Arte e viagem (pós-)colonial na obra de José de Guimarães / Art and travel (post-)colonial in the work of José de Guimarães
(org.)
Ao longo do seu percurso José de Guimarães tem vindo a desenhar um atlas da viagem contemporânea que se revela como uma descoberta de si através do outro e que se desenvolve a partir de uma trajetória própria. Na verdade, parte da cultura visual e pesquisa plástica do artista viajante português reflete, de modos diferentes e em registos distintos, uma problemática profundamente atual do mundo global de que o século XXI é herdeiro, traduzindo uma sensibilidade atenta que dispensa qualquer glosa.
Throughout his career, José de Guimarães has drawn an atlas of contemporary travel that has become a discovery of self through the Other and has evolved out of his own journey. In effect, part of this Portuguese traveller-artist’s visual culture and plastic research refl ect, albeit in different modes and registers, an extremely current problematic of this global world that the 21st century has inherited, accompanied by a sensitive awareness that needs no further comment.
| Editora | Caleidoscópio |
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| Editora | Caleidoscópio |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Maria João Castro |
Estudou na Escola Superior de Belas Artes, onde se formou em artes plásticas – pintura.
Durante alguns anos trabalhou como atriz no Teatro de Marionetas do Porto e na atualidade é professora de Educação Visual e Oficina de Artes e desenvolve regularmente projetos ligados à pintura e ao desenho. Na sua estreia na ilustração de livros, nas Edições Afrontamento, ilustrou O Senhor Nunca e o Senhor Jamais, de Francisco Duarte Mangas (2016), a que se seguiu Basta Imaginar, de João Lóio (2017) e Os Dois Sarafanos, de António Roma Torres (2019).
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O Essencial sobre os Ballets Russes em Lisboa«A permanência dos Bailados Russos em Lisboa entre dezembro de 1917 e março de 1918 coincidiu com um dos períodos mais sombrios da sua história: em plena Primeira Guerra Mundial não havia espaço de manobra para a apresentação dos espetáculos da trupe russa na maior parte dos palcos da Europa. Os espetáculos na capital portuguesa ocorreram em condições difíceis: o golpe de Estado de Sidónio Pais e a consequente instabilidade política na capital fizeram adiar a estreia nacional e o público não estaria na melhor disposição para os acolher. No final da temporada lisboeta, a falta de contratos internacionais fez com que a companhia fosse forçada a arrastar a sua permanência em Lisboa, subsistindo em circunstâncias adversas.» -
Zanzibar - Arte de Um (Re)EncontroA presença portuguesa no espaço extra-europeu africano, iniciada no século XV, permitiu a construção de uma mundialização que teve pretensão de soberania universal, nomeadamente, quando se passou a dominar o império oriental. A partir daí, as mitologias sobre as quais o colonialismo português se articulou mostraram algo de nosso e de muito profundo: a identidade de um país que, a partir de um dado momento, construiu a sua história para fora, evitando assumir um olhar interior, ou seja, o que ele era por dentro. Zanzibar - Arte de um (Re) Encontro apresenta-se como um poema-convite de uma historiadora de arte que nos leva a uma revisitação de quem regressa outro, fazendo repensar esse destino de alma lusa, tão longínquo e tão próximo... -
Travessias por ÁfricaTRAVESSIAS POR ÁFRICA resulta de uma jornada feita ao longo de várias etapas perfazendo 17 mil quilómetros entre a África do Sul e o Quénia. Maioritariamente levada a cabo de Overland, esta viagem devolve-nos a essência de um continente único. -
TransiberianaA 2ª edição de Transiberiana, de Maria João Castro devolve-nos uma viagem inusitada pela linha ferroviária mais longa do planeta. Num palimpsesto das geografias paisagísticas e internas, a autora tenta (re)escrever a atmosfera do percurso realizado numa narrativa contínua e profundamente reflexiva. Desenhos de Eduardo Salavisa e um caderno a cores das imagens mais emblemáticas do itinerário percorrido. Nuno Júdice Um livro inesperado onde há romance e poesia. Um texto que não se limita a ser informativo mas que é, sobretudo, um texto vivido. Eduardo Lourenço Um livro que me encantou, delicioso em vários aspectos. Como historiadora de arte, a autora tem um interesse particular pelas manifestações artísticas, tem uma interpretação estética própria. Ao longo de vários momentos de uma viagem ex-mítica dá-se a conhecer o outro naquela que é uma viagem verdadeiramente iniciática. José-Augusto França Neste livro reflecte-se sobre a viagem como trajecto não como destino, é o que acontece entre dois pontos que interessa; é esse o sentido do livro e que verdadeiro sentido. -
Lugares com AlmaA nova edição de Lugares com Alma de Maria João Castro reúne um conjunto de textos de lugares especiais espalhados pelos 5 continentes. Neste volume, a autora mostra que há sítios que possuem o condão de transformar os visitantes, constituindo refúgios de um mundo intemporal ao qual se regressa a cada releitura. Cada texto tem a particularidade de seguir um mote preciso que o reconfigura de um modo singular: no caso da Cúria os Années Folles, em La Parra a atmosfera depurada de um convento, no Pera Palace segue-se um policial policial, na Polinésia destaca-se a corporalidade maori, no Delta do Okavango a África pristina, em Cuba a ruína colonial a colar-se à pele... Porque em cada lugar o andamento é distinto assim como a nossa perceção e reminiscência do tempo vivido. -
Balcãs - Um Olhar EuroasiáticoA obra resulta de um périplo recém-levado a cabo por países da ex-Jugoslávia (Eslovénia, Croácia, Montenegro, Albânia, Macedónia do Norte, Sérvia e Bósnia Herzegóvina), Grécia e Turquia. Apoiado pela investigação e a narrativa poética a que nos tem vindo a habituar, este 7º livro de crónicas de viagem da autora sintetiza a sua deambulação pós-pandemia pela parte central da Eurásia.Dividido em três capítulos - Impressões Balcãs, Pinceladas Gregas e Traços turco-otomanos - o livro encerra na frase da contracapa um olhar marcadamente autoral: "Ao contrário da paisagem sentimental da ex-Jugoslávia, a grega foi carnal e a turca exótica. De todas elas retirei momentos irrepetíveis porque deixá-las para trás é deixá-las de vez, numa cristalização inerente às viagens a prazo". -
Viagem à Década de 1920 - O Diáfano Brilho da ExtravagânciaOs Loucos Anos Vinte, Les Années Folles ou The Roaring Twenties evocam um decénio esplêndido e evanescente, definido a partir de uma efervescência artístico -cultural única.A modernidade e o cosmopolitismo emanados da Paris do pós -guerra espalharam-se pelo mundo ocidental e consagraram -se através de uma elite dançando a um ritmo frenético, euforicamente interrompido com a Grande Depressão, fim de um tempo efémero e estrondoso. Prefácio de Nuno Júdice.
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NovidadeArte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
NovidadeEsgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.

