rotação desses olhares, na passagem dos Navegadores para os Exploradores. Os primeiros, tanto exprimiam a boa-fé e a ingenuidade na procura do Paraíso, quando a colonização ainda não evoluíra para o colonialismo, como manifestavam exagerado zelo proselitista e fanático, agravado pelo incremento da escravatura. Os segundos, em pomposas «viagens filosóficas», tanto alargavam os conhecimentos científicos sobre a Natureza e o Homem, como, por cima deles, contabilizavam o valor das matérias-primas e inventavam a teorização e a prática do racismo, ao ponto de as Sociedades Científicas promoverem os espectáculos dos jardins zoológicos humanos. Pelo meio, ficou a interrogação dos que, decepcionados com a falta de novidade do Novo Mundo, projectavam sonhos de protesto ou de modelos sociais de carácter utópico. Índice Apresentação, de Fernando Cristóvão João David Pinto Correia - Deslumbramento, horror e fantasia. O olhar ingénuo na Literatura de Viagens Horácio Peixoto de Araújo - O fascínio do diferente nos relatos de viagens pelo Oriente Maria Lúcia Garcia Marques - A escrita do primeiro olhar. Uma re-leitura do «Roteiro» de Álvaro Velho e da «Carta» de Pêro Vaz de Caminha Maria Adelina Amorim - Frei Cristóvão de Lisboa, primeiro missionário naturalista da Amazónia Alexandra Curvelo - O poder dos mapas Ana Vasconcelos - «Algo de velho, algo de novo e algo de estranho». Imagens da Nova Holanda de João Maurício de Nassau Alberto Carvalho - Estética, ciência e estética do olhar na Viagem de Capelo & Ivens Rogério Miguel Puga - O olhar através do género. A imagem do índio brasileiro na literatura portuguesa de Quinhentos Maria da Graça Mateus Ventura - Do «Paraíso Terrenal» a «El Purgatório»: percursos de desencanto Joaquim Cerqueira Gonçalves - O olhar da ciência, da ideologia e da utopia Fernando Cristóvão - Da «boa-fé» colonizadora à «má-fé» colonialista e racista Juan Gil - Viajes y viajeros. Modalidades y motivaciones desde la Antigüedad clásica hasta el Renacimiento Sobre os autores Índice onomástico -
O Romance Político Brasileiro Contemporâneo e Outros EnsaiosComo é que romancistas brasileiros como José J.Veiga, António Callado, Chico Buarque, Inácio Loyola Brandão, Renato Tapajós, Plínio Cabral, Maria Clara Machado c outros viram a oposição à ditadura militar, a guerrilha urbana dos anos 70? E como conciliaram ideal revolucionário e democracia? A Bahia foi conquistada e depois perdida pelos holandeses em 1625. Muitos escritores relataram os acontecimentos, exprimindo o pensamento dos diversos países intervenientes (Guerreiro, por Portugal; Lope da Vega, por Espanha; Vieira, pelo Brasil; Aldenburgh pela Holanda). Contudo, os relatos são todos diferentes... A cada um a sua verdade! Porque é que na poesia pastoril e arcádica brasileira do século XVIII, herdada de Portugal e da Europa, os pastores, em vez de oferecerem leite e queijo, oferecem pedras preciosas e barras de ouro? Porque é que, em contraste com a epopeia e história trágico-marítima portuguesa, donde "se vê [permanentemente] o mar", os poetas e romancistas brasileiros quase o ignoram? Porque é que Vieira consentiu na escravatura dos negros e se opôs tão tenazmente à dos índios? A estas e outras questões, que dão vida a obras literárias notáveis, responde Fernando Cristóvão, Professor Catedrático da Universidade de Lisboa, nesta colectânea de ensaios. Feitos em datas e locais diversos, como conferências ou comunicações a congressos internacionais, continuam válidos como estudos críticos destinados a quantos se interessam pelas literaturas brasileira e portuguesa. Nota Preliminar Os ensaios desta colectânea têm em comum uma mesma preocupação poética, histórica e temática equacionada em leitura cultural: situam-se na Literatura Brasileira, tanto da Época Colonial como da Contemporânea, e procuram contribuir para um melhor entendimento de algumas questões controversas mas, nem por isso, menos pertinentes. Por serem análises de textos literários, reflectem perspectivas tanto de ficção como de poesia, mesmo que não coincidam com a visão e os juízos de valor dos historiadores e de outros ensaístas sociais e políticos. Em todos eles se evidencia, em maior ou menor grau, a caminhada para a emancipação literária e autonômica do Brasil, e inventariam temas e tópicos que, mesmo antes da independência política, marcam a diferença em relação à literatura-mãe, a portuguesa. Redigidos e apresentados em épocas várias, para congressos internacionais onde entraram em debate, estes ensaios visam uma leitura original de textos demasiadas vezes isolados da sua dinâmica estética e epocal. Destinados, sobretudo, aos estudiosos da Literatura Brasileira, são oferecidos, igualmente, aos estudiosos da Literatura Comparada e aos leitores que queiram ter da Literatura do grande país lusófono uma visão mais larga que a do vulgar casticismo tropical ou dos exercícios escolares de Teoria da Literatura. Lisboa. Dezembro de 2002 FERNANDO CRISTÓVÃO Índice geral Nota preliminar O romance político brasileiro contemporâneo Vieira e os sermões contra a escravatura A luta Deus-Demónio na poesia e drama de Anchieta Teatro popular abolicionista: José Agostinho de Macedo, precursor A luta de libertação da Bahia em 1625 e a batalha dos seus textos narrativos e épicos O mar na Literatura Brasileira O mito do «Novo Mundo» na Literatura de Viagens Da grandiloquência lusa ao ufanismo brasileiro Uma poética pastoril em evolução A Literatura como antropologia das antropologias As frutas brasileiras e a sua significação oculta A alquimia poética de Metal Rosicler de Cecília Meireles -
Da Lusitanidade à LusofoniaAGORA SOMOS 'CONDÓMINOS' DA LÍNGUA PORTUGUESA, NÃO SEUS DONOS. Nós, portugueses, desde muito cedo, aspirámos a possuir um Império, e não tardámos a consegui-lo. Simultaneamente, porque era em nome dum Império que lutávamos, também sonhámos em acrescentar ao Império colonial, um outro, o da Fé católica. Foi esse o sonho do Quinto Império do Padre António Vieira, mas, para Fernando Pessoa e, antes dele, para o brasileiro Sílvio Romero, o verdadeiro Quinto Império devia ser o da cultura e da Língua Portuguesa, unindo os vários povos que a falassem. Agostinho da Silva era da mesma opinião, mas achava que hoje já não havia lugar para impérios, por isso, a esse Quinto Império chamamos hoje LUSOFONIA, isto é, a fala dos Lusos, ou seja, dos Portugueses. Em consequência, nós portugueses já não somos donos da nossa língua, mas seus condóminos, como os povos do Brasil e das antigas colónias de África. Deste modo, a Língua portuguesa passou da fase da Lusitanidade à da Lusofonia. É do ensino, difusão e patrimónios desta língua comum que se ocupa esta obra. -
Cadernos de Literatura de Viagens - Número 1 - 2008Neste primeiro caderno que inicia uma colecção sobre Literatura de Viagens, se apresenta o valioso espólio bibliográfico da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra sobre esta temática, acervo do qual não existe qualquer catálogo publicado. Conjunto bibliográfico este que encerra autênticas preciosidades, quer quanto ao texto quer quanto à perfeição e beleza das gravuras e ilustrações presentes em vasta gama de obras, publicadas em várias línguas e em vários países europeus, compreendendo 635 títulos acompanhados de índices remissivos por obras, autores, datas e locais de impressão, que facilitam a consulta e permitem estudos diversificados. Uma introdução explica a razão de ser destes cadernos e faz a história da Biblioteca do Palácio e do seu espólio que inclui, não só os títulos desta lista bibliográfica, mas uma valiosa colecção de obras de outras temáticas, para além de manuscritos e livros raros. ÍNDICE GERAL Critérios de Ordenamento dos índices Introdução - A Literatura de Viagens e o acervo da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra 1. Uma perspectiva para a Literatura de Viagens 2. A Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra 3. Metodologia índice Alfabético de Autores e de Obras Anónimas índice Geral de Obras índice Remissivo dos Autores Citados índice de datas de publicação índice de Locais de Impressão/Edição -
Literatura de Viagens: Da Tradicional à Nova e à Novíssima - Marcas e TemasA viagem tem sido,desde sempre, uma forma de conhecimento, de diálogo e de mudança.Dai a tradição de a registar para memória e testemunho, em textos de grande espontaneidade, ou em verdadeiras peças literárias. Assim, ao longo da História, e reportando-nos à literatura de viagens europeia, sobretudo a partir do século XV, em fase tradicional, os relatos de viagem são de tipo aventureiro, pelas dificuldades e perigos que abundavam, descrevendo peregrinações, descobertas, conquistas, comércio, em especial. Na fase seguinte, iniciada com o Turismo, no séc. XIX,em transportes rápidos, seguros (comboio, navio a motor, automóvel...), a nova mentalidade criou novos textos descrevendo as viagens de lazer, de grandes reportagens, de descoberta de mundos exóticos, de reportagens de guerra, de turismo religioso... Com as novas tecnologias do vídeo, telemóvel, computador e seus relatos brevíssimos, carregados de imagens,estaremos a assistir a uma novíssima literatura? É desta evolução da literatura de viagens que se ocupa esta obra. Fernando Cristóvão -
Cadernos de Literatura de Viagens - Número 2 - 2010E objetivo desta coleção CADERNOS, facultar aos estudiosos, sobretudo universitários que preparam suas dissertações, sugestões e elementos documentais para desenvolverem e aprofundarem os seus estudos em matérias diversas. Este CADERNO 2 apresenta algumas ideias e informações documentais no que se refere à colonização dos índios das Américas, por parte de espanhóis e portugueses. Assim, são apresentados conceitos e documentação sobre "guerra justa", "direito das gentes", "legitimidade" ou "ilegitimidade" das conquistas,âmbito das autoridades papal ou das coroas ibéricas, bem como informação sobre as grandes controvérsias teológicas e jurídicas, de Burgos ou Valladolid, e consequentes medidas legislativas. Do mesmo modo se facultam reflexões e textos sobre a questão dos índios do norte do Brasil,posterior às controvérsias espanholas, e que delas colheu sugestões úteis, sobretudo a partir da Carta Régia de 1570, de D.Sebastião, e leis posteriores. Reflexões essas integradas num conjunto historiado de considerações sobre o caso da pacificação e dignificação dos índios brasileiros. -
Ensaios LusófonosReúne esta obra um conjunto de ensaios sobre problemas da difusão e valorização da nossa língua nas suas várias expressões da Lusofonia, encarecendo, direta ou indiretamente, tanto a importância da unidade como a da diversidade dos países que a formam. São textos muito baseados na área literária de amplos horizontes culturais, e não só fundando-se na constatação de que, sendo a literatura a antropologia das antropologias, nela cabem todas as ideias, propostas e sua contradição, pelo que, no seu espaço, tudo pode ser dito e problematizado. -
Cadernos para Estudos N.º 3 - Do Romance Nordestino Brasileiro de 30 ao Neorrealismo PortuguêsDentre as motivações para a publicação desta obra está a vontade de homenagear Alves Redol e Jorge Amado nas atuais celebrações de seus centenários de nascimento (tal como no ano anterior, de Manuel da Fonseca), por representarem, emblematicamente, quer o neorrealismo português em alguns dos seus maiores expoentes, quer a influência marcante da obra de Jorge Amado e do romance nordestino brasileiro nesse nosso movimento. Assim patrocinada, esta obra tem por objetivo facultar aos estudiosos, sobretudo estudantes universitários, reflexões, sugestões e documentos que permitam aprofundar ideias ou criar novas perspetivas de análise. Para além destes textos de base, também se propõe como leitura recomendada ampla documentação, rara ou pouco conhecida, sobre as áreas temáticas referidas. -
Do Que Não Existe: repensando o cânone literárioDesde o fenómeno da inovação estética no diálogo das Artes até aos complexos arquitetónicos (onde todas confluem), do que não existe percorre um itinerário reflexivo no Cânone, buscando padrões identitários (estéticos, nacionais, europeus) numa cartografia e numa cronologia onde nos reencontramos com referências nucleares (autores, revistas, mas também a monumentalidade arquitetónica), ou menos centrais (a micro-ficção), sem deixar de perscrutar as refrações delas (caso dos best sellers contemporâneos). ao lado, outros mapas e outras épocas desenham contornos culturais além-mar (em especial, a missionação em Moçambique) contribuindo para repensar o fenómeno (inter)nacional (principalmente, a Lusofonia) na história que o sustenta."Dito de outro modo, premonitório, é já hoje convocado, neste livro, ‘o que (ainda) não existe’, dando conta, menos de um resultado definitivo e mais de uma metodologia nova, a metodologia relativa ao campo estético da ‘inter-artes’. Neste sentido, se um ensaio só é novo (não cumulado de pequenas ‘novidades’ académicas, mas verdadeiramente novo) quando opera um rasgão com o passado, interpretando-o de um modo radicalmente diferente, causando até alguma estranheza, do que não existe, de Annabela Rita, oferece ao leitor uma versão da análise textual já própria do século XXI." Do Prefácio de Miguel Real
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Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Esgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.

