Kissinger (1923-1968): o idealista
Nenhum estadista americano foi tão reverenciado e injuriado como Henry Kissinger. Aclamado por alguns como o «homem indispensável», cujos conselhos foram procurados por todos os presidentes desde John F. Kennedy a George W. Bush, Kissinger atraiu também uma imensa hostilidade de críticos que lhe atribuíram o papel de maquiavélico amoral – o supremo «realista» insensível. Recorrendo não só aos documentos particulares de Kissinger, até agora confidenciais, mas também a centenas de arquivos de todo o mundo, esta biografia é a obra-prima de Niall Ferguson. Tal como a sua história clássica, em dois volumes, da Casa de Rothschild, Kissinger lança uma nova luz sobre toda uma época.
| Editora | Temas e Debates |
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| Editora | Temas e Debates |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Niall Ferguson |
Niall Ferguson é um dos historiadores mais reputados da Grã-Bretanha. É professor de História, titular da Cátedra Laurence A. Tisch, na Universidade de Harvard, investigador principal da Hoover Institution, Universidade de Stanford, e professor convidado da Universidade de Tsinghua, em Pequim. Publicou os livros Paper and Iron, The House of Rothschild, Empire, The War of the World, The Ascent of Money, High Financier, Civilization e The Great Degeneration, entre outros.
Também escreveu e apresentou seis séries televisivas, de muito êxito, no Channel Four: Empire, American Colossus, The War of the World, The Ascent of Money, Civilization e China: Triumph and Turmoil. Em 2009, The Ascent of Money ganhou um International Emmy for Best Documentary. Kissinger, um filme de longa-metragem baseado nas suas entrevistas com Henry Kissinger, ganhou o prémio de melhor documentário no New York Film Festival. Entre os seus muitos prémios e distinções contam-se o Benjamin Franklin Prize for Public Service (2010), o Hayek Prize of Lifetime Achievement (2012) e o Ludwig Erhard Prize for Economic Journalism (2013).
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O Declínio do Ocidente - Como as Instituições se Degradam e a Economia Morre"O problema são as nossas leis e instituições. A Grande Recessão não passa de um sintoma de um mais profundo Grande Declínio. Para demonstrar que as instituições ocidentais de facto declinaram, vou abrir algumas caixas negras que há muito estão seladas." Críticas de imprensa: «Uma obra-prima» - Sunday Times «Um livro sucinto e incisivo sobre as maiores questões políticas e económicas da atualidade.» - The Washington Post «Uma deslumbrante história das ideias ocidentais. Épico.» - The Economist -
O Horror da Guerra (1914-1918)A Primeira Guerra Mundial matou cerca de 8 milhões de pessoas e esgotou os recursos da Europa. Nesta obra provocadora, Niall Ferguson pergunta: terá valido a pena tamanho sacrifício? Esta guerra foi realmente um cataclismo inevitável e eram os alemães uma ameaça real? Terá a guerra sido recebida, como costuma afirmar-se, com entusiasmo popular? Porque continuaram os soldados a combater quando as condições eram tão terríveis? Haveria de facto um desejo de matar, que conduziu os homens à autodestruição? A guerra, afirma ele, foi um desastre – mas não pelas razões que pensamos. Pior do que uma tragédia, foi o maior erro da história moderna. -
A Praça e a Torre: redes, hierarquias e a luta pelo poder global«O historiador britânico mais talentoso da sua geração.»The Times E se tudo o que julgávamos saber sobre a história estivesse errado?Niall Ferguson propõe-nos uma nova forma de olhar o mundo: reformulando cada um dos períodos transformadores da história mundial, incluindo aquele em que vivemos, evidencia a existência de um confronto intemporal entre as hierarquias do poder e as redes sociais. Grande parte da história é hierárquica: trata de papas, imperadores, presidentes, primeiros-ministros e generais. Fala-nos de Estados, exércitos e corporações. É sobre as ordens vindas de cima. Mesmo a história «da base» costuma centrar-se em sindicatos e partidos de trabalhadores. Mas e se isso acontecer simplesmente porque são as hierarquias que criam os arquivos históricos? E se estiverem a escapar-nos redes sociais igualmente poderosas mas menos visíveis, porque menos documentadas, mas que são as verdadeiras fontes de poder e os motores da mudança? «Niall Ferguson escreveu outro livro magistral […] Ler as suas páginas é um reconstituinte cerebral. Não hesite!»The Wall Street Journal «A sua perspicaz análise da história, feita com inteligência e elegância, perdurará no tempo.»The Guardian «Silicon Valley precisava de uma lição de História e Ferguson deu-lha.»Eric Schmidt «Ferguson possui um talento especial para tornar os acontecimentos do passado distante tão vivos e atuais como os noticiários televisivos. […] Cativante e irresistível».The New York Times «Um polemista talentoso. É notável o seu contributo como historiador para o debate das grandes questões.»Independent «Além de se tratar de uma visão provocadora da história, pode considerar-se um guia operacional para a Idade da Internet.»Christian Science Monitor -
O Declínio do OcidenteO problema são as nossas leis e instituições. A Grande Recessão não passa de um sintoma de um mais profundo Grande Declínio. Para demonstrar que as instituições ocidentais de facto declinaram, vou abrir algumas caixas negras que há muito estão seladas. "Um livro sucinto e incisivo sobre as maiores questões políticas e económicas da atualidade." The Washington Post "Uma deslumbrante história das ideias ocidentais. Épico." The EconomistNiall Ferguson é um dos maiores historiadores ingleses da actualidade. Professor em Harvard, investigador no Jesus College, da Universidade de Oxford, e colunista da revista Newsweek, escreveu e apresentou diversos documentários para a BBC.Ver por dentro: -
The Square and the TowerThe new bestseller that shows why everything we thought we knew about history was wrong.Most history is hierarchical: it's about popes, presidents, and prime ministers. But what if that's simply because they create the historical archives? What if we are missing equally powerful but less visible networks - leaving them to the conspiracy theorists, with their dreams of all-powerful Illuminati? The twenty-first century has been hailed as the Networked Age. But in The Square and the TowerNiall Ferguson argues that social networks are nothing new. From the printers and preachers who made the Reformation to the freemasons who led the American Revolution, it was the networkers who disrupted the old order of popes and kings. Far from being novel, our era is the Second Networked Age, with the computer in the role of the printing press. But networks have a dark side, prone to clustering, contagions, and even outages. And the conflicts of the past already have unnerving parallels today, in the time of Facebook, Islamic State and Trumpworld. -
The Ascent of MoneyBread, cash, dosh, dough, loot. Call if what you like, it matters now more than ever. In The Ascent of Money, Niall Ferguson shows that financial history is the back-story to all history.From the banking dynasty who funded the Italian Renaissance to the stock market bubble that caused the French Revolution, this is the story of booms and busts as it's never been told before.With the world in the grip of the biggest financial crisis since the Great Depression, there's never been a better time to understand the ascent - and descent - of money.'Beautifully written ... Breathtakingly clever' Sunday Telegraph'A lucid and racy account of financial history' New Statesman'A fine, readable and entertaining history' Dominic Sandbrook, Daily Telegraph, Books of the Year'The tales he tells of boom and bust, of triumph and disaster, of bubbles that inflate ... are the very essence of financial history' Bill Emmott, Financial Times'An often enlightening and enjoyable tour through the underside of great events, a lesson in how the most successful great powers have always been underpinned by smart money' Robert Skidelsky, New York Review of Books -
Doom: The Politics of CatastropheDisasters are by their very nature hard to predict. Pandemics, like earthquakes, wildfires, financial crises and wars, are not normally distributed; there is no cycle of history to help us anticipate the next catastrophe. But when disaster strikes, we ought to be better prepared than the Romans were when Vesuvius erupted or medieval Italians when the Black Death struck. We have science on our side, after all. Yet the responses of a number of devloped countries to a new pathogen from China were badly bungled. Why?The facile answer is to blame poor leadership. While populist rulers have certainly performed poorly in the face of the pandemic, more profund problems have been exposed by COVID-19. Only when we understand the central challenge posed by disaster in history can we see that this was also a failure of an administrative state and of economic elites that had grown myopic over much longer than just a few years. Why were so many Cassandras for so long ignored? Why did only some countries learn the right lessons from SARS and MERS? Why do appeals to 'the science' often turn out to be mere magical thinking?Drawing from multiple disciplines, including history, economics and network science, Doom: The Politics of Catastrophe is a global post mortem for a plague year. Drawing on preoccupations that have shaped his books for some twenty years, Niall Ferguson describes the pathologies that have done us so much damage: from imperial hubris to bureaucratic sclerosis and online schism. COVID-19 was a test failed by countries who must learn some serious lessons from history if they are to avoid the doom of irreversible decline. -
A Ascensão do DinheiroEsta edição foi atualizada pelo autor com novos capítulos sobre temas como a grande recessão de 2008 ou as criptomoedas.A Ascensão do Dinheiro mostra a vida financeira como a espinha dorsal da História, apresentando sob uma nova perspetiva acontecimentos que nos são familiares: o Renascimento possibilitado por comerciantes internacionais italianos, a Revolução Francesa que se atolou numa crise de mercados, o crash de 2008 iniciado por falências de bancos norte-americanos ou o crescimento espetacular de cidades chinesas como Chongqing.Podemos ignorar ou até desprezar os plutocratas de Wall Street, mas, como Ferguson diz, a revolução dos mercados financeiros rivaliza em importância com as inovações tecnológicas no desenvolvimento da civilização. Na verdade, o estudo da ascensão e da queda do dinheiro é também o estudo do crescimento e da decadência do próprio poder do Ocidente. -
Condenação - A Política da CatástrofeConsiderando o annus horribilis de 2020 numa perspetiva histórica, Niall Ferguson explica o porquê da experiência não nos ter preparado melhor para enfrentar as catástrofes. As catástrofes são difíceis de prever. As pandemias, tal como terremotos, incêndios, crises financeiras e guerras, não se distribuem de modo racional; não existe um ciclo da história que nos permita antecipar a próxima catástrofe. Porém, quando a catástrofe se abate, deveríamos estar mais bem preparados do que os romanos quando o Vesúvio entrou em erupção ou do que os europeus medievais quando a Peste Negra espalhou a morte. Afinal, temos a ciência do nosso lado. -
A Guerra do Mundo - Uma Idade Histórica de ÓdioNo início do século XX, a civilização europeia parecia esclarecida, educada, próspera e cosmopolita. A expansão da economia e da tecnologia prometia uma vida melhor para todos.O que é que aconteceu para que o século XX tenha sido o mais violento e sangrento da história, devastado como foi por duas guerras mundiais e conflitos bélicos na Ásia, África e América do Sul?Segundo Ferguson, as comunidades multiculturais foram separadas por diferenças económicas e graves conflitos raciais. Foi também um período marcado pelas lutas entre impérios decadentes e Estados-império.Mas afinal quem ganhou a guerra do mundo? Por algum tempo, assumiu-se que foi o Ocidente, falou-se mesmo do “século americano”, mas, para o historiador britânico, assistiu-se ao declínio do domínio ocidental na Ásia e em África, num processo que ainda hoje prossegue.
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.