Raymond Aron e a Guerra Fria
Em 1955, Raymond Aron publica o "Ópio dos Intelectuais", um ensaio polémico e pedagógico que critica os intelectuais bem-pensantes de esquerda, fascinados pelo mito da revolução e pelo poder soviético, à frente dos quais está Jean-Paul Sartre, contemporâneo de Aron, que foi seu amigo na Ecole Normale Supérieure, antes da ruptura entre ambos no pós-guerra, por causa das suas divergências sobre a posição a tomar em relação ao comunismo e à União Soviética.
O livro abre com duas citações, a clássica de Marx sobre o «ópio do povo», a segunda da sua amiga Simone Weil - «O marxismo é uma religião no sentido mais impuro da palavra. Partilha com todas as formas inferiores da vida religiosa o facto de ter sido continuamente usado, na palavra tão justa de Marx, como um ópio do povo». Aron refere-se a essa frase desde a sua crítica aos Entretiens de Jean-Paul Sartre et David Rousset, para dizer que a revolução já não era mais do que o "ópio dos intelectuais".
| Editora | Alêtheia |
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| Editora | Alêtheia |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Carlos Gaspar |
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A Balança da EuropaA crise europeia é uma crise existencial, em que está em causa a própria continuidade da União Europeia e da NATO, os dois pilares da ordem liberal das democracias ocidentais, que garantem a paz na Europa há mais de setenta anos.A construção da ordem europeia começa na II Guerra Mundial, quando o III Reich quis pôr em causa o futuro da Europa como um sistema de Estados independentes. A vitória das Nações Unidas e a competição entre os Estados Unidos e a União Soviética impõem a divisão da Alemanha e da Europa. A criação da República Federal alemã, da NATO e das Comunidades Europeias assegura a sobrevivência das democracias liberais na Europa da Guerra Fria. Na última década do século XX, a revolução russa e o fim do comunismo tornam possível reunificar as duas Alemanhas e as duas Europas e consolidar a ordem democrática.No fim da Guerra Fria, a reconstituição da balança europeia assenta num "equilíbrio de desequilíbrios" nas relações entre a Alemanha, a França e a Grã-Bretanha, institucionalizadas na NATO e na União Europeia. Mas a estabilidade da ordem europeia está posta em causa pelas crises do Euro e dos refugiados e pelo declínio dos partidos europeístas; a segurança europeia está posta em causa pelo regresso da Rússia, pela guerra na Siria e pela escalada do terrorismo islâmico; e a continuidade da União Europeia e da NATO estão postas em causa pelo Brexit, pelo retraimento estratégico dos Estados Unidos e pela divisão entre as potências europeias. A história, como ensina James Joyce, é um pesadelo de que os Europeus não conseguem acordar. -
O Pós-Guerra FriaDa queda do Muro de Berlim ao 11 de Setembro: Como a Guerra Fria mudou o mundo por Carlos Gaspar, um dos maiores investigadores de política internacional Depois da queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria foi assegurado pela concertação entre os Estados Unidos e a União Soviética. A nova ordem do mundo, fundada sob o signo da democracia liberal e da preponderância norte-americana, representou uma mudança mas preservou intactas as instituições do sistema multilateral criado no fim da Segunda Guerra Mundial. A «paz americana» durou até ao 11 de Setembro: a resposta dos Estados Unidos, com a invasão do Iraque, abriu um novo ciclo de crises. Nos últimos dez anos, temos assistido a um declínio ocidental. A ordem democrática estará ameaçada? -
O Regresso da AnarquiaOs Estados Unidos, a China e a Rússia estão no centro da política internacional desde o fim da II Guerra Mundial. As potências das Nações Unidas, aliadas contra as potências do Eixo, dividiram-se na Guerra Fria. Em 1949, a República Popular da China está ao lado da União Soviética e entra na Guerra da Coreia contra os Estados Unidos. Vinte anos depois, a cisão sino-soviética abre caminho a uma coligação sino-americana, que consolida o triângulo estratégico entre Washington, Moscovo e Pequim. No fim da Guerra Fria, o declínio da Rússia, na sequência da dissolução da União Soviética, e o isolamento da China, depois do massacre de Tiananmen, garantem a preponderância internacional dos Estados Unidos, cuja hegemonia torna possível a formação da parceria estratégica russo-chinesa. Vinte anos depois, a Grande Recessão, a ressurgência da China e a ressurreição da Rússia restauram a centralidade das relações entre Washington, Pequim e Moscovo. O declínio relativo da principal potência internacional, a erosão da ordem liberal e das alianças democráticas marcam o regresso da competição entre os Estados Unidos, a China e a Rússia. O primado da lei e o respeito pelas normas institucionais deixam de prevalecer sobre a lógica da anarquia e as divergências estratégicas, políticas e ideológicas entre as três grandes potências põem em causa a unidade da ordem internacional que garantiu a paz no post-Guerra Fria. -
O Mundo de AmanhãCOM TUDO O QUE ESTÁ A ACONTECER NO MUNDO, COMO SERÁ O MUNDO DE AMANHÃ, EM TERMOS POLÍTICOS? O mundo de amanhã será definido mais pelas dinâmicas que prevalecem na luta entre as democracias liberais do que pela evolução da ciência e da tecnologia, das mudanças climáticas ou das epidemias. Através de uma análise das crises internacionais e das estratégias das principais potências, este ensaio procura demonstrar que o destino do mundo está, afinal, nas mãos da geopolítica contemporânea. -
O Mundo de AmanhãCOM TUDO O QUE ESTÁ A ACONTECER NO MUNDO, COMO SERÁ O MUNDO DE AMANHÃ, EM TERMOS POLÍTICOS? O mundo de amanhã será definido mais pelas dinâmicas que prevalecem na luta entre as democracias liberais do que pela evolução da ciência e da tecnologia, das mudanças climáticas ou das epidemias. Através de uma análise das crises internacionais e das estratégias das principais potências, este ensaio procura demonstrar que o destino do mundo está, afinal, nas mãos da geopolítica contemporânea. -
Teoria das Relações InternacionaisA teoria das relações internacionais é indispensável para compreender a natureza do sistema de Estados e tornar a racionalidade possível nas decisões dos responsáveis políticos, que podem fazer a diferença entre a guerra e a paz na era nuclear. Para lá das divergências entre as escolas da teoria política internacional, nenhuma das figuras maiores do realismo, do liberalismo ou do idealismo desistiu de ordenar as relações entre os Estados para a aventura humana poder continuar.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»
