Porto: Crónicas da Cidade de Dentro
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A cidade de dentro é sonho e fantasia, aspiração e desejo. Nela, as ruas «estão já dentro de mim» (Jorge Luís Borges). É contentamento, nostalgia e raiva. Ilusão (ou desilusão), inconformismo ou renúncia. Paixão e sentimento, desencanto e expectativa. A cidade de dentro é contínuo desencontro entre o que temos e o que gostaríamos de ter. Entre o projecto e o inconcretizado, o que estava para ser feito e o que ficou por fazer.
É frivolidade e angústia, aspiração e renúncia do irremediavelmente ausente (não já a sonoridade do trompete, tocado na Praça por um músico ambulante, mas os ecos da infância que ele nos evoca, na lembrança dos dias de leite e mel dos circos de rua na Cordoaria). A cidade de dentro é uma canção triste («j’aimerais te faire une chanson légère», Bernie Beaupère), uma despedida constante (de nós). Um adeus ao que vamos deixando para trás.
A cidade de dentro é um grito. É um alerta pelo que muda e não devia mudar (e, nesse caso, significa destruição, agressão, esquecimento e, quando não, desprezo), ou um brado de insatisfação pela inexistência, lentidão ou apagamento da mudança longamente ansiada.
É frivolidade e angústia, aspiração e renúncia do irremediavelmente ausente (não já a sonoridade do trompete, tocado na Praça por um músico ambulante, mas os ecos da infância que ele nos evoca, na lembrança dos dias de leite e mel dos circos de rua na Cordoaria). A cidade de dentro é uma canção triste («j’aimerais te faire une chanson légère», Bernie Beaupère), uma despedida constante (de nós). Um adeus ao que vamos deixando para trás.
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| Editora | Afrontamento |
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| Categorias | |
| Editora | Afrontamento |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Helder Pacheco |
Helder Pacheco
Helder Pacheco é natural da Vitória, Porto. Professor de História Social e Cultural do Porto. Investigador das culturas populares e escritor. Cronista do Jornal de Notícias. Autor de ensaios e estudos sobre Património Cultural editados em jornais e revistas de todo o país.
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Porto: adegas, tabernas e casas de pastoA mais recente incursão de Helder Pacheco na cidade não é apenas um livro sobre os tascos do Porto; não é também um estudo etnográfico, nem um itinerário gastronómico ou roteiro de lugares, nem repositório de vinhos, petiscos e estabelecimentos pitorescos. Em suma: não é nenhuma espécie de culto em tempos de perda. Não - é outra coisa. Ao leitor caberá ver, e ler... -
Porto nos Dias do Meu TempoOs dias do meu tempo que deixo expressos são, reconheço, triviais. Em muitos casos não mais do que o fait divers banal de uma cidade previsível na qual, há muitos, muitos anos me habituei a viver de uma certa maneira. Louvando ou criticando, se necessário amargamente, mas sempre fiel ao que entendo essencial na defesa da cidade. Sem negociações ou compromissos com o politicamente correcto, os falsos modernismos de pacotilha ou as «emplastragens de cal e gesso» (como escreveu Júlio Diniz) que disfarçam a insensibilidade ou o desconhecimento da realidade. Daí o significado de algumas crónicas ácidas, justificadas pela sensação da impotência perante a malandragem. Todavia, antes mal disposto do que cúmplice face à prepotência dos que tratam a cidade como rebotalho. -
Porto - Da CidadeAqui pretendo falar da capacidade da cidade — recuperando-lhe o corpo físico, o construído, a matéria, o concreto — reconstruir ou reencontrar ou, se calhar (numa previsão mais realista, para não admitir demasiado entusiasmo), nem mais, nem menos, resistir, resistir e conservar a alma. Sem lhe mexer no essencial. Actualizando-a com pinças para a adaptar aos tempos modernos e impetuosos em que o falar à moda do Porto — trocando os vês pelos bês —e de cima da burra para o centralismo e a mediocridade continuam a ser excelentes indicadores da sanidade do sentir (se) tripeiro. No fundo é esse o seu encanto: ser tradicionalista mas rasgar, quando necessário, as convenções. Ser previsível e, de repente, inventar a diferença e construir o não conhecido. Da Introdução -
Porto - Cultura Em MovimentoRetrata-se agora em livro a iniciativa da STCP, lançada em 1998, «Rectaguardas Temáticas», que pôs a circular na cidade do Porto e conselhos limítrofes cerca de 46 autocarros com imagens de personagens e personalidades ligados à região: da visão e arrojo do Infante D. Henrique à solidariedade do Duque da Ribeira, da poesia de Florbela Espanca ao talento de Guilhermina Suggia, passando pelo papel marcante de Aurélia de Sousa, da pena profusa de Camilo Castelo Branco, etc... Retrata-se agora em livro a iniciativa da STCP, lançada em 1998, «Rectaguardas Temáticas», que pôs a circular na cidade do Porto e conselhos limítrofes cerca de 46 autocarros com imagens de personagens e personalidades ligados à região: da visão e arrojo do Infante D. Henrique à solidariedade do Duque da Ribeira, da poesia de Florbela Espanca ao talento de Guilhermina Suggia, passando pelo papel marcante de Aurélia de Sousa, da pena profusa de Camilo Castelo Branco, etc... -
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Porto - Memória e Esquecimento - Livro 1Helder Pacheco é autor de algumas das mais importantes obras sobre a cidade do Porto, além de escrever regularmente em jornais e revistas. Aliás, alguns dos textos deste livro são repescados das crónicas que assiduamente publicava no jornal Público. Correspondem, segundo o autor, a "cinco anos de textos sobre o que eu penso da cidade e do seu património" e concretizam-se como "uma obra muito bela, inteligente e nostálgica sobre o Porto e os lugares das pessoas com a memória que (ainda) nos habita", como a caracterizou o jornalista José Gomes Bandeira. O livro conta com dezenas de fotografias e reconstitui ambientes portuenses, sinais e recordações que tornaram vivos os lugares que Helder Pacheco quer ver preservados. -
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Porto - O Livro do S. João (Tomo 1)«Este livro representa o trabalho de vinte anos (desde 1984) a recolher dados, coligir informações, entrevistar pessoas, visitar os territórios da "humanidade ao nível do rés-do-chão", captar imagens, compilar materiais e documentos no sentido de, justamente, registar, para a salvaguarda do esquecimento, a memória - perdida ou futura? - da gente da cidade e da sua Festa mais querida e mais sentida. Para as suas páginas carreia-se tudo quanto foi possível juntar, apurar e descobrir. Publicam-se os dados mais interessantes e significativos que ajudam a compreender a génese, evolução e características da nossa Festa.» Helder Pacheco in Introdução -
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NovidadeDireito de Cidade - Da «cidade-mundo» à «cidade de 15 minutos»Criador do conceito mundialmente conhecido de «cidade de 15 minutos», Carlos Moreno propõe soluções para responder ao triplo desafio ecológico, económico e social da cidade de amanhã.Em Direito de Cidade, Moreno questiona a nossa relação com os nossos espaços de convivência e com o tempo útil. Na sua visão de uma cidade policêntrica, as seis funções sociais essenciais — habitação, trabalho, compras, cuidados de saúde, educação e desenvolvimento pessoal — devem estar acessíveis num raio de 15 minutos a pé.O autor lançou um debate mundial ao analisar o complexo e vibrante laboratório ao ar livre que é a cidade, onde se exprimem as nossas contradições e se testam as mudanças nos nossos estilos de vida. Concentrando a maior parte da população mundial, mas também as grandes questões do desenvolvimento humano — culturais, ambientais, tecnológicas ou económicas —, os territórios urbanos estão hoje presos aos desafios do século e devem reinventar-se urgentemente.Ao propor uma descodificação sistémica da cidade, Carlos Moreno avalia os meios e os campos de ação do bem-viver e define as implicações das mudanças aceleradas pela urbanização e pela metropolização. -
Alegoria do PatrimónioNeste livro, a autora trata a noção de monumento e de património histórico na sua relação com a história, a memória e o tempo, analisa os excessos deste novo «culto» e descobre as suas ligações profundas com a crise da arquitectura e das cidades. -
Neutra: Complete WorksOriginally from Vienna, Richard Neutra came to America early in his career, settling in California. His influence on postwar architecture is undisputed, the sunny climate and rich landscape being particularly suited to his cool, sleek modern style.Neutra had a keen appreciation for the relationship between people and nature; his trademark plate glass walls and ceilings which turn into deep overhangs have the effect of connecting the indoors with the outdoors. His ability to incorporate technology, aesthetics, science, and nature into his designs brought him to the forefront of Modernist architecture.In this volume, all of Neutra’s works (nearly 300 private homes, schools, and public buildings) are gathered together, illustrated by over 1,000 photographs, including those of Julius Shulman and other prominent photographers. -
Eiffel TowerCommanding by day, twinkling by night, the latticework wonder of the Eiffel Tower has mesmerized Francophiles and lovers, artists and dreamers for over 125 years. Based on an original, limited-edition folio by Gustave Eiffel himself, this book presents design drawings, on-site photographs, and historical documents to explore the making of a..Vários -
As Origens da ArquitecturaA arquitectura é o conjunto dos cenários artificiais, construídos pela família humana durante a sua presença na Terra, desde a pré-história. Hoje, precisamos de toda essa experiência para enfrentar as tarefas actuais. Esta obra é um relato dos primórdios da Arquitectura, desde a Pré-História. É uma interpretação nova, que alarga as fronteiras da disciplina e propõe uma ideia unitária da tradição de que descendemos. -
Popular Architecture in the Communities of the Alentejo“This is a most impressive dissertation on a subject of enormous importance for future developments in architecture and ways of living, especially at this time of recession and of a new and increasing concern with the environment and sustainability, problems of global warming and of reliance on fossil fuels, destruction of natural biodiversity, corals, rainforests, and a range of species. In such a context, this dissertation makes a remarkable contribution to the task of recreating a better way of life and of building. José Baganha has create, l what must be one of the most complete records of regional architecture and urban planning, methods of construction, use of local materials, relation of vernacular buildings to landscape and to ways of life and work. Among the numerous superb illustrations are sketches and photographs, plans and sections, by the author, ranging from distant views of towns such as Monsaraz and Mértola to decorative details like the sgraffito ornament at Évora. His beautiful photograph of the Praça do Giraldo at Évora with its low arcade and great fountain shows more than any words what we need to preserve and recreate. Considering in his dissertation the damage done to these towns and villages from the 1960s, José Baganha modestly expresses the 'hope that it can be an operating manual for all those intending to intervene in the villages, towns, and cities of the Alentejo. In fact, with his numerous wise recommendations ranging from planning and building to the importance of kitchen gardens and orchards, his dissertation will be a source of inspiration far beyond this region of Portugal. DAVID WATKIN Ph.D, Litt.D, Hon. FRIBA, FSAEmeritus Professor of the History of Architecture -
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