Três Ensaios em Torno do Pensamento Político e Estético de Álvaro Cunhal
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Álvaro Cunhal não foi apenas um destacado militante e dirigente político. Um actor. Na hora incerta das duras lutas tenazes do povo português pelo derrubamento do fascismo. Foi também autor. Produziu pensamento político. Fornecendo em permanência uma prova manifesta de como, para efectivamente transformar com sentido e sustentação, se torna indispensável compreender os sentidos (e a dinâmica) das realidades, em cujo processo de reconfiguração se está a intervir.
| Editora | Edições Avante |
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| Editora | Edições Avante |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Barata-Moura |
José Barata-Moura
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Marx, Engels e a Crítica do UtopismoPara os revolucionários a história é para fazer: com lucidez, num quotidiano trabalho endógeno da contrariedade do real, nos seus meandros e nas suas vicissitudes. «Para os revolucionários que ao "nome" juntam a "coisa", a história não é para antecipar, em ficcionadas visões apoteóticas do maravilhoso que vai ser, e de como há-de ser. -
Ontologia e Política: estudos em torno de Marx - Vol. IINuma conjuntura mundial de agravamento de crises generalizadas, que convida até os menos atentos — e os aparentemente até aqui mais sossegados pelas reiteradas e tranquilizadoras pregações da obsolescência definitiva do marxismo — a revisitar o, e a redescobrir actualidade no, pensamento de Marx, pode parecer estranho, ou deslocada complacência indulgente para com algum teoreticismo abstracto degenerativo, que se abra espaço a uma meditação de natureza ontológica. Não obstante, atrevo-me a adiantar um esboço de sugestão, que decerto será necessário submeter a uma bateria de exames continuados: Todo o pensamento de Marx, assim como toda a sua intervenção prática, se encontram eles próprios montados sobre uma profunda procura de compreensão determinada daquela dialéctica materialista de que o real na sua concreção se tece e entretece, ou seja: da dialéctica materialista que irrompe na, e pela, configuração e reconfiguração da historicidade do ser — onde, certamente, as colectividade humanas, na produção do seu viver determinado, se inscrevem, a um tempo, e na modelação dos tempos, como «ingrediência» e como «agência». -
As Teses das «Teses»O novo livro de José Barata-Moura, professor catedrático de Filosofia e antigo reitor da Universidade de Lisboa, aborda, num extenso e denso ensaio, as chamadas «Teses sobre Feuerbach», onde Karl Marx, cujo segundo centenário do nascimento se assinala em 2018, escreveu a célebre frase: «Os filósofos têm interpretado o mundo apenas de diversos modos; trata-se, porém, de o transformar.» -
Filosofia em O Capital«Quanto ao fundamental — que no título se reflecte —, o desiderato (não alcançado de modo satisfatório) é o de dar a ver, em "Das Kapital", aquilo que proveniente de uma experiência exercitada da filosofia, activado e actuando, no imediatamente expresso se não vê, mas sem o qual o teor patenteado na expressão não seria, como se me afigura, possível. Não se trata, porém, de nenhuma arremetida mórbida apostada no assalto à exposição de obscenidades (isto é, de aquilo que estando habitualmente fora da cena, nela se não mostra), nem de nenhum arremedo ousado visando a composição de algum profano «livro das revelações» (profanador de estrondosos segredos terríveis, para apocalíptica memória futura, e moral edificação nos entretantos). Trata-se, tão-só, de um exercício, talvez pouco modesto, mas muito limitado: pensando (como se pode), dar conta do pensamento (e sobremaneira, do pensar) que no texto lido de Marx em permanência interpela.» -
Totalidade e Contradição Acerca da DialécticaTomaremos, portanto, neste trabalho como objecto predominante de consideração duas das categorias que, porventura, melhor nos habilitam e ajudam a compreender e a determinar, nos seus diferentes níveis e instâncias, a dialéctica. Procuraremos debruçar-nos, nomeada e sucintamente, sobre a "totalidade" e sobre a "contradição". Importa desde já que fique bem claro, todavia, que estas não são as únicas categorias da dialéctica. Importa, igualmente, que se não perca de vista que as questões e as perspectivas que a propósito de cada uma delas levantaremos e tocaremos não esgotam a problemática das referidas categorias. Trata-se, por conseguinte, tão-só de uma consideração indicativa — que procuraremos, dentro das nossas muitas limitações, que seja precisa e rigorosa — de duas categorias fundamentais da dialéctica.» -
Estudos Sobre Ontologia de HegelEsta colectânea de ensaios reúne textos elaborados nos últimos 35 anos e que são aqui revisitados pelo autor. «[…] Cada capítulo deste livro forma por si uma unidade. No entanto, as temáticas que se entrecruzam permitem, porventura, divisar, no seu conjunto, uma tentativa de penetração no que se me afiguram ser traços marcantes da ontologia de Hegel – isto é, do respondimento que ele pensa para a pergunta fundadora: que é «aquilo que é»? […]» do Preâmbulo de José Barata-Moura -
Sobre Lénine e a Filosofia«Quando procuramos pensar filosoficamente a relação de Lénine com a filosofia, o traço porventura marcante que se nos vai desprendendo dos textos é, no meu entender, o da reivindicação de uma ontologia materialista.»«No entanto, importa não perder a noção, em momento algum, de que se trata de um materialismo novo, de um materialismo com projecto – isto é, destinado a fornecer o embasamento filosófico, não só, teoreticamente, para uma compreensão fundamentada do ser, na multiplicidade e na dinâmica concretas dos seus diferentes patamares estruturados de manifestação, mas também, no que toca aos tabuleiros do agir histórico (inclusivamente, do quotidiano), para uma intervenção humana prática na deveniência desse ser, no sentido de um operar da transformação (igualmente material) das realidades.» José Barata-Moura -
Joana, Come a Papa"As divertidas canções de José Barata-Moura estão de volta para te contar histórias e ensinar muitas coisas novas. Vais gostar de aprender as letras, os números, as notas e as cores; vais conhecer mais amigos e descobrir as suas aventuras; e vais também poder tocar as melodias das canções." -
Metafísica e OntologiaQuanto ao itinerário que pretendo seguir, informo que não me irei concentrar na escalpelização particularizada do conteúdo das doutrinas metafísicas, um propósito de exorbitante desmesura, que, mesmo presumindo qualificações que de todo me falecem, só para um cômputo das possibilidades (ainda que abreviado, ou tão-só, numa amostra, indicativo), excederia largamente aquilo que os dedos de uma mão, em improvisado ábaco, consentem.Enveredarei por outro caminho.Assim, proponho que abordemos, sucinta e sucessivamente:a) aquilo a que, à falta de melhor, chamo «a classificação bibliotecária», a partir de cujo posicionamento topológico a Metafísica, enquanto categoria, se veio a formar;b) a basilar – e irresolvida – dualidade que no «metafísico» transparece, estando embora o afloramento sujeito a avaliações de sinal contrário;c) o recuperado emprego metodológico da etiqueta para rotular todo um domínio funcional de formalidades principiais;d) a adscrição genérica dos empreendimentos metafísicos à esfera de um difuso pensar da totalidade;e) o significado de que «metafísica» e «metafísico» se revestem na contextura de filosofares dialécticos.A concluir esta primeira parte, apontaremos algo acerca dos metafisicismos da vivência.Importa, na verdade, escrutinar mais em pormenor – de alguma maneira, ao jeito do que aconteceu com a «metafísica» (embora não em perfeito paralelo simétrico) – que linhagens principais de significado são descortináveis, não apenas no emprego histórico documentado de ontologia, mas também nas possibilidades teoréticas que o vocábulo, na sua com-posição, desde logo encerra.Por estas veredas, poderemos ir-nos aproximando do conjunto de questões, ou de problemas – com respostas doutrinariamente muito diferentes –, para o qual ontologia, enquanto designação unificada de um campo, remete.Do mesmo passo, se irá esclarecendo igualmente o âmbito da disciplina que, num quadro curricular institucionalizado, nos suscita atenção.No roteiro da viagem incluiremos portanto, como etapas principais:um conspecto das primeiras ocorrências do termo;uma sinalização de momentos em que a categoria sofre inflexões de sentido, que a levam a centrar-se na principialidade mais geral do ente (na «logia» do «ón»);uma passagem do interesse temático primordial da esfera do «ente» para a órbita do «ser»;um momento de interrogação acerca do «tipo» de ontologia com que se pretenda, eventualmente, reatar;e, por fim, uma tentativa de surpreender como o núcleo das questões ontológicas gira porventura em torno da pergunta por «aquilo que é», uma instância que os antigos gregos designavam por «tò ón».
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»