Para Onde Corre Este Rio
O figurino tinha pés de barro e era apenas um peão insuflado de empáfia numa jogada bem mais perigosa e subterrânea: a criação de um Partido Político para jogar no tabuleiro frágil da democracia burguesa. O CDS já não servia e o MDLP era apenas uma memória nostálgica para serões reumáticos e coceira em grisalhas cabeleiras. Para os novos fascistas, filhos, netos, enteados, de entre a Foz e Moledo, era preciso reconstruir uma frente de direita a sério, com armas e bagalhoça, discurso a condizer contra as minorias e os desmandos do socialismo, cujo, desde um famoso discurso de Mário Soares, «estava na gaveta» fechadinho e a chave perdida algures no Bugio em dia de marés altas.
| Editora | Página a Página |
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| Editora | Página a Página |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Domingos Lobo |
Andei pelos liceus de Lisboa, rebeldia mansa dos anos 1960; pelos corredores das Faculdades de Direito (meu remorso de um semestre), de Letras; pelas salas austeras do Conservatório Nacional a ouvir dos professores, sobre Teatro, o que já havia esquecido e não me interessava – queríamos os interditos: Brecht, Grotovsky, Artaud, Piscator; um mestrado em Administração e Economia Cultural, que utilizei pouco.
Fiz teatro radiofónico e jornalismo em jornais angolanos ao tempo colonial, depois, como freelancer para cumprir os dias e resgatar uns trocos para livros, filmes, viagens.
Meteram-me, à má fila, no negreiro Vera Cruz, rumo às terras angolanas do Cuando-Cubango. Era a guerra e eu, distraído, bebendo a propaganda salazarenta até à imbecilidade, acordei em sobressalto numa noite de bazucas e kalachnikovs, de costureirinhas trespassando os pássaros da noite, frémitos e perplexidade. Chana e capim a perder de vista. Escrevi um livro sobre o tema que anda por aí em estudos académicos, pelas histórias da literatura de guerra e em 2 edições catitas: Os Navios Negreiros Não Sobem o Cuando. Foi a estreia nestas coisas de escreviver. Outros 4 romances se lhe seguiram, mais 3 livros de contos; 5 de poesia; peças de teatro; ensaio, antologias.
Fundei com outros companheiros e dirigi três grupos de Teatro: GATO – Grupo de Acção Teatral de Oeiras; Grupo de Animação Teatral de Salvaterra de Magos e SOBRETÁBUAS - Grupo de Teatro de Benavente; encenei uma vintena de peças, com Tchekov, Strindberg e Santareno como referências pendulares desse labor; chefe de redação do Jornal do Vale do Tejo. Fui programador cultural na Câmara Municipal de Benavente; autarca em Salvaterra de Magos, durante 32 anos (tenho por lá uma rua com o meu nome, o que me sossega de vã eternidade); Presidente do Conselho Fiscal da APE, desde 2000.
Participei na II Bienal de Silves, onde proferi a "lição de sapiência" sobre a obra de Urbano Tavares Rodrigues, e na III Bienal, dedicada à obra de Pedro Tamen; em 3 edições dos ENCONTROS LUSÓFONOS, organizados pela CM de Odivelas; na ESCRITARIA/Penafiel, em 2008, ano em que o evento foi dedicado a Urbano Tavares Rodrigues e em 2013, ano de homenagem a Mário de Carvalho e no III Encontro Internacional de Poetas (Ponta Delgada/2019).
Tenho colaboração crítica e ensaística dispersa por várias publicações: Jornal do Brasil, Vértice, As Artes Entre as Letras, Revista Alentejo, O Escritor, Foro das Letras, Seara Nova, Revista Cultura, EntreLetras, Nova Síntese (da Associação Promotora do Museu do Neo-realismo), Avante! e Gazeta Literária. Dou aulas em Universidades de 3.ª. idade; tenho 22 livros publicados e outros em gestação; vários prémios literários e medalhas para polir o ego.
Ainda não estou cansado.
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Palavras que RespiramTrata-se de um livro de livros, um olhar atento a partir de espólios vários. É uma recolha de textos dispersos por jornais, revistas, colectâneas e prefácios e de mais de dez anos de actividade literária e de actos públicos. Um escritor a dar testemunhos de comparsas seus. -
Os Dias DesarmadosO mais recente livro de poesia de Domingos Lobo, que «não teme as palavras, nem hesita ao apresentá-las assim brutais», como diz no prefácio Francisco Duarte Mangas, quando retrata as memórias da guerra colonial. -
Cenas de um TerramotoHá em Cenas de um Terramoto, todo em exame da história do espaço público da sociedade dos princípios do século XX, numa tentativa de não deixar no vazio mesmo o mais pequeno pormenor. Os diálogos expressivos e directos, de linguagem simples, transmitem plenamente as vivências das gentes da "borda-d´água" . -
Lisboa Modos de Habitar: Topografia ÍntimaLisboa, Modos de Habitar, de Domingos Lobo, um breviário afectivo da cidade, constituído por um significativo conjunto de poemas que levam por título lugares de que a memória se mostra prisioneira. Um itinerário de sombras pessoais, com alguns flashes festivos que a revisitação da infância faz vir à superfície, como na espinha dorsal do livro, os 7 poemas com o título geral de «O eléctrico da Rua do Arco do Cego» (acrescidos de um último olhar sob o signo da cegueira), a partir da imagem do eléctrico, símbolo de um tempo lento, agente de percursos intermináveis de quem, no fundo, não saía do mesmo sítio. O poeta da recolha que agora se publica traz-nos os registos pessoais e familiares, mas também a perspectiva social e histórica de um tempo de formação, de aprendizagem da vida, da descoberta dos outros, das emoções, do peso da existência e da leveza do sonho. -
As Máscaras Sobre o FogoEm “As Máscaras Sobre o Fogo” Domingos Lobo aprofunda na sua ficção a denúncia do aproveitamento do subproletariado pelo poder fascista, e agora também por novos poderosos do capitalismo liberal, para a prossecução dos seus fins. Num enredo de peripécias e suspense onde evoluem personagens típicas dos estratos marginais da cosmopolita Lisboa, mostrados sobretudo através do vocabulário e sintaxe por eles usados, que Domingos Lobo ouviu, assimilou, e passou a recriar, chegando a distorcer literariamente palavras e frases. -
Para Guardar o Fogo – EpitáfiosPara Guardar o Fogo – Epitáfios, de Domingos Lobo, Prémio Literário Cidade de Almada/2009, é um livro sobre a memória das palavras e dos autores que, nestes poemas, são convocados para uma série de «Conversas Póstumas». Epitáfios que são, sobretudo, uma homenagem que o autor encena sobre os universos poéticos ou pictóricos dos «mortos amados». De Mário-Henrique Leiria a O'Neill, de Ary dos Santos a Ruy Belo, de Fernando Pessoa a José Gomes Ferreira. Uma extensa, ecléctica galeria de nomes, de percursos, de afectos, de difusas memórias, sobre o espaço do real transfigurado, das cidades – de uma identidade que se vivifica nesse húmus, nessa pele, nesse translúcido navio que a poesia, em seu bojo evanescente, transporta. -
Pés Nus na Água FriaNa literatura portuguesa produzida após o 25 de Abril, não abundam os textos de ficção que nos falem do fascismo e da resistência que lhe foi oposta por milhares de portugueses. Menos ainda são os que dessa resistência evocam aqueles que foram os seus mais destacados protagonistas: os militantes comunistas. Neste quadro, a publicação de um romance que tem como cenário o fascismo e a resistência antifascista, constitui um facto digno de registo – e de aplauso. Mais ainda quando – como é o caso deste Pés Nus na Água Fria de Domingos Lobo – estamos perante uma história conduzida com notável destreza narrativa, numa prosa poderosa, escorreita, amiúde luminosa – e que se lê de um fôlego e prende o leitor da primeira à última página, como é uso dizer-se nestes casos... O narrador é também ele personagem do romance, resistente assumido que intervém como tal, desmontando a brutalidade, a mesquinhez, a hipocrisia, a sordidez, a podridão reinantes. Tomando partido. A dizer-nos que o fascismo existiu... Pés Nus na Água Fria é um romance a saudar. E a ler. Do prefácio de José Casanova -
O Rosto em RuínasAs palavras para descrever um rosto, o rosto e seus desmandos, suas feridas. O rosto espelho de caminhos, ultrajes, paixões, inquietudes, desânimo. Também a força que há nos músculos, no olhar perscrutando a hulha do devir, ou percorrendo, pelas veredas das rugas, as notícias dos dias amplos, da solidão, do silêncio, dos vazios que enxameiam as estradas do mundo: consciência solidária em busca do lado justo. As marcas que percorrem o rosto, um rosto desabrigado e confuso como a palma da mão. Um percurso de ruínas, pela memória, planando as paixões, os medos, aangústia existencial. Combate absurdo contra os fantasmas que ainda teimam em desarrumar os dias e açoitar as noites. O Amor e os seus lanhos, suas perplexidades. A carga das palavras, tão urgentes como respirar, que transportamos aos ombros e crepitam no escuro, nos limitam em sua efémera transgressão. Poemas sobre o rosto, a idade, o lúcido derruir dos dias da alegria. Sem ilusões nem mágoa. -
Concerto de Miau e Piu Piu - Uma Aventura com Música, Travessuras e outras AventurasO «Concerto de Miau e Piu Piu», é uma parábola sobre a amizade, e as diversas formas de a entender, entre dois animais de espécies diferentes: um gato, com a sua felina natureza e um frágil canário. O gato, façanhudo, vê no desamparado canário apenas um bom petisco para a sua dieta. Acontece que o canário possui um piar virtuoso e arrebatador. Esse melodioso trinado irá conquistar o ser sensível que, afinal, habita o predador gatão. Este livro diz-nos, a rimar, que a Amizade e o respeito mútuo, a aceitação do Outro, é sempre possível quando dois seres, por muito diferentes que sejam, descobrem o que no Outro existe de melhor, de genuíno. O resto desta história é música e sonho. Modos de sonhar com um mundo melhor. -
Origens e Derivações do Neo-Realismo Literário PortuguêsDomingos Lobo tem sido, na crítica literária em Portugal, uma voz única, pelos critérios, pelas leituras, pelas perspectivas. Na amplidão do seu trabalho, entre jornais e revistas, conferências e encontros vários, tem dado também ao Neo-Realismo a importância que esse movimento, sem paralelo na literatura portuguesa - pela fértil produção, pela relevância política, pelo legado histórico -, justifica, tanto mais quando, em regra, vem sendo mais ou menos paulatinamente ignorado. Evidência da multiplicidade e fecundidade do neo-realismo é a lista - uma lista que qualquer leitor atento sabe não ser sequer exaustiva - de autores que Domingos Lobo aborda nesta antologia. Como nos diz Domingos Lobo, «as obras estão aí (livros, filmes, teatro, pintura) para que as possamos usar» nesse projecto transformador que esteve na raiz de toda a criação neo-realista. E este livro é, também ele, portador de sentido(s) e futuro(s).
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»