Ibéria - A Relação Peninsular no Século XX
«Vivem na Península Ibérica e nos arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Baleares mais de 10 milhões de portugueses e mais de 47 milhões de espanhóis. Se acaso se fizesse um inquérito perguntando como olham os portugueses para a Espanha ou os espanhóis para Portugal, muito poucos seriam os que nada teriam a dizer sobre o que se passou, o que se passa e o que deveria passar-se no relacionamento entre os dois Estados e as duas sociedades.
O tema da relação peninsular é um daqueles pratos quentes com o especial condão de animar tanto um debate académico quanto uma conversa informal. Por mais racional que se pretenda que o tema seja - e pode ser - ele desperta sempre emoções que por vezes nada têm que ver com retrospecção séria, conhecimento objectivo, avaliação ponderada e prospectiva realista.
Portugal e Espanha são países vizinhos, contíguos, desentranhados, como numa operação a gémeos siameses, de uma mesma unidade geográfica chamada Península Ibérica. Tudo o que aconteceu depois dessa separação não anulou o berço comum e não destruiu até hoje a natureza muito especial da relação ibérica - de irmãos face a face, de amigos inimigos ou de vizinhos de costas voltadas, É essa relação evolutiva que este livro pretende recontar, não em toda a sua existência temporal mas apenas no período que se estende desde os finais do século XIX até aos primórdios do século XXI.»
In Preâmbulo
| Editora | Alêtheia |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Alêtheia |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Miguel Sardica |
Historiador e professor associado com agregação da Faculdade de Ciências Humanas e do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. A sua investigação e docência incidem sobre a história portuguesa e internacional dos séculos XIX e XX, sendo autor de mais de uma centena de livros, capítulos e artigos académicos sobre diferentes temas e épocas da história contemporânea. É também investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura e membro da direção da Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa, sub-diretor do Programa Interuniversitário de Doutoramento em História e colunista e comentador da rádio Renascença em assuntos de história ou de atualidade política e social.
-
Verdade e Erro em HistóriaEquidistante tanto do velho cientismo positivista quanto do relativismo radical da pós-modernidade, este ensaio constitui uma breve reflexão sobre o que pode ser a história, explorando, a partir dos conceitos de verdade e erro, a identidade com que esse campo do conhecimento deve ser encarado, os pressupostos metodológicos que ele não dispensa e as formas de exposição que melhor o servem. -
Terminar a RevoluçãoA política portuguesa de Napoleão a Salazar. As revoluções foram uma característica estruturante da história contemporânea internacional. Também Portugal se integrou nesta tendência, tanto pelas motivações e ritmos específicos que por cá fizeram nascer desejos de mudança ao longo dos séculos XIX e XX, como pelas influências estrangeiras que atravessavam fronteiras. Se lá fora se fala hoje do regresso das revoluções, vale a pena igualmente estudar, no caso português, como é que ela surgiu, há 200 anos, como evoluiu e durou, ao longo do século XIX, e como desapareceu, na sua face liberal-radical, entre o final da I República e o triunfo do Estado Novo salazarista. O objetivo deste livro é assim o de explorar um dos eixos fundamentais da realidade nacional ao longo de mais de um século o da revolução em Portugal, e o das dificuldades que a sua dinâmica suscitou sempre que se pretendeu terminar essa mesma revolução, consensualizando um regime que garantisse tranquilidade política, paz social e desenvolvimento económico, e evitando os ódios e lutas cujo impacto negativo, nas instituições, na sociedade ou na economia, tanto custou (e custa) ao país. Para tal, oferece-se nestas páginas uma narrativa do que foi o século XIX e ainda parte do século XX portugueses, ao longo dos cerca de 125 anos que mediaram entre as agruras de D. João VI perante Napoleão e a consolidação de Salazar no poder. -
A Europa Napoleónica e Portugal: Messianismo Revolucionario, Politica, guerra e opinião públicaExilado em Santa Helena depois da derrota de Waterloo, Napoleão Bonaparte reconheceu que a Guerra da Península fora a primeira causa das calamidades da França. Não era uma apreciação exagerada e as palavras do ex-Imperador devem ainda hoje orientar toda a investigação história que aborde as transformações geoestratégicas europeias ocorridas no inicio do século XIX. -
O Século XX PortuguêsO Século XX foi um período crucial na História portuguesa devido às rápidas mudanças e à variedade de regimes políticos vigentes, cada um deles com o objectivo de estabelecer uma determinada organização social, cultural e institucional. A vacilar entre uma minúscula faixa continental, o seu império africano e destino europeu, entre a Monarquia, a República, a Ditadura e a Democracia, o século XX português foi um debate longo, por vezes conflituoso e ainda em curso sobre os temas da decadência, atraso e regeneração. O objectivo deste livro é lançar luz sobre estes acontecimentos, apresentando um panorama da realidade, desafios, realizações, esperanças e fracassos que constituíram o caminho histórico geral de Portugal ao longo dos últimos 100 anos. -
O FontismoAntónio Maria de Fontes Pereira de Melo (1819-1887) foi o mais importante político português do século XIX, tendo a sua vida e obra dado origem à palavra “fontismo”. Este ensaio constitui uma breve biografia do estadista de Oitocentos, explicando como o fontismo significou o apogeu da monarquia liberal portuguesa, num modelo de estabilidade política, de acalmia social e de crescimento económico que mudou o país, tornando-o menos pobre e menos atrasado no panorama da Europa do tempo. Da história para o presente, o texto procura assim oferecer uma oportunidade de reflexão sobre os contextos, as possibilidades e os limites do desenvolvimento em Portugal. -
Verdade e Erro em HistóriaEquidistante tanto do velho cientismo positivista quanto do relativismo radical da pós-modernidade, este ensaio constitui uma breve reflexão sobre o que pode ser a história, explorando, a partir dos conceitos de verdade e erro, a identidade com que esse campo do conhecimento deve ser encarado, os pressupostos metodológicos que ele não dispensa e as formas de exposição que melhor o servem.
-
A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»
