Regionalização: Uma questão de Coragem
«Deparo em Portugal com a impotência do centralismo para mudar de via para um recomeço, enquanto as periferias caminham para o abismo fatal…sejam detentores do poder Central, sejam os burocratas da Capital, seja a Corte intelectual e social, sejam emigrantes da Província nessa Corte todos querem conservar a sua posição central, tão arduamente conquistada, que sentem como superior. Mas haverá uma jovem regionalização que vai vencer o "Minotauro" e sair finalmente do labirinto. Basta - lhe um "fio de Ariadna".» Carlos de Brito é provedor do cliente de transportes públicos, presidente do museu e do centro de congressos da Alfândega do Porto, é dirigente Ordem dos Engenheiros e fundou o Sindicato dos Engenheiros do Norte. Foi Ministro da Defesa Nacional do XI Governo Constitucional, presidiu à Câmara Municipal do Porto, foi governador civil, vice - presidente do PSD, e deputado à Assembleia da República. Foi director da EDP e presidente da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto. Colabora habitualmente na imprensa nacional.
| Editora | Rui Costa Pinto Edições |
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| Editora | Rui Costa Pinto Edições |
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| Autores | Carlos Brito |
Carlos Brito, político e escritor, nasceu em 1933, em Moçambique. Passou a infância e parte da juventude em Alcoutim, no Algarve. É casado, tem duas lhas e três netas. Estudou no ICL,actual ISCAL, e exerceu a prossão de contabilista. Muito cedo começou a escrever e a publicar em revistas de cultura e na imprensa regional, ao mesmo tempo que se envolvia profundamente na resistência à ditadura fascista. Foi preso pela PIDE por três vezes: em Dezembro de 1953 até Fevereiro de 1954; em Outubro de 1956, até fugir da Cadeia do Aljube, em Maio de 1957, voltando à clandestinidade; a terceira, em Junho de 1959 em que cou preso até Agosto de 1966. Soma no total mais de oito anos de prisão. Estudou durante um ano no Instituto Ciências Sociais e Políticas de Moscovo, na antiga União Soviética. Voltou a Portugal em 1967, onde retomou a luta na clandestinidade, até ao derrubamento da ditadura. Foi dirigente destacado do PCP, antes e depois do 25 de Abril. Foi deputado à Assembleia Constituinte (por essa razão é deputado honorário). Durante quinze anos foi deputado à Assembleia da República, quase sempre eleito pelo Algarve, sendo durante todo este período presidente do Grupo Parlamentar do PCP. Foi candidato à Presidência da República, em 1980. Desistiu a favor do General Ramalho Eanes, então eleito Presidente da República, pela 2a vez. Esteve à frente do jornal Avante!, como seu director, entre 1992 e 1998. No final do século passado, entrou em divergência política e ideológica com a Direcção do PCP, tendo sido por esta sancionado, em 2002, o que o levou a auto suspender-se de militante do partido. Foi um dos fundadores e é dirigente da Associação Renovação Comunista. Regressou, em 1999, a Alcoutim integrando-se, desde logo, nas actividades associativas locais, como tinha feito na juventude, quando integrou o grupo de jovens que fundou o Grupo Desportivo de Alcoutim e iniciou as Festas Anuais da terra. Em 2001, foi eleito para a Assembleia Municipal, na lista da CDU. Já então era membro da direcção da associação de desenvolvimento regional ALCANCE e presidente da associação transfronteiriça ATAS. Fundador e principal redator do Jornal do Baixo Guadiana. Foi agraciado, por duas vezes, com ordens honorícas nacionais: a Grã-Cruz da Ordem do Infante, em 1987 e a Ordem da Liberdade - Grande Ocial, em 2004. Também foi homenageado pelo Município de Alcoutim, com a atribuição do seu nome a um Bairro Social da vila e com as Medalhas Honra de Prata (1996) e de Ouro (2013). A sua obra publicada é constituída, com este, por 16 livros: poesia, acção, memórias e intervenção política e uma monografia sobre o Algarve. Tem participação em muitas obras colectivas e colaboração em numerosas publicações reginais, nacionais e estrangeiras. Como poeta está representado em várias antologias. Continua a viver em Alcoutim, onde escreve, participa na vida local e, a espaços, vai publicando na imprensa regional e nacional,
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Cadeia do Forte de PenicheCarlos Brito esteve preso na cadeia de Peniche de Fevereiro de 1960 a Agosto de 1966, período em que as condições prisionais se extremaram, devido à mítica fuga de Álvaro Cunhal e de outros dirigentes comunistas. Neste livro, Carlos Brito revela-nos o dia-a-dia dos presos políticos, numa das mais infames cadeias do Estado Novo. Acrescenta-se ainda ao livro alguns documentos importantes, como a lista de presos, ou a acta de libertação de 1974. -
As Três Mortes do Lobisomem e Outras RebeldiasEmbora sendo um livro de ficção não deixa de lembrar o pendor memorialista do autor.Éa partir de memórias da infância e juventude, em Alcoutim, e da experiência revolucionária de grande parte da sua vida, que Carlos Brito recria e constrói uma galeria de personagens de forte carisma, não sópositivas, a agir em situações pouco comuns e inesperadas, caricatas ou dramáticas. O elogio crítico da rebeldia, francamente assumido, tem subjacente a denúncia da opressão, sob qualquer forma que se apresente, o anseio da liberdade, a vontade de conquistá-la e a complexidade dos sentimentos dos que lutam por ela. -
Estar PresenteAos 90 anos, Carlos Brito olha preocupado, da sua varanda sobre o Guadiana, para a atualidade do país e do mundo e a situação ambiental do planeta. Não se remete a uma atitude contemplativa, persiste em estar presente e intervir, o que se reflete nos seus versos, críticos e apelativos. No texto poético que nos apresenta, cheio de imagens, metáforas e alegorias, também transparecem as angústias da idade: a doença, a solidão, a decrepitude, a morte. Mas são as palavras natureza, paz, amor e ir em frente, as mais marcantes, neste seu sétimo livro de poesia.
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A Esquerda não é WokeSe somos de esquerda, somos woke. Se somos woke, somos de esquerda.Não, não é assim. E este erro é extremamente perigoso.Na sua génese e nas suas pedras basilares, o wokismo entra em conflito com as ideias que guiam a esquerda há mais de duzentos anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção objetiva entre justiça e poder, e a crença na possibilidade de progresso. Sem estas ideias, afirma a filósofa Susan Neiman, os wokistas continuarão a minar o caminho até aos seus objetivos e derivarão, sem intenção mas inexoravelmente, rumo à direita. Em suma: o wokismo arrisca tornar-se aquilo que despreza.Neste livro, a autora, um dos nomes mais importantes da filosofia, demonstra que a sua tese tem origem na influência negativa de dois titãs do pensamento do século XXI, Michel Foucault e Carl Schmitt, cuja obra menosprezava as ideias de justiça e progresso e retratava a vida em sociedade como uma constante e eterna luta de «nós contra eles». Agora, há uma geração que foi educada com essa noção, que cresceu rodeada por uma cultura bem mais vasta, modelada pelas ideias implacáveis do neoliberalismo e da psicologia evolutiva, e quer mudar o mundo. Bem, talvez seja tempo de esta geração parar para pensar outra vez. -
Não foi por Falta de Aviso | Ainda o Apanhamos!DOIS LIVROS DE RUI TAVARES NUM SÓ: De um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo Do outro, aquelas que nos apontam o caminho para um Portugal melhor Não foi por Falta de Aviso. Na última década e meia, enquanto o mundo lutava com as sequelas de uma crise financeira e enfrentava uma pandemia, crescia uma ameaça maior à nossa forma democrática de vida. O regresso do autoritarismo estava à vista de todos. Mas poucos o quiseram ver, e menos ainda nomear desde tão cedo. Não Foi por Falta de Aviso é um desses raros relatos. Porque o resto da história ainda pode ser diferente. Ainda o Apanhamos! Nos 50 anos do 25 Abril, que inaugurou o nosso regime mais livre e generoso, é tempo de revisitar uma tensão fundamental ao ser português: a tensão entre pequenez e grandeza, entre velho e novo. Esta ideia de que estamos quase sempre a chegar lá, ou prontos a desistir a meio do caminho. Para desatar o nó, não basta o «dizer umas coisas» dos populistas e não chegam as folhas de cálculo dos tecnocratas. É preciso descrever a visão de um Portugal melhor e partilhar um caminho para lá chegar. SINOPSE CURTA Um livro de Rui Tavares que se divide em dois: de um lado, as crónicas que há muito alertavam para a ameaça do autoritarismo; do outro, as crónicas que apontam o caminho para um Portugal melhor. -
O Fim da Paz PerpétuaO mundo é um lugar cada vez mais perigoso e precisamos de entender porquêCom o segundo aniversário da invasão da Ucrânia, que se assinala a 24 de Fevereiro, e uma outra tragédia bélica em curso no Médio Oriente, nunca neste século o mundo esteve numa situação tão perigosa. A predisposição bélica e as tensões político-militares regressaram em força. A ideia de um futuro pacífico e de cooperação entre Estados, sonhada por Kant, está a desmoronar-se.Este livro reflecte sobre o recrudescimento de rivalidades e conflitos a nível internacional e sobre as grandes incógnitas geopolíticas com que estamos confrontados. Uma das maiores ironias dos tempos conturbados que atravessamos é de índole geográfica. Immanuel Kant viveu em Königsberg, capital da Prússia Oriental, onde escreveu o panfleto Para a Paz Perpétua. Königsberg é hoje Kaliningrado, território russo situado entre a Polónia e a Lituânia, bem perto da guerra em curso no leste europeu. Aí, Putin descerrou em 2005 uma placa em honra de Kant, afirmando a sua admiração pelo filósofo que, segundo ele, «se opôs categoricamente à resolução de divergências entre governos pela guerra».O presidente russo está hoje bem menos kantiano - e o mundo também. -
Manual de Filosofia PolíticaEste Manual de Filosofia Política aborda, em capítulos autónomos, muitas das grandes questões políticas do nosso tempo, como a pobreza global, as migrações internacionais, a crise da democracia, a crise ambiental e a política de ambiente, a nossa relação com os animais não humanos, a construção europeia, a multiculturalidade e o multiculturalismo, a guerra e o terrorismo. Mas fá-lo de uma forma empiricamente informada e, sobretudo, filosoficamente alicerçada, começando por explicar cada um dos grandes paradigmas teóricos a partir dos quais estas questões podem ser perspectivadas, como o utilitarismo, o igualitarismo liberal, o libertarismo, o comunitarismo, o republicanismo, a democracia deliberativa, o marxismo e o realismo político. Por isso, esta é uma obra fundamental para professores, investigadores e estudantes, mas também para todos os que se interessam por reflectir sobre as sociedades em que vivemos e as políticas que queremos favorecer. -
O Labirinto dos PerdidosMaalouf regressa com um ensaio geopolítico bastante aguardado. O autor, que tem sido um guia para quem procura compreender os desafios significativos do mundo moderno, oferece, nesta obra substantiva e profunda, os resultados de anos de pesquisa. Uma reflexão salutar em tempos de turbulência global, de um dos nossos maiores pensadores. De leitura obrigatória.Uma guerra devastadora eclodiu no coração da Europa, reavivando dolorosos traumas históricos. Desenrola-se um confronto global, colocando o Ocidente contra a China e a Rússia. É claro para todos que está em curso uma grande transformação, visível já no nosso modo de vida, e que desafia os alicerces da civilização. Embora todos reconheçam a realidade, ainda ninguém examinou a crise atual com a profundidade que ela merece.Como aconteceu? Neste livro, Amin Maalouf aborda as origens deste novo conflito entre o Ocidente e os seus adversários, traçando a história de quatro nações preeminentes. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
Introdução ao ConservadorismoUMA VIAGEM À DOUTRINA POLÍTICA CONSERVADORA – SUA ESSÊNCIA, EVOLUÇÃO E ACTUALIDADE «Existiu sempre, e continua a existir, uma carência de elaboração e destilação de princípios conservadores por entre a miríade de visões e experiências conservadoras. Isso não seria particularmente danoso por si mesmo se o conservadorismo não se tivesse tornado uma alternativa a outras ideologias políticas, com as quais muitas pessoas, alguns milhões de pessoas por todo o mundo, se identificam e estão dispostas a dar o seu apoio cívico explícito. Assim sendo, dizer o que essa alternativa significa em termos políticos passa a ser uma tarefa da maior importância.» «O QUE É O CONSERVADORISMO?Uma pergunta tão directa devia ter uma resposta igualmente directa. Existe essa resposta? Perguntar o que é o conservadorismo parece supor que o conservadorismo tem uma essência, parece supor que é uma essência, e, por conseguinte, que é subsumível numa definição bem delimitada, a que podemos acrescentar algumas propriedades acidentais ou contingentes.»